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Transcrição:

REVOLUÇÃO FRANCESA (1789-1799) Teve âmbito mundial, além de ter proporcionado enorme propagação das ideias iluministas, que por sua vez serviram de base para inúmeros processos de emancipação na América. É considerada o verdadeiro divisor de águas entre Idade Média e Idade Moderna. Causas A Revolução Francesa foi resultado de uma crise em todos os níveis. A França ainda era feudal e a produção agrária era primitiva, além da existência de servidão. Paris contava com o inchaço urbano mesmo antes de uma Revolução Industrial (falta de infraestrutura para a população), havendo muita sujeira, fome, violência, prostituição e alcoolismo, decorrentes dessa miséria urbana. O Estado absoluto francês estava caduco, ou seja, muito velho e impossibilitado de realizar mudanças, uma vez que era comandado por uma nobreza que defendia o status quo. O mercantilismo francês decaía, pois era baseado na produção de artigos de luxo, que não eram comprados, considerando-se os tempos de crise que se estava vivendo. Em 1788, a grande seca devastou a produção de trigo, que gerou um aumento absurdo no preço do pão produto mais consumido da época tornando inviável a sua compra. O processo inflacionário estava muito acelerado. A sociedade francesa era estamental, ou seja, composta por três Estados. O primeiro e o segundo estado não pagavam impostos e representava a minoria, enquanto o terceiro estado estava sobrecarregado com os impostos abusivos cobrados pelo rei a fim de cobrir as enormes despesas, principalmente com os gastos fúteis da corte (alienada).

Para solucionar a crise financeira e acalmar os ânimos burgueses, que inflamavam as camadas populares a fim de realizar uma revolução que lhe conferisse poder, os ministros sugeriram ao rei que abolisse alguns dos privilégios fiscais do primeiro e do segundo estados. Então o ministro do rei convocou a Assembleia dos Notáveis (primeiro e segundo estados) e repassou a proposta da criação de alguns impostos. O clero e a nobreza recusaram a proposta, o que ficou conhecido como Reação Aristocrática. Visando limitar o poder do rei, para retornar à situação de inexistência de ameaças aos seus privilégios (retomada do feudalismo do tipo medieval), a aristocracia pressiona Luis XVI para que convocasse os Estados Gerais (Parlamento), o que representava que seu poder absoluto estava caindo, pois o Parlamento fechado era um símbolo de poder. Para que o terceiro estado não se beneficiasse dessa convocação, nobreza e clero exigiram que fosse mantida a regra de que cada Estado tem direito a um voto. Dessa forma, unindo os votos do primeiro e do segundo estado, o terceiro estado nunca ganharia, o que era injustiça, pois o terceiro estado representava aproximadamente 96% da população. Diante dessa decisão, os representantes do terceiro estado abandonam o Parlamento, juram entregar uma nova Constituição e saem às ruas inflamando as camadas populares. A Reação Aristocrática foi a prova de que o Estado estava realmente caduco, caso contrário, teria aceitado a abolição de alguns privilégios fiscais e assim teria acalmado os ânimos da burguesia, que tendo os mesmos privilégios não teriam inflamado as camadas populares como último recurso e a Revolução poderia ter sido evitada. Dessa forma, a Reação acelerou o processo revolucionário. Em 14 de julho de 1789, revolucionários tomaram e derrubaram a Bastilha, símbolo do poder absoluto do rei. Rapidamente chagaram ao campo as notícias da Revolução, que contou com a adesão de servos e camponeses insatisfeitos com a miséria na qual viviam. Apesar de mal organizados e precariamente armados estavam em grande número e disseminaram a violência, invadindo castelos e matando nobres que ofereciam resistência. Com medo,

nobres contrataram exércitos mercenários, tornando a coisa uma carnificina. Esse conjunto de episódios violentos ficou conhecido como o Grande Medo. Fases Assembleia Nacional Em 1790 a burguesia entrega a Constituição prometida, que determinava que a França era uma Monarquia Constitucional (mais conservadora). Com isso, o poder absoluto do rei passa a ser limitado pela Constituição de caráter iluminista. Além disso, a burguesia exige a convocação de uma eleição para a formação de uma Assembleia oficial, uma vez que o fim do absolutismo invalidou os Estados Gerais e a Assembleia Constituinte formada pela burguesia não era oficial. A nova Assembleia deveria estar de acordo com os interesses da burguesia. A Constituição previa o voto censitário. Publica-se a Constituição Civil do Clero, que determinava o fim dos privilégios dos membros do clero e do poder da Igreja. Publica-se também a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, que determinou que todos são iguais perante a lei, conferindo também à sociedade civil os Direitos Naturais (grande semelhança com a carta da ONU). Houve também a abolição dos privilégios feudais e, consequentemente, do feudalismo e da sociedade estamental. Na eleição da Assembleia destacaram-se dois partidos: Girondinos (alta burguesia) Jacobinos (média e baixa burguesia) Os girondinos vencem e sobem ao poder. Convenção Nacional Quando os girondinos sobem ao poder, proclamaram a República e montaram uma Assembleia, denominada Convenção Nacional. Sofreram um golpe de estado dos jacobinos, que sobem ao poder sob o comando de Roberpierre, num governo conhecido como Fase do Terror.

Robespierre era um ditador ferrenho, porém tinha projetos e promessas populares. Prometeu a primeira divisão de terras do interior, manteve a República, acabou com a escravidão nas colônias francesas e guilhotinou a família real em praça pública, além de estabelecer o voto universal masculino. Entretanto, por ter governado pouco tempo, não conseguiu cumprir sua promessa de aumento dos empregos e de salários e, diante disso, os girondinos facilmente inflamaram o povo contra seu governo, que perdeu apoio. Foi um governo que se pretendeu popular já muito ditador. Girondinos dão um golpe na Convenção Nacional, dissolvendo-a e derrubando os jacobinos à Reação Termidoriana. Diretório Quando subiram ao poder, girondinos passaram a governar numa estrutura chamada Diretório. Essa estrutura não foi votada, foi uma escolha feita a portas fechadas. Foi um retrocesso, uma vez que acabou com a publicidade das Assembleias, as decisões eram impostas à sociedade, havia autoritarismo e ditadura, acabou com as medidas populares feitas por Roberspierre e, por ser um governo fechado, havia muita corrupção. Nesse governo houve muitas reações como a Conspiração dos Iguais, liderada pelo jacobino Graco Babeúf, que pretendia dar um golpe de estado no Diretório e estabelecer um governo jacobino realmente popular. O movimento foi denunciado e abortado. Entre os girondinos, havia a ala conservadora e a ultraconservadora. Comandada por Sieyes, a ala ultraconservadora pretendia dar um golpe na conservadora para fazer um governo mais duro. Para isso, chamaram Napoleão Bonaparte, um grande militar e estrategista, e propuseram a ele o governo da França em nome dos girondinos. Napoleão aceita e derruba o diretório através do golpe que ficou conhecido como 18 de Brumário. O principal instrumento usado pela burguesia para conter os avanços populares foi o golpe de estado.

A Revolução Francesa tomou rumos populares contra a vontade da burguesia à o grande medo, medidas populares de Roberpierre, Conspiração dos Iguais, etc.