Porto Seco de Foz do Iguaçu: questões aduaneiras e territoriais PROF. ROBERTO FRANÇA (UNILA)
Problemática e contexto A globalização como um movimento em direção da integração das técnicas e do tempo; Invenção da logística corporativa Aumento da velocidade dos fluxos via procedimentos e convenções internacionais; Crises do petróleo e do fordismo, Novas estratégias de mobilidade das mercadorias e de comércio internacional foram elaboradas, possibilitando uma reestruturação logística na escala mundial.
Reestruturação logística Formação de COMPLEXAS REDES DE PRODUÇÃO E CONSUMO, mobilizando os mais diversos agentes e cadeias de valores; Esse movimento não é desprovido de controle por parte do Estado, especialmente em relação à tributação; Uso de nós logísticos aduaneiros: aeroportos com capacidade cargueira; plataformas logísticas; portos fluviais; portos marítimos, portos secos etc. Estes nós logísticos são cada vez mais providos de técnicas (especialmente tecnologias da informação) e normas (especialmente normas fiscais).
Interiorização da Aduana brasileira Os portos secos são elementos constituídos sob a fragmentação do processo produtivo. Os portos secos foram distribuídos estrategicamente pelos territórios nacionais para operacionalizar o controle dos fluxos de mercadorias. Um porto seco é um terminal interior alfandegado, podendo ser intermodal ou não, estabelecido em ponto estrategicamente definido, com a capacidade jurídica para o controle aduaneiro. O principal objetivo é dar maior velocidade às entradas e saídas de mercadorias, contribuindo para a fluidez territorial, ao mesmo tempo em que há o controle sobre as riquezas
Portos secos como nós logísticos Os nós logísticos figuram como equipamentos concebidos e normatizados para concentrar e redistribuir mercadorias no território; Nós logísticos que interligam redes de circulação, elevando os níveis de competitividade de alguns circuitos produtivos.
Foz do Iguaçu, formação e infraestruturas logísticas 1920 - integração iniciada com a construção da estrada entre Foz e Curitiba; Final da década de 1950 início do asfaltamento do que seria, a partir de 1973, a BR-277; A inauguração desta estrada asfaltada foi em 1969, quatro anos após a inauguração da Ponte da Amizade;
Foz do Iguaçu e a geopolítica Ex-colônia militar; Delimitação com vistas à ocupação do território e delimitação de limites fronteiriços (1889), Agência fiscal (1897), Atualmente, com duas pontes internacionais, Foz do Iguaçu configurase com um nó estratégico na circulação de mercadorias e serviços, epicentro de 3 eixos da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA).
Início das operações do porto seco de Foz do Iguaçu Em 1992 - Estação Aduaneira do Interior (Eadi) de Foz do Iguaçu; Até 2002 - Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar), Foi aberta nova licitação onde o permissionário passou a ser a Elog, empresa que administrava 11 portos secos e passou, a partir do ano passado, o controle à Multilog.
O valor da aquisição da Elog foi de R$ 115 milhões De acordo com Djalma Vilela, diretor executivo da Multilog: Com a integração das unidades da Elog Sul que receberão investimentos nos próximos três anos, especialmente no Paraná - nossa meta agora é ainda mais arrojada. Devemos finalizar 2020 com faturamento bruto de R$ 500 milhões, o que representará quase quatro vezes o faturamento de 2012 (JORNAL DO COMÉRCIO, 2016). (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2016/10/economia/525194-multilog-finaliza-compra-da-elog-sul-por-r- 115-milhoes.html)
Valor das importações que passaram pelo Porto Seco de Foz do Iguaçu entre 2011 e 2014 (em milhões de US$) Elaboração Roberto França com base na Receita Federal Origem 2011 2012 2013 2014 Total por país de origem Participação no período (%) Argentina 891 750 791 680 3.112 43,71 Paraguai 443 609 687 815 2.554 35,87 Chile 277 328 387 405 1.397 19,62 China 18 15 8 6 47 0,66 Estados Unidos 3 0 0 0 3 0,04 Alemanha 2 0 1 0 3 0,04 Peru - - - 2 2 0,03 Coreia do Sul 0 0-1 1 0,01 Uruguai - - - 1 1 0,01 Total (por ano) 1.584 1.702 1.874 1.910 7.120 100
