Porto Alegre Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul

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Transcrição:

2016

COMISSÃO DE SEGURANÇA E SERVIÇOS PÚBLICOS AL/RS REALIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS - O RETRATO DA SEGURANÇA NO RS ATUALIZAÇÃO 2016 Deputado Estadual Nelsinho Metalúrgico (PT-RS) Organizador Porto Alegre - 2016 Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul

MESA DIRETORA Assembleia Legislativa RS Presidente Dep.Silvana Covatti (PP) 1º Vice-Presidente: Dep. Adilson Troca (PSDB) 2º Vice-Presidente: Dep. Álvaro Boessio (PMDB) 1ª Secretário: Dep. Zé Nunes (PT) 2º Secretária: Dep. Juliana Brizola (PDT) 3º Secretário: Dep. Marcelo Moraes (PTB) 4º Secretário: Dep. Liziane Bayer (PSB) COMISSÃO DE SEGURANÇA E SERVIÇOS PÚBLICOS Presidente: Dep Nelsinho Metalúrgico (PT) Vice-Presidente: Dep. Miriam Marroni (PT) Titulares: Stela Farias- PT Gilberto Capoani- PMDB Gerson Borba- PP Juliana Brizola- PDT Marcel van Hattem- PP Maurício Dziedricki- PTB Juliano Roso- PC DO B Any Ortiz- PPS Bombeiro Bianchini- PPL João Reinelli- PV Suplentes: Altemir Tortelli- PT Edegar Pretto- PT Valdeci Oliveira- PT Frederico Antunes- PP Gilmar Sossella- PDT João Fischer- PP Luis Augusto Lara- PTB Manuela d'ávila- PC DO

FICHA TÉCNICA Organizador: Dep. Estadual Nelsinho Metalúrgico (PT) Presidente da CSSP/ALRS Coordenação: Antônio Gianichini Assessoria: André Vieira Carlos Ben-Hur Maurício Rocha Mariana Abascal Texto e Revisão: Adriana Paranhos Pesquisa e Gráficos: Maurício Rocha Diagramação: Guilherme Bertollo

SUMÁRIO 1 Análise dos Índices de Criminalidade...08 1.1 TOP 20 - RS Geral...08 1.2 Furtos e Furtos de Veículos...10 1.3 Roubos e Roubos de Veículos...11 1.4 Tráfico de Drogas e Armas e Munições...12 1.5 Homicídios e Latrocínios...14 1.6 Feminicídio, Roubo a Bancos e Abigeato...16 2 Conclusões...18 3 Bibliografia...19

1 Análise dos Índices de Criminalidade 1.1 TOP 20 - RS Geral O top 20 Criminalidade nos últimos 12 meses traz uma importante mudança, em relação ao que apresentamos no livro O Retrato da Segurança no RS - Realidade dos Serviços Públicos (editado em 2015). Naquela análise, O top 20 da criminalidade, na década 2005-2015 apresentou 12 municípios da região metropolitana (Alvorada, Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Esteio, Gravataí, Guaíba, Novo Hamburgo, Porto Alegre, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Viamão) e 8 municípios do interior (Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Uruguaiana). Nesta, atualização, porém, merece destaque o fato de termos agora, uma nova configuração, com 10 municípios da Região Metropolitana e também 10 do Interior, confirmando que a violência não só se manteve em torno da capital, como cresceu no restante do estado. Os municípios da Região Metropolitana, que formam o Top 20 neste último ano são: Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Gravataí, Novo Hamburgo, Porto Alegre, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Viamão. Já no interior o Top 20 atualizado incluiu os seguintes municípios: Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Erechim, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Tramandaí e Uruguaiana. Portanto, neste último ano, saíram da lista os municípios de Campo Bom e Guaíba e ascenderam ao Top 20 os municípios de Erechim e Tramandaí. Erechim esteve presente entre os 20 municípios em maior incidência de crimes no Estado nos delitos de Furto de Veículos, Armas e Munições e Latrocínios.

