ANÁLISE DA VISÃO DA POPULAÇÃO QUANTO AOS ATOS DE MAUS-TRATOS PRATICADOS CONTRA ANIMAIS Analysis of the population of vision as to abuse of acts against animals Jhéssica Luara Alves de LIMA 1 ; Nilza Dutra ALVES 2 ; Francisco Marlon Carneiro FEIJÓ 3 ; Carmem Tassiany Alves de LIMA 4 ; Lanila Francisca TORRES 5 ; Caio Sérgio SANTOS 6 1 Universidade Federal Rural do Semiárido - UFERSA, Mestranda em Ambiente, Tecnologia e Sociedade. jhessica.luara@ufersa.edu.br 2 Universidade Federal Rural do Semiárido - UFERSA, Professora Orientadora do Mestrado em Ambiente, Tecnologia e Sociedade. nilza@ufersa.edu.br 3 Universidade Federal Rural do Semiárido - UFERSA, Professor do Mestrado em Ambiente, Tecnologia e Sociedade. marlon@ufersa.edu.br 4 Universidade Federal Rural do Semiárido - UFERSA, Assistente Social. carmem@ufersa.edu.br 5 Universidade Federal Rural do Semiárido - UFERSA, Estagiária. lanila_torres@hotmail.com 6 Universidade Federal Rural do Semiárido - UFERSA, Médico Veterinário. caio@ufersa.edu.br
Introdução A Lei dos Crimes Ambientais é competente para dispor que aquele que praticar ato de maus-tratos com animais comete crime contra o meio ambiente e será punido com pena de detenção, de três meses a um ano, e multa. Assim, entende-se que o homem tem a obrigação legal de respeitar os direitos dos animais. Todavia, o respeito à legislação depende do prévio conhecimento dela e/ou da moral intrínseca em cada ser humano, decorrente da bioética. Há décadas as legislações que protegem e tutelam os animais existem e não são efetivamente cumpridas. A dor e o sofrimento de per si, são ruins e devem ser evitados, desviados ou mitigados, não importa qual seja a raça, o gênero ou a espécie do ser que sofre (SINGER, 2004). Semelhantemente a bioética, a ciência do bem-estar animal é considerada uma ferramenta que permite avaliar a qualidade de vida dos animais e o impacto de homem sobre eles (SOUZA, 2008). É necessário e urge que a sociedade seja consciente e perceba o seu papel preponderante de garantidor do bem-estar animal, pois seus direitos efetivamente são tutelados pelos seres humanos, favorecendo assim todas as condições necessárias para que os animais tenham seus direitos respeitados. Não cuidar do bem-estar dos animais pode ser caracterizado como crime de maus-tratos (BRASIL, 1998). O mesmo é praticado pelo ser humano em relação aos animais não-humanos, sendo sempre motivado por uma ordem de aspecto cultural, social e psicológica. Os animais, tutela do Estado, precisam ser vistos como seres vivos, estando estes sujeitos a diversas formas de maus-tratos, como traumas, atropelamentos, fome, sede, prisões, expostos a condições ambientais desfavoráveis, doenças diversas, abandonados quando adoecem ou quando já não têm mais utilidade, entre outras situações humilhantes. Dessa forma, ser guardião de um animal exige um mínimo ético. Assim, o trabalho procura analisar a visão da população quanto aos atos de maus-tratos praticados contra os animais. Material e Métodos O método utilizado para o desenvolvimento do trabalho foi uma pesquisa de campo, que envolveu 1.000 (mil) participantes, maiores de dezoito anos, residentes em Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte. O trabalho utilizou-se de questionário estruturado com perguntas fechadas acerca dos maus-tratos realizados com animais. Esse trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, com parecer nº 40506515.4.0000.5294, de 13 de abril de 2015. Resultados e Discussão Questionados sobre se sabiam o que constitui maus-tratos aos animais, 85% dos pesquisados responderam positivamente, enquanto 15% afirmaram não saber (Figura 1). Verifica-se que a maioria da população sabe o que são maus tratos, no entanto, segundo Estrella, (2014) os maus-tratos de