Mercadorias importadas que passam pelo Porto Seco Foz do Iguaçu (por NCM, em milhões de US$) Elaboração Roberto França com base na Receita Federal NCM MERCADORIAS 2011 2012 2013 2014 Total % 10 Cereais 327 407 332 197 1.263 17,95 87 Veículos, tratores e outros veículos terrestres 8 Frutas, cascas de frutos cítricos e melões 7 Produtos hortícolas, plantas, raízes e tubérculos, comestíveis 176 181 252 149 758 10,77 136 162 182 166 646 9,18 158 142 141 137 578 8,21 3 Peixes e crustáceos, moluscos e os outros invertebrados aquáticos Total das NCM mencionadas (milhões US$) Total que circula, na importação, pelo porto seco de Foz do Iguaçu (milhões US$) 83 81 127 158 449 6,38 1.370 1.472 1.648 1.613 6.103 86,71 1.612 1.672 1.848 1.906 7.038 100
Total de caminhões na importação entre 2012 e 2014 (em milhares). Elaboração Roberto França com base na Elog 2012 2013 2014
Valor das exportações que passaram pelo Porto Seco de Foz do Iguaçu entre 2011 e 2013 (em milhões de US$). Elaboração Roberto França com base na RFB Destino 2011 2012 2013 Total por país de origem Participação no período (%) Paraguai 2.328 1.976 2.287 6.591 87,00 Argentina 229 235 269 733 9,68 Cazaquistao 107 81 58 246 3,25 Bermudas 4 4 0,05 Uruguai 1 1 0 2 0,03 Total (por ano) 2.669,00 2.293,00 2.614,00 7.576,00 100
Mercadorias exportadas que passam pelo Porto Seco Foz do Iguaçu (por NCM, em milhões de US$). Elaboração Roberto França, com base na RFB. NCM MERCADORIAS 2011 2012 2013 2014 Total % 84 Reatores nucleares, caldeiras, instrumentos mecânicos 710 514 575 70 1.869 23,62 87 Veículos e material para vias férreas ou semelhantes, e suas obras 311 224 348 94 977 12,35 31 Adubos (fertilizantes) 192 151 214 557 7,04 39 Plásticos e suas obras 136 127 168 41 472 5,96
Total de caminhões na exportação entre 2012 e 2014 (em milhares). Elaboração Roberto França com base em Elog 2012 2013 2014
Relatório de janeiro de 2014 (das 12h do dia 29/01 às 12h de 30/01), passaram pelo porto seco de Foz do Iguaçu, 250 veículos para operações de exportação, com tempo médio de 17h25 e, 216 para importação, com tempo médio de 39h15. A situação de momento, no ato da divulgação do relatório era a seguinte: Operação Noturna: durante a Operação Noturna em 29/1, a Elog registrou a passagem de 100 veículos. As operações noturnas foram feitas numa média de 5h45.
Conferência física: realizadas 11 conferências físicas, com 12 aguardando. Movimentação externa: no momento, existem 15 veículos no précadastro na área de exportação, todos autorizados a entrar no Porto. Todos os veículos na área de importação foram recepcionados. Resultado do mês: desde dia 1º do mês de Janeiro, a unidade de Foz do Iguaçu, registrou um total de 10.030 na entrada de veículos e 10.051 na saída.
Recorde de liberações em 2016 base na Receita Federal 182.323 caminhões liberados ao longo do ano de 2016 (versus 158.954 cargas em 2014-14%; 147.526 em 2015-23%). 18 bilhões de reais foram movimentados O principal responsável pelo incremento de todo esse fluxo de cargas foi a operação de importação, mais destacadamente, a de commodities agrícolas produzidas pelo Paraguai, operação que quase dobrou de tamanho quando comparada à movimentação de cargas vislumbrada em 2015.
Recorde de liberações em 2016 Dentro dessa operação os gêneros mais importados foram o milho (aumento de 261% em relação a 2015), seguido do trigo (62%), arroz (37%) e soja (3%). Pelo lado da exportação verificou-se redução de aproximadamente 9% na movimentação de cargas, finalizando 2016 com 64.467 cargas, em contrapartida a 2015, quando 69.670 caminhões carregavam cargas de exportação.