RESULTADOS DOS INVENTÁRIOS DE EMISSÕES DE GEE DE 2012 EVENTO ANUAL 2013 (os inventários de emissões de GEE relativos ao ano de 2012 serão publicados no Evento Anual do Programa Brasileiro GHG Protocol, no dia 05 de agosto de 2013. A partir desta data, estarão disponíveis no site do Registro Público de Emissões www.registropublicodeemissoes.com.br). O Programa Brasileiro GHG Protocol é uma iniciativa voluntária que incentiva a contabilização e publicação de inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE) desde seu lançamento, em 2008. O objetivo do Programa é estimular esta cultura no Brasil, tornando acessíveis instrumentos e padrões de qualidade internacional. O Programa Brasileiro surgiu a partir de uma parceria entre o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces) e o World Resources Institute (WRI), com apoio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). O Programa Brasileiro tem desempenhado um importante papel em disseminar o método e a ferramenta que auxiliam as empresas neste processo. Em 2013, o Programa completa 5 anos de existência, tendo capacitado mais de 860 gestores empresariais no método do GHG Protocol, o mais utilizado no mundo para a contabilização e relato de emissões de GEE. A divulgação desses inventários é realizada através do site do Registro Público de Emissões de GEE, primeira plataforma online criada no Brasil para publicação de inventários de GEE. Para saber mais sobre o Programa, acesse: www.fgv.br/ces/ghg. MEMBROS E PARTICIPAÇÃO SETORIAL O número de membros participantes no Programa Brasileiro GHG Protocol tem crescido anualmente, sendo que este ano, 106 organizações publicarão seus inventários de emissões de GEE por meio deste. Desde o início do Programa, em 2008, o número de membros aumentou 450%, conforme figura a seguir.
Em 2013, o Programa completa 5 anos de existência e publicará em seu evento anual (5 de agosto) os inventários de GEE das 106 empresas membro, que representam 48 setores diferentes da economia. Os setores com maior representatividade são: Indústrias de transformação (35% das organizações membro); Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (11%); Eletricidade e gás (7%); e Construção (7%). É valido destacar que o Programa também conta com a participação de organizações dos setores de Educação e Administração Pública e Seguridade Nacional, reforçando o fato de que o método do GHG Protocol é aplicável a organizações de portes e tipos de atividades diversos. MEMBROS DO PROGRAMA BRASILEIRO GHG PROTOCOL POR SETOR CICLO 2013 NR. SETORES ORGANIZAÇÕES % de participação A. Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aqüicultura 1 1% B. Indústrias extrativas 4 4% C. Indústrias de transformação 37 35% D. Eletricidade e gás 7 7% E. Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação 1 1% F. Construção 7 7% G. Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas 6 6% H. Transporte, armazenagem e correio 6 6% J. Informação e comunicação 6 6% K. Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados 12 11% M. Atividades profissionais, científicas e técnicas 3 3% N. Atividades administrativas e serviços complementares 2 2% O. Administração pública, defesa e seguridade social 2 2% P. Educação 3 3% Q. Saúde humana e serviços sociais 4 4% S. Outras atividades de serviços 5 5% TOTAL 106 100% INVENTÁRIOS POR QUALIFICAÇÃO Com relação à qualificação dos inventários, o Programa Brasileiro possui 3 categorias, que são atribuídas aos inventários de cada ano de acordo com a qualidade e abrangência da informação relatada: - Selo Ouro: inventários completos e verificados por terceira parte - Selo Prata: inventários completos - Selo Bronze: inventários parciais Os resultados de 2013 mostram quem houve um aumento de 4% no número de inventários verificados por terceira parte (selo ouro), que passaram de 41 (em 2012) para 50 inventários em 2013, representando 47% dos 106 inventários publicados. Pela primeira vez em 5 anos, a parcela de inventários com o selo ouro é maior que as demais. Este fato reforça o crescente interesse das organizações em agregar maior qualidade às informações publicadas e o amadurecimento das organizações membro no processo de contabilização de suas emissões. Também foi observado um aumento na parcela de inventários completos, que soma 90% do total deste ano; e uma redução no número de inventários parciais (selo bronze), que agora representam apenas 9% dos inventários que serão publicados.
EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE) Como forma de ajudar a delinear as fontes de emissão diretas e indiretas da organização, melhorar a transparência e ser útil a diferentes tipos de organizações, o método GHG Protocol define três escopos (Escopo 1, Escopo 2 e Escopo 3), para fins de contabilização e elaboração do inventário de GEE. Os escopos previnem a dupla contagem das emissões por mais de uma organização e garante comparabilidade às informações relatadas. Escopo 1 Emissões diretas São aquelas provenientes de fontes que pertencem ou são controladas pela organização, como, por exemplo, as emissões de combustão em caldeiras, fornos, veículos da empresa, emissões do processo produtivo, emissões de sistemas de ar condicionado e refrigeração, entre outros. As emissões de Escopo 1 são de responsabilidade direta e exclusiva da organização inventariante.
As emissões de Escopo 1 dos inventários de 2012 somaram 71,6 milhões de toneladas de CO 2 equivalente (tco 2 e). Apesar do número de organizações inventariantes ter aumentado 10% de 2011 para 2012, é possível observar uma redução significativa, de 35%, no total de emissões de Escopo 1 publicadas. Esta diferença dá- se, principalmente, pela ausência de uma grande organização que publicou seu inventário de 2011, mas esteve ausente dos resultados do ano de 2012. Assim sendo, não é razoável afirmar que houve uma redução efetiva das emissões das organizações participantes do Programa Brasileiro no mesmo período. As emissões diretas (Escopo 1) são divididas em 6 categorias: combustão estacionária, combustão móvel, processos industriais, emissões fugitivas, resíduos e emissões agrícolas. Analisando as emissões desagregadas nas categorias, é possível observar que as fontes de combustão estacionária (37%) e processos industriais (35%) reúnem a maior parcela do total de Escopo 1. Estas emissões são provenientes da queima de combustíveis fósseis em máquinas e equipamentos, como óleo diesel, gasolina, gás natural e outros (que compõe a combustão estacionária) e emissões específicas de processos industriais, resultado de transformações físico- químicas (que compõe as emissões de processos industriais). As emissões de combustão móvel, advindas do uso de combustíveis nos veículos próprios das organizações, representa 16% do Escopo 1, conforme figura abaixo.
Escopo 2 Emissões indiretas de energia adquirida Devem ser contabilizadas no Escopo 2 as emissões de GEE provenientes da aquisição de energia elétrica e térmica que é consumida pela organização, ou seja, a energia que é comprada ou então trazida para dentro dos limites organizacionais desta. Neste escopo, as emissões ocorrem fisicamente no local onde a energia é produzida, mas são de responsabilidade indireta da organização, que a consome. Em 2012, as 106 organizações contabilizaram 4,8 milhões de toneladas de CO 2 equivalente no Escopo 2, sendo que no ano de 2011, a mesma fonte somou 3,3 milhões de tco 2 e. Apesar de um crescimento aparente no volume total de emissões, esta análise não deve ser feita isoladamente, uma vez que as emissões da energia adquirida são reflexo da composição da matriz energética nacional. Apesar do perfil predominantemente renovável da matriz nacional, o valor do fator de emissão 1 do Sistema Interligado Nacional (SIN) aumentou 123,7% de 2011 para 2012. Este fato reflete as recentes decisões do planejamento energético nacional em aumentar a contribuição de fontes não renováveis de energia na matriz brasileira (como termoelétricas a gás natural e a carvão), gerando um aumento nas emissões de GEE associadas ao consumo elétrico. Porém, analisando o consumo de energia dos membros do Programa no mesmo período, houve redução média de 36%, ou seja, apesar dos esforços das organizações em melhorar a eficiência de seus processos e reduzir o consumo energético, o resultado das emissões das organizações teve impacto negativo por conta da variável controlada pelo governo. O gráfico a seguir reflete este cenário. 1 Fator de emissão é o valor de conversão utilizado para transformar o consumo de energia (MWh) em emissões de GEE (tco 2 e). Este valor é calculado mensalmente pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Escopo 3 Outras emissões indiretas As emissões indiretas de GEE são aquelas que englobam as atividades ao longo da cadeia de valor da organização. Estas outras fontes de emissão indireta não são controladas pela organização inventariante, mas acontecem por consequência de suas atividades. Mesmo se tratando de emissões indiretas, em diversas organizações esta é uma fonte muito significativa e sua contabilização é essencial para garantir uma gestão de emissões coerente. O relato de fontes de Escopo 3 no Programa Brasileiro GHG Protocol é opcional, sendo que cada Membro decide quais fontes irá contabilizar em seu inventário. O método do GHG Protocol propõe 15 categorias para o relato de emissões de Escopo 3 saiba mais aqui. O total de emissões registrado no Escopo 3 em 2012 foi de 282,9 milhões de tco 2 e. O volume de emissões deste escopo é muito superior aos demais escopos, pois considera as emissões indiretas de diversas organizações que são clientes e/ou fornecedores dos membros do Programa Brasileiro, englobando um universo maior. Ao longo dos anos, houve um aumento crescente no relato de Emissões de Escopo 3, sendo que atualmente 91% das organizações inventariantes incluíram pelo menos 1 fonte de Escopo 3 no inventário. No início do Programa, em 2008, apenas 65% das organizações considerou o Escopo 3 em seus inventários, como pode ser visto no gráfico abaixo. O aumento progressivo deste índice reforça a importância que as emissões indiretas tem na gestão climática das organizações.
