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Transcrição:

Recrutamento do peixe-rei, Atherinella brasiliensis (Quoy & Gaimard) (Atheriniformes, Atherinopsidae), na margem continental da Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, Brasil André Luiz Machado Pessanha 1 Francisco Gerson Araújo 1 ABSTRACT. Recruitament of the silversidc, Atherillella brasiliellsis (Quoy & Gaimard) (Atheriniformcs, Atherinopsidae), in continental margin of Sepetiba Bay, Rio de Janeiro, Brazil. The silverside, Atherinella brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824), a resident species ofthe shallows ofbays, estuaries and coastallagoons, was studied during two annual cycles, using beach seines (July 1996 to June 1998), in the continental margin ofthe Sepetiba Bay, aiming to assess recruitment and distribution patterns. A wide recruitment period, with young-of-the-year appearing from early spring to early autumn, was shown, witl-t peaks ofjuveniles (Total Length - L T = 10-30 mm) being recorded in two periods ofthe year; one in November and another in March. The highest abundances, of both juvenile and adults, were recorded in Coroa Grande and Itacuruçá, sites located in theouter Bay, during the whole summer, with significant differences were found. In spite of not having been found any statistically significant relatiol1ship between the environmental factors and the occurrence of this species, a trend of higher abundance in colder and more saline waters was detected. High values of growth coefficient (K = 0.93) and low asymptotic lenght (L~ = 11.6 em) indicated that this species shows a high growth rate and short life cycle, with life span of 3.09 years, in this system. KEY WORDS. Atherinopsidae, silverside, distribuition, Sepetiba Bay A Baía de Sepetiba, um importante ecossistema situado ao sul do estado do Rio de Janeiro (22 53'-23 04'S; 43 33'-44 05'W), é considerada uma área de criação e de alimentação de uma grande variedade de espécies de peixes na fase juvenil. Nos últimos anos, vem sofrendo com o desenvolvimento do complexo industrial e a crescente urbanização, q ue tem aumentado s ubstancialmente o nível de poluição de suas águas. Dentre os peixes da baía, destaca-se, por sua elevada abu ndância, o peixe-rei Atherinella brasiliensis (Quoy & Gaimard 1824). Esta espécie ocorre na América do Sul, desde a Venezuela até o Rio Grande do S u l, aparecendo com maior freqüência em águas costeiras, principalmente na desembocadu ra de rios e nas regiões de água salobra (FIGUEIREDO & MENEZES 1978), sendo considerada u ma espécie estuarina residente em alguns ecossistemas (ANDREATA et ai. 1990; ARA ÚJO et ai. 1997). 1) Laboratório de Ecologia de Peixes, Posto de Aqüicultura, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Km 47 da Rodovia Rio-São Paulo, 23851-970 Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil.

1266 Pessanha & Araújo Os trabalhos sobre a biologia desta espécie na costa brasileira restringem-se a BEMVENUTI (1987, 1990), PAIVA FILHO & GIANINNI (1990), HOSTIM-SILVA et at. ( 1995) e SANTOS et at. (1999). Apesar da espécie estar entre a mais abundantes nos arrastos de praia realizados nabaíade Sepetiba, contribuindo com 6,7% da abundância total (ARAÚJO et at. 1997), poucos trabalhos enfocam a sua ecologia nesse ecossistema. SOUZA & ARAÚJO (1990) estudaram a sua distribuição e abundância, enquanto que OSHIRO & ARAÚJO (1987) e ARAÚJO et at. (1997) destacaram o peixe-rei como