Sinopse Patricia Petromilli Nordi Sasso Garcia * Abstract José Eduardo Sampaio ***

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AVALIAÇÃO DA COOPERAÇÃO COM O RETORNO PERIÓDICO DE PACIENTES SUBMETIDOS À TERAPIA PERIODONTAL Sinopse Patricia Petromilli Nordi Sasso Garcia * Mateus Moreira de Lázari ** Abstract José Eduardo Sampaio *** file:///d /2002/novembro/aval_coo/aval_coo.html (1 of 12)18/10/2007 12:25:25

SINOPSE O presente trabalho objetivou avaliar o grau de cooperação do paciente para a terapia de suporte em pacientes submetidos à tratamento periodontal. Para a realização deste trabalho foram selecionados 53 pacientes tratados em consultório odontológico de um periodontista, no período de julho de 1997 a junho de 2000, totalizando 36 meses de observações. Esses pacientes receberam terapia periodontal ativa e foram instruídos a retornar para terapia de manutenção num intervalo de 4 meses. A cooperação com o retorno foi file:///d /2002/novembro/aval_coo/aval_coo.html (2 of 12)18/10/2007 12:25:25

classificada como completa, irregular e ausente. Os resultados mostraram que apenas 16,9% cooperaram completamente com o intervalo de retorno recomendado. A cooperação irregular foi desenvolvida por 64,1% dos pacientes e 18,8% nunca retornaram ao consultório odontológico para a terapia de manutenção. Mediante a metodologia aplicada conclui-se a cooperação dos pacientes com o tratamento de manutenção deve ser melhorada. UNITERMOS: doença periodontal/tratamento, cooperação do paciente ABSTRACT The purpose of this study was to determine patient s compliance with supportive periodontal treatment (SPT). The study covered a period of 36 months (1997 to 2000) and included 53 patients of private periodontal practice. These patients received active periodontal treatment and were instructed to return for maintenance therapy at 4 months intervals. The compliance was classified in complete, erratic and none. The results showed that only 16.9% complied with recommended maintenance schedules. Erratic compliance was found in 64.1% of the patients and 18.8% never reported any maintenance therapy. These results suggest that compliance with maintenance would be improved. KEY WORDS: Periodontal disease/therapy; patient s compliance INTRODUÇÃO O objetivo principal da terapia de manutenção, caracterizada pelos retornos periódicos, é assegurar ao paciente um ótimo nível de controle de placa tanto supragengival quanto subgengival. Para que isso aconteça, durante essa terapia deve-se promover a reeducação e remotivação do paciente, encorajando-o a manter ótimos níveis de higiene bucal. Além disso, a remoção de placa e tártaro supra e subgengival mediante a raspagem e polimento periódicos diminuem o risco de recidiva da doença periodontal. Um outro aspecto muito importante no que diz respeito aos cuidados de manutenção preventiva é o diagnóstico precoce da doença em estágios iniciais. 20 Quando a terapia periodontal ativa é concluída, a responsabilidade pela manutenção é bilateral, ou seja, tanto do paciente quanto do profissional. Do paciente espera-se que este coopere com as instruções que lhe são prescritas no que diz respeito ao controle de placa bacteriana e retorne ao consultório odontológico na freqüência que lhe foi recomentada. Ao cirurgião-dentista cabe a tarefa de controlar o paciente. 14,15 Entretanto, pesquisas mostram que a cooperação do paciente com o tratamento periodontal de suporte não apresenta níveis adequados. 1,3,4,5,10,11,19,21,25,26 WILSON JR. et al., 24 em 1984, determinaram a cooperação para a manutenção de saúde periodontal de 961 pacientes, portadores de inflamação crônica, de um consultório particular, num período de 8 anos. Estes pacientes receberam terapia file:///d /2002/novembro/aval_coo/aval_coo.html (3 of 12)18/10/2007 12:25:25

