Efeito de pontas e volumes de pulverização no controle químico de doenças do milho 1

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Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 40, n. 4, p. 533-538, out-dez, 2009 Centro de Ciências Agrárias - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil - www.ccarevista.ufc.br ISSN 1806-6690 Efeito de pontas e volumes de pulverização no controle químico de doenças do milho 1 Nozzle and spray volume effects on chemical control of maize diseases João Paulo Arantes Rodrigues da Cunha 2 * e Ricardo Gouveia Pereira 3 Resumo - A aplicação de fungicida na cultura do milho vem se tornando freqüente no campo. Nesse processo, a escolha e o uso adequado das pontas de pulverização são essenciais para seu sucesso. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes pontas (jato plano duplo, jato plano duplo com indução de ar, jato plano defletor e jato cônico vazio) combinadas com diferentes volumes de calda fungicida (70; 100 e 130 L ha -1 ) no controle de doenças na cultura do milho. Foram avaliadas a deposição de gotas no dossel da cultura em diferentes posições, a massa de 1000 grãos e a produtividade. Utilizou-se o hibrido precoce Maximus, tratado com o fungicida piraclostrobina + epoxiconazol, na dose de 0,75 L ha -1, na fase R1, com 20% de pendoamento. Para comparação, foi utilizada uma testemunha que não recebeu o produto. Empregou-se o delineamento em blocos casualizados, em esquema fatorial 4 x 3 + 1 (quatro pontas de pulverização, três volumes de calda e a testemunha), com 4 repetições. De acordo com os resultados, pode-se concluir que o tipo da ponta de pulverização não influenciou a produtividade da cultura. A utilização de pontas de jato plano defletor, nos maiores volumes de calda testados (100 e 130 L ha -1 ), proporcionou maiores valores de deposição de calda no dossel do milho. O fungicida avaliado propiciou controle das doenças, com reflexo na produtividade, que foi, em média, 16,3% superior à obtida na testemunha. Palavras-chave - Zea mays. Milho-doenças e pragas. Plantas-efeito de fungicidas. Fungicidas. Abstract - The fungicide application in the maize crop is becoming frequent. In this process, the choice and the correct use of spray nozzles are essential for its success. This work aimed to evaluate the efficiency of different nozzles (twin flat fan, twin air induction flat fan, turbo flat fan and hollow cone) combined with different spray volumes (70; 100 and 130 L ha -1 ) in the disease control of maize. Droplet deposition, 1000-grain weight and yield were evaluated. The early cycle hybrid Maximus was used and the fungicide pyraclostrobin+epoxiconazole was applied, in the dose of 0.75 L ha -1, in the R1 phase, with 20% of corn tassel formation. A control (non-treated plot) was used for comparison. A randomized complete-block design in a factorial model 4 x 3 + 1 (four spray nozzles, three spray volumes and the control) with 4 replications was used. The results showed that the type of spray nozzle did not affect maize yield. The use of turbo flat fan spray nozzle, in the higher tested spray volumes (100 and 130 L ha -1 ), provided greater values of spray deposition in maize canopy. The evaluated fungicide controlled the diseases, increasing maize yield, which was, on average, 16.3% greater than that obtained in the control. Key words - Zea mays. Maize-diseases and insects. Plants-fungicide effects. Fungicides. * Autor para correspondência 1 Recebido para publicação em 04/02/2009, aprovado em 04/11/2009 Pesquisa com financiamento parcial da FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais 2 Instituto de Ciências Agrárias, UFU, Campus Umuarama, Uberlândia-MG, Brasil, 38400-902, jpcunha@iciag.ufu.br 3 Instituto de Ciências Agrárias, UFU, Campus Umuarama, Uberlândia-MG, Brasil, 38400-902, ricardo_agroufu@yahoo.com.br

