Fim da 1ª Guerra Mundial: domínio franco britânico e sionismo Oriente Médio

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Transcrição:

COLÉGIO SANTA ROSA PROFESSOR: CARLOS FERREIRA ASSUNTO: ORIENTE MÉDIO O Oriente Médio é uma das regiões mais fascinantes do planeta. Habitado desde tempos imemoriais, é uma área estratégica do ponto de vista econômico, principalmente por causa do petróleo. É também um importante cenário geopolítico e militar, porque serve de passagem entre a Europa e a Ásia. Com essas características, o Oriente Médio tornou se um dos centros nevrálgicos da Guerra Fria. A criação do Estado de Israel, em 1948, agitou um passado milenar, que logo seria submetido ao jogo de xadrez das superpotências. Em 1979, um fato novo desafiou Washington e Moscou. A revolução xiita do aiatolá Khomeini, no Irã, deu uma demonstração do poder latente da religião islâmica, com milhões e milhões de fiéis no mundo todo. Na verdade, a Guerra Fria no Oriente Médio sempre esteve filtrada pela força do Islã. É o que vamos ver a partir de agora. Fim da 1ª Guerra Mundial: domínio franco britânico e sionismo Os países do Oriente Médio apresentam uma combinação curiosa: seus povos vivem há milênios na região, mas seus Estados e fronteiras são muito recentes. Essa talvez seja a causa de muitos de seus problemas. Oriente Médio Até 1918, a maior parte do Oriente Médio integrava o Império Otomano, derrotado na Primeira Guerra Mundial. Um pouco antes, em 1916, antecipando se ao declínio dos turcos otomanos, a França e a Grã Bretanha assinaram o acordo Sykes Picot, tornando o Oriente Médio uma zona de influência franco britânica. Ao mesmo tempo, crescia na Europa a força do sionismo, um movimento lançado pelo escritor e jornalista húngaro Theodor Hertzl. Durante o Primeiro Congresso Sionista, em 1896, na Basiléia, Suíça, Hertzl lançou a campanha pela criação de Israel. A proposta era de retornar à Palestina, região onde havia existido uma nação judaica, o reino de Israel, no início da era cristã. O reino foi destruído pelos romanos. Os judeus, expulsos da região, dispersaram se pelo mundo dando origem a um fenômeno conhecido como a diáspora judaica.

Mesmo espalhados pelo mundo, os judeus acalentaram, por muitas gerações, o sonho de voltar à chamada "terra prometida". Sonho que ganhou força com o movimento sionista, a partir do século XIX. Os ativistas judeus acreditavam que a reconquista de Jerusalém era um dever sagrado. Adotaram o slogan "uma terra sem povo para um povo sem terra", referindo se à Palestina. A região, na verdade, era ocupada havia muitos séculos pelos árabes palestinos. Este era só o início do impasse. Diáspora Judaica No final do século XIX, agências sionistas financiadas por grandes banqueiros, como o barão de Rotschild, criaram colônias agrícolas, estimulando a migração judaica para a região da Palestina. Depois da Primeira Guerra, os assuntos do Oriente Médio passaram a ser decididos oficialmente em Londres e Paris, sem que fossem levadas em conta a história, a vontade, as tradições e a cultura dos povos que viviam na região. Árabes reagem ao colonialismo Com o fim da Primeira Guerra, as regiões da Síria e do Líbano ficaram sob domínio da França. As outras áreas que estavam controladas pelos otomanos, inclusive a Palestina, passaram para as mãos da Grã Bretanha. O colonialismo da França e da Grã Bretanha provocou fortes reações entre os árabes. Foi nesse contexto que surgiu no Egito a Irmandade Muçulmana, berço do fundamentalismo islâmico. Quando surgiu, em 1929, a Irmandade pregava a expulsão dos estrangeiros e a volta aos princípios fundamentais do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos. Paralelamente à assistência aos mais pobres, a organização praticava uma guerra de guerrilha contra os ocupantes estrangeiros. O caráter militar da Irmandade foi se acentuando progressivamente. Enquanto isso, nos anos 20 e 30, a Europa enfrentava uma série de crises nacionais, conflitos de interesses e movimentos revolucionários que iriam resultar na Segunda Guerra Mundial. Anos 40: surge o Estado de Israel Desgastados e impossibilitados de dar uma solução satisfatória para os conflitos, os britânicos decidiram abandonar a Palestina, passando o problema para a ONU. Em 1948, as Nações Unidas aprovaram a partilha da Palestina entre os Estados árabe e judeu. Havia um clima internacional favorável à criação de Israel, por causa do holocausto praticado pelos nazistas. Mas havia também muitos interesses geopolíticos em jogo. Estava começando o período de tensão entre as superpotências, que iria se estender até o fim dos anos 80. Dessa forma, podemos dizer que os acontecimentos que conduziram à

