Licenciamento Ambiental como ferramenta para o desenvolvimento sustentável das cidades Secretaria Municipal de Políticas Urbanas Secretaria Municipal Adjunta de Meio Ambiente
Meio ambiente e desenvolvimento: Até o sec. XVII: relativo equilíbrio entre homem e natureza A partir do sec. XVIII: intensificação da Industrialização Urbanização Expansão da fronteira agrícola Exploração dos recursos naturais
A terra pode oferecer o suficiente para satisfazer as necessidades de todos os homens, mas não a ganância de todos os homens Mahatma Gandhi
1972: Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em Estocolmo: Planejamento e administração de núcleos humanos para a melhoria da qualidade ambiental Administração dos recursos naturais Identificação e controle de poluentes de amplo significado internacional Aspectos educacionais de informações, sociais e culturais dos assuntos de Meio Ambiente Desenvolvimento e Meio Ambiente Questões institucionais relativas às propostas de ação no plano internacional
Desenvolvimento sustentável: Utilização dos recursos naturais para a satisfação das necessidades atuais, sem comprometer a necessidade das gerações futuras (Relatório Brundtland, 1987, Nosso Futuro Comum ) Crescimento econômico, com estabilidade ambiental e justiça social, contemplando a diversidade social e a equidade no acesso aos recursos.
Desenvolvimento sustentável Envolve a maximização dos benefícios líquidos do desenvolvimento econômico, sujeito à manutenção dos serviços e da qualidade dos recursos naturais ao longo do tempo, sob as seguintes regras: utilizar os recursos renováveis a taxas menores ou iguais à taxa natural em que podem regenerar; otimizar a eficiência com que recursos não-renováveis são usados, buscando substituição de recursos por tecnologia; manter sempre os fluxos de resíduos no meio ambiente no nível igual ou abaixo de sua capacidade assimilativa; reduzir ou eliminar os conflitos sociais relacionados
Licenciamento ambiental OBJETIVO PRINCIPAL DO LICENCIAMENTO mensurar, mitigar e prevenir os danos que eventualmente serão causados com a implantação de um empreendimento ESCOPO DO LICENCIAMENTO ESCOPO DO LICENCIAMENTO conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente e justiça social, considerando, inclusive, a capacidade de suporte da infraestrutura existente.
Histórico Lei Estadual (MG) nº 7.772 de 08/09/80: Art. 8 : A instalação, construção, ampliação ou o funcionamento de fonte de poluição indicada no Regulamento desta Lei ficam sujeitos a autorização da Comissão de Política Ambiental COPAM, mediante Licença de Instalação e de Funcionamento, após exame do impacto ambiental e de acordo com o respectivo relatório conclusivo.
Lei Federal 6.938 de 31/08/81 Art. 10: A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis.
Lei Municipal n.º 4253, de 04/12/85: Dispõe sobre a Política de Proteção, do Controle e da Conservação do Meio Ambiente e da Melhoria da qualidade de vida no Município de Belo Horizonte (regulamentada pelo Decreto 5893, de 16/03/88) Convênio entre a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e o Município de Belo Horizonte, de 05 /03/88: delegação de competência para o licenciamento ambiental
Constituição Federal de 1988: Art. 225: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendêlo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
CF 1988 Art. 225(cont.): 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
CF 1988 Art. 23: Inclui entre as matérias de competência comum da União, dos Estados e dos Municípios vários itens relativos à proteção ambiental, merecendo destaque: III proteger bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens notáveis e os sítios arqueológicos; IV proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII preservar as florestas, a fauna e a flora
CF 1988 Art. 30: Cabe ao Município não só legislar em matéria de interesse local, mas também ele pode suplementar a legislação estadual e federal.
Resolução CONAMA 237/97 Art. 6 : " Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daqueles que lhe forem delegados pelo Estado por instrumento legal ou convênio." Para tal, o município deve ter implantado e em funcionamento o Conselho de Meio Ambiente e, ainda, possuir em seus quadros ou à disposição profissionais legalmente habilitados.
