ITCMD para AFR/SP PARTE 2



Documentos relacionados
RETA FINAL MODULAR PARA O CONCURSO DO ICMS - SP Disciplina: Legislação Tributária Prof.: Vilson Cortez Data: 12/02/2009 Aula: 11 2ª Parte

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE:

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA. Base de Cálculo de imóveis rurais

Lei nº /07 Aspectos Jurídicos e Tributários

PLANEJAMENTO PATRIMONIAL, FAMILIAR E SUCESSÓRIO

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA GOVERNADORIA

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 24, DE 17 DE SETEMBRO DE 2007

LEI N.º DE 13 DE FEVEREIRO DE Alterações posteriores Lei n.º 2.052/92, Lei n.º 2.821/97, Lei n.º 3.515/00, Lei n.º 3.

GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS

Legislação. O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:

Entre as inovações do presente projeto de lei, devem ser destacadas:

PERMUTA DE IMÓVEIS CONCEITO

Considerações sobre recolhimento de imposto sobre doação de espécie nos Estados e no Distrito Federal

LEI Nº 111/88. O PREFEITO MUNICIPAL DE COLÍDER. Faz saber que a Câmara Municipal decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

Desse modo, esse adquirente

LEGISLAÇÃO RELATIVA AO ITCD. Constituição Federal Artigo 155, Inciso I, 1º. Seção IV DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL

CONCEITO DE RENDA DO PONTO DE VISTA JURÍDICO-TRIBUTÁRIO, PRESSUPÕE SER RENDA;

IR/ PESSOAS FÍSICAS GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS OU DIRIEITOS

ESTADO DO PIAUÍ SECRETARIA DA FAZENDA

ESTADO DOACRE LEI COMPLEMENTAR N 271 DE 27 DE DEZEMBRO DE 2013

O Prefeito Municipal de Resende, no exercício das atribuições, que lhe são conferidas pela Lei Orgânica do Município, em seu artigo 74, inciso XV,

Boletim Informativo junho/2015 ITCMD

14. TRIBUTOS EM ESPÉCIE Impostos sobre a Transmissão ITBI e ITCMD

Portaria CAT 29, de

Seminário Mensal da Área Fiscal 17 de Outubro de José A. Fogaça Neto Samyr Qbar

GT ITCMD SubGT PLC do ITCMD (Participantes: GO, MG, PA, PR, RS, SC, SP, SE e TO) R E L A T Ó R I O

Responsabilidade Tributária: Na Sucessão Empresarial, na Dissolução Irregular e na Substituição Tributária. Marcelo Campos

ITCMD. Perguntas mais frequentes:

Imposto de Renda sobre o Ganho de Capital

USUFRUTO. 1) Conceito:

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA GOVERNADORIA

LEI Nº 02/89. A Câmara Municipal de São José dos Pinhais, Estado do Paraná, decretou e

DÚVIDAS SOBRE O ICD. 1º) acessar o site 2º) clicar no ícone ICD ; 3º) clicar na opção LEGISLAÇÃO.

EXIGÊNCIA DE INSCRIÇÃO DE EMPRESA ESTRANGEIRA NO CADASTRO NACIONAL DE PESSOA JURÍDICA (CNPJ), SEGUNDO A INSTRUÇÃO NORMATIVA (SRF) N 200 DE 2002.

Organização Hilário Corrêa Assessoria Empresarial e Contabilidade

IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA

DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA 2015 DETALHES A OBSERVAR

Código Tributário Estadual CTE - Lei /1991 Artigos 72 a 89.


GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA GOVERNADORIA

IRRF/ Instalar o programa da Receita Federal. Nova. Após abrir declaração (importação/nova)

Questões Controvertidas do ITBI.

Prefeitura Municipal De Belém Gabinete do Prefeito

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO VICENTE Cidade Monumento da História Pátria Cellula Mater da Nacionalidade

DECRETO Nº 2.525, DE 4 DE SETEMBRO DE Institui o Programa de Recuperação de Créditos da Fazenda Estadual REFAZ e dá outras providências.

Código de Processo Civil, encontramos regras nesse sentido nos artigos 1003 e seguintes, 1022 e seguintes, artigo 1026.