criação de Israel e transformaram o Oriente Médio foram influenciados pela lógica da Guerra Fria. Durante os anos mais sombrios na Europa, há 60 anos, não havia um exército para defender o povo judeu. Hitler sabia disso e aproveitou. Surgiu o Estado de Israel, que inseriu o judeu de novo no contexto da sociedade, no contexto do mundo. Os princípios da justiça social, dos direitos humanos, os princípios, valores e ideais dos fundadores do Estado de Israel continuam. E são estes os ideais que servem como uma inspiração. Israel, espero, vai voltar a ser uma luz para todos os povos, achando um modus vivendi pacífico, justo, com os palestinos. Somos todos iguais, somos todos filhos de um único Deus. Portanto, devemos transcender os acordos de paz e transformá los em relações de paz." Rabino Henry Sobel presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista O dirigente soviético Josef Stalin acreditava que Israel poderia se tornar um país simpático à União Soviética, já que milhares dos imigrantes judeus de nacionalidade russa eram socialistas. Por outro lado, a França, a Grã Bretanha e os Estados Unidos viam em Israel um provável representante dos interesses ocidentais, numa região estratégica. Os palestinos e os Estados árabes não aceitaram a criação do novo país. Eclodiu assim a primeira guerra árabe israelense. Israel venceu o conflito em 1949. O Estado árabe palestino desapareceu, dividido entre Israel, Jordânia, que ficou com a Cisjordânia, e o Egito, que ficou com a Faixa de Gaza. Divisão da Palestina A crise do Canal de Suez Sete anos depois, em 1956, o Oriente Médio seria palco de uma nova guerra. Dessa vez, pela posse do Canal de Suez. Gamal Abdel Nasser O Egito era governado por Gamal Abdel Nasser, um político carismático e nacionalista. Ele fazia parte de um grupo de militares que derrubou a monarquia egípcia em 1952, instituindo um governo favorável a unificação de todos os árabes numa única grande nação. Nasser nacionalizou o Canal, desafiando abertamente britânicos e franceses. Além disso, proibiu o tráfego de navios israelenses, estreitando o fornecimento de petróleo ao Estado judeu. Em resposta, Israel, França e Grã Bretanha organizaram uma ação militar conjunta contra Nasser. O chefe de Estado egípcio teria sido derrotado não fosse a intervenção americana e soviética no conflito. Os soviéticos queriam evitar que o Egito fosse novamente controlado pelos europeus aliados dos Estados Unidos. E Washington não estava disposto a brigar com Moscou pelo Canal de Suez. A saída foi um acordo: franceses e britânicos teriam de aceitar