J. P. A. R. Cunha e R. G. Pereira Introdução O milho (Zea mays. L) é uma das culturas mais semeadas no mundo. Atualmente, com o incremento das áreas irrigadas e a adoção do sistema de plantio direto, muitas vezes com cultivos sucessivos de milho na mesma área, criaram-se condições ideais para o desenvolvimento de várias doenças, antes consideradas secundárias, destacando-se as doenças causadas por fungos (BRANDÃO, 2002). Até o início da década de 90, a única forma recomendada de controle das doenças do milho era o uso de cultivares resistentes. Atualmente, a crescente ocorrência de doenças no milho é limitante ao aumento da produtividade dessa cultura. O uso indiscriminado de cultivares susceptíveis, o advento do sistema de plantios consecutivos e a utilização incorreta de alta tecnologia, associados à ocorrência de clima favorável ao desenvolvimento de epidemias, contribuíram para o aumento da importância de doenças na cultura do milho e, conseqüentemente, do uso de fungicidas (BRITO et al., 2007; JULIATTI; SOUZA, 2005). Nesse contexto, na maioria das vezes dá-se muita importância ao produto fitossanitário a ser aplicado e pouca atenção à tecnologia de aplicação. Além de conhecer o produto a ser aplicado, também é necessário dominar a forma adequada de aplicação, de modo a garantir que o produto alcance o alvo de forma eficiente, minimizando-se as perdas e reduzindo a contaminação ambiental (BRADFORD et al., 2001; CUNHA et al., 2005; PROKOP; KEJKLÍCEK, 2002). A escolha e o uso adequado de pontas de pulverização são essenciais para a melhoria das condições de precisão e segurança na aplicação de agroquímicos (GULER et al., 2007; WOMAC et al., 1997). Segundo Johnson e Swetnam (1996), a seleção apropriada das pontas é o principal fator determinante da quantidade aplicada por área, da uniformidade de aplicação, da cobertura obtida e do risco potencial de deriva. Nos últimos anos, o uso de pontas de indução de ar, que geram gotas de maior tamanho, tem sido bastante incentivado pelo potencial de redução de deriva e boa eficácia em vários tratamentos (KNEWITZ et al., 2002). Contudo, existem poucos estudos a respeito de sua utilização para aplicação de fungicidas em culturas anuais. Outra variável importante na aplicação é o volume de calda. Nas décadas passadas, pouca atenção era dada à tecnologia de aplicação de pesticidas, pois o interesse consistia em molhar bem a cultura, o que se conseguia mediante um volume de calda bastante alto; atualmente, entretanto, existe tendência a se reduzir esse volume, visando diminuir os custos de aplicação e aumentar a eficiência da pulverização (SILVA, 1999). O uso de menor volume aumenta a autonomia e a capacidade operacional dos pulverizadores, no entanto requer um aprimoramento da tecnologia de aplicação (CUNHA et al., 2006). A eficácia do tratamento depende não somente da quantidade de material depositado sobre a vegetação, mas também da uniformidade de cobertura do alvo (JEON et al., 2004). De maneira geral, a deposição é menor nas partes mais baixas e internas do dossel das culturas. No caso de fungicidas, esta desuniformidade proporciona baixa eficácia no controle de doenças, principalmente no caso de fungicidas que requerem cobertura uniforme de toda a planta. Esse problema se acentua nas aplicações em que se utilizam pontas de jato plano que, em geral, produzem menor número de gotas por área e menor turbulência do que as pontas de jato cônico vazio. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes pontas e volumes de calda, empregados na aplicação de fungicida, no controle das doenças na cultura do milho. Material e métodos Este trabalho foi conduzido em campo, durante o ano agrícola de 2005/2006, no período das águas, em área experimental do Clube Amigos da Terra de Uberlândia (Fazenda Mandaguari Agropecuária), localizada no município de Indianópolis, MG, à altitude de 970 m, com declividade suave. A região apresenta temperatura média de 25ºC, precipitação em torno de 1200 mm ano -1 e umidade relativa do ar média entre 50 e 60% (inverno) e entre 80 e 90% (verão). O solo é classificado como Latossolo Vermelho-Escuro Eutrófico, com textura argilosa. Utilizou-se o híbrido de milho Maximus, da Syngenta Seeds, semeado no espaçamento entre fileiras de 0,45 m, com cerca de 3 plantas m -1 e estande final de 68800 plantas ha -1. A dessecação da área foi feita utilizando-se 5,0 L ha -1 de glifosato combinado com 0,5 L ha -1 de óleo vegetal. A adubação foi