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Transcrição:

PROPRIEDADE INDUSTRIAL Os Direitos Industriais são concedidos pelo Estado, através de uma autarquia federal, o Instituo Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O direito a exploração exclusiva do objeto da patente ou registro nasce a partir do ato concessivo correspondente. PROPRIEDADE INTELECTUAL, PROPRIEDADE INDUSTRIAL E DIREITO AUTORAL A propriedade intelectual é um ramo do direito que protege as criações intelectuais, facultando aos seus titulares direitos econômicos os quais ditam a forma de comercialização, circulação, utilização e produção dos bens intelectuais ou dos produtos e serviços que incorporam tais criações intelectuais, ou seja, é um sistema criado para garantir a propriedade ou exclusividade resultante da atividade intelectual nos campos industrial, científico, literário e artístico e possui diversas formas de proteção. As suas vertentes principais são: Direito Autoral: É o direito que protege trabalhos publicados e não publicados nas áreas da literatura, teatro, música e coreografias de dança, filmes, fotografias, pinturas, esculturas e outros trabalhos visuais de arte como programas de computador (softwares). O direito autoral protege a expressão de idéias e reserva para seus autores o direito exclusivo de reproduzir seus trabalhos. A proteção aos direitos autorais não requer nenhum tipo de registro formal. Tratam-se de direitos exclusivos e monopolísticos. Propriedade Industrial: Diferentemente dos direitos autorais, os direitos de propriedade industrial (marcas, patentes, desenhos industriais e indicações geográficas) dependem, segundo a legislação brasileira, de registro constitutivo de direitos, tramitado perante o INPI. Cabe ao Poder Público, portanto, analisar se todos os requisitos legais foram obedecidos, para só então conceder o direito de propriedade intelectual respectivo, tais como: concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade; registro de desenhos industriais; registro de marcas; repressão às falsas indicações geográficas; repressão à concorrência desleal.

HISTÓRICO A discussão sobre a necessidade de uma proteção internacional a propriedade intelectual surgiu pela primeira vez em Viena, 1873, a partir de um manifesto de expositores que se recusavam a participar de um Salão Internacional de Invenções, por acreditarem não haver formas de garantir que outros inventores se apropriassem de suas idéias obtendo lucros com a exploração em outros países. Anteriormente houve fatos importantes que serviram como fonte de reflexão sobre a proteção internacional de propriedade intelectual, foi o caso da iniciativa de Estados que passaram individualmente a proteger a Propriedade Intelectual, como o Estado de Veneza que aprovou lei de patentes em 1474, e até mesmo o Brasil, que foi o quarto país do mundo a estabelecer proteção dos direitos do inventor pelo Alvará do Príncipe Regente de 28 de janeiro de 1809. Após esta conjuntura de debates e de busca dos Estados Soberanos de proteger as criações do produzidas em seu território nacional, foi estabelecida a primeira Convenção Internacional sobre Propriedade Intelectual, qual seja, a Convenção de Paris, em 1883, que estabeleceu a independência da concessão entre os países, o tratamento igual entre nacionais e estrangeiros e o direito a prioridade para depositar o mesmo pedido em outros países signatários da Convenção, em seguida o Direito Internacional Público produz mais uma fonte para regulamentar a Propriedade Intelectual no âmbito internacional, a Convenção de Berna sobre Direitos Autorais. LEI DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL - 9.279 Criada para proteger as invenções industriais, ou seja, as que consistem em um novo produto ou processo concebido de uma nova relação de causalidade não encontrável na natureza, a lei de propriedade industrial, Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, permite tirar patente de uma invenção que possua os seguintes requisitos: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial (art. 8º). A suficiência descritiva é tida também pela doutrina como requisito indispensável. PATENTES São títulos de propriedade temporária, outorgados pelo Estado a criadores ou inventores de novos produtos, processos ou aperfeiçoamentos que tenham aplicação