ativa e, durante esta fase, foram conscientizados da importância de retornos periódicos. Após ela, os indivíduos foram inseridos num sistema de retornos a cada três meses, o qual posteriormente poderia ser modificado, de acordo com as necessidades de cada um. A época do retorno era notificada aos pacientes por meio de postagem de cartas ou telefonemas. A cooperação com as recomendações de retorno foi classificada em completa (quando paciente havia comparecido a todos os períodos fixados), irregular (o paciente retornava indisciplinadamente) e nula (paciente que não retornou para a manutenção). Por meio desta análise, puderam verificar que dos pacientes examinados, apenas 16% fizeram um retorno completo, 49% retornaram irregularmente e 35% não retornaram. MENDOZA et al., 12 em 1991, investigaram o grau de cooperação com o tratamento periodontal de suporte (SPT) de pacientes de consultório particular, para determinar possíveis diferenças entre as características dos pacientes com compliance, e as dos sem compliance. Para tanto, 637 pacientes foram divididos em 2 grupos: o de compliance e o de não compliance. Os deste último foram avaliados através da aplicação de um questionário. Somente 36% dos pacientes da amostra inicial foram encontrados com compliance no final de l989. Dos pacientes de não compliance, 75% não procuraram mais tratamento por considerarem desnecessário o retorno a um especialista e 60% consideraram o tratamento caro. Frente a isso, o presente trabalho objetivou avaliar o grau de cooperação do paciente com o retorno ao consultório odontológico para terapia de suporte em pacientes submetidos a tratamento periodontal, bem como determinar a periodicidade de retorno desenvolvida por eles. MATERIAL E MÉTODO Para a realização deste trabalho foram selecionados pacientes tratados em um consultório odontológico de um periodontista, num período de julho de 1997 a junho de 2000, totalizando 36 meses de observações. Um total de 53 pacientes foram estudados, sendo que 32 (60,38%) pacientes eram do sexo feminino e 21 (29,62%) do sexo masculino. A idade da população estudada variou de 17 a 68 anos de idade, e a idade média foi de 44,22 anos. A obtenção dos dados para a avaliação da conduta de retorno baseou-se no exame criterioso das fichas clínicas dos pacientes selecionados no período acima referido. Para isto foi utilizado um "mapa de retorno" proposto por GARCIA et al., 6 contendo, na sua primeira coluna, a identificação do paciente; na segunda, a idade do paciente; na terceira, o sexo; na quarta, a primeira data avaliada; na quinta, a data da conclusão do tratamento da primeira data; na sexta, a data do primeiro retorno; na sétima, a data de conclusão do tratamento do primeiro retorno e assim sucessivamente, como pode ser visto na Figura 1. Identificação Depto Ramal 1 a data final retorno 1 final retorno 2 final file:///d /2002/novembro/aval_coo/aval_coo.html (4 of 12)18/10/2007 12:25:25

Figura 1 - Mapa de retorno Desta forma, ficou estabelecido que a primeira data avaliada se referiria visita do paciente ao consultório odontológico para tratamento periodontal básico, de 1 o de julho a 31 de dezembro de 1997, e os retornos expressariam as datas subseqüentes até 30 de junho de 2000. A avaliação das fichas clínicas baseou-se especificamente na análise da planilha de procedimentos executados, que contém uma coluna inicial para marcação da data da realização do trabalho e uma outra coluna, na qual se descrevem os procedimentos executados no referido dia. Para que a primeira data avaliada fosse registrada, a coluna de procedimentos executados deveria conter a descrição de exame clínico inicial, sendo desprezadas as datas dos demais procedimentos. A partir desta primeira data, as demais passaram a ser consideradas como consultas de retorno, utilizando-se o critério anteriormente descrito. A cooperação com o retorno foi classificada como completa, quando paciente tivesse retornado pelo menos até 80% das vezes prescritas pelo profissional; irregular, quando o paciente tivesse ido ao consultório odontológico apenas quando julgasse necessário, não levando em consideração as recomendações do cirurgião-dentista; e ausente, quando o paciente não voltou ao consultório odontológico para a terapia manutenção. Convém salientar que durante a terapia ativa, a importância do retorno periódico para a manutenção foi repetidamente enfatizada aos pacientes, tanto verbalmente quanto por escrito. A freqüência de retorno adotada pelo periodontista era de 4 meses. Na época de retorno o profissional utilizava-se de carta e telefonema para relembrar o paciente que havia chegado o período que em ele deveria voltar ao consultório odontológico. RESULTADOS Após a coleta dos dados, obteve-se os resultados apresentados a seguir. file:///d /2002/novembro/aval_coo/aval_coo.html (5 of 12)18/10/2007 12:25:25