realizada utilizando-se 200 kg ha -1 de cloreto de potássio, em pré-semeadura, 300 kg ha -1 de MAP no plantio e 250 kg ha -1 de nitrogênio em cobertura, na forma de uréia, aos 35 dias após a emergência (DAE). Realizou-se o tratamento de sementes com a dose de 2 L do ingrediente ativo carbofuran para 100 kg de sementes. O controle de plantas daninhas e de insetos foi realizado usando-se agrotóxicos, aplicados nas doses recomendadas pelos fabricantes para a cultura. O ensaio foi conduzido no delineamento em blocos casualizados, com treze tratamentos e quatro repetições, em 534 Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 40, n. 4, p. 533-538, out-dez, 2009

Efeito de pontas e volumes de pulverização no controle químico de doenças do milho esquema fatorial (4 x 3 + 1), quatro pontas de pulverização (jato plano duplo, jato plano duplo com indução de ar, jato plano defletor e jato cônico vazio), três volumes de calda (70; 100 e 130 L ha -1 ) e um tratamento adicional que não recebeu fungicida. As parcelas experimentais foram constituídas de 24 linhas de 50 m de comprimento, espaçadas de 0,45 m entre linhas (540 m 2 de área). A largura de cada parcela correspondeu à metade da barra do pulverizador. Foi utilizado o fungicida piraclostrobin+epoxiconazol, na dose recomendada pelo fabricante de 0,75 L ha -1, em época pré-determinada de acordo com o ciclo vegetativo da cultura (Fase R1, com 20% de pendoamento). Tratase de um fungicida protetor, formulação concentrado emulsionável, na concentração de 133 g de piraclostrobina + 50 g de epoxiconazol por litro. Para a aplicação, utilizou-se um pulverizador hidráulico autopropelido com 23 m de barra, dotado de controlador eletrônico de pulverização, conferido anteriormente aos testes, por meio da determinação da velocidade de deslocamento e vazão das pontas de pulverização. A altura da barra em relação à cultura e o espaçamento entre bicos foram de 0,5 m. A pressão empregada foi de aproximadamente 340 kpa, para as pontas de jato plano, e 750 kpa, para a ponta de jato cônico vazio. O controlador realiza automaticamente pequenas alterações de pressão para compensar oscilações ocorridas na velocidade. Utilizaram-se pontas de pulverização hidráulicas: TT 110-02 (jato plano defletor), MAG 02 (jato cônico vazio), AD/D 110-02 (jato plano duplo) e AD-IA/D 100-02 (jato plano duplo com indução de ar). A velocidade de deslocamento do pulverizador foi de 8, 10 e 14 km h -1, respectivamente para os volumes de pulverização de 130; 100 e 70 L ha -1. Durante as aplicações, foram monitoradas a temperatura, a umidade relativa e a velocidade do vento. A avaliação da eficácia do fungicida no controle das doenças foi feita mediante a análise da produtividade e da massa de 1000 grãos, ao final do ciclo da cultura. Para a estimativa dessas duas variáveis, a área útil das parcelas colhidas foi de 4,5 m 2 (duas linhas com 5 metros lineares) e o teor de água dos grãos foi corrigido para 13% (b.u.). Para complementar as avaliações em campo, seguindo a recomendação de Halley et al. (2008), foi realizada a avaliação da densidade de gotas depositadas em cada tratamento que recebeu fungicida. Analisouse a distribuição por meio da quantificação das gotas depositadas em papéis hidrossensíveis (76 x 26 mm). Antes da pulverização, foram marcadas quatro plantas, escolhidas ao acaso em cada parcela e, em cada planta, foram colocadas três etiquetas de papel hidrossensível: uma na parte superior, outra na parte média e a terceira na parte inferior da planta, todas junto à face adaxial da folha. Posteriormente, foi feita a quantificação da deposição em cada etiqueta, procedendo-se a contagem do número de impactos por centímetro quadrado, de forma manual, com auxílio de uma lupa de aumento (10x). Não foram utilizados programas computacionais para contagem de gotas, tendo em vista o baixo contraste das etiquetas em virtude da alta umidade do ar no momento da aplicação. Os dados de deposição, em cada posição da planta, massa de 1000 grãos e produtividade foram submetidos à análise de variância e as médias das parcelas tratadas com fungicida foram comparadas entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de