a nacionalização do Suez. E os egípcios, em compensação, teriam de garantir a todos o direito de utilizar o Canal. A Guerra do Suez é um exemplo de que não eram os interesses nacionais que determinavam o curso dos acontecimentos, e sim a lógica da Guerra Fria. No caso do Egito, prevaleceu o jogo de equilíbrio entre Washington e Moscou. A diáspora palestina e a Al Fatah No entanto, havia um fenômeno político e cultural acontecendo no mundo, sem o controle das superpotências: a diáspora palestina, iniciada em 1949. Dezenas de milhares de palestinos se dispersaram pelo Oriente Médio e pelo mundo, vivendo muitas vezes em condições subumanas em campos de refugiados. Os palestinos transformaram se num povo errante, exatamente como havia acontecido dois mil anos antes com os judeus. Foi nesse contexto que surgiu a Al Fatah, em 1959. Com ela, o Oriente Médio mergulhou de vez no pesadelo do terrorismo. Fatah, em árabe, significa "reconquista". O grupo tinha como objetivo a destruição de Israel e a criação de um Estado palestino soberano e independente. Era um entre vários grupos radicais surgidos na região. Yasser Arafat (à esquerda) Entre os fundadores da Al Fatah estava Yasser Arafat, um jovem engenheiro palestino admirador da política nacionalista de Nasser. Mais tarde ele viria a se tornar o principal líder dos palestinos, à frente da Organização Para a Libertação da Palestina, a OLP. Logo que surgiu, a Al Fatah passou a praticar uma série de ações guerrilheiras contra alvos militares israelenses e de atentados terroristas contra alvos civis. Um barril de pólvora Por um lado, a criação de Israel teve efeitos dramáticos sobre a população palestina. Por outro lado, serviu de instrumento político das ditaduras militares, como na Síria, Líbia e Iraque, e dos regimes com características feudais, como a Arábia Saudita e o Kuwait. Nesses países, os governos autoritários conquistavam o apoio da população fazendo propaganda ideológica contra o Estado de Israel. Era uma forma de desviar a atenção de problemas mais urgentes, como a miséria e a falta de democracia. Essa propaganda reforçava a ideia lançada por Gamal Abdel Nasser, de que a população árabe só construiria uma grande nação através da destruição de Israel. Esse sentimento coletivo, estimulado pelos governantes, transformou o Oriente Médio num grande barril de pólvora. Anos 60: surge a OLP

Em maio de 64, durante o 1 Congresso Nacional Palestino, realizado em Jerusalém, surgiu a Organização Para a Libertação da Palestina, OLP. O objetivo era centralizar a liderança de vários grupos clandestinos. Rei Hussein na criação da OLP "Os palestinos eram derrotados porque lhes faltava organização, lhes faltava apoio, seja europeu, seja oriental. Foram sempre apoiados por árabes mais desorganizados do que eles. As Nações Unidas faziam resoluções que não eram cumpridas por Israel, um país que sempre teve apoio dos Estados Unidos e da Inglaterra e até, naquele tempo, da França e da União Soviética. Os palestinos batiam em todas as portas para ter uma ajuda, para poder ficar na Palestina, ou para poder criar seu lar próprio, como Israel. Infelizmente foi negada ajuda de todos os lados. A situação chegou ao cúmulo de, em 1952, as Nações Unidas riscarem a questão palestina de suas resoluções. Ali os palestinos viram que não tinham outra condição a não ser organizar se bem para ter um lugar no chão. E assim foi criada a OLP, que começou a lutar militarmente contra Israel." A Guerra dos Seis Dias O cenário geopolítico do Oriente Médio seria novamente modificado em junho de 67, de forma dramática, com a Guerra dos Seis Dias. Os israelenses, com o auxílio logístico dos Estados Unidos, atacaram de surpresa o Egito, a Síria e a Jordânia, que preparavam uma ofensiva conjunta contra Israel. Em algumas horas, praticamente toda a aviação dos países árabes foi destruída ainda no solo, antes mesmo de ser utilizada. Com total domínio aéreo, em seis dias as forças armadas de Israel saíram amplamente vitoriosas. Como resultado da Guerra dos Seis Dias, Israel anexou a península do Sinai e a Faixa de Gaza que pertenciam ao Egito, a Cisjordânia inclusive a parte oriental de Jerusalém, que, desde 1948, estava de posse da Jordânia e as Colinas do Golã, que eram parte integrante da Síria. Com esse desfecho militar, o clima de tensão aumentou em toda a região. A Al Fatah e outros grupos radicais intensificaram os ataques contra alvos israelenses. O crescimento da OLP de Arafat Em 1969, o líder da Fatah, Yasser Arafat, assumiu a direção da OLP. A organização crescia como uma frente de grupos extremistas dedicados à destruição de Israel. A ascensão de Arafat ao comando da OLP e a radicalização das posições palestinas tiveram uma séria consequência. Alguns governos árabes, quando perderam o controle sobre a OLP, passaram a pressionar a organização. A OLP crescia muito, a ponto de tornar se um Estado dentro de outro Estado. Isso preocupava os governos, que perdiam parte do controle sobre os acontecimentos dentro de suas próprias fronteiras.