uma das mais abundantes espécies, tanto em número como em peso. Este trabalho objetivou estudar os aspectos do ciclo de vida do A. brasiliensis na margem continental da Baía de Sepetiba, com ênfase no recrutamento e padrões de distribuição e abundância relativa, bem como determinar os parâmetros de crescimento a partir da análise da freqüência de comprimentos. MATERIAL E MÉTODOS Foram analisados dados de dois ciclos anuais de amostragens mensais de arrastos de praia Uulho de 1996 ajunho de 1998) realizados na Baía de Sepetiba, utilizando-se rede do tipo picaré (10 m de comprimento por 2,5 m de altura e 7 mm de distância entre nós), arrastada numa extensão de aproximadamente 30 m, a uma profundidade máxima de 1,5 m, em cinco locais de coleta: zona externa - 1) Praia de Muriqui (MU), 2) Praia de Itacuruçá (IT) e 3) Coroa Grande (CG); e zona interna - 4) Praia de Sepetiba (SE) e 5) Pedra de Guaratiba (PE) (Fig. 1). Tais locais de coleta foram selecionados considerando a acessibilidade e sua distribuição cobrindo toda a extensão da margem continental. Os peixes coletados foram fixados e conduzidos a laboratório, onde foiam identificados (segundo SAEED et at. 1994), medidos o comprimento total (em milímetros) e pesados com balança de precisão de 0,1 g. Em cada amostragem foram retirados os parâmetros ambientais de temperatura da água, salinidade, transparência da água e profundidade. A temperatura superficial da água foi aferida com um sensor da marca Horiba; para a salinidade um salinômetro; a transparência da água foi obtida com O uso do disco de Secchi com graduação em centímetros, e para determinar a profundidade foi utilizado um profundímetro com graduação em centímetros. A distribuição e abundância relativa das espécies foram calculadas com base no CPUE (ind./arrasto) e biomassa (glarrasto), e as variações espaciais foram feitas considerando os locais de coletas. O critério de sazonalidade foi adotado considerando os meses de amostragens: dezembro, janeiro e fevereiro, verão; março, abril e maio, outono; junho, julho e agosto, inverno; e setembro, outubro e novembro, primavera. A constância desta espécie foi obtida segundo DAJOZ (1973). Os dados foram analisados estatisticamente visando detectar padrões de variação espacial e temporal da distribuição. Para detectar as diferenças significativas entre os valores médios dos dados abióticos e bióticos, foi utilizada a Análise de Variância (ANOVA) ao nível de confiança de 95% (p < 0,05). Os valores dos fatores abióticos, CPUE e biomassa sofreram transformação logarítmica (Iog x+ 1) para atender aos requisitos de normalidade e homocedasticidade. O crescimento foi estudado através da freqüência das classes de comprimento, agrupados a cada 5 mm. As freqüências mensais foram inseridas numa planilha

Recrutamento do peixe-rei, Atherinella brasiliensis... 1267 do programa FISAT, em seguida, foram estimados os valores de Loo (comprimento assintótico) e K (coeficiente de crescimento) através do método de Alppeldoorn 's. Após a obtenção dos dados de crescimento, foi calculado o valor de to (constante que representa a idade que supostamente um peixe apresenta quando sua idade é zero), e para tmax= constante que representa a longevidade da espécie; através das relações empíricas de PAUL Y (1980), determinadas através das seguintes equações: I) log. (-to) = - 0,3922-0,2752 - log Loc- 1,308 log k; 2) tmax= to + 2,9957 / k. N ~t 30 ' S +-=-_~~===I L- ; Fig. 1. Baía de