significância. Os dados de massa de 1000 grãos e produtividade das parcelas tratadas foram comparados com a testemunha utilizando-se o teste de Dunnett, ao nível de 5% de significância. Resultados e discussão A temperatura, a umidade relativa do ar e a velocidade do vento foram favoráveis, durante a aplicação do fungicida: temperatura inferior a 28 C, umidade relativa superior a 70% e velocidade do vento entre 1 e 3 m s -1. Na Tabela 1, apresentam-se as médias da densidade de gotas depositadas nas partes superior, média e inferior do dossel da cultura do milho, após a aplicação do fungicida. A interação entre ponta e volume de aplicação foi significativa nas três posições, indicando a dependência entre os dois fatores. O aumento do volume de calda proporcionou maior deposição de gotas em quase todos os tratamentos. De maneira geral, os maiores valores de deposição foram encontrados com a ponta de jato plano defletor, trabalhando com volume de calda de 130 L ha -1. A ponta com indução de ar mostrou-se inadequada para aplicação do fungicida, em virtude dos baixos valores de densidade de gotas encontrados. Ressalta-se que a ponta de jato cônico vazio foi eficiente na deposição de gotas, no entanto, deve-se chamar atenção para o risco potencial de deriva ocasionado pelas gotas muito finas geradas por essa ponta. Cunha et al. (2006), avaliando a deposição promovida por diferentes pontas na cultura da soja, constataram maior cobertura da parte inferior do dossel quando se empregaram pontas com tamanho de gota menor. Smith et al. (2000) também mostram as vantagens associadas ao uso de gotas de menor diâmetro com relação à cobertura do alvo pela aplicação de agroquímicos. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 40, n. 4, p. 533-538, out-dez, 2009 535

J. P. A. R. Cunha e R. G. Pereira Tabela 1 - Densidade de gotas depositadas (gotas cm -2 ) nas partes superior, média e inferior do dossel da cultura do milho, após a aplicação de fungicida com diferentes pontas de pulverização, em três volumes de calda Pontas Volume de calda (L ha -1 ) 70 100 130 Posição superior Média Cone vazio b87b a209a b187a 161 Defletor a143b a179b a265a 196 Jato plano duplo com indução de ar c17a c18a d17a 17 Jato plano duplo b81a b84a c121a 96 Média 82 123 148 Posição média Cone vazio b48c ab99b b145a 97 Defletor a83c a121b a228a 144 Jato plano duplo com indução de ar c5a c12a c26a 14 Jato plano duplo b39c b77b b155a 90 Média 44 77 139 Posição inferior Cone vazio ab11b b25a b33a 23 Defletor ab11c b25b a56a 30 Jato plano duplo com indução de ar b1a c3a c8a 4 Jato plano duplo a18b a45a c14b 26 Média 10 25 28 * Médias seguidas por letras distintas maiúsculas, nas linhas, e minúsculas, nas colunas, diferem significativamente entre si, a 5% de significância, pelo teste de Tukey Em geral, espera-se que o incremento do volume de aplicação propicie aumento do volume de calda retido até certo ponto, a partir do qual a superfície não mais retém o líquido, passando a ocorrer o escorrimento, o que não é desejável. Contudo esse valor é variável e depende de cada espécie vegetal. Em trabalho realizado por Derksen e Sanderson (1996), avaliando a influência do volume de calda (47 a 1870 L ha -1 ) na deposição foliar de agrotóxicos em poinsettia (Euphorbia pulcherrima), verificou-se melhor cobertura e menores variações de deposição ao longo do dossel com o uso dos maiores volumes de aplicação. Boschini et al. (2008) também mostram que as deposições de calda ocorridas no terço inferior da cultivar da soja são maiores à medida que se aumenta o volume de pulverização de 100 para 300 L ha -1. Observando-se os valores de deposição nas três partes do dossel, principalmente com a ponta de jato plano defletor no maior volume de pulverização, percebe-se que eles se encontram acima da densidade mínima recomendada para o controle de doenças utilizando fungicidas. Isso pode explicar o controle das doenças obtido nas aplicações do piraclostrobin + epoxiconazol, em campo. Vários autores citam o intervalo de 30 a 40 gotas cm -2 como a faixa mínima de cobertura do alvo para obtenção de bom controle de doenças com fungicidas sistêmicos (AZEVEDO, 2001; BARTHELEMY et al., 1990). O efeito das pontas e dos volumes de aplicação na produtividade e na massa de 1000 grãos de milho é mostrado na Tabela 2. Notou-se, pela análise de variância, que não houve diferença entre pontas e entre volumes. Somente houve diferença entre as parcelas tratadas e a testemunha. Desta forma, procedeu-se ao desdobramento desta interação, utilizando-se o teste de Dunnett (Tabela 3). Todos os tratamentos que receberam fungicida superaram a testemunha em produtividade, indicando controle de doenças. As diferenças induzidas pelos efeitos das pontas e volumes de calda nos níveis de controle foram insuficientes para afetar a massa dos grãos e o rendimento da cultura. 536 Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 40, n. 4, p. 533-538, out-dez, 2009

Efeito de pontas e volumes de pulverização no controle químico de doenças do milho Tabela 2 - Efeito do tipo de ponta de pulverização e do volume de calda, utilizados na aplicação de fungicida, na produtividade da cultura do milho e na massa de 1000 grãos Pontas Produtividade (kg ha -1 ) Massa de 1000 grãos (g) Volume de calda (L ha -1 ) Volume de calda (L ha -1 ) Média 70 100 130 70 100 130 Média Cone vazio 8976 9626 9614 9405a 281,20 295,33 292,62 289,72a Defletor 9163 10064 9662 9630a 290,16 293,94 299,94 294,68a Jato plano duplo com indução de ar 9067 9567 8244 8959a 281,68 293,17 291,15 288,67a Jato plano duplo 9074 10005 9886 9655a 290,64 293,42 292,31 292,12a Média 9070A 9816A 9352A 285,92A 293,97A 294,01A * Médias seguidas por letras distintas maiúsculas, nas linhas, e minúsculas, nas colunas, diferem significativamente entre si, a 5% de significância, pelo teste de Tukey A inexistência de diferença significativa na massa e no rendimento dos grãos, entre as parcelas tratadas com o fungicida, pode ser atribuída ao fato de, mesmo sendo significativas as diferenças entre a densidade de gotas depositadas com as diferentes pontas, ter-se trabalho com um fungicida sistêmico, e em condições climáticas favoráveis durante as aplicações. Condições extremas de temperatura, umidade e vento poderiam alterar os resultados encontrados, principalmente devido à deriva e evaporação das gotas pequenas. Cunha et al. (2006) também não encontraram diferenças significativas na produtividade da cultura da soja em função do uso de diferentes e pontas e volumes de calda. Não foram encontrados trabalhos estudando o efeito de pontas de pulverização na aplicação de fungicida na cultura do milho. A aplicação do fungicida promoveu um aumento médio de produtividade de 16,3% em relação à testemunha, evidenciando que a aplicação do fungicida Tabela 3 - Efeito comparativo da aplicação de fungicida na cultura do milho com diferentes pontas de pulverização, em diferentes volumes de calda, em relação à testemunha sem aplicação, na produtividade e na massa de 1000 grãos Pontas Volume de calda (L ha -1 ) Produtividade (kg ha -1 ) Massa de 1000 grãos (g) Cone vazio 70 8976* 281,20* Defletor 70 9163* 290,16* Jato plano duplo com indução de ar 70 9067* 281,68* Jato plano duplo 70 9074* 290,64* Cone vazio 100 9626* 295,33* Defletor 100 10064* 293,94* Jato plano duplo com indução de ar 100 9567* 293,17* Jato plano duplo 100 10005* 293,42* Cone vazio 130 9614* 292,62* Defletor 130 9662* 299,94* Jato plano duplo com indução de ar 130 8244* 291,15* Jato plano duplo 130 9886* 292,31* Testemunha 8091 269,67 * Médias seguidas por um asterisco diferem significativamente da testemunha, a 5% de significância, pelo teste de Dunnett Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 40, n. 4, p. 533-538, out-dez, 2009 537