Em 1970, essas divergências terminariam em tragédia: o rei Hussein, da Jordânia, ordenou um massacre contra bases da OLP, uma operação que passou à história como Setembro Negro. Numa operação de guerra, tropas do rei Hussein atacaram as bases da OLP na Jordânia. Palestinos fogem do Líbano Milhares de palestinos foram mortos em combates com as forças jordanianas. As lideranças da OLP e os combatentes palestinos transferiram se para o Líbano. Mais tarde, em 82, expulsa novamente, dessa vez por uma ofensiva militar de Israel, a OLP foi obrigada a instalar sua sede por muitos anos em Tunis, capital da Tunísia. A Guerra do Yom Kippur Em 1970, morreu no Egito o presidente Nasser. Seu sucessor, Anuar Sadat, imprimiria uma política mais pragmática. Sua preocupação inicial foi recuperar os territórios perdidos para Israel durante a Guerra dos Seis Dias. Com esse objetivo, o Egito e a Síria arquitetaram uma nova ofensiva militar contra Israel. O ataque foi em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur, ou Dia do Perdão. A Guerra do Yom Kippur começou com uma ampla vantagem para os árabes. A Síria conseguiu recuperar as Colinas do Golã, ao passo que o Egito tomou de volta um trecho da península do Sinai. Os israelenses reverteram a situação com a ajuda dos Estados Unidos. Depois de duas semanas, o exército de Israel já havia retomado as colinas do Golã e do Sinai, com exceção de uma estreita faixa junto à margem oriental do canal de Suez. O fim da guerra do Yom Kippur trouxe importantes modificações no tabuleiro geopolítico do Oriente Médio. O Egito esfriou suas relações com a União Soviética e partiu para uma aproximação com os norte americanos. A Síria, ao contrário, aprofundou os laços com Moscou. Desde 1971 o país era governado pelo jovem oficial Hafez al Assad, um nacionalista de "linha dura" que misturava elementos do socialismo e da ortodoxia islâmica. Anos 70: a crise do petróleo Além da Guerra do Yom Kippur, outro fato importante marcaria o Oriente Médio em 1973: a crise do petróleo. Até o começo de 73, os países exportadores de petróleo vendiam o barril do produto por 14 dólares. Com o clima político criado pela derrota na Guerra do Yom Kippur, os países árabes chegaram a cobrar TRINTA E QUATRO dólares pelo barril. Esse aumento provocou uma comoção mundial, especialmente no Terceiro Mundo, na Europa e no Japão. Os Estados Unidos saíram se bem na crise: auto suficientes em petróleo, conseguiram atrair os petrodólares árabes, investidos no mercado norte americano. Além disso, as multinacionais do petróleo, como a gigante Esso, continuaram levando seus lucros