industrial. Para obtenção do título é necessário depositar o pedido de patente no escritório de patente do país em que se deseja comercializar e proteger a invenção. No Brasil o órgão responsável pelo registro é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A autoria da patente pertence à(s) pessoa(s) física(s) denominada(s) inventor(es). O titular ou proprietário da patente é o depositante, que poderá ser o próprio inventor (pessoa física), ou seus herdeiros ou sucessores, ou a empresa (pessoa jurídica) para a qual trabalha ou para quem foi criado o invento. Ao titular da patente (seja ele o próprio inventor ou a instituição depositante), é concedido o direito de impedir terceiros de explorar, usar, comercializar, colocar à venda, etc., a sua criação. Requisitos de Patenteabilidade Novidade: considerado novo quando não revelado ao público, isto é, quando não divulgado de qualquer forma, escrita ou falada, em qualquer meio de comunicação, apresentado em feiras ou mesmo comercializado em qualquer parte do mundo. A partir da lei 9.279/96, a divulgação ocorrida até um ano antes da data de depósito pelo próprio inventor ou por pessoa por ele autorizada, seja em exposições, palestras ou publicações, não é considerada como quebra de novidade (Art. 12). Entretanto, essa é uma cláusula o denominado período de graça, presente apenas na lei brasileira, podendo ser questionada em outros países; Utilidade Industrial: o invento deve ser passível de fabricação para o consumo, através de produção em série, ou pelo menos, aplicável em um ramo da indústria; Atividade Inventiva ou ato inventivo: constituir produto ou processo totalmente novo, sem precedentes no mercado ou, que apresente uma melhora funcional significativa em comparação ao que existe no mercado. Tipos de patentes Patentes de Invenção: avanços do conhecimento técnico que combinem atividade inventiva e aplicação industrial. Validade: 20 anos (contados da data de depósito); Modelo de Utilidade: nova forma ou disposição de objeto de uso prático, com aplicação industrial, que represente melhoria funcional de produto ou processo já existente. Caracterizado como um ato inventivo. Validade: 15 anos (contados da data de depósito).

Pode ocorrer, todavia, de o procedimento junto ao INPI demorar bastante para se encerrar, em razão, por exemplo, de pendência judicial. Foi por isso que a LPI estabeleceu, no parágrafo único do art. 40, que o prazo de vigência não será inferior a 10 (dez) anos para a patente de invenção e a 7 (sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido de proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior. Assim, por exemplo, se uma patente só for concedida 15 (quinze) anos após o respectivo depósito, nesse caso ela ainda terá vigência por mais 10 (dez) anos após a sua concessão. A lei procurou garantir que o inventor usufrua seus direitos por um prazo razoável, impedindo que o atraso na apreciação de pedido, algo não imputável a ele, não lhe traga prejuízos. Procedimento Depositado o pedido, o mesmo permanecerá em fase de sigilo durante o período de 18 (dezoito) meses, contados da data de seu depósito ou da prioridade mais antiga. Esse período de 18 meses poderá ser reduzido a qualquer tempo, com o objetivo de agilizar a tramitação do pedido e consequentemente ter a Carta Patente ou Certificado de Adição concedido em um espaço de tempo menor. Após o período de sigilo, o pedido será publicado. Após a publicação do pedido de patente e até o final do exame, qualquer interessado poderá apresentar documentos e informações para subsidiarem o exame. O exame do pedido de patente deverá ser requerido pelo depositante, ou por qualquer interessado, no prazo de 36 (trinta e seis) meses, contados da data do depósito, sob pena do arquivamento do pedido. Durante a fase de exame, o INPI realiza uma busca de anterioridade e analisa o resultado dessa busca e as possíveis oposições (petições de subsídios ao exame) apresentadas; com base nessa análise, o examinador poderá formular exigências ao depositante, que deverão ser atendidas ou contestadas no prazo de 90 (noventa) dias da data da publicação. Após o atendimento das exigências, ou no caso de não haver exigências, o INPI dará decisão no pedido de patente, que poderá ser o seu deferimento, indeferimento, ou arquivamento. Após o deferimento, o depositante deverá recolher taxa para expedição da Carta Patente/Certificado, no prazo de 60 (sessenta) dias. Se o pedido for indeferido ou arquivado indevidamente, caberá recurso, no prazo de 60 (sessenta) dias; e após a comprovação do

