É NATAL: A TENDA DE DEUS ESTÁ NO MEIO DE NÓS!

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Transcrição:

ANO XXIV O Jornal da Diocese de Lages Nº 255 -- DEZEMBRO / 2009 COLABORAÇÃO: R$ 1,00 É NATAL: A TENDA DE DEUS ESTÁ NO MEIO DE NÓS! (cf. Ap 21,3) ÁGUA E ENERGIA NÃO SÃO MERCADORIAS p. 3 BEM VINDO, FREI IRINEU! p. 6 CÁRITAS DIOCESANA DE LAGES 40 Anos de História p. 8

2 - Ed i t o r i a l Chegou dezembro! Final de ano! Muitas alegrias, muitas lutas. Glorifiquemos a Deus pela caminhada feita. A Escola Paroquial de Catequese que funcionou em todas as Paróquias apresenta seus frutos. Podemos dizer que foi frutuosa. Celebramos os 80 anos de instalação de nossa Diocese, motivo de ação de graças. Um acontecimento importante para a nossa Diocese é a nomeação do novo Bispo Diocesano. O Santo Padre Bento XVI, acolhendo o meu pedido de renúncia em conformidade com o cânon 401.1 do Código de Direito Canônico, nomeou Bispo da Diocese de Lages o Reverendíssimo Frei IRINEU ANDREASSA, OFM (Ordem dos Frades Menores), atualmente Pároco da Paróquia de Sant Ana, em Herculândia, Diocese de Marília, São Paulo. Vamos acolher com muita alegria o novo Bispo. Peçamos ao Divino Espírito Santo que o ilumine sempre. Seja bem-vindo, Dom Irineu! O final de ano é um tempo de revisão e planejamento. Tempo de Assembléias Paroquiais e Comunitárias. Tempo de previsão orçamentária para o novo ano. Algumas atividades estão assim definidas: - Reunião da Pastoral Familiar, em São Joaquim, no dia 08/12; - Reunião da Equipe Ampliada Diocesana de CEBs, no dia 14/12; - Continuação da Assembléia Pastoral Diocesana, no dia 15/12, as 8:30h.; - Reunião Geral do Clero, no dia 21/12; NATAL,O VERBO SE FEZ CARNE! Feliz Natal! Deus abençoe a todos e todas! Obrigado pelos trabalhos realizados neste ano, pela vida generosa de todos e de todas. Que 2010 seja muito abençoado. Dom Oneres Marchiori Administrador Apostólico AGENDA PASTORAL 03/dez (quin): 8:30h. Reunião da Equipe de Assessoria das Escolas Paroquiais, Secretariado 08/dez (ter): 20h. Reunião da Pastoral Familiar, São Joaquim 14/dez (seg): 9h. Reunião da Equipe Ampliada Diocesana das CEBs 15/dez (ter): 8:30h. 30ª ASSEMBLÉIA PAS- TORAL DIOCESANA Continuação, Paróquia N. Sra. das Graças, Lages 21/dez (seg): 9h. Reunião Geral do Clero Diretor: Dom Oneres Marchiori / Editor: Pe.Vitor Edézio Borges - Reg. MEC Nº 527 Equipe de Redação e Revisão: Pe. José Roberto Moreira, Maria Soave Buscemi e Ir. Ilse Bortolini Digitação e Diagramação: Eliane Debetir Fotolito e impressão: Araucária Indústria e Editora Ltda Expedição: Secretariado Pastoral Diocesano R:Correia Pinto, 247-88.502-970 - Lages - SC Tiragem: 9.000 exemplares e-mail: jornalcaminhada@ yahoo.com.br MENSAGEM DO PAPA Um relacionamento igualitário entre países ricos e pobres A comunidade internacional está enfrentando, ao longo destes últimos anos, uma grave crise econômica e financeira. As estatísticas demonstram o crescimento dramático do número de quantos sofrem de fome, e para ela concorrem o aumento dos preços dos produtos alimentares, a diminuição dos recursos econômicos das populações mais pobres, bem como o acesso limitado ao mercado e à alimentação. E tudo isto tem lugar, ao mesmo tempo que se confirma o fato de que a Terra é capaz de alimentar suficientemente todos os seus habitantes. Com efeito, não obstante em determinadas regiões ainda subsistam baixos níveis de produção agrícola, também por causa das mudanças climáticas, globalmente esta produção é suficiente para satisfazer tanto as exigências atuais como as que são previsíveis para o futuro. Estes dados indicam a ausência de uma relação de causa e efeito entre o crescimento da população e a fome, e isto é confirmado ulteriormente pela destruição deplorável de produtos alimentares em vista de manter certos lucros. Na Carta Encíclica Caritas in veritate observei que a fome não depende tanto de uma escassez material, como sobretudo da escassez de recursos sociais, o mais importante dos quais é de natureza institucional; isto é, falta um sistema de instituições econômicas que seja capaz de garantir um acesso regular e adequado..., à alimentação e à água e também de enfrentar as carências relacionadas com as necessidades primárias e com a emergência de reais e verdadeiras crises alimentares (...). Sucessivamente, acrescentei: O problema da insegurança alimentar há de ser enfrentado numa perspectiva a longo prazo, eliminando as causas estruturais que o provocam e promovendo o desenvolvimento agrícola dos países mais pobres por meio de investimentos em infra-estruturas rurais, sistemas de irrigação, transportes, organização dos mercados, formação e difusão de técnicas agrícolas apropriadas, isto é, capazes de utilizar o melhor possível os recursos humanos, naturais e socioeconômicos mais acessíveis a nível local, para garantir a sua manutenção a longo prazo [...] Atualmente, ainda subsiste um nível desigual de desenvolvimento no seio das nações e entre as nações, o que determina, em numerosas regiões da terra, condições de precariedade, que depois acentuam o contraste entre a pobreza e a riqueza. Esta constatação não diz respeito só aos modelos