para os Estados Unidos. No plano político, o choque do petróleo mostrou como o mundo era dependente dos países árabes exportadores de petróleo. Mais do que nunca, Estados Unidos e União Soviética passaram a jogar o jogo da estabilidade regional. A revolução islâmica no Irã: fora da lógica da Guerra Fria A aproximação entre Israel e Egito parecia abrir as portas para um período de maior estabilidade no Oriente Médio. Apesar disso, o mundo teve pouco tempo para comemorar. Em janeiro de 79, os islâmicos xiitas do Irã derrubaram o governo do xá Reza Pahlevi, aliado dos Estados Unidos, e proclamaram a Revolução Islâmica. Liderados pelo aiatolá Khomeini, os xiitas diziam que tanto a União Soviética quanto os Estados Unidos eram regidos pelo Grande Satã. Acreditavam na Jihad, uma guerra santa para converter o mundo à fé islâmica. Khomeini instaurou no Oriente Médio um sistema político religioso que não seguia a lógica da Guerra Fria. Para Washington e Moscou, era importante impedir a expansão da revolução islâmica. Os Estados Unidos temiam que a difusão do radicalismo iraniano incentivasse um sentimento antiamericano no mundo muçulmano. A União Soviética, por sua vez, acreditava que o crescimento da religião poderia encorajar o separatismo nas repúblicas soviéticas, como o Cazaquistão e o Turcomenistão, com população de maioria muçulmana. Irã x Iraque Combatentes iranianos Diante disso, as superpotências acompanharam com especial interesse a guerra entre o Irã e o Iraque. Os dois países vinham tendo problemas desde 1975, quando o Irã passou a ter controle de territórios que até então pertenciam ao Iraque. Com a ascensão do aiatolá Khomeini, as divergências aumentaram. O Irã passou a estimular os xiitas iraquianos à rebelião contra o governo de Bagdá. E o Iraque, por seu lado, reacendeu o desejo de ter de volta os antigos territórios. Oficialmente, o pretexto para a guerra foi o controle sobre as águas do Chatt el Arab, canal de acesso do petróleo iraquiano ao Golfo Pérsico. O conflito foi deflagrado em setembro de 1980 e só terminaria em julho de 88, sem vencedores. A guerra, uma das mais cruéis e sangrentas das últimas décadas, deixou mais de um milhão de mortos. Regiões inteiras dos dois países foram devastadas. Nos anos 80, os Estados Unidos mantinham o apoio incondicional a Israel e a amizade de governos árabes conservadores, como a monarquia da Arábia Saudita. A União Soviética, por outro lado, mantinha vínculos com governos nacionalistas, como a Síria, e dava um apoio discreto à OLP. A Guerra do Golfo A busca da paz no Oriente Médio ainda enfrentaria um novo obstáculo, com a invasão do Kuwait pelo Iraque, em agosto de 1990. Muito bem servido de armas fornecidas pelas

superpotências na década de 80, principalmente da União Soviética, Saddam Hussein sentiu se forte para tentar anexar o país vizinho. Era o início da Guerra do Golfo. Os Estados Unidos deslocaram para a região 500 mil soldados e lideraram uma força multinacional de 29 países contra Hussein, para forçá lo a sair do Kuwait. Os ataques contra Bagdá, a capital do Iraque, foram iniciados em janeiro de 91. Yitzhak Rabin Encerrada a guerra, em fevereiro, os Estados Unidos fizeram pressão para que Israel iniciasse o diálogo com a OLP. Finalmente, em setembro de 1993, o premiê israelense Yitzhak Rabin e Yasser Arafat assinaram a paz, em Washington.A Guerra do Golfo havia sido a primeira grande ação militar internacional empreendida de acordo com as novas regras do jogo geopolítico. O que importava não era mais o equilíbrio de poder entre Washington e Moscou, e sim os interesses das potências ocidentais.da mesma forma, a atuação da Casa Branca nas negociações de paz foi a primeira grande iniciativa diplomática americana depois do fim da Guerra Fria. Intransigência, obstáculo à paz O acordo de paz foi um passo muito importante para a pacificação da região, mas não foi definitivo. O fanatismo religioso, o ódio acumulado durante milhares de anos e os preconceitos de parte a parte permanecem um obstáculo à paz. O assassinato do premiê Yitzhak Rabin por um extremista judeu, em novembro de 95, o recrudescimento das ações terroristas de grupos radicais palestinos e a violência das forças de Israel contra alvos civis são exemplos de que muito há por se fazer pela paz no Oriente Médio. O fim da Guerra Fria permitiu o desenvolvimento do diálogo, mas a situação permanece explosiva na região. O que mostra que o Oriente Médio continua a ser um enigma para o mundo, e um grande desafio para a busca da paz no século XXI. EXERCÍCIO DE REVISÃO 1 (CESGRANRIO) Nesta última década do século XX, verifica se o recrudescimento da ideologia do nacionalismo em todo o mundo, gerando a ocorrência de movimentos separatistas, que, não raramente, desembocam em sangrentos conflitos, a exemplo do que ocorreu entre o Iraque de Saddam Hussein e a etnia: a) Armênia. b) Libanesa. c) Sunita. d) Palestina. e) Curda. 2 (UDESC) O Oriente Médio é uma região de grande instabilidade política, onde encontramos um emaranhado de culturas diferentes, antagonismos religiosos, múltiplas formas de organização política e econômica e interesses das grandes potências industriais do petróleo, que acirram bastante os problemas regionais. Sobre o assunto, assinale a afirmativa CORRETA.