Lei nº , de (DOU )

LEI N 3.818, DE 20 DE MARÇO DE 1967

DECRETO Nº , DE 31 DE MARÇO DE (REGULAMENTO DO ITCD) O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso da atribuição que lhe confere

DECRETO Nº DE 15 DE FEVEREIRO DE 2013 (D.O. RIO DE 18/02/2013) O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições legais,

Resolução Conjunta SF/PGE - 5, de : Disciplina os procedimentos administrativos necessários ao recolhimento de débitos fiscais do Imposto

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90): Artigos 260 a 260-L

ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal promulgam a seguinte emenda constitucional:

UNIDADE VI Tributação sobre a transmissão de bens e direitos e operações financeiras Constituição (art. 156, inciso II e parágrafo segundo)

IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO DE BENS: ITBI E ITCMD UM ESTUDO COMPARATIVO

CONCEITO DE INVENTÁRIO

ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DIREITO CIVIL E COMERCIAL. (Responda de forma concisa e objetiva, porém, com fundamentação.

ATUALIZADA ATÉ A LEI N O 6.744, de 23/12/2015. LEI Nº 4.261, DE 01 DE FEVEREIRO DE 1989.

REGULAMENTO DE EMPRÉSTIMO PESSOAL GERDAU PREVIDÊNCIA

Especial Imposto de Renda 2015

Parecer Consultoria Tributária Segmentos IRRF de Transportador Autônomo

DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO

Regulamenta os incentivos e benefícios fiscais instituídos pela Lei nº 5.780, de 22 de julho de 2014.

O Prefeito Municipal de vitória, Capital do Estado do Espírito Santo, faço saber que a Câmara Municipal decretou e eu sanciono a seguinte lei:

ESTADO DE SERGIPE PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACAJU Secretaria Municipal de Governo LEI COMPLEMENTAR N.º 64/2003 DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO

Redução Juros sobre Multa Punitiva. Redução Multa Punitiva. Parcela Única 60% 60% 75% 75% - N/A

RESUMO DA TABELA DE EMOLUMENTOS E TFJ DE 2015 EM VIGOR PARA ATOS PRATICADOS A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2015

PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA NACIONAL - PGFN

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA GOVERNADORIA DECRETO Nº 15474, DE 29 DE OUTUBRO DE 2010 PUBLICADO NO DOE Nº 1606, DE

LEI Nº 7.560, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1986

Abrangência: Esse programa abrange:

INSTRUÇÃO SEFA ITCMD n. 009/2010

Efeitos da sucessão no Direito Tributário. Os efeitos da sucessão estão regulados no art. 133 do CTN nos seguintes termos:

Declaração de Espólio

ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA

PROJETO DE LEI Nº 022/15 DE 14 DE MAIO DE AUTORIA DO PODER EXECUTIVO

>Lei nº 9.615, de 24 de Março de Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências.

ITBI - recepção parcial dos dispositivos do CTN Kiyoshi Harada*

ARQUIVO ATUALIZADO ATÉ 29/11/2011

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Crédito diferencial de alíquota no Ativo Imobilizado - SP

VERITAE TRABALHO - PREVIDÊNCIA SOCIAL - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEX PREVIDÊNCIA SOCIAL E TRIBUTOS

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2011 (Complementar)

Lei Municipal N.º 2.956

DECRETO Nº , DE 13 DE JULHO DE 2010

LEI ORDINÁRIA Nº 4871, DE 23 DE JANEIRO DE 1989.

DECRETO-LEI Nº 05, DE 15 DE MARÇO DE (Redação atual) INSTITUI O CÓDIGO TRIBUTÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

RESOLUÇÃO SMF Nº 2835 DE 05 DE FEVEREIRO DE 2015

Instrução Normativa SRF nº 599, de 28 de dezembro de 2005

Para extinção das dívidas e/ou saldos devedores do contrato com fundamento no art. 7º da MP nº 496/2010:

Instrução Normativa Conjunta MINC/MF n 1, de

LEI Nº /2007 ESCRITURA PÚBLICA DE INVENTÁRIO E PARTILHA

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº , DE 10 DE MAIO DE 2002.