Sepetiba com indicações das estações de coleta na margem continental. (1) Praia de Muriqui (MU), (2) Praia de Itacuruçá (IT), (3) Coroa Grande (CG); (4) Praia de Sepetiba (SE), (5) Pedra de Guaratiba (PE). RESULTADOS Parâmetros Ambientais Temperatura. As temperaturas médias nos dois ciclos anuais apresentaram diferenças altamente significativas (p < 0,01, ANOV A) entre as estações de coleta (Tab. I), sendo registradas as maiores médias (28,2 C) na estação da Pedra de Guaratiba e as menores (23,7 C), na estação da Praia de Itacuruçá (Fig. 2). A maior temperatura da água fo i de 32 C, registrada em fevereiro de 1998, e a menor, 19,6 C, durante julho de 1996. Foram encontradas diferenças significativas entre as estações do ano (Tab. I), com as maiores médias de temperatura da água nos meses do verão e as menores durante os meses do inverno (Fig. 3). Salinidade As salinidades médias apresentaram diferenças significativas (p < 0,05, ANOV A) entre as estações de coleta (Tab. I), apresentando maiores valores médios (28,8%0) para estação de Itacuruçá e menores valores (22, 1%0) para a estação Praia

1268 Pessanha & Araújo de Sepetiba (Fig. 2). A maior salinidade registrada foi de 32%0, durante agosto de 1996, e a menor, de 19%0, durante janeiro de 1997. Foram encontradas diferenças significativas entre as estações do ano (Tab. I), com as maiores médias de salinidade registradas durante os meses do verão e as menores, durante a primavera (Fig. 3). ~J ü o MU IT CG SE PE ~l ü o <f< :] ~ o :1 ~---- ----~----~----~13 Figs 2-3. Variação espacial da temperatura e salinidade (2) e variação temporal da temperatura e salinidade (3), na margem continental da Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro. (MU) Muriqui, (IT) Itacuruçá, (CG) Coroa Grande, (SE) Sepetiba, (PE) Pedra de Guaratiba, (1) inverno, (2) primavera, (3) verão, (4) outono. Tabela I. Valores de F (ANOVA) e diferenças significativas das comparações dos fatores ambientais, CPUE e biomassa do peixe-rei na margem continental da Baía de Sepetiba. Fatores Local (EC) Eslação do ano (EA) gl = 4 gl=3 EC x EA Teste de Tukey Temperatura 5.50 35.65 Salinidade 4.56 3.64 CPUE 7.23 4.70 Biomassa 6.91 3.99 ps. PG > MU. IT Verão Inverno, Primavera, Outono IT> PS. PG Verão> Primavera 2.97 IT. CG > PS. PG Verão> Inverno, Primavera 2.21 MU. IT. CG > PS. PG Verão> Primavera (*) p < 0,05; (**) P < 0,01; (gl) graus de liberdade.

Recrutamento do peixe-rei, Atherinella brasiliensis... 1269 Distribuição espacial e temporal Durante as 120 amostragens de arrasto de praia, foram capturados no primeiro ciclo anual 1.530 peixes com o peso total de 2177,8 g, e no segundo ciclo anual 570 peixes pesando 764, 1 g. Nos dois ciclos an uais, A. brasiliensis apresentou uma ampla distribuição durante todo o ano, ocorrendo em todas as estações de coleta de arrasto de praia, tendo se concentrado nas estações 3 e 2 (Coroa Grande e Itacuruçá), respectivamente. Atherinella brasiliensis foi considerada uma espécie constante, estando presente em 60% das amostras no primeiro ciclo anual ( 1996/97), e em 51,7% das amostras no segundo ciclo anual (1997/98). Diferenças significativas foram observadas (p < 0,05) para as CPUEs e biomassas entre as estações de coleta e as estações do ano (Tab. I). No primeiro ciclo an ual, as maiores CPUEs (70,08 ind./arrasto) ocorreram na estação 3 e as maiores biomassas (65,35 g/arrasto) na estação 1 (Fig. 4), sendo os menores valores registrados na estação 5. As