a) O Estado de Israel foi criado em 1948, durante o período da Guerra Fria, pela recém criada Organização das Nações Unidas. b) O Oriente Médio é rico em reservas florestais, sendo o maior responsável pela produção de energia térmica do mundo. c) A maior parte das Nações do Oriente Médio obteve sua independência recentemente, nos idos de 80 e 90, quando se intensificaram os nacionalismos étnicos após a queda do muro de Berlim. d) O Mar Morto é rico em pescados, que é a principal fonte alimentícia dos povos árabes dos desertos. e) A Síria é o maior produtor mundial de gás natural e petróleo. 3 É um grande país montanhoso situado entre o mar Cáspio e o golfo Pérsico. O país é rico em petróleo e gás natural, cujas receitas têm sido utilizadas para melhorar as comunicações e as condições sociais em geral. A guerra com o Iraque, entre 1980 e 1988, restringiu seriamente o crescimento econômico e afetou particularmente a indústria petrolífera, no golfo Pérsico. As condições para a agricultura são precárias, exceto ao redor do mar Cáspio. Identifique o país de que se fala: a) Kuwait b) Jordânia c) Síria d) Irã e) Israel 4 Situado na entrada do golfo Pérsico fica sobre desertos ondulados e baixos, com temperaturas de até 52 C, e chuvas anuais apenas de 10mm a 370mm. A descoberta de petróleo em seu subsolo fez um dos países mais ricos do mundo, tornando o fornecedor do produto para o Japão, França, Holanda e Reino Unido, desde 1946. A invasão e a tentativa de anexação pelo Iraque em 1990/91 causaram grandes danos à economia. Identifique o país de que se fala: a) Síria b) Irã c) Kuwait d) Jordânia e) Líbano 5 Observando o cartograma da região do Oriente Médio, é correto afirmar que: (01) As letras A e F indicam países diretamente envolvidos na "Guerra do Golfo": Arábia Saudita e o Iraque. (02) As letras C, B e D indicam, respectivamente, Israel, Líbano e Síria, que têm sido focos de tensão da

região. (04) A letra H indica a Jordânia, que, por sua situação geográfica, está muito vinculada à chamada "Questão Palestina". (08) O projeto da "Grande Síria" objetiva a expansão da Síria sobre o Líbano, a Jordânia e o Iraque, indicados por F, I e E respectivamente. (16) Entre 1980 e 1988 ocorreu violento conflito entre Irã e Iraque, países limítrofes indicados por F e E. soma = ( ) 6 "O Conflito no golfo Pérsico vai prolongar se por muito tempo e terá desdobramentos perigosos... De um lado os iranianos não dão nenhum sinal de desistir de sua estratégia... De outro os EUA já dispõem de uma considerável força naval na região, reforçada por países aliados como a Inglaterra e a França". ("O Estado de São Paulo", 4/10/1987.) O golfo citado e o país cuja nacionalidade é mencionada no texto correspondem, respectivamente, no mapa, aos números: a) 1 e 3 b) 2 e 4 c) 1 e 5 d) 2 e 3 e) 5 e 6 7 Considerando os termos do acordo de paz firmado entre israelenses e palestinos em 1993 e as áreas assinaladas no mapa, marque a opção que contém a afirmativa correta.

