Notem que, porque clima é correlacionado também com altitude, mudanças de biomas com o aumento da ALTITUDE ocorrem em paralelo a mudanças de biomas com o aumento da LATITUDE. E biomas aquáticos??? Biomas foram originalmente definidos para ecossistemas terrestres. Seria difícil definir biomas aquáticos da mesma maneira que definimos biomas terrestres porque 1. Precipitação não é uma questão quando se está debaixo d água 2. Água tem alta capacidade térmica e portanto diferenças em temperatura, embora presentes, são mais tamponadas ao longo das estações (especialmente para grandes corpos d água) Água tem outras propriedades físico-químicas que dramaticamente influenciam comunidades biológicas. Uma propriedade crítica é a quantidade de minerais dissolvidos. Baseado nesta propriedade definimos dois biomas, MARINHO e de ÁGUA DOCE. Outras propriedades importantes incluem presença e intensidade de fluxo da água, e disponibilidade de luz e nutrientes, que provêem critérios para subdivisões adicionais. Amazônia Transição Amazônia-Caatinga Caatinga Biomas brasileiros Transição Amazônia-Cerrado Pantanal Transição Cerrado-Caatinga Cerrado Mata Atlântica Campos Sulinos 11
Temperatura AMAZÔNIA Preci pitação Alta temperatura média anual 24-26oC variação diária > variação sazonal Alta precipitação 1750-3500 mm/ano Alta intensidade luminosa baixa latitude + relevo plano Nível d água Pulso de inundação conceito essencial em ambientes associados a grandes rios 3.3 milhões km2 ~40% território nacional ~floresta amazônica, floresta pluvial tropical amazônica, floresta ombrófila densa amazônica, hiléia amazônica... Sazonalmente inundada Floresta de Igapó (rios de águas pretas e de águas claras) Solos pobres predominam latossolos de baixa fertilidade, ácidos e arenosos Rio Negro SCHÖNGART et al. 2002 Fora do alcance do rio Caatinga Amazônica, Campinarana e Campina Floresta de terra-firme. Floresta de Várzea CLARK & UHL 1987 (rios de águas brancas) Smok Wawelski http://smokwawelski.net/gallery/amazonia/dsc_0095?full=1 12
SIOLI 1984 JUNK 1997 Padrão de crescimento de um ipê em ambiente de várzea (típico para muitas árvores de florestas inundadas) ÁGUAS BRANCAS Excepcionalmente turvas e barrentas Gigantesco aporte de sedimentos provenientes da erosão de terrenos recentes nos contrafortes orientais dos Andes Muito ricos em nutrientes Alta condutividade (>60 us/cm) ph 6,5-7 Exemplos: Amazonas, Madeira ÁGUAS PRETAS ÁGUAS CLARAS Pretas: boa transparência mas cor de chá preto Transparentes Pouco sedimento mas muitos ácidos húmicos, taninos e compostos fenólicos provenientes da decomposição da matéria orgânica do ambiente terrestre Originários do Escudo das Guianas Paupérrimos em nutrientes Baixa condutividade (8 us/cm) ph 4-5,5 Exemplos: Negro Para as plantas, estresse hídrico é em geral enxergado como decorrente de falta de umidade no solo ; mas pode ser também por alagamento! Isso porque as condições nas raízes tornam-se anaeróbicas, diminuindo a atividade de captação de água (e nutrientes) Pouco sedimento, alta visibilidade (às vezes 5m) Originárias dos Escudos Brasileiro e das Guianas Baixa condutividade (6 us/cm) ph 5-6 Exemplos: Tapajós, Xingu e Trombetas M. acacifolium Mesma espécie no igapó e na várzea. Diferença no crescimento é notável. :... e a época de cheia é época de estancamento no crescimento Anéis de crescimento no tronco Flecha = cheia SCHÖNGART et al. 2002, 2005 FLORESTA DE TERRA FIRME FLORESTA DE VÁRZEA SCHÖNGART et al. 2002, 2005 13
MATA ATLÂNTICA Excepcional amplitude latitudinal (RS ao RN) e altitudinal (0-2900 m a.n.m.) Floresta pluvial tropical atlântica floresta ombrófila densa atlântica, floresta da encosta atlântica, mata atlântica 1,2 milhões km 2 RS a RN 0 a 2.900m a.n.m. 1.500-4.000 mm/ano 20-24 o C médias anuais Floresta temperada quente e úmida floresta ombrófila mista, mata dos pinhais, floresta subtropical 1,2 milhões km2 RS a SP + MG ampla faixa de altitudes 1.250-2.250 mm 16-20 o C médias anuais...modesta homenagem a Ilhabela!... Floresta temperada quente e úmida floresta mesófila, floresta subcaducifólia PR, SP, MS, MG 1.500-2.000 mm marcadamente sazonais Floresta pluvial tropical atlântica floresta ombrófila densa atlântica, floresta da encosta atlântica, mata atlântica Floresta temperada quente e úmida floresta ombrófila mista, floresta subtropical, mata dos pinhais clima temperado chuvoso e quente sazonalidade via temperatura solos pouco desenvolvidos a desenvolvidos VELOSO et al. 1991 FOD altomontana FOD sub-montana e montana FOD das terras baixas Alta a altíssima precipitação resultante de chuvas orográficas: relevo forma barreira física às massa de ar saturadas de umidade que vêm do oceano Grande mudança altitudinal na fisionomia desde planícies litorâneas com solos aluviais ou depósitos marinhos até topos de serra Estrutura da vegetação influenciada por relevo; nas encostas penetração de luz difusa favorece complexa estrutura vertical (de ervas e arbustos até arvores, muitos cipós e epífitas) 14