recolhimento da taxa de expedição, será notificada a concessão da Carta Patente/ Certificado, sendo que da data dessa última publicação, terá início o prazo de 6 (seis) meses para a instauração de processo administrativo de nulidade, por terceiros. Não sendo instaurado o processo administrativo de nulidade, o INPI irá entregar a Carta Patente ou o Certificado correspondente. Licença Voluntária Além da cessão de direitos, o titular da patente ou do pedido de patente pode celebrar contrato de licença para que terceiro realize e explore a invenção ou modelo de utilidade. O documento que autoriza esse uso pode ser público ou particular. O próprio INPI pode ser utilizado como instrumento para oferecimento da licença: a lei autoriza que o órgão público, sempre a pedido do titular da patente (nunca do licenciado deste), promova a publicação de edital de oferta oferecendo a licença para fins de exploração por terceiros. Licença Compulsória É uma medida legal usada para se evitar situações de exercício abusivo de uma propriedade industrial, obrigando o seu titular ao licenciamento, sob pena de perda de direito. Ela é usada, por exemplo, quando o titular de uma patente a detém apenas como reserva de mercado, não produzindo e não deixando que outrem a produza. O principal objetivo da licença compulsória é salvaguardar o interesse social, evitando-se abuso de poder econômico. A licença compulsória poderá ser requerida após três anos da concessão do privilégio e só não é efetivada se, à data da solicitação da licença, o titular justificar o desuso por razões legítimas, comprovar a realização de preparativos para o início da exploração ou justificar a não comercialização do objeto do privilégio por obstáculos de ordem legal. PATENTE PIPELINE As patentes pipeline estão previstas nos artigos 230 e 231 da Lei 9.279/96 - a Lei brasileira de Propriedade Industrial (LPI) os quais possibilitaram depósitos de patentes em campos tecnológicos para os quais o Brasil não concedia patentes até então (principalmente medicamentos e alimentos).

DESENHO INDUSTRIAL A lei de propriedade industrial (art. 95) define desenho industrial como a forma plástica ornamental de um objeto, ou o conjunto ornamental de linhas e cores, que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial. A validade do registro é de dez anos, contados da data do depósito, prorrogáveis por três períodos sucessivos de cinco anos cada (art. 108). Tem o INPI como órgão responsável pela concessão e, da mesma forma que as patentes e marcas, é regulado pela lei nº 9.279/96. Requisitos Novidade: o desenho industrial deve apresentar um resultado visual novo e original; Utilização ou aplicação industrial: deve servir de TIPO para fabricação industrial; Unidade do desenho industrial: o desenho industrial terá que se referir a um só objeto, sendo permitido uma pluralidade de variações se elas se destinarem ao mesmo propósito e se mantiverem a mesma característica principal; Variações: cada pedido poderá apresentar até 20 variações. Procedimento Faz-se necessária a apresentação de um pedido de registro junto ao INPI, contendo os requisitos previstos no art. 101. Apresentado o pedido, será realizado um exame formal preliminar para verificar se o pedido está devidamente instruído. Em sendo o caso, será protocolizado, considerada a data de depósito a da apresentação, conforme o art. 102. Não se pode deixar de notar que os documentos que integram o pedido devem estar em língua portuguesa. O desenho deverá representar clara e suficientemente o objeto e suas variações, se houver, de modo a possibilitar sua reprodução por técnico no assunto. Depositado o pedido de registro industrial e verificado o atendimento aos requisitos previstos na lei (não se tratar de objeto não registrável, apresentar toda a documentação exigida e se trata de apenas um único objeto), será automaticamente publicado e simultaneamente concedido o registro, expedindo-se o respectivo certificado. A requerimento do depositante, por ocasião do depósito, poderá ser mantido em sigilo o pedido, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data do depósito, após