TABELA II DOS OFÍCIOS DE REGISTRO DE IMÓVEIS

Legislação e tributação comercial

GOVERNO DE ALAGOAS SECRETARIA DA FAZENDA TÍTULO III DO IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" E DOACÃO DE QUAISQUER BENS OU DIREITOS CAPÍTULO I

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

LEI , DE 29 DE DEZEMBRO DE

PARECER DOS RECURSOS REFERENTES À ELABORAÇÃO DAS QUESTÕES DE PROVA OU GABARITO PRELIMINAR

Transcrição:

"Aprendi que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu. William Shakespeare ITCMD para AFR/SP PARTE 2 D) Das Isenções As isenções estão previstas no art. 6º da Lei 10705/2000 e requerem cuidado na análise, em especial nos casos do art. 6º, inciso I, alíneas a e b e inciso II, alínea a : Artigo 6º - Fica isenta do imposto: I - a transmissão "causa mortis": a) de imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor não ultrapassar 5.000 (cinco mil) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo - UFESPs e os familiares beneficiados nele residam e não tenham outro imóvel; Para a isenção prevista nesta alínea, são necessários três requisitos que devem ser preenchidos cumulativamente, são eles: Valor do imóvel não ultrapassar 5.000 UFESP s; Os herdeiros/legatários residirem no imóvel; Os herdeiros/legatários não possuírem outro imóvel. b) de imóvel cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) UFESPs, desde que seja o único transmitido; Para esta isenção, são dois os requisitos que devem ser preenchidos: Valor do imóvel não ultrapassar 2.500 UFESP s; Único imóvel transmitido. CUIDADO: a Lei do ITCMD fala em único imóvel, portanto, outros bens podem ser transmitidos, desde que não sejam bens imóveis, e os herdeiros/ legatários continuarão fazendo jus a esta isenção. c) de ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas, aparelho de uso doméstico e demais bens móveis de pequeno valor que guarneçam os imóveis referidos nas alíneas anteriores, cujo valor total não ultrapassar 1.500 (mil e quinhentas) UFESPs; Para reconhecimento da isenção, o somatório de todos os bens referidos na alínea c não poderá ultrapassar 1.500 UFESPs. 8

d) de depósitos bancários e aplicações financeiras, cujo valor total não ultrapassar 1.000 (mil) UFESPs; Devemos nos atentar para o fato de que o valor total não pode ultrapassar 1.000 UFESPs, ou seja, se o de cujus deixou, por exemplo, duas contas correntes, com os valores respectivamente de 601 UFESPs e 400 UFESPs, o valor total transmitido ultrapassa o limite legal da isenção em referência. e) de quantia devida pelo empregador ao empregado, por Institutos de Seguro Social e Previdência, oficiais ou privados, verbas e prestações de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em processo próprio e o montante de contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participações PIS-PASEP, não recebido em vida pelo respectivo titular; Todas estas verbas são consideradas de caráter indenizatório, por esta razão são isentas de ITCMD independentemente de seu valor. f) na extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor; Primeiramente, cabe explicar que o usufruto é o direito real de fruir das utilidades e dos frutos de um bem temporariamente, sem alterar sua substância. Quanto à isenção disposta nesta alínea, devemos ter cautela na sua interpretação. Por esta regra, fica isenta apenas a extinção do usufruto quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor. Assim, o que fica isento é o caso onde o proprietário de determinado imóvel institui o usufruto deste imóvel a outrem, e fica com a nua-propriedade do mesmo. Quando for extinto o usufruto deste imóvel (regra geral, com a morte do usufrutuário), o imóvel voltará a ser integralmente do proprietário original, e, neste caso, não podemos falar em incidência de ITCMD. Instituição Usufruto Pagamento ITCMD Proprietário A Extinção Usufruto Isenção ITCMD Usufrutuário B 1/3 Nu-proprietário A 2/3 9