maiores CPUEs (66,20 g/arrasto) e biomassas (83,68 g/arrasto) foram observadas durante o verão (Fig. 5), e as menores, durante a primavera. No segundo ciclo anual, houve a captura de um menor número de indivíduos nos arrastos de praia, com maiores CPUEs observadas nas estações 3 (22,33 ind./arrasto) e 2 (21,16 ind./arrasto) e maiores biomassas (45,16 g/arrasto) também na estação 2 (Fig. 5). Os meses do verão apresentaram as maiores CPUEs (14,66 ind./arrasto) e biomassa (23,88 g/arrasto), enquanto as menores CPUEs ocorreram no inverno e outono, e as menores biomassas, no inverno e primavera (Fig. 5). Recrutamento e crescimento A distribuição mensal das freqüências de comprimento, feita com base nos dois ciclos anuais estud ados, encontrou-se indivíduos com CT entre 13 e 138 mm, caracterizando, assim, uma espécie de pequeno porte. Os recrutas foram capturados principalmente entre março e novembro. No primeiro ciclo anual, um primeiro grupo surgiu em novembro com CT = 10 mm, atingindo em março comprimento total de aproximadamente 80 mm. Um segundo grupo de recrutas aparece em março com CT = 10-30 mm, chegando ao final de junho com CT por volta de 60 mm (Fig. 6). No segundo ciclo anual, foi observado um padrão de recrutamento assemelhado com o do primeiro ano. Em dezembro, os recrutas apresentavam CT 10-30 mm, chegando em março com CT de aproximadamente 110 mm. Um segundo grupo recrutado em março apresentou CT 10-20 mm, chegando a maio com CT = 30-40 mm (Fig. 7). Foi observado que, a partir de 100 mm de CT, o número de indivíduos capturados é menor, por serem indivíduos mais rápidos que conseguem fugir da rede, e que indivíduos com CT entre 20 e 40 mm ocorrem durante todo o ano. Com base nas freqüências de comprimento, foi possível calcular os valores de Loo ( 11 2,6) e K (0,93) através do método de Alppeldoorn 's, e, através da equação de Pauly, obteve-se um to (-0,231) e tmax (3,09). O método de Alppeldoorn's deve ser usado quando o valor de Loo é menor que Lmax, caso observado para esta espécie. Através deste método, pode-se chegar também a uma longevidade de aproximadamente dois anos para o peixe-rei na Baía de Sepetiba (Fig. 8). Revta bras. Zool. 18 (4): 1265-1274,2001

1270 Pessanha & Araújo ~!~ ~~ rr a; PS R: ~97 R: 97/00 ~ o, 00 ro 40 20 o _4, : ~97 PS R: 97/00..t.------r-, -~----+------1 rr a; ps ij~ 5 o ~l! '~l 97/00 R: '4 00 ro 40 ~97 20 4 4 97/00 100 00 ro ~97 40 20 L---~----~"~~--~' 5 Figs 4-5. Variação espacial (4) e temporal (5), do número (CPU E) e peso total (gramas) do peixe-rei na margem continental da Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro: (MU) Muriqui, (IT) Itacuruçá, (CG) Coroa Grande, (SE) Sepetiba, (PE) Pedra de Guaratiba, (1) inverno, (2) primavera, (3) verão, (4) outono: DISCUSSÃO A elevada abundância do peixe-rei encontrada na margem continental da Baía de Sepetiba, evidencia uma tendência encontrada anteriormente por SOUZA & ARAÚJO (1990) desta espécie ser comum nas áreas rasas da baía: Esta tendência tem sido descrita em outros ecossistemas ao longo da costa brasileira (CHAO et a!. 1982; MONTEIRO-NETO eta!. 1990; GRAÇA LOPES eta!. 1993; GIANINNI & PAIVA FILHO 1995; ANDREA TA et a!. 1997), sendo A. brasiliensis uma espécie constante, considerada, portanto, estuarino residente nestes ambientes: Recrutas do ano começam a aparecer na margem continental entre setembro e novembro, com os jovens do ano apresentando comprimento total entre 10-30 mm e permanecendo na área até o comprimento de 110 mm: O acompanhamento das classes modais permite observar uma grande sobreposição das modas, principalmente entre 10-40 mm de comprimento, sugerindo a desova parcelada (BEMVENUTI 1987):