Já Tramandaí esteve no Top 20 em 4 delitos, tais como, Roubo de Veículos, Roubos, Furtos e Latrocínios. Guaíba e Campo Bom, embora fora da lista do Top 20, seguem muito próximos dela, em 21º e 22º lugar respectivamente. OBS: 1= A cidade aparece no Top 20 do delito em destaque; 0= A cidade não aparece no TOP 20 do delito em destaque. Entre as 20 cidades mais violentas, nos últimos doze meses, vale frisar que as cidades de Alvorada, Canoas, Caxias do Sul, Gravataí, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Porto Alegre e São Leopoldo são as únicas que figuram no top 20 de todos os delitos relacionados neste estudo, que compreende: Homicídios, Roubo de veículos, Furto de veículos, Armas e munições, Tráfico de Drogas, Roubos, Furtos, Latrocínios. Os índices oficiais de registro de ocorrências, nos últimos 12 meses, ratificam o aumento (elevação) da violência no Rio Grande do Sul, de maneira geral. O número de ocorrências registradas revela que, em 6 dos 8 delitos analizados, ocorreu crescimento da criminalidade.

1.2 Furtos e Furtos de Veículos Os delitos considerados mais leves, pois não fazem uso da violência e ocorrem sem a presença da vítima, como furtos e furtos de veículos, apresentam no último período de doze meses, uma redução. ( ) 5,93% e ( ) 3,21% respectivamente, apontando indícios claros de migração destes para outros delitos mais graves. No delito furtos, apareceram como novidade no Top 20 de 2015/2016, as cidades de Capão da Canoa, Santo Angelo e Bento Gonçalves. O Top 20 do furto de veículos modificou pouco em relação ao anterior, com Tramandaí ficando fora, no ano 2015/2016, e com Sapiranga aparecendo. Verifica-se uma redução no número de ocorrências e uma troca no posicionamento das cidades relacionadas, com algumas cidades apresentando números mais elevados do que no ano anterior, enquanto outras apresentam uma redução maior no número de registros.

1.3 Roubos e Roubos de Veículos Os delitos de roubos e roubos de veículos apresentam elevações no registro de ocorrências, na ordem de 6,30% e 3,43% respectivamente. É possível estabelecer uma relação entre o aumento destes índices, com a redução das ocorrências de furtos e roubos, a partir do entendimento de que estas ações são coordenadas pelo crime organizado e por isso se tornaram mais violentas. Além do aumento de ocorrências registradas nos últimos 12 meses (2015-2016), o Top 20 do delito roubos apresenta como novidade as cidades de Campo Bom e Tramandaí, que superaram as cidades de Santa Cruz do Sul e Bagé no ranking anterior (2014-2015).

No Top 20, do delito roubo de veículos, a cidade de Lajeado deu lugar à cidade de Tramandaí, e algumas cidades se alteraram na colocação, como por exemplo São Leopoldo, que saiu da sexta posição (2014-2016) para a quarta (2015-2016). 1.4 Tráfico de Drogas e Armas e Munições Os números dos delitos de tráfico de drogas e delitos envolvendo armas e munições, ligados fortemente ao crime organizado, seguem a tendência de aumento nos últimos 12 meses apresentando elevações de 4,67% e 4,52% respectivamente e nos apresentando em números gerais 8 mil 687 ocorrências de tráfico e 7 mil 566 ocorrências de delitos com armas e munições.

Cinco cidades, que não estavam no ranking anterior (2014-2015) entraram no TOP 20 do delitos de tráfico de drogas dos últimos doze meses. São elas: Passo Fundo, Cachoeirinha, Bagé, Charqueadas e Torres. O delito tem um aumento considerável no registro de ocorrências, como demonstra o levantamento da presente atualização, em relação aos dados da primeira edição.

Em conexão com o delito de tráfico de drogas, o ranking das cidades que mais registraram crimes com uso de armas e munições, demonstra crescimento no número de ocorrências. A cidade de Lajeado, que constava no ranking anterior (2014-2015) deu lugar a Cruz Alta no top 20 atualizado (2015-2016). 1.5 Homicídios e Latrocínios Cabe destacar o aumento dos números relacionados a crimes violentos e que atentam contra a vida, como homicídios e latrocínios. Nestes casos, o aumento nos últimos doze meses foi de 20,28% e 27,27% respectivamente, batendo todos os recordes de incidência destes delitos.

Os índices representam um total de 2 mil 478 homicídios e 163 latrocínios no Rio Grande do Sul. Pode-se ressaltar, ainda, os meses de janeiro e março de 2016, como os mais violentos do período em questão. Em janeiro foram registrados 256 homicídios em apenas 30 dias. No mês de março de 2016 foram registradas 24 ocorrências de latrocínio, ficando este índice, muito acima da média de 13,5 ocorrências no último ano. O Top 20 de homícidios, nos últimos doze meses, é liderado pela capial gaúcha com o maior número de ocorrências. Em comparação com o Top 20 anterior, de 2014-2015, ficaram ausentes deste ranking atualizado as cidades de Lajeado e Sapiranga, enquanto apareceram no ranking, Capão da Canoa e Carzinho.