o que será processado. Se o depositante se beneficiar de prioridade, aguardar-se-á a apresentação do documento de prioridade para o processamento do pedido. Caso o objeto seja não registrável, o pedido de registro deve ser indeferido. Entretanto, tratando-se de problemas relativos à documentação ou à configuração, será formulada exigência que deve ser atendida em 60 dias, sob pena de arquivamento definitivo. MARCA Qualquer figura, nome ou símbolo que possa ser identificado visualmente e que serve para distinguir um determinado produto ou serviço dos demais existentes no mercado. Possui validade de dez anos, contados da data de concessão do registro, prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos. Se não houver prorrogação, o registro será extinto e o sinal, em princípio, estará disponível. A legislação brasileira (Art. 123 da Lei 9.279/96) institui três tipos de marcas, de acordo com as finalidades de uso: Marca de produtos ou serviço: usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa; Marca de certificação: usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada; Marca coletiva: usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade. Quanto à forma de apresentação Nominativa: quando constituída apenas de palavras, letras ou algarismos, desde que estes elementos não se apresentem sob forma fantasiosa ou figurativa; Figurativa: apresentada sob a forma de desenho, imagem, figura ou qualquer outra forma fantasiosa de letra e número isoladamente; Mista: formada pela combinação de elementos nominativo e figurativo ou de elemento nominativo de forma isolada; Tridimensional: constituída pelo formato de produto ou da embalagem, cujo modelo tenha capacidade distintiva em si mesma e esteja dissociada de efeito técnico.

Procedimento Trata-se de processo administrativo efetuado junto ao INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial, órgão federal. Com o registro efetivamente concedido será assegurado o direito de explorar com exclusividade em todo o território nacional a expressão protegida em seu ramo de negócios. O procedimento de registro, em um processo dito normal, será submetido a duas etapas básicas, sendo a primeira, o pedido de registro, procedimento que efetuaremos imediatamente após a concretização de nosso acordo comercial. Tal pedido de registro lhe dará o direito de preferência ao registro, referenciado a partir do exato momento que for transmitido ao órgão, (identificado por data e hora). Após suas etapas processuais, sendo na atualidade em um prazo médio de 30 meses será publicado o parecer do exame de mérito, momento em que caso sendo deferido seu pedido, deveremos recolher as taxas finais e sequencialmente o INPI irá publicar a concessão do mesmo que terá prazo de vigência por 10 anos contados da data da concessão, podendo ser prorrogado infinitas vezes por períodos iguais e sucessivos. Em nosso país, na atualidade, é adotada a classificação internacional de produtos e serviços compreendendo 45 classes, sendo que cada procedimento de registro de marca pode elencar uma única classe, portanto, em determinados ramos de negócios poderá ser necessário ingressar com mais de um procedimento de registro a fim de angariar completa proteção no ramo de negócios de atuação. O pedido de registro poderá simultaneamente proteger tanto o elemento nominativo quanto o elemento figurativo, sendo a dita marca de apresentação MISTA. Antes de ingressar com o procedimento de registro, deve-se efetuar uma pesquisa prévia de anterioridade junto a base de dados de marcas do órgão, com o propósito de obter-se uma perspectiva da viabilidade do registro. Cumpre salientar, que tal busca não garante o êxito no procedimento de registro, apenas nos remeterá ao entendimento da viabilidade de registro, mediante aos procedimentos que já foram publicados pelo órgão, pois no momento do exame do pedido, o INPI efetuará a pesquisa oficial e publicará o parecer acerca da registrabilidade do sinal.

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS Associam a prestação de determinado serviço ou a fabricação, produção ou extração de determinado produto a um local conhecido. De acordo com a lei brasileira (art. 176), constitui indicação geográfica a indicação de procedência ou a denominação de origem. Indicação de procedência: nome geográfico de um país, cidade, região ou uma localidade de seu território, que se tornou conhecido como centro de produção, fabricação ou extração de determinado produto ou prestação de determinado serviço (art. 177); Denominação de origem: nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos (art. 178). A indicação geográfica é uma forma de agregar valor e credibilidade a um produto ou serviço, conferindo-lhes um diferencial de mercado em função das características de seu local de origem. Uma vez reconhecida, a indicação geográfica só poderá ser utilizada pelos membros daquela localidade que produzem ou prestam serviço de maneira homogênea.