PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE

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Transcrição:

Parlamento Europeu 2014-2019 Comissão dos Assuntos Jurídicos 26-10-2016 PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE Assunto: Parecer fundamentado do Sejm da República da Polónia sobre a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece os critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado num dos Estados-Membros por um nacional de um país terceiro ou por um apátrida (COM(2016)0270 C7-0173/2016 2016/0133(COD)) Nos termos do artigo 6.º do Protocolo n.º 2 relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, qualquer Parlamento nacional pode, no prazo de oito semanas a contar da data de envio de um projeto de ato legislativo, dirigir aos presidentes do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão um parecer fundamentado em que exponha as razões pelas quais considera que a proposta em questão não obedece ao princípio da subsidiariedade. O Sejm da República da Polónia procedeu ao envio do parecer fundamentado em anexo sobre a proposta de regulamento em epígrafe. Segundo o Regimento do Parlamento Europeu, a comissão competente em matéria de observância do princípio da subsidiariedade é a Comissão dos Assuntos Jurídicos. NP\1109342.docx PE593.982v01-00 Unida na diversidade

ANEXO R E S O L U Ç Ã O D O S E J M D A R E P Ú B L I C A D A P O L Ó N I A de 21 de outubro de 2016 que declara incompatível com o princípio da subsidiariedade a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece os critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado num dos Estados-Membros por um nacional de um país terceiro ou por um apátrida O Sejm da República da Polónia, com base no artigo 148º do seu Regimento, considera que a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece os critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado num dos Estados-Membros por um nacional de país terceiro ou um apátrida (reformulação) (COM(2016) 270 final) não obedece ao princípio da subsidiariedade, consagrado no artigo 5º, n.º 3, do Tratado da União Europeia. A proposta viola o princípio da subsidiariedade, uma vez que o regulamento proposto não garante que os objetivos da ação considerada possam ser mais bem alcançados ao nível da UE do que através de medidas nacionais. Em anexo à resolução, encontra-se o parecer fundamentado do Sejm, onde se explicam os motivos pelos quais o Sejm considera que, em seu entender, a proposta não é compatível com o princípio da subsidiariedade. O PRESIDENTE DO SEJM Marek Kuchciński PE593.982v01-00 2/5 NP\1109342.docx

Anexo à resolução do Sejm da República da Polónia de 21 de outubro de 2016 (posição... ) Parecer fundamentado do Sejm da República da Polónia, de 21 de outubro de 2016 que expõe os motivos pelos quais o Sejm considera que, em seu entender, a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece os critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado num dos Estados-Membros por um nacional de um país terceiro ou por um apátrida não é compatível com o princípio da subsidiariedade O Sejm da República da Polónia considera que a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece os critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado num dos Estados-Membros por um nacional de país terceiro ou um apátrida (reformulação) (COM(2016) 270 final) não obedece ao princípio da subsidiariedade, consagrado no artigo 5.º, n.º 3 do Tratado da União Europeia (TUE). A proposta viola o princípio da subsidiariedade, uma vez que o regulamento proposto não garante que os objetivos da ação considerada possam ser mais bem alcançados ao nível da UE do que através de medidas nacionais. O objetivo declarado da proposta de regulamento é a resolução de casos em que um Estado-Membro se vê confrontado com um número desproporcionado de pedidos de proteção internacional pelos quais é responsável ao abrigo do regulamento proposto. Tal objetivo deverá ser alcançado através da criação de um mecanismo da repartição de refugiados entre os Estados-Membros em situações extraordinárias ou de crise, o chamado mecanismo corretivo da repartição (artigos 34º a 36º, capítulo VII da proposta de regulamento, intitulado «Mecanismo Corretivo da Repartição»), que permitirá a ativação automática deste instrumento em caso de pressão migratória. O mecanismo previsto incluirá um sistema automático no qual serão inseridos os pedidos de asilo. O mecanismo corretivo da repartição será ativado automaticamente em favor de determinado Estado-Membro quando o número de pedidos de proteção internacional pelos quais um Estado-Membro é responsável, com base nos critérios estipulados no regulamento proposto, exceder, depois de somar o número de pessoas efetivamente deslocadas, em 150 % o «número de referência». Este número de referência (artigo 34.º, n.º 3) será definido anualmente para o Estado-Membro em questão, recorrendo à «chave de referência» (artigo 35.º), com base no número de pedidos de asilo pelos quais é responsável e no número de pessoas que aceitou reinstalar. O sistema quantificará a percentagem de pedidos por que cada Estado-Membro será responsável. O número de referência basear-se-á em dois critérios: o número de habitantes do Estado-Membro (fator de ponderação de 50 %) e o PIB total do Estado-Membro (fator de ponderação de 50 %). A partir do momento em que o mecanismo é ativado, qualquer novo pedido que chegue ao país sob pressão migratória, após verificação da sua admissibilidade, mas antes da aferição da conformidade com as regras de Dublim, será encaminhado para os Estados Membros que estejam abaixo do limiar de 100 % do número de referência. NP\1109342.docx 3/5 PE593.982v01-00