Anexo I: Membros 2013 do Programa Brasileiro GHG Protocol Organizações que publicaram seus inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE) do ano de 2012, separados por tipo de qualificação (em ordem alfabética). Ouro: inventários completos e verificados por terceira parte 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Acumuladores Moura Alcoa Alumínio Anglo American Banco do Brasil BM&FBOVESPA Braskem BRF Brasil Foods Celulose Irani Cielo 18 EDP 35 Nivea 19 Eletrobras Furnas 36 Oi 20 EQAO 37 Organização Bradesco 21 EY 38 Plural 22 Grupo Boticário 39 Raízen Energia 23 Grupo Fleury 40 Redecard 24 Honda Automóveis 41 RL Higiene 25 Hospital Israelita Albert Einstein 42 Samarco 26 IBOPE 43 Souza Cruz 10 Condomínio Edifício Residencial 27 44 SulAmérica Seguros, Previdência e IFF Essências e Fragrâncias Porto di Nucci Investimentos 11 28 45 Construtora Andrade Gutierrez InterCement Telefônica Brasil 12 Copel 29 Ipiranga 46 TIM Participações 13 CPFL ENERGIA 30 Itaú 47 Unilever 14 Danone Ltda. 31 Klabin 48 Vale 15 Ecofrotas e Ecobenefícios 32 Log&Print 49 Votorantim Industrial 16 Ecorodovias 33 Marfrig Group 50 VRG Linhas Aéreas SA - Grupo GOL 17 Editora Globo 34 Natura
1 2 3 4 5 6 7 8 AES Brasil Abril Comunicações Banco Santander BKO BNDES CCR Citibank Companhia de Restauro Prata: inventários completos 9 Consórcio Construtor CR Almeida - Santa Bárbara 18 19 ERB - Energias Renováveis do Brasil FGV Fundação Getulio Vargas 20 Finnet Comercio e Serviços de Teleinformática Ltda 21 Ford 22 23 24 25 26 10 Construtora Aterpa M. Martins 27 11 Construtora Camargo Correa 28 12 Construtora Norberto Odebrecht 29 13 Coopercarga 30 14 Cootravale 31 15 Dudalina 32 16 Embraco 33 17 Emflora Furukawa Gelnex Givaudan Grupo Pão de Açúcar Hospital Sírio- Libanês Igaratiba Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano - INDSH Instituto CO2 Zero JBS Lojas Americanas Lojas Renner Lutha Uniformes 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Lwart Marcolin Tricot Patrus Transportes Polícia Federal Sanepar SGD Brasil Vidros STRONG/ESAGS Suzano Papel e Celulose Ticket URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões Veloce Via Green Logística Sustentável Vix Logística Whirlpool Latin America Yamana Gold
Bronze: inventários parciais 1 CESP 5 Monsanto do Brasil Ltda - Proteção de Cultivos 2 Esco Brasil 6 Moto Honda da Amazônia 3 Governo do Estado de Santa Catarina 7 Porto Seguro 4 Malwee Malhas 8 Spaipa