a) As áreas 1 e 2 correspondem, respectivamente, à faixa de Gaza e à Cisjordânia, territórios em parte sob o controle da Organização para a Libertação da Palestina. b) As áreas 3 e 4 correspondem a territórios anteriormente ocupados por Israel e que foram cedidos, respectivamente, à Síria e ao Líbano. c) A área 5 passou a pertencer ao território de Israel e inclui colônias palestinas dotadas de autonomia política. d) A área 6 corresponde à península do Sinai, devolvida integralmente à Jordânia. e) A área 7 corresponde a territórios cedidos ao Egito através da concessão de usufruto comum do Canal de Suez. 8 TEXTO I Se a história moderna do Oriente Médio ensina alguma coisa, é que uma paz mal concebida pode originar problemas fatais...("jornal DO BRASIL", 19/09/93.) TEXTO II Apinhado de gente ansiosa em busca de parentes desaparecidos e jovens enfurecidos, que recebiam as ambulâncias aos gritos de "Deus é grande", o hospital de Ramalah, cidade vizinha de Jerusalém, revivia o clima dos dias mais violentos da intifada. A realidade contudo era bem diferente. A entrada da polícia de Arafat em confronto aberto com o Exército de Israel estabeleceu uma nova realidade na difícil convivência entre palestinos e israelenses...(revista "VEJA", 02/10/96.) A leitura dos textos I e II nos leva à conclusão de que Israel e a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) vivem o paradoxo de terem celebrado um acordo de paz, sem, no entanto, chegarem a uma efetiva e pacífica convivência. Essa situação contraditória por que passa o processo de paz entre israelenses e palestinos está diretamente relacionada ao equacionamento da seguinte questão fundamental: a) oposição norte americana à pacificação do Oriente Médio b) manutenção da OLP sob o comando de grupos fundamentalistas c) implantação de novas colônias judaicas na Cisjordânia Ocupada d) concessão de autonomia administrativa aos palestinos de Jerusalém e Golan 9 Observe o mapa apresentado a seguir. A área representada no mapa foi politicamente unida, apesar de algumas tribos organizadas em principados terem experimentado autonomia ao longo de sua história. Entretanto está área não constitui um país, sendo o Iraque o único a reconhecer a existência da etnia, mesmo que sua constituição não permita a autonomia da região. A região descrita e assinalada no mapa tem sua população constituída, principalmente, por a) otomanos. b) turco otomanos.

c) árabes puros. d) fundamentalistas islâmicos. e) curdos. 10 Em relação ao Oriente Médio, assinale a afirmativa INCORRETA: a) Existem alguns países com elevada renda per capita e, ao mesmo tempo, com violentas desigualdades sociais. b) São grandes as dificuldades de se colocarem em prática os acordos estabelecidos entre os representantes de Israel e da Palestina. c) Registra se plena aceitação da influência dos Estados Unidos na região, após o término da Guerra Fria. d) Existem muitas dificuldades de convivência harmoniosa da religião muçulmana, predominante entre os árabes, com outros cultos e seitas religiosas. e) Ocorrem frequentes conflitos internos no Islamismo, entre os grupos radicais e os mais moderados. 11 Após décadas de conflitos, guerras abertas e atentados, a região passa, já há algum tempo, por um delicado processo de paz. Interrompido por atentados e pelo assassinato de um dos líderes envolvidos nas negociações, mais uma cúpula foi realizada em outubro de 1998 nos Estados Unidos, dando origem a mais um acordo. As fraturas são seculares e difíceis de serem curadas. Estamos nos referindo às negociações de paz realizadas entre: a) Israel e OLP, representante dos palestinos b) Rússia e Estados Unidos c) Alemanha e França d) Índia e Paquistão e) Iraque e Irã 12 A questão racial tem sido muito debatida na atualidade. A Conferência Internacional sobre esse tema, organizada pela ONU e realizada em Durban, na África do Sul, teve seus objetivos distorcidos, não alcançando os resultados esperados: "Boa cansa, maus argumentos" ("Veja", p. 48, 12 set. 2001). No Brasil, discutem se projetos que visam o aumento do número de indivíduos negros nas universidades, por meio do estabelecimento de cotas. Alguns conceitos, interpretações, tendências ou posições podem prejudicar e até inviabilizar grandes e importantes decisões sobre a questão racial: I Avaliação das demais culturas, baseada na superioridade de um povo e de sua cultura, desvalorizando as por serem diferentes. II Movimento nacionalista voltado para a criação de um estado judeu, povoado pela imigração, e para a concentração de maior número de cidadãos numa comunidade autônoma. III Tendência à desvalorização de certos grupos (étnicos, culturais ou sociais) aos quais são atribuídas características consideradas inferiores em relação a outros grupos, sem base científica. É CORRETO afirmar que a) o "apartheid" exemplifica as ideias contidas no item I. b) a intifada exemplifica as ideias contidas no item II. c) o etnocentrismo corresponde às ideias contidas no item III. d) o sionismo corresponde às ideias contidas no item II. e) a civilização sínica é uma das consequências das ideias contidas no item III. 13 "Cinco vezes ao dia pára tudo no país. Até a globalização. São os momentos dedicados a Alá. O muçulmano ajoelha se e reza."("próxima Viagem", ago. 2000, pág. 70) "Miséria e falta de democracia, aliadas ao nacionalismo, fazem o caldo no qual nasce o radicalismo islâmico uma minoria na religião."("veja", 19 09 2001)