Fig.2: Cooperação com o retorno. No gráfico da Figura 2, pode-se observar a cooperação com o retorno dos pacientes estudados. Verifica-se que dos 53 pacientes, 9 (16,98%) apresentaram cooperação completa, 34 (64,15%) irregular e 10 (18,87%) ausente. A periodicidade de retorno praticada pelos pacientes também foi calculada, e pode ser visualizada no gráfico da Figura 3, a seguir. A Fig.3: Periodicidade de retorno praticad. Encontrou-se que da população total avaliada, 16,98% dos pacientes retornaram file:///d /2002/novembro/aval_coo/aval_coo.html (6 of 12)18/10/2007 12:25:25

na época recomendada (1 a 4 meses); o intervalo de 5 a 8 meses foi desenvolvido por 28,30% dos pacientes; 22,64% apresentaram um intervalo de manutenção de 9 a 12 meses e 32,08% de 13 a 36 meses. Verifica-se que a maioria dos pacientes estudados não recebeu cuidados de manutenção no intervalo recomendado. DISCUSSÃO A terapia periodontal de suporte apresenta-se como uma fase essencial para o sucesso do tratamento, com efeito profundamente positivo para a manutenção da saúde periodontal. 2,7,9 Vários estudos têm confirmado a efetividade das visitas periódicas ao consultório odontológico demonstrando que os pacientes que retornaram regularmente para o cuidado profissional apresentaram melhor saúde periodontal ao longo do tempo, do que aqueles que não se integraram ao regime de manutenção. 1,5,10,13,20,21,22,25 Em virtude disso, de acordo com TONETTI et al., 23 em 1998, para que seja bem sucedida, a terapia de manutenção deve ser adequadamente planejada e executada. Neste estudo observou-se que a cooperação com o retorno foi baixa, com somente 16,98% dos pacientes retornando completamente para a SPT. Essa baixa porcentagem de pacientes com cooperação completa também foi observada por MENDONZA et al., 12 WILSON JR et al., 24,25 CHECCHI et al., 3 NOVAES JR et al., 15,16 NOVAES et al., 14 NOVAES JR & NOVAES 17,18 e GARCIA et al. 6,9 A alta porcentagem de pacientes que nunca retornaram após a terapia ativa ou abandonaram o tratamento periodontal de suporte (SPT) é resultado de uma mentalidade curativa da maioria dos pacientes. Eles somente procuram tratamento quando sinais e sintomas da doença tornam-se visíveis. 6,7,8 Por outro lado, também é responsabilidade do profissional que a cooperação com o retorno periódico não seja favorável, pois normalmente eles são relutantes em adotar técnicas educacionais e motivacionais inovadoras em sua prática diária. 2,6 Além do nível de cooperação com o retorno, a periodicidade desenvolvida pelos pacientes também foi analisada. Verificou-se que o intervalo de retorno recomendado pelo periodontista (4 meses) foi realizado por pequeno número de pacientes. Tal fato também foi observado por WOOD et al., 26 ÖDMAN & KARLSON 19 e GARCIA et al. 6,9 Esses resultados são preocupantes, pois o fator tempo tem sido sugerido como determinante na mortalidade dos dentes, sendo que a destruição periodontal aumenta quanto mais longo for o intervalo de retorno. 11 file:///d /2002/novembro/aval_coo/aval_coo.html (7 of 12)18/10/2007 12:25:25