O Observatório da Violência contra a Mulher, por exemplo, o primeiro idealizado no Brasil, que analisava estudos e estatísticas criminais para subsidiar a implementação de políticas transversais, foi aos poucos desativado e a própria Secretaria de Segurança do Estado não pública os índices deste delito, desde o fim do primeiro semestre de 2015. Desta forma, os dados e avaliações possíveis de serem realizadas, estão limitadas a esta data e constam na primeira edição do Retrato da Segurança do RS-Realidade dos Serviços Públicos, editado pela CSSP/ALRS, em 2015. O mesmo acontece com o crime de abigeato, uma ramificação do furto e do roubo, praticado contra um semovente, definição dada pelo direito aos animais que habitualmente vivem em bando. Pela vocação do estado do RS para o setor primário, com destaque para a pecuária, é necessário um controle constante sobre este delito, assim como sobre os demais. Porém, a falta de servidores públicos na área de segurança e a distância entre as estruturas físicas, como delegacias, por exemplo, atrapalham o registro das ocorrências. Sem política pública definida para a questão, o estado não informa a atualização dos dados estatísticos sobre o abigeato, desde o fim do primeiro semestre de 2015. Ja sobre o delito de roubo a bancos, a falta de informações se revela ainda maior. Na edição de 2015, do livro Retrato da Segurança do RS- Realidade dos Serviços Públicos, os dados oficiais sobre os quais foram realizadas as análises, foram referentes somente ao primeiro trimestre daquele ano. Desde então, estes dados não foram mais informados, impedindo qualquer projeção de tendência ou comparações com os anos anteriores.

2 Conclusões Na esteira das análises reunidas em 2015, no livro Retrato da Segurança do RS-Realidade dos Serviços Públicos, organizado pela CSSP/AL- RS, observa-se na atualização dos dados estatísticos com base no último período de doze meses (segundo semestre de 2015 e primeiro semestre de 2016) a continuidade do crescimento da violência no Rio Grande do Sul, sobretudo nos crimes de homicídios e latrocínios. Também é considerável destacar a conexão existente entre os principais tipos de crime, e principalmente no avanço e aprimoramento do crime organizado. Para estabelecer políticas públicas que realmente contribuam para interromper a trajetória de aumento da criminalidade sugerimos que é necessário embasar as ações no tri pé: tecnologia, inteligência e efetivo. Desta forma é possível atuar com prevenção e repressão. Os principais delitos a serem enfrentados, de acordo com os dados estatísticos atualizados, são o tráfico de drogas e os homicídios. É urgente que as autoridades analisem as estatísticas, estabeleçam estratégias e ações no sentido de trabalhar no controle do transporte de drogas, o uso de armas e o tráfico, pré condições que podem representar redução considerável nos níveis de violência, e por consequência, de homicídios. A presente atualização dos dados estatísticos da criminalidade no RS não abriu espaço para a análise do sistema carcerário e da infraestrutura da segurança pública do Estado, uma vez que estes aspectos não sofreram modificações substanciais desde a publicação de 2015. O que por outro lado, indica o quanto é fundamental que sejam promovidos melhorias nestas áreas, como sugeriu a primeira edição do livro. Porém, no que diz respeito ao número de servidores, é de domínio público a informação do número de policiais que deixaram a Brigada Militar. Brigada Militar pode fechar 2016 com 3 mil policiais a menos.

A projeção leva em conta servidores que têm direito a ir para a reserva ao completar 30 anos de trabalho. O déficit de policiais, hoje no estado, é de aproximadamente 20 mil policiais. Os dados são da imprensa gaúcha, publicados no dia 22/04/2016, na ZH. Em 2015, com o veto a contratação de novos PMs tem 2,5 mil candidatos aprovados em concurso esperando chamada para o curso de soldado desde 2014 e o congelamento de promoções, normalmente feitas, duas vezes ao ano, a BM reduziu em 20%as operações de policiamento em geral, 9,14% em locais de diversão pública e 17,5% em estabelecimentos de ensino. 3 Bibliografia - O RETRATO DA SEGURANÇA NO RS- Realidade dos Serviços Públicos, 1ª Edição -CSSP-Assembleia Legislativa- RS, 2015 - Site da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul - http://www.ssp.rs.gov.br/ - Site do Jornal Zero Hora - http://zh.clicrbs.com.br/rs/