II - a transmissão por doação: a) cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) UFESPs; Esta regra deve ser aplicada, sempre levando em consideração o disposto no 3º do artigo 9º, que estudaremos no tópico da base de calculo. Atenção: Não se confunde a isenção na transmissão por doação, onde o valor não pode ultrapassar 2.500 UFESPs, com a isenção causa mortis de um único imóvel cujo valor total não ultrapassar 2.500 UFESPs. No caso da doação o valor observado é o recebido pelo donatário e não o valor do imóvel. b) de bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa de habitação popular; c) de bem imóvel doado por particular para o Poder Público. Vale lembrar que, antes das alterações promovidas pela Lei 10.992/2001, as isenções causamortis alcançavam todo o patrimônio transmitido, desde que este não ultrapassasse 7.500 UFESPs, ou seja, para todos os óbitos ocorridos no ano de 2001, aplicamos esta regra. Quadro resumo: CAUSA MORTIS DOAÇÃO ISENÇÕES ITCMD (Lei 10705/2000) Imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor não ultrapassar 5.000 UFESPs e os familiares beneficiados nele residam e não tenham outro imóvel; Imóvel cujo valor não ultrapassar 2.500 UFESPs, desde que seja o único transmitido Ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas, aparelho de uso doméstico e demais bens móveis de pequeno valor que guarneçam os imóveis referidos nas alíneas anteriores, cujo valor total não ultrapassar 1.500 (mil e quinhentas) UFESPs Depósitos bancários e aplicações financeiras, cujo valor total não ultrapassar 1.000 UFESPs Quantia devida pelo empregador ao empregado, por Institutos de Seguro Social e Previdência, oficiais ou privados, verbas e prestações de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em processo próprio e o montante de contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participações PIS-PASEP, não recebido em vida pelo respectivo titular Extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor Valor não ultrapassar 2.500 UFESPs Bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa de habitação popular Bem imóvel doado por particular para o Poder Público. 10

E) Dos Contribuintes Os contribuintes do ITCMD, regra geral, são aqueles que recebem a doação ou a herança. A única exceção está prevista no parágrafo único do artigo que iremos estudar, e é o caso do donatário que não reside nem é domiciliado no estado de SP. Nestes casos o contribuinte é o doador. Artigo 7º - São contribuintes do imposto: I - na transmissão "causa mortis": o herdeiro ou o legatário; II - no fideicomisso: o fiduciário; III - na doação: o donatário; IV- na cessão de herança ou de bem ou direito a título não oneroso: o cessionário. Parágrafo único - No caso do inciso III, se o donatário não residir nem for domiciliado no Estado, o contribuinte será o doador. CUIDADO: Não podemos afirmar que o inventariante é contribuinte do ITCMD. O inventariante só será contribuinte do ITCMD se também for herdeiro ou legatário. F) Dos responsáveis Os responsáveis são os mesmos dispostos no artigo 134 do Código Tributário Nacional, com exceção dos incisos II e III do artigo 8º, que trata de casos específicos do imposto em análise. Vejamos: Artigo 8º - Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I - o tabelião, escrivão e demais serventuários de ofício, em relação aos atos tributáveis praticados por eles ou perante eles, em razão de seu ofício; II - a empresa, instituição financeira e bancária e todo aquele a quem couber a responsabilidade do registro ou a prática de ato que implique na transmissão de bem móvel ou imóvel e respectivo direito ou ação; III - o doador, o cedente de bem ou direito, e, no caso do parágrafo único do artigo anterior, o donatário; 11