Os resultados encontrados no presente estudo bem como os observados na literatura sugerem que a cooperação do paciente com a terapia de manutenção ainda é pobre. A grande maioria dos pacientes não adotam o intervalo recomendado. Desta forma, torna-se de suma importância que os valores de cooperação com retorno dos pacientes sejam melhorados. Para isso, os profissionais necessitam usar estratégias adequadas de educação e motivação do paciente, de tal forma a aumentar a conscientização do paciente sobre a importância dos retornos periódicos para a manutenção de sua saúde bucal. 7,8,23 CONCLUSÃO Mediante a metodologia aplicada pode-se concluir que: Os pacientes do consultório particular do periodontista estudado apresentaram baixos níveis de cooperação completa com o retorno; Pequeno número de pacientes desenvolveram a periodicidade recomendada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BECKER, W. et al. Periodontal treatment without maintenance. A retrospective study in 44 patients. J. Periodontol, v.55, p. 505-509, 1984. 2. BORGES, E.R. & MARCOS, B. Terapia periodontal de suporte: uma avaliação da prática de periodontistas de Minas Gerais. Revista CROMG, v. 5, p. 111-21, 1999. 3. CHECCHI, L. et al. Patient compliance with maintenance therapy in an italian periodontal practice. J. Clin Periodontol, v. 21, p. 309-312, 1994. 4. DEMETRIOU, N. et al. Compliance with supportive periodontal treatment in private periodontal practice. A 14 - year retrospective study. J. Periodontol, v. 66, p. 145-149, 1995. 5. ECHEVERRIA, J.J. How to integrate prevention into a successful practice. Int. Dent. J., v. 44, p. 312-316, 1994. 6. GARCIA, P.P.N.S. et al. Avaliação de cirurgiões-dentistas quanto aos métodos de motivação adotados para o retorno de pacientes ao consultório odontológico. Rev. Odontol. UNESP, v. 27, p. 11-23, 1998. 7. GARCIA, P.P.N.S. et al. Motivação do paciente para o retorno. A chave para o sucesso do tratamento odontológico. JAO, ano III, n.17: p.39-42, 1999. 8. GARCIA, P.P.N.S. et al. Elaboração de um programa de educação e de file:///d /2002/novembro/aval_coo/aval_coo.html (8 of 12)18/10/2007 12:25:25

motivação do paciente para o retorno periódico. ROBRAC, v. 9, p. 37-40, 2000. 9. GARCIA, P.P.N.S. et al. Compliance with maintenance therapy in a private periodontal practice: a retrospective study in 117 patients. STOMA, v.; 57, p. 11-14, 2000. 10. KALDAHL, W.B. et al. A review of longitudinal studies that compared periodontal therapies. J. Periodontol, v. 64, p. 243-253, 1993. 11. MACFALL JR, W.T. Tooth loss in 100 treated patients with periodontal disease. A long-term study. J. Periodontol, v. 53, p. 539-48, 1982. 12. MENDOZA, A.R. et al. Compliance with supportive periodontal therapy. J. Periodontol, v. 62, p. 731-736, 1991. 13. NEVINS, M. Long-term periodontal maintenance in a private practice. J. Clin. Periodontol, v. 23, p. 273-77, 1996. 14. NOVAES, A.B. et al. Compliance with supportive periodontal therapy. J. Periodontol, v. 67, p. 231-216, 1996. 15. NOVAES JR, A.B. et al. Compliance with supportive periodontal therapy and its relation to the bleeding index. J. Periodontol, v. 67, p. 976-980, 1996. 16. NOVAES JR, A.B. et al. Supportive periodontal therapy in South America. A retrospective multi - practice study on compliance. J. Periodontol, v. 70, p. 301-6, 1999. 17. NOVAES JR, A.B. & NOVAES, A.B. Compliance with supportive periodontal therapy. Party I. Risk of non-compliance in the first 5 - year period. J. Periodontol, v. 70, p. 679-82, 1999. 18. NOVAES JR, A.B. & NOVAES, A.B. Compliance with supportive periodontal therapy. Party II. Risk of non-compliance in the first 10 - year period. Braz Dent. J., v. 12, p. 47-50, 1999. 19. ÖDMAN, P.A. & KARLSSON, S. Follow-up study of patients with bridge constructions performed by private dental surgeons and at a university clinic, 8 years following insertion. J. Oral Rehabil., v. 15, p. 55-63, 1988. 20. RAMFJORD, S.P. Maintenance care for treated periodontitis patients. J. Clin. Periodontol, v. 14, 433-437, 1987. 21. RAMFJORD, S.P. et al. Oral hygiene and maintenance of periodontal support. J. Periodontol, v. 53, p. 26-30, 1989. file:///d /2002/novembro/aval_coo/aval_coo.html (9 of 12)18/10/2007 12:25:25

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* Professor Assistente Doutor do Departamento de Odontologia Social da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP * * Cirurgião-Dentista - Faculdade de Araraquara - UNESP *** Professor Adjunto do departamento de Diagnóstico e Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP file:///d /2002/novembro/aval_coo/aval_coo.html (12 of 12)18/10/2007 12:25:25