Recrutamento do peixe-rei, Atherinella brasiliensis... 1271 ro Ti c ' <1> '::o CT ~ LL "J 1996/1997 lul 'u..,.i_.,--~---,,,, -+- + n_=34~ :tl' ~ _,. 1. - " I I :~l o,, "I I.,. ~, ",1.,11.1,.- '~ ",1111._.,11., ~~ I,.. 'II.'. :.;1, 8. 1, I.. ago n=186 sei n=1 '" out. n=22 nov n=102, dez n=439 ~ lan 0'292, fev. n=258 mar. n=116 abc n=4q maio n=46 :;~1 iun ~~I r-_~,~.~",~~~_ ~ n-+ = ~ 5 20 40 60 80 100 120 6 1997/1998 iui. 0'2 I~ I ago. '-l,-". _ ----; O'_35~ :J.;l, f--_._,lllu.--- r, 1_... '~~L- r- ~L-_+--r--~-~+O lo out. 0'4.~--~L--r---+---+---~-+ novo 0'127 '~, -1111,1 loi ;1,._.1,. 1,..,.. dez. n=104 jan. 0'73 I~ fev. ;1,.1,_ '.1_-----"1"--+--0' - 23+ j I O;Y Comprimento total (mm ) I,.'..,..1.1,_- mar. n=124 ',;,y,'--'--... ~--r---!---_+-,;-~-+- ~.,i.,.. I.,...,.. - 20 40 60 80 100.,. maio n= 27 iun. n=2 120 7 Figs 6-7. Distribuição mensal de freqüência de comprimento de A. brasiliensis. (6) no primeiro ciclo anual (96/97); (7) no segundo ciclo anual (97/98), na margem continental da Baía de Sepetiba, Ri o de Janeiro. Maiores abundâncias, tanto em número como em peso, fo ram apresentadas nos meses quentes, estando provavelmente associado ao período de recrutamento e desova, quando exemplares desta espécie procuram as áreas mais rasas para passarem os primeiros anos de vida. ARA ÚJO et ai. (1997) obtiveram maior captura durante o verão. BEMVENUTI (1987) capturou juvenis durante o verão, na Lagoa dos Patos, quando a temperatura encontrava favorável ao desenvolvimento de exempl a res desta espécie. HOSTIM-SILVA et ai. (1995) capturaram juveni s durante a primavera e o verão, na Lagoa da Conceição, enquanto que PAIVA FILHO & GI ANINN I (1 990) relataram uma maior captura, durante o verão e outono, no complexo baía-estuári o de Santos e São Vicente. Os valores encontrados para os parâmetros ambientais de temperatura e salinidade apresentaram-se diferentes entre as estações de coleta e as estações do ano. As maiores salinidades e as menores temperaturas encontradas nas estações da zona ex terna ( I e 2) estão relacionadas com uma maior infl uência das águas Revta bras. Zool. 18 (4): 1265-1274, 2001

1272 Pessanha & Araújo 1.99 89 " E ",.:; 69.. il'i c::!li ~ 49 29 Relative age (years-t9) Fig. 8. Estimativa da idade para A. brasiliensis na Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro. oceânicas. As maiores temperaturas e salinidade no verão coincidem com o mesmo padrão reportado em trabalhos anteriores (ARAÚJO et ai. 1997; ARAÚJO & SANTOS 1999), que atribuem tais variações às alterações climáticas ocorridas nesta região. As maiores abundâncias foram observadas nos locais de coleta com águas mais frias e salinas (estações da zona externa), embora os testes estatísticos utilizado não tenham detectado diferenças significativas. SANTOS et ai. (1999) estudando esta espécie na Baía de Todos os Santos, observaram que a alta abundância estava associada às estações de coleta com maior temperatura e salinidade, enquanto HOSTlM-Srr.. VA et ai. (1995) também encontraram uma significante correlação diretada abundância desta espécie com os fatores ambientais de temperatura e de salinidade na Lagoa de Conceição. ANDREATA et ai. (1997) não encontraram nenhuma tendência relacionada a temperatura e salinidade