IV - qualquer pessoa física ou jurídica que detiver o bem transmitido ou estiver na sua posse, na forma desta lei; V - os pais, pelos tributos devidos pelos seus filhos menores; VI - os tutores e curadores, pelos tributos devidos pelos seus tutelados ou curatelados; VII - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; VIII - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio. 6) Da Base de Cálculo Artigo 9º - A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem ou direito transmitido, expresso em moeda nacional ou em UFESPs (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo). 1º - Para os fins de que trata esta lei, considera-se valor venal o valor de mercado do bem ou direito na data da abertura da sucessão ou da realização do ato ou contrato de doação. 2º - Nos casos a seguir, a base de cálculo é equivalente a: 1. 1/3 (um terço) do valor do bem, na transmissão não onerosa do domínio útil; 2. 2/3 (dois terços) do valor do bem, na transmissão não onerosa do domínio direto; 3. 1/3 (um terço) do valor do bem, na instituição do usufruto, por ato não oneroso; 4. 2/3 (dois terços) do valor do bem, na transmissão não onerosa da nua-propriedade. Transmissão Base de Cálculo Domínio útil 1/3 Domínio direto 2/3 Usufruto 1/3 Nua propriedade 2/3 3º - Na hipótese de sucessivas doações entre os mesmos doador e donatário, serão consideradas todas as transmissões realizadas a esse título, dentro de cada ano civil, devendo o imposto ser recalculado a cada nova doação, adicionando-se à base de cálculo os valores dos bens anteriormente transmitidos e deduzindo-se os valores dos impostos já recolhidos. Para fins de cálculo de ITCMD doação, se em um mesmo ano civil (01/01 a 31/12) houver várias doações envolvendo o mesmo doador e o mesmo donatário, serão consideradas todas as 12

transmissões realizadas e a cada nova doação o imposto deverá ser recalculado (se já ultrapassada a isenção de 2500 UFESPs). 4º - Para a apuração da base de cálculo poderá ser exigida a apresentação de declaração, conforme dispuser o regulamento. Consoante o disposto no artigo 21 do Decreto 46.655/2002, o contribuinte deverá apresentar na repartição fiscal competente (Posto Fiscal) declaração reproduzindo dos dados constantes das primeiras declarações do Processo Judicial, instruída com todos os elementos necessários à apuração do imposto devido. Artigo 10 - O valor do bem ou direito na transmissão "causa mortis" é o atribuído na avaliação judicial e homologado pelo Juiz. 1º - Se não couber ou for prescindível a avaliação, o valor será o declarado pelo inventariante, desde que haja expressa anuência da Fazenda, observadas as disposições do artigo 9º, ou o proposto por esta e aceito pelos herdeiros, seguido, em ambos os casos, da homologação judicial. Para a aplicação do disposto neste artigo, sempre deverá ser observado o valor venal do bem ou direito transmitido na data da abertura da sucessão (regra geral). 2º - Na hipótese de avaliação judicial ou administrativa, será considerado o valor do bem ou direito na data da sua realização. Aqui temos uma exceção à regra geral, visto que o valor do bem ou direito utilizado não será o da data da abertura da sucessão, mas o da data da avaliação. 3º - As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às demais partilhas ou divisões de bens sujeitas a processo judicial das quais resultem atos tributáveis. As mesmas disposições contidas neste dispositivo são aplicadas sempre que estivermos diante de atos tributáveis em processo judicial. Os casos mais comuns são de separação judicial. Artigo 11 - Não concordando a Fazenda com valor declarado ou atribuído a bem ou direito do espólio, instaurar-se-á o respectivo procedimento administrativo de arbitramento da base de cálculo, para fins de lançamento e notificação do contribuinte, que poderá impugná-lo. 1º - Fica assegurado ao interessado o direito de requerer avaliação judicial, incumbindo-lhe, neste caso, o pagamento das despesas. 2º - As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às demais partilhas ou divisões de bens sujeitas a processo judicial das quais resultem atos tributáveis. 13