Floresta estacional semidecidual floresta mesófila, floresta subcaducifólia CERRADO VELOSO et al. 1991 1500-2000 mm anuais precipitação marcadamente sazonal com estação seca de 3 a 4 meses 20-50% das espécies arbóreas perdem folhas na estação seca fertilidade do solo variável, de distrófico a eutrófico (terra roxa)...modesta homenagem a Ilhabela!... nossa savana 2,1 milhões de km 2 ~25% do território nacional área nuclear em todo o Brasil Central 500-1.500 mm/ano fortemente sazonal : seca 3-7 meses topografia plana predomínio de latossolos e solos podzólicos profundos e arenosos (às vezes com crostas lateríticas), lixiviados, distróficos, ácidos, com alto teor de Al e baixa capacidade de reter nutrientes Sazonalidade tem forte influência sobre vegetação Maior parte das plantas perde folhas Sazonalidade influencia ciclos fenológicos na vegetação (floração, frutificação, brotamento e queda de folhas) Vegetação historicamente sujeita ao fogo: queimadas naturais e queimadas antropogênicas (algumas das quais milhares de anos atrás) Raízes profundas, caules subterrâneos com função de reserva, caules aéreos com espessa camada de cortiça, sementes cuja dormência é quebrada por alterações bruscas de temperatura são interpretadas como adaptações ao fogo...modesta homenagem a Ilhabela!... 15
cerrado tem diversas fisionomias de campestres a florestais CAATINGA CROSTA LATERÍTICA (CANGA) 12% território nacional 1,1 milhão km 2 semi-árido: 200-750 mm anuais clima seco de 6 a 11 meses do ano ocorrência de precipitação pouco previsível Uma savana estépica Vegetação decídua, espinhosa, com cobertura herbácea descontínua...modesta solos pouco homenagem desenvolvidos (litossolos), em algumas a regiões Ilhabela!... solos salinos PANTANAL CAMPOS SULINOS SE MT, NO MS clima sazonal tropical 1250-2000 mm anuais depressão inundável pela bacia do rio Paraguai Domínio do cerrado a floresta estacional decidua...modesta Mosaicos homenagem de banhados, vazantes, cordilheiras, corixos etc a Ilhabela!... formações campestres clima temperado chuvoso 1.250-2.250 mm anuais 16 a 20 o C temperatura média anual...modesta provavelmente homenagem formação de campo (ao invés de floresta subtropical) por limitações a edáficas Ilhabela!... (em geral, solos muito rasos) 16
partes que caem ou morrem *não estão representadas epífitas (crescem sobre outras plantas) e terófitas (anuais; em épocas desfavoráveis meristema persiste apenas em sementes) - FORMA - - FUNÇÃO - - HISTÓRIA DE VIDA - - AMBIENTE - * *ou... o que aprendo do ambiente ao olhar para as plantas? partes que persistem através dos anos Raunkiaer formas de vida de plantas FANERÓ FITAS meristemas aéreos expostos ao ar, vento, frio e seca árvores e arbustos lenhosos ereta prostrada geófitas helófita enraizada flutuante CAMÉFITAS meristemas próximos ao solo e protegidos em meio a densa massa de folhas velhas alguns arbustos lenhosos HEMICRIP- TÓFITAS brotos no nível do solo CRIPTÓFITAS brotos em órgãos de armazenamento enterrados no solo como bulbos, comos e rizomas tulipa, cebola, samambaia, batata HIDRÓ FITAS brotos sob água ninfea, vitoria regia aguapé % DAS ESPÉCIES % DAS ESPÉCIES % das spp do mundo Uma vez que umidade é fator físico chave na determinação de North American cactus (Cactaceae) biomas...atributos relacionados à minimização da perda d água Hábito suculento Perda ou redução da área foliar Presença de ceras Madagascan Pachypodium (Apocynaceae) African Aloe (Asphodelaceae) CRAWLEY 1986 17
a folha da bananeira, esta maravilha da natureza com altíssima AFE Arquitetura da copa tradeoff taxa fotossintética na sombra X perda d água no sol ÁREA FOLIAR ESPECÍFICA (cm 2 / g) AFE de plantas de ambiente de cerrado é invariavelmente menor do que AFE de plantas de ambiente de floresta, mesmo controlando gênero HOFFMAN et al. 2005 Que outras relações forma-função-história de vidaambiente apareceram durante a aula? 18