para o peixe-rei na Lagoa Rodrigo de Freitas. As estações de Coroa Grande e Itacuruçá apresentaram, durante os dois ciclos anuais, uma maior CPUE, devido a existência de áreas mais abrigadas, onde os juvenis estariam mais protegidos dos predadores e teriam uma maior disponibilidade de alimento. SOUZA & ARAÚJO (1990) observaram que estas duas estações foram as que apresentaram maior abundância para a espécie na Baía de Sepetiba durante o período estudado, enquanto ARAÚJO et ai. (1997) sugerem maior ocorrência nas estações 1 e 5 (Muriqui e Pedra de Guaratiba). Foi observado que, no primeiro ciclo anual, a estação de Muriqui foi responsável pela maior biomassa, devido aos indivíduos capturados serem na maioria adultos. No segundo ciclo anual, as estações de Itacuruçá e Coroa Grande foram responsáveis pela maior biomassa, devido ao grande número de juvenis capturados. Estas estações de coleta apresentaram águas mais calmas e pouco profundas, características importantes para o desenvolvimento de juvenis (BLABER & BLABER 1980; A YVAZIAN & HYNDES 1995). Para os parâmetros de crescimento estimados a partir das freqüências de comprimento, pode-se observar que o peixe-rei aparece durante todo o ano, com dois recrutamentos, caracterizando duas desovas ao longo do ano, sendo a primeira Revta bras. Zool. 18 (4): 1265-1274, 2001

Recrutamento do peixe-rei, Atherinella brasiliensis... 1273 na primavera c outra no verão. SOUZA & ARAÚJO (1990) relataram que a desova desta espécie na Baía de Sepetiba durante a primavera. Por s u a vez, PAIV A FILHO & GIANINNI (1990) descreveram a entrada de jovens do ano, a partir de novembro, provenientes de uma ú nica desova, enquanto BEMVENUTI (1987) caracteriza a desova desta espécie como parcelada e longa, com d uração de quatro meses. O a lto valor de K encontrado s ugere ser uma espécie apresentando um crescimento rápido e vida c u rta, com uma idade máxima de dois anos, como indicado pelos deslocamento dos grupos de tamanh o, a partir das modas formadas por recrutas do ano. V AZZOLER (1982) refere-se q ue pode ocorrer uma relação inversa entre K e Loo, em que as espécies que apresentam comprimento assintótico menor irão apresentar a taxa de crescimento mais elevada. AGRADECIMENTOS. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a concessão de auxílio pesquisa e bolsas ao projeto Bioecologia dos Peixes da Baía de Sepetiba, do qual este trabalho faz parte. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDREATA, J.V.; L.R.R. BARBIERI; A.S.C. SEBÍUA; M.H.C. SILVA; M.A. SANTOS & R.P. SANTOS. 1990. Relação dos peixes da Laguna de Marapendi, Rio de Janeiro, Brasil. Atlântica, Rio Grande, 12 (I): 5 17. ANDREATA, J.V.; A.G. MARCA; c.l. SOARES & R.S. SANTOS. 1997. Distribuição mensal dos peixes mais representativos da Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, Brasil. Revta bras. Zoo1.14: 121 134. ARAÚJO, F.G. & A.C.A. SANTOS. 1999. Distribution and recruitament of mojarras (Perciformes, Gerreidae) in the continental margin of Sepetiba Bay, Brazil. Buli. Mar. Se. 65 (2): 431-439. ARAÚJO, F.G.; A.G. CRuz-FILHO; M.C.C. AZEVEDO; A.C.A. SANTOS & L.A.M. FERNANDES. 1997. Estrulura da comunidade de peixes jovens da margem continental da Baía de Sepetiba, RJ. Acta Biologica Lcopoldensia, São Leopoldo, 19 (I): 61-83. A YVAZIAN, S.G. & G.A. HYNDES. 