J. P. A. R. Cunha e R. G. Pereira foi viável. Os resultados encontrados concordam com o trabalho de Juliatti et al. (2004). Os autores, estudando o controle de doenças do milho, mostraram o aumento de produtividade obtido com a redução da severidade das doenças proporcionada por alguns fungicidas. Conclusões A utilização de pontas de jato plano defletor, nos maiores volumes de calda testados (100 e 130 L ha -1 ), proporcionou maiores valores de deposição de calda no dossel do milho. Essa diferença, no entanto, não foi suficiente para promover incremento na produtividade da cultura. O tipo de ponta de pulverização (jato plano duplo, jato plano duplo com indução de ar, jato plano defletor e jato cônico vazio), bem como os volumes de calda utilizados na aplicação do fungicida piraclostrobina+epoxiconazol para o controle das doenças do milho, não influenciou a massa dos grãos e a produtividade da cultura. O fungicida avaliado propiciou controle das doenças, com reflexo na produtividade, que foi, em média, 16,3% superior à obtida na testemunha. Agradecimentos Ao Clube Amigos da Terra (CAT - Uberlândia) pelo auxílio na condução do experimento no campo e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo suporte financeiro. Referências AZEVEDO, L. A. S. Proteção integrada de plantas com fungicidas. São Paulo: Syngenta, 2001. 230 p. BARTHELEMY, P. et al. Choisir les outilis de pulverisation. Paris: Institut Technique des Céréales et des Fourrages, 1990. 160 p. BOSCHINI, L. et al. Avaliação da deposição da calda de pulverização em função da vazão e do tipo de bico hidráulico na cultura da soja. Acta Scientiarum. Agronomy, v. 30, n. 02, p. 171-175, 2008. BRADFORD, K. et al. Nozzle, spray volume, and adjuvant effects on carfentrazone and imazamox efficacy. Weed Technology, v. 15, n. 03, p. 485-491, 2001. BRANDÃO, A. M. Manejo da cercosporiose (Cercospora zeae-maydis Tehon & Daniels) e da ferrugem comum do milho (Puccinia sorghi Scw.) pelo uso da resistência genética,fungicida e épocas de aplicação. 2002. 169 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Curso de Pós- Graduação em Agronomia. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia. BRITO, A. H. et al. Efeito da cercosporiose no rendimento de híbridos comerciais de milho. Fitopatologia Brasileira, v. 32, n. 06, p. 472-479, 2007. CUNHA, J. P. A. R. et al. Avaliação de pontas de pulverização hidráulicas na aplicação de fungicida em feijoeiro. Ciência Rural, v. 35, n. 05, p. 1069-1074, 2005. CUNHA, J. P. A. R. et al. Controle químico da ferrugem asiática da soja em função de ponta de pulverização e volume de calda. Ciência Rural, v. 36, n. 05, p. 1360-1366, 2006. DERKSEN, R. C.; SANDERSON, J. P. Volume, speed and distribution technique effects on poinsettia foliar deposit. Transactions of the ASAE, v. 39, n. 01, p. 5-9, 1996. GULER, H. et al. Spray characteristics and drift reduction potential with air induction and conventional flat-flan nozzles. Transaction of the ASAE, v. 50, n. 03, p. 745-754, 2007. HALLEY, S. et al. Fungicide deposition measurement by spray volume, drop size and sprayer system in cereal grains. Applied Engineering in Agriculture, v. 24, n. 01, p. 15-21, 2008. JEON, H. Y. et al. Sprayer boom instrumentation for field use. Transaction of the ASAE, v. 47, n. 03, p. 659-666, 2004. JOHNSON, M. P.; SWETNAM, L. D. Sprayer nozzles: selection and calibration. Lexington: University of Kentucky, 1996. 6 p. JULIATTI, F. C. et al. Controle da feosféria, ferrugem comum e cercosporiose pelo uso da resistência genética, fungicidas e épocas de aplicação na cultura do milho. Bioscience Journal, v. 20, n. 03, p. 45-54, 2004. JULIATTI, F. C.; SOUZA, R. M. Efeito de épocas de plantio na severidade de doenças foliares e produtividade de híbridos de milho. Bioscience Journal, v. 21, n. 01, p. 103-112, 2005. KNEWITZ, H. et al. Drift-reducing spray application in orchards and biological efficacy of pesticides. Aspects of Applied Biology, v. 66, p. 231-236, 2002. Número Especial. PROKOP, M.; KEJKLÍCEK, R. Effect of adjuvants on spray droplet size of water. Research in Agricultural Engineering, v. 48, n. 04, p. 144-148, 2002. SILVA, O. C. Tecnologia de aplicação de fungicidas. In: CANTERI, M. G. et al. (Ed.). Principais doenças fúngicas do feijoeiro. Ponta Grossa: UEPG, 1999. p. 127-137. SMITH, D. B. et al. Droplet size and leaf morphology effects on pesticide spray deposition. Transactions of the ASAE, v. 43, n. 02, p. 255-259, 2000. WOMAC, A. R. et al. Comprehensive evaluation of droplet spectra from drift reduction nozzles. St. Joseph: ASAE, 1997. 47 p. (ASAE Paper, n. 97-10). 538 Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 40, n. 4, p. 533-538, out-dez, 2009