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL SOBRE O LICENCIAMENTOAMBIENTAL Lei Municipal n.º 4253 de 04 de dezembro de 1985 Dispõe sobre a Política de Proteção, do Controle e da Conservação do Meio Ambiente e da Melhoria da Qualidade de vida no Município de Belo Horizonte. Decreto Municipal n.º 5893 de 16 de março de 1988 Regulamenta a Lei 4253/85 Parâmetros de proteção e controle ambiental Lei 7166 de 27 de agosto de 1996 Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo Lei Municipal n.º 7277 de 17 de janeiro de 1997 Institui a Licença Ambiental. Lei Municipal n.º 8201 de 25 de julho de 2001 Normas para instalação de antenas de telecomunicações Decreto Municipal n.º 10.889 de 30 de novembro de 2001 Regulamenta a Lei n.º 8201/01. Deliberações do COMAM
Lei 4253/85 Dispõe sobre a Política de Proteção, do Controle e da Conservação do Meio Ambiente e da Melhoria da Qualidade de vida no Município de Belo Horizonte Cria o Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMAM
CONSELHO MUNCIPAL DE MEIO AMBIENTE - COMAM Órgão colegiado, composto de 15 membros, de caráter normativo, deliberativo e de assessoramento, a quem compete, entre outros: Formular as diretrizes da Política Municipal do Meio Ambiente; Estabelecer normas e padrões de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente, observadas as legislações federal e estadual; Decidir sobre a outorga da licença ambiental, nos termos de lei específica e, em segunda e última instância administrativa sobre os casos que dependam de parecer da Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Avocar para seu exame e decisão qualquer assunto que julgar de importância para a política ambiental do Município;
Lei 7277/97 Institui a Licença Ambiental Vincula a construção, a ampliação, a instalação e o funcionamento de empreendimento de impacto à obtenção prévia da Licença Ambiental. Empreendimentos de impacto são aqueles, públicos ou privados, que venham a sobrecarregar a infra-estrutura urbana ou a ter repercussão ambiental significativa.
Lei 7277/97 São considerados empreendimentos de impacto: I - os destinados a uso não residencial nos quais a área edificada seja superior a 6.000 m 2 ; II - os destinados a uso residencial que tenham mais de 150 unidades; III - os destinados a uso misto em que o somatório da razão entre os número de unidades residenciais e 150 e da razão entre a área da parte da edificação destinada ao uso não residencial e 6.000 m2 seja igual ou superior a 1; IV - os parcelamentos de solo vinculados
Lei 7277/97 São considerados empreendimentos de impacto (cont.): V - os seguintes empreendimentos e os similares: a) aterros sanitários e usinas de reciclagem de resíduos sólidos; b) autódromos, hipódromos e estádios esportivos; c) cemitérios e necrotérios; d) matadouros e abatedouros; e) presídios; f) quartéis; g) terminais rodoviários, ferroviários e aeroviários; VI outros empreendimentos incluídos pelo COMAM
Licenciamento trifásico: Lei 7277/97 LICENÇA PRÉVIA - (LP): na fase preliminar do planejamento da atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de construção, ampliação, instalação e funcionamento, observadas as leis municipais, estaduais e federais de uso do solo; LICENÇA DE IMPLANTAÇÃO - (LI): autorizando o início da implantação, de acordo com as especificações constantes do projeto aprovado e verificados os requisitos básicos definidos para esta etapa; precede o Alvará de Construção LICENÇA DE OPERAÇÃO OU DE OCUPAÇÃO - (LO): autorizando, após as verificações necessárias e a execução das medidas mitigadoras do impacto ambiental e urbano, o início da atividade licenciada ou da ocupação residencial, de acordo com o previsto na LP e na LI; precede a Baixa de Construção e o Alvará de Funcionamento.
DELIBERAÇÕES NORMATIVAS DO COMAM DN 20/99 Inclui atividades como empreendimento de impacto DN 25/99 - Normas específicas para licenciamento ambiental das atividades industriais. DN 26/99 - Normas específicas para o licenciamento ambiental de obras de infra-estrutura. DN 27/99 - Normas específicas para licenciamento dos empreendimentos e atividades nas áreas definidas como ZP1 e ZPAM. DN 29/99 - Normas específicas para o licenciamento ambiental das atividades de comércio e de prestação de serviços.
DN 32/00 - Normas específicas para o licenciamento ambiental de estabelecimentos revendedores de combustíveis DN 37/01 - Normas complementares para a instalação de antenas de telecomunicações em edifícios. DN 39/02 - Normas para a convocação e realização de Audiências Públicas DN 42/02 - Regulamenta os procedimentos administrativos para o licenciamento ambiental DN 48/03 - Altera a redação dos artigos 2º, 4º, 5º e 6º da DN 42/02.