Este artigo, que também se aplica sempre que estivermos diante de atos tributáveis em qualquer tipo de processo judicial do qual decorra partilha ou divisão de bens, trata dos casos em que o Agente Fiscal de Rendas não concorda com os valores declarados ou atribuídos aos bens transmitidos. No procedimento administrativo de arbitramento, o interessado poderá requerer avaliação judicial, desde que pague as despesas dela decorrentes. Artigo 12 - No cálculo do imposto, não serão abatidas quaisquer dívidas que onerem o bem transmitido, nem as do espólio. Independentemente das dívidas ou encargos provenientes de determinado bem, para fins de ITCMD, utilizamos o valor total atribuído a este mesmo bem. EXEMPLO: Entre os bens transmitidos, o de cujus deixou um veículo de valor venal R$ 20.000,00 (vinte mil reais), com débitos de IPVA de R$ 2.000,00 (dois mil reais) e R$ 1.000,00 (mil reais) de multas de trânsito. Pela regra disposta neste artigo, o ITCMD será calculado sobre o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), mesmo com a existência de dívidas provenientes deste mesmo veículo. Artigo 13 - No caso de imóvel, o valor da base de cálculo não será inferior: I - em se tratando de imóvel urbano ou direito a ele relativo, ao fixado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU; II - em se tratando de imóvel rural ou direito a ele relativo, ao valor total do imóvel declarado pelo contribuinte para efeito de lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR. Aqui temos as os valores mínimos aceitáveis para fins de cálculo do ITCMD. No caso de imóvel urbano o valor não poderá ser inferior ao utilizado para fins de IPTU. Já no caso de imóvel rural, consoante o disposto neste artigo, o valor utilizado para o cálculo do ITCMD não poderá ser inferior ao valor total do imóvel e, conforme o disposto no Decreto 46.655/02, poderão ser adotados os valores médios da terra-nua e das benfeitorias divulgados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo ou por outro órgão de reconhecida idoneidade, vigentes à data da ocorrência do fato gerador, quando for constatado que o valor declarado pelo interessado é incompatível com o de mercado. Artigo 14 - No caso de bem móvel ou direito não abrangido pelo disposto nos artigos 9º, 10 e 13, a base de cálculo é o valor corrente de mercado do bem, título, crédito ou direito, na data da transmissão ou do ato translativo. 14

1º - À falta do valor de que trata este artigo, admitir-se-á o que for declarado pelo interessado, ressalvada a revisão do lançamento pela autoridade competente, nos termos do artigo 11. 2º - O valor das ações representativas do capital de sociedades é determinado segundo a sua cotação média alcançada na Bolsa de Valores, na data da transmissão, ou na imediatamente anterior, quando não houver pregão ou quando a mesma não tiver sido negociada naquele dia, regredindo-se, se for o caso, até o máximo de 180 (cento e oitenta) dias. 3º - Nos casos em que a ação, quota, participação ou qualquer título representativo do capital social não for objeto de negociação ou não tiver sido negociado nos últimos 180 (cento e oitenta) dias, admitir-se-á o respectivo valor patrimonial. Este artigo apresenta as normas subsidiárias para o caso de bens ou direitos que, de alguma forma, não foram abrangidos pelos artigos anteriores. Artigo 15 - O valor da base de cálculo é considerado na data da abertura da sucessão, do contrato de doação ou da avaliação, devendo ser atualizado monetariamente, a partir do dia seguinte, segundo a variação da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - UFESP, até a data prevista na legislação tributária para o recolhimento do imposto. 1º - O valor venal de determinado bem ou direito que houver sido fixado em data distinta daquela em que ocorreu o fato gerador deverá ser expresso em UFESPs. 2º - Para os fins do disposto no parágrafo anterior, será observado o valor da UFESP vigente na data da fixação do valor venal. 3º - Não havendo correção monetária da UFESP, aplicar-se-á o índice adotado à época para cálculo da inflação, nos prazos já estabelecidos neste artigo. No último artigo sobre base de cálculo temos as instruções para atualização monetária dos bens ou direitos transmitidos, visto que, regra geral, são utilizados os valores da data da abertura da sucessão ou do contrato de doação (ou ainda, como exceção, pode ser utilizado o valor da data da avaliação). Os valores atribuídos aos bens são atualizados conforme a variação da UFESP, ou, caso esta não seja corrigida, o índice adotado será o da época para o cálculo da inflação. 7) Da Alíquota Lembremos inicialmente que o ITCMD terá suas alíquotas máximas fixadas pelo senado federal. Tal alíquota foi fixada em 8% através da resolução 09/92. 15

De acordo com a legislação paulista, o imposto é calculado aplicando-se a alíquota de 4% sobre o valor fixado para a base de cálculo para os óbitos ocorridos a partir de 01/01/2002. Artigo 16 - O imposto é calculado aplicando-se a alíquota de 4% (quatro por cento) sobre o valor fixado para a base de cálculo. Cabe esclarecer que, para fatos geradores ocorridos no exercício de 2001, a alíquota era progressiva (2,5% a 4%), conforme dispunha o art. 16 da Lei 10705/2000 em sua redação original. 16