Nos trechos acima, pode se perceber as "duas faces" do islã: o islamismo religião, que prega o respeito por outras crenças e se define como religião de paz, e o islamismo fundamentalista. Todas as alternativas abaixo expressam um aspecto do fundamentalismo como um todo, EXCETO: a) Tal movimento entende os textos sagrados como única orientação para a própria organização da sociedade. b) O fundamentalismo, como movimento, não é exclusividade do mundo muçulmano, ocorrendo em outras religiões, inclusive no judaísmo. c) Se o "radicalismo islâmico", exemplificado em um dos textos acima, é uma "minoria na religião", é também insignificante como movimento. d) A existência de grupos fundamentalistas atualmente é que determina a origem de alguns conflitos ao redor do mundo. e) Uma das características do fundamentalismo islâmico, por exemplo, está na organização da sociedade regida pelo Alcorão. 14 :Responda a questão com base nas informações referentes a um dos espaços mais conflituosos do mundo. "Tornou se Estado em 1948, ampliando o seu território no ano seguinte. Chegou a incorporar a Faixa de Gaza na década de 60, devolvendo a oficialmente em 2005." O país a que o texto se refere é: a) Palestina. b) Afeganistão. c) Eritréia. d) Síria. e) Israel. 15 Em 25 de janeiro de 2006, o Hamas, grupo político palestino de posições e ações mais extremas, venceu as eleições para o parlamento Palestino derrotando o Fatah (considerado mais moderado), ligado à OLP e a Yasser Arafat, líder que faleceu em 2004. Essa vitória levou, entre outras coisas, à interrupção da ajuda financeira à região por parte de alguns países e organizações, entre os quais a União Européia. Essa reação se deve, sobretudo, ao fato de que o Hamas a) firmou tratados de paz e de cooperação econômica com Israel, dispensando, portanto, ajuda humanitária do ocidente. b) ascendeu como um movimento que tem práticas terroristas, cujo principal objetivo é a eliminação do Estado de Israel. c) tem íntimas relações com o Irã e a Arábia Saudita, os quais passaram a fornecer vultosos empréstimos financeiros e apoio militar e energético para a Palestina. d) recusa qualquer ajuda financeira que tenha origem no ocidente cristão, por ser um partido de extrema esquerda islâmico. e) organizou vários atentados terroristas na Europa e nos EUA, segundo a União Européia. 16 Os conflitos entre árabes, judeus e palestinos têm origem milenar, como milenar é a questão da soberania sobre os escassos recursos hídricos no Oriente Médio. Com base nos conhecimentos sobre o tema "tensões, conflitos, guerras", é correto afirmar que, na atualidade, há a) conflitos entre os judeus e curdos pelo controle das águas na escassa região do Sahel, dominada por vegetação de savana, que recebe uma precipitação entre 150 e 500 mm por ano. b) conflitos entre as nações palestina e israelense, pelo controle do aqüífero localizado no Rift Valley, com altitudes elevadas e depressões ou fossas tectônicas que deram origem a extensos lagos como o Tanganica, o Vitória e o Niassa. c) conflitos entre israelenses e palestinos pelo domínio das águas da bacia do rio Jordão e conflitos entre turcos, sírios e iraquianos pelo controle das bacias hidrográficas dos rios Tigre e Eufrates.

d) conflitos entre israelenses, sírios e libaneses, pelo domínio dos recursos hídricos das bacias hidrográficas dos rios Níger e Congo. e) conflitos entre turcos, árabes e palestinos pelo controle das águas dos sistemas lacustres do Tanganica e do Baikal. GABARITO: 1-E 2 A 3 D 4 C 5 18 6 D 7 A 8 C 9 E 10 C 11 A 12 D 13 C 14 E 15 B 16 C