1995. Surf zone fish assemblages in south-wcstern Australia: do adjacent nearshore habitats and warm Leeuwin Current innuence the caracteristics ofthe fi sh fauna? Mar. Biol. 122: 527-536. BEMVENUTI, M.A. 1987. Abundância, distribuição e reprodução de peixes-rei (Atherinidae) na região estuarina da Lagoa dos Patos, RS, Brasil. Atlântica, Rio Grande, 9: 5 32. ---. 1990. Hábitos alimentares de peixe rei (Atherinidae) na região estuarina da Lagoa dos Patos, RS, Brasil. Atlântica, Rio Grande, 12: 79-102. BLABER, S.J.M. & T.G. BLABER. 1980. Factores affecting the distribuiton of juvenile estuarine and inshore fish. Jour. Fish, Biol. 17: 143-162. CHAO, L.N.; L.E. PEREIRA; J.P. VIEIRA; M.A. BEMVENUTI & P.R. CUNHA. 1982. Relação preliminar dos peixes estuarinos e marinhos da Lagoa dos Patos e região costeira adjacente, Rio Grande do Sul, Brasil. Atlântica, Rio Grande, 5: 67 75. DAJOZ, R. 1973. Ecologia Geral. Petrópolis, Ed. Vozes, 472p. FIGUEIREDO, J.L. & N.A. MENEZES. 1978. Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil. I. Telostei (1), São Paulo, Museu de Zoologia, Univ. São Paulo, I10p. GIANNINI. R & A.M. PAIVA FILHO. 1995. Análise comparativa da ictiofauna da zona de arrebentação de praias arenosas do estado de São Paulo, Brasil. BoI. Inst. Oceanogr., São Paulo, 43 (2): 141-152. GRAÇA LOPES, R.; E.S. RODRIGUES; A. PUZZI; 1.B. PITA; J.A.P. COELHO & M.L. FREITAS. 1993. Levantamento ictiofaunístico em um ponto fixo na Baía de Santos, estado de São Paulo, Brasil. BoI. Inst. Pesca, São Paulo, 20: 7-20. HOSTIM-SILVA, M.; L. CLEZAR ; G. C. RIBEIRO & C. MACHADO. 1995. Estrutura populacional de Revta bras. Zool. 18 (4): 1265-1274, 2001

1274 Pessanha & Araújo Atherinella brasiliensis (Quoy & Gaimard. 1824) (Osteichthyes - Atherinidae) na Lagoa de Conceição. SC. Brasil. Arq. Biol. Tecnol., Curitiba, 38: 949-960. MONTEIRO NETO, C.: A. BLACHER: A.S. LAURENT; F.N. SNIZEK: M.B. CANOZZI & L.L.C DE A. TABAJARA. 1990. Estrutura da Comunidade de peixes em águas rasas na região de laguna, Santa Catarina, Brasil. Atl ântica. Rio Grande. 12: 53-69. OSHIRO. L.M.Y.O. & F.G. ARAÚJo. 1987. Estudo dos peixes e crustáceos decápodes da Baía de Sepetiba. RJ. Simpósio Ecossistemas Costeiros do Sudeste-Sul do Brasil. Acad. Ciênc. São Paulo 3 (54): 283-297. PAIVA-FILHO. A.M. & R. GIANINNI. 1990. Contribuição ao conhecimento da biologia do peixe-rei Atherinella brasiliensis (Quoy & Gaimard. 1824) (Atherinidae). no complexo baía-estuário de Santos e São Vicente. Brasil. BoI. lns!. Oceanogr.. São Paulo. 38: 1-19. PAULY, D. 1980. A selection ofthe simple methods for the assesmcnt oftropical fi sh stocks. FAO Fish. Circ.729: l-54. SAEED. B; W. lvantsoff & L.E.L.M. CROWLEY. 1994. Systematic relationships of Atheriniform families within division I of the series Atherinomorpha (Acanthopterygii) with relevant histoncal perspectives. Jour. Icthyol., USSR, 3,t (9): 27-72. SANTOS, A.C.A.: F.R.C. CASTULLUCCI; c.f. NEPOMUCENO; E.P. SANTOS & M.P. SENA. 1999. Distribuição e recrutamento do peixe-rei Atherinella brasiliensis (Ostheychthyes, Atherinidae) na margem continental oeste da Baía de Todos os Santos. Bahia. Brasil. Acta Biologica Leopoldensia, São Leopoldo, 21: 107-118. SOUZA. D.C. & F.G. ARAÚJO. 1990. Distribuição e abundância do peixe-rei Atherillella brasiliellsis (Quoy & Gaimard, 1824) na Baía de Sepetiba, RJ. Brasília. lbama, Serviço de Defesa Ambiental. Vol. 7. p. 1-12. VAZZOLER, A.E.A. DE M. 1982. Manual de métodos para estudos biológicos de populações de peixes: reprodução e crescimento. Brasília, CNPq, 51 p. Recebido em 30.111.2000; aceito em 22.X.2001.