animais são práticas muito comuns desde os primórdios da humanidade e perduram até os dias atuais. Devendo ser difundido o conhecimento sobre maus-tratos, evitando assim que animais pereçam por esse motivo. Não raro nos depararmos com situações evidentes de maus-tratos contra animais (ESTRELLA, 2014), mesmo com um percentual elevado de pessoas que conhecem o que seria maus-tratos e, consequentemente, deveriam ter a consciência de não praticá-lo. Dessa forma, o percentual de pessoas que não sabem o que é maus-tratos, precisa conhecer essa situação, mas, mais do que conhecer, precisa pôr em prática atos de bem-estar animal. Às pessoas que responderam saber o que constitui maus-tratos, questionou-se sobre as práticas de maus-tratos com animais. Quanto ao ato de abandonar um animal, 79% das pessoas pesquisadas concordaram que este seria um tipo de maus-tratos aos animais (Figura 2). De fato, o abandono é um dos tipos de maus-tratos para com os animais (PEA, 2015). Quanto a deixar o animal sem alimento, 77% das pessoas afirmaram ser uma prática de maustratos. Não dar água e comida diariamente, constitui exemplo de maus-tratos (PEA, 2015). Sobre não levar ao médico veterinário, 54% das pessoas entendem que é ato de maus-tratos, enquanto que 46% não reconhecem a importância de se consultar os animais. O Médico Veterinário estuda, se especializa por anos e é o profissional capaz de identificar alterações na saúde do animal (TEIXEIRA, 2015), razão pela qual é importante a consulta frequente. Sacrificar o animal quando existe tratamento é um ato cruel. Mesmo o animal estando doente, o sacrifício destes no Centro de Controle de Zoonose não pode ser feito de modo cruel (CONSULTOR JURÍDICO, 2009). Todavia, apenas 63% dos pesquisados possuem o entendimento de que o animal deve ser cuidado, evitando assim o seu sacrifício. Sobre não vacinar os animais, 57% dos pesquisados compreendem ser este um ato de maus-tratos. Vale ressaltar que o ato de vacinar garante o bem-estar dos animais (FLORES, 2015), porém poucos possuem essa compreensão. Aos animais são concedidos direitos os quais devem ser respeitados por toda a sociedade, não podendo serem maltratados. Conclusão A população pesquisada sabe o que constitui maus-tratos aos animais, todavia, possui pouco conhecimento sobre os atos de maus-tratos praticados com animais, visto que atos como abandonar, não alimentar, não levar ao Médico Veterinário, sacrificar quando existe tratamento e não vacinar, são vistos com pouca importância pela sociedade. Referências Bibliográficas BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.brasília: Senado Federal, 1998. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 fev. 1998. CONSULTO JURÍDICO. Município deve usar método que iniba a dor. Revista Consultor Jurídico, São Paulo, 10 de setembro de 2009. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2009-set- 10/centro-zoonose-nao-sacrificar-animaismodo-cruel>. PEA. Como denunciar. Pea, São Paulo, 2015. Disponível em: <http://www.pea.org.br/denunciar.htm>. ESTRELLA, S. Como funcionam os maus-tratos de animais. Disponível em: < http://ambiente.hsw.uol.com.br/maustratos-animais.htm>. Acesso em: 02 jun. 2015. FLORES, C. C. A irregularidade da vacinação de pequenos animais no Brasil - Parte II. Disponível em: < http://www.portaleducacao.com.br/veterina ria/artigos/59259/a-irregularidade-davacinacao-de-pequenos-animais-no-brasilparte-ii>. SINGER, P. Ética Prática. 4. ed. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2004. SOUZA, M. F. de A. e. Bioética e Bem- Estar Animal: novos paradigmas para a Medicina Veterinária. Revista do Conselho Federal de Medicina Veterinária, v. 14, n. 43, 2008. TEIXEIRA, L. S. 3 motivos para levar o Pet ao Veterinário. Disponível em: <http://lupusalimentos.com.br/lupus_mund opet/3-motivos-para-levar-o-pet-aoveterinario/>. Palavras-chave: Abandonar, Práticas, Sacrificar. Keywords: Abandon, Practices, Sacrifice.
Figura 1 Conhecimento da população de Mossoró/RN quanto aos maus-tratos com animais. Figura 2 Conhecimento da população de Mossoró/RN quanto aos atos de maus-tratos praticados contra animais.