DN 42 O licenciamento ambiental compreende: I - o licenciamento integral LP, LI e LO; II - o licenciamento simplificado - prescinde da outorga da LP e poderá prescindir da outorga da LI; III - o licenciamento de adequação - empreendimentos que se encontravam instalados ou em funcionamento anteriormente à Lei n.º 7.277/97 ou à vigência das normas que os enquadraram como de impacto ambiental; IV - o licenciamento corretivo - destinado à regularização de empreendimentos cuja etapa prevista para a obtenção de LP ou de LI não tenha sido cumprida.
Classificação pelo porte Os empreendimentos de impacto são também enquadrados segundo o porte: pequeno, médio ou grande. Licenciamento de empreendimentos de pequeno porte: Modalidade Sumário Fase Licença de Operação O licenciamento ambiental desses empreendimentos é efetuado pela Secretaria Municipal Adjunta de Meio Ambiente - SMAMA
Empreendimentos de Médio ou Grande Porte Modalidade Integral Fase Licenças Prévia, de Implantação e de Operação Modalidade Simplificado Fase Licenças de Implantação e de Operação Modalidade Adequação Fase Licença de Operação de Adequação Modalidade Corretivo Fase Licença de Operação Corretiva
Procedimentos para o licenciamento Interessado preenche Formulário de Caracterização do Empreendimento FCE SMAMA verifica o enquadramento em função da tipologia, porte e fase do empreendimento SMAMA fornece as Orientações para o Licenciamento Ambiental OLA, especificando os documentos exigidos para formalização do processo de licenciamento ambiental
Interessado providencia os estudos e documentos solicitados - EIA/RIMA ou PCA/RCA e pareceres quanto a: Regularidade urbanística Impacto na drenagem urbana Impacto no trânsito Gerenciamento de resíduos sólidos SMAMA analisa, solicita complementações (se for o caso), elabora parecer técnico conclusivo, incluindo medidas mitigadoras e compensatórias, se for o caso, e encaminha o processo ao conselheiro COMAM
O conselheiro prepara relatório para subsidiar a decisão do COMAM e o apresenta ao plenário na reunião seguinte COMAM delibera quanto à concessão da licença e quanto às medidas compensatórias e condicionantes A SMAMA emite a licença A SMAMA monitora o cumprimento das condicionantes e compensações ambientais
Procedimentos para o licenciamento Prazo de outorga das licenças: 60 dias para LP 30 dias para as demais (excluídos os prazos necessários para pareceres externos, quando solicitados, e para informações complementares)
Outros instrumentos de gestão ambiental Zoneamento Ecológico Econômico Avaliação Ambiental Estratégica Instrumentos Econômicos Legislação urbanística: Uso e ocupação do solo Código de Posturas Código de Obras Estudo de Impacto de Vizinhança Alvarás Sistema de Informações Relatório de Qualidade Ambiental
Reflexões necessárias Licenciamento ambiental X outros instrumentos Dificuldades na compatibilização do Licenciamento Ambiental com as demais políticas municipais banalização da aplicação desse instrumento X supervalorização de sua aplicação delimitação subjetiva do conceito de significativa degradação ambiental ; Procedimentos diferenciados entre os diversos estados, entre os municípios de um estado e entre estado e municípios Processos extremamente onerosos para empresas de pequeno porte
Dificuldade de encaminhamento e acompanhamento pelos empreendedores de seus respectivos processos Baixa qualidade dos estudos apresentados pelas empresas de consultoria; processos analisados de forma desintegrada, individualizada, não sistêmica; Pouca ou nenhuma fiscalização dos empreendimentos após concessão da Licença de Operação; Necessidade de aprimorar os canais de controle e participação social Conselhos sujeitos à instabilidade política da Administração; Conselhos utilizados como fórum de referendo das decisões já tomadas politicamente em outras instâncias
Secretaria Municipal de Políticas Urbanas Secretaria Municipal Adjunta de Meio Ambiente
Resolução CONAMA 01/86, de 17/02/86 Art. 5 : O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais: I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;
Resolução CONAMA 01/86, de 17/02/86 Art. 6 : O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
Resolução CONAMA 237/97 Art. 3 : A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.