Além disso, nos termos do disposto no artigo 37.º do regulamento proposto, os Estados Membros poderão suspender temporariamente a sua participação no mecanismo corretiva da repartição. Tal será feito mediante a introdução de uma notificação nesse sentido no sistema automático acima mencionado. Em caso de suspensão temporária, o Estado Membro procederá ao pagamento de uma «contribuição de solidariedade» (artigo 37.º, n.º 3), no valor de 250 000 EUR por cada requerente pelo qual seria responsável caso participasse no sistema, no quadro do mecanismo corretivo da repartição. O Sejm considera que os objetivos não serão mais bem concretizados pela proposta de regulamento na aceção do artigo 5.º do Protocolo n.º 2 do TUE, relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, e do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE) do que pelas ações dos Estados-Membros, desenvolvidas com base nas respetivas legislações nacionais. O Sejm salienta que a solução prevista de uma chave de referência não considera fatores como o grau de envolvimento dos Estados-Membros na prestação de apoio operacional a outros Estados-Membros, o facto de o Estado-Membro ter uma fronteira externa, nem as suas capacidades de acolhimento e integração. Contudo, todos estes elementos são preponderantes para a avaliação dos encargos atuais e potenciais para o Estado Membro em caso de crise migratória. A introdução de automatismos na distribuição de requerentes de proteção internacional entre Estados-Membros permite uma gestão quantitativa de vagas de migração, mas não qualitativa. Um exemplo seria o caso de a Polónia, perante a ativação do mecanismo automático corretivo da repartição, ter o dever de aceitar requerentes de proteção internacional que foram para um Estado-Membro situado a grande distância da Polónia, mas vindos de um país vizinho desse mesmo Estado-Membro, e que, passado pouco tempo, também a Polónia fosse sujeita a uma grande pressão migratória por parte de cidadãos de um país vizinho, ultrapassando a capacidade do sistema de asilo polaco; nesta situação, os requerentes de asilo provenientes do país vizinho seriam encaminhados para outros Estados- Membros, mais distantes, em resultado da ativação do mecanismo automático corretivo da repartição. Contudo, é mais vantajoso para um Estado-Membro proceder ao acolhimento de requerentes de asilo de países vizinhos, visto que, muito provavelmente, terá à sua disposição um maior número de tradutores da língua do país de proveniência do requerente, do que se este vier de um país mais distante, e melhor conhecimento da cultura e realidades do país vizinho, o que facilita o processo de concessão de proteção internacional e, a longo prazo, de integração. O Sejm é de opinião que a aplicação do mecanismo automático corretivo da repartição poderá propiciar o encaminhamento de requerentes de proteção internacional para Estados Membros mais distantes do Estado Membro de entrada, para que aí se analisem os pedidos de concessão de proteção internacional. Contudo, para maior eficácia no processo de tratamento de pedidos, seria preferível que estes fossem tratados pelo Estado-Membro mais próximo do país de proveniência do requerente de proteção internacional, nomeadamente por um dos países vizinhos do país de proveniência. Além disso, o Sejm considera que a adoção de regulamentação que prevê a denominada solidariedade financeira e a obrigação de pagamento da chamada contribuição de PE593.982v01-00 4/5 NP\1109342.docx

solidariedade, caso um Estado-Membro decida suspender temporariamente a sua participação no mecanismo corretivo da repartição, deve ser interpretada como uma sanção financeira aplicada aos países da UE que se recusem a receber migrantes, bem como uma tentativa de pressionar os Estados-Membros que estiverem relutantes em aceitar refugiados, no âmbito do mecanismo automático da repartição. O valor do contributo financeiro é considerável, ascendendo a 250 000 EUR por requerente de proteção internacional, a serem pagos ao Estado-Membro que procederá à análise do pedido. Acresce ainda que, nos termos do artigo 37.º, nº 3, da proposta de regulamento, qualquer Estado-Membro que decida suspender temporariamente a sua participação no mecanismo corretivo da repartição será informado do número de requerentes de proteção internacional pelo qual seria responsável apenas doze meses depois de suspender a sua participação no mecanismo de distribuição. Esta disposição implica que o Estado-Membro só será informado sobre as consequências financeiras da sua não participação no mecanismo findo o período de suspensão. Tal impede que o Estado- Membro se mantenha ao corrente do montante da contribuição de solidariedade. Tendo em conta o avultado valor unitário da contribuição de solidariedade e a possibilidade de existirem vagas migratórias em grande escala, o proposto pode eventualmente ter repercussões financeiras incomportáveis para o Estado-Membro. O Sejm salienta ainda que, tendo em conta os elevados custos que acarreta o pagamento obrigatório da contribuição de solidariedade, a solução proposta, quando considerada numa escala global, de todos os Estados-Membros, afigura-se menos eficaz do que outras que os Estados-Membros possam aplicar aos seus sistemas de asilo. Por conseguinte, o Sejm considera que o proposto no Capítulo VII da proposta de regulamento viola o princípio da subsidiariedade. O Sejm conclui que a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece os critérios e mecanismos de determinação do Estado-Membro responsável pela análise de um pedido de proteção internacional apresentado num dos Estados-Membros por um nacional de país terceiro ou um apátrida (reformulação) (COM(2016) 0270) viola o princípio de subsidiariedade. NP\1109342.docx 5/5 PE593.982v01-00