de desenvolvimento, mas também e sobretudo à própria percepção que se tem de um fenômeno como a insegurança alimentar: existe o risco concreto de que a fome venha a ser considerada como estrutural, como uma parte integrante da realidade sociopolítica dos países mais vulneráveis, e seja por conseguinte objeto de um sentido de desânimo resignado, ou até de indiferença. Não é assim, e não deve ser assim! Para combater e debelar a fome, é essencial começar a redefinir os conceitos e os princípios até aqui aplicados nas relações internacionais, de maneira a responder à seguinte interrogação: o que pode orientar a atenção e a ação dos Estados que dela deriva rumo às necessidades dos mais desfavorecidos? Não se deve procurar uma resposta no perfil operacional da cooperação, mas sim nos princípios que a devem inspirar. É unicamente em nome da pertença comum à família humana universal que se pode exigir de cada povo, e portanto de cada país, que seja solidário, isto é, que esteja disposto a assumir responsabilidades concretas para ir ao encontro das necessidades do próximo, para favorecer uma verdadeira partilha fundamentada sobre amor. No entanto, não obstante a solidariedade animada pelo amor ultrapasse a justiça, porque amar significa doar, oferecer ao outro aquilo que é meu, ela nunca existe sem a justiça, que impele a oferecer ao outro aquilo que já é seu, e que lhe compete em função do seu ser e do seu agir. Com efeito, não posso doar ao outro o que é meu, sem lhe ter oferecido em primeiro lugar aquilo que lhe cabe segundo a justiça. Se tiver em vista a eliminação da fome, a ação internacional está chamada não apenas a favorecer a prosperidade econômica equilibrada e duradoura, e a estabilidade política, mas também a procurar novos parâmetros necessariamente éticos e em seguida jurídicos e econômicos capazes de inspirar a atividade de cooperação para construir um relacionamento igualitário entre os países que se encontram a um diversificado nível de desenvolvimento. Além de preencher a lacuna existente, isto poderia favorecer a capacidade de cada povo de se sentir protagonista, confirmando deste modo que a igualdade fundamental entre os diversos países mergulha as suas raízes na origem comum da família humana, nascente daqueles princípios da lei natural, chamados a inspirar as orientações e as escolhas de ordem política, jurídica e econômica na vida internacional. São Paulo tem palavras iluminadoras a este propósito: Não queremos que o alívio para os outros seja causa de aflição para vós, mas que haja igualdade. Agora, o que vos sobra vai compensar a carência deles, a fim de que o que lhes é supérfluo um dia possa compensar a vossa indigência. Assim haverá igualdade, como está escrito: A quem muito recolhia, nada lhe sobrava; e a quem pouco recolhia, nada lhe faltava (2 Cor 8, 13-15). [...] Também não se podem esquecer os direitos fundamentais da pessoa, entre os quais sobressai o direito a uma alimentação suficiente, sadia e nutritiva, assim como à água; eles desempenham um papel importante para a consecução de outros direitos, a começar pelo primeiro deles, que é o direito à vida. Por conseguinte, é necessário que amadureça uma consciência solidária que considere a alimentação e o acesso à água como direitos universais de todos os seres humanos, sem distinções nem discriminações (Caritas in veritate, 27). Os métodos de produção alimentar impõem, igualmente, uma análise atenta da relação entre o desenvolvimento e a salvaguarda do meio ambiente. O desejo de possuir e de utilizar de maneira excessiva e desordenada os recursos do planeta constitui a causa primordial de toda a degradação do meio ambiente. A salvaguarda ambiental apresenta-se, portanto, como um desafio atual para garantir um desenvolvimento harmonioso, respeitador do desígnio de Deus Criador e, por conseguinte, capaz de salvaguardar o planeta. [...] A fome é o sinal mais cruel e concreto da pobreza. Não é possível continuar a aceitar a opulência e o desperdício, quando o drama da fome adquire dimensões cada vez maiores. A igreja católica prestará sempre atenção aos esforços destinados a debelar a fome; mediante a palavra e os gestos concretos, ela apoiará sempre a obra solidária programada, responsável e regulada que todos os componentes da comunidade internacional forem chamados a empreender. A Igreja não tem a intenção de interferir nas opções políticas. Respeitadora do saber e dos resultados alcançados pelas ciências, assim como das escolhas determinadas pela razão, quando as mesmas são esclarecidas de maneira responsável por valores autenticamente humanos, ela une-se ao esforço em vista de eliminar a fome. Este é o sinal mais imediato e concreto da solidariedade animada pela caridade, sinal que não deixa espaço a atrasos nem a compromissos. Esta solidariedade confia na técnica, nas leis e nas instituições para ir ao encontro das aspirações de pessoas, de comunidades e de povos inteiros, mas não deve excluir a dimensão religiosa, que encerra em si uma poderosa força espiritual, capaz de servir a promoção da pessoa humana. Reconhecer o valor transcendente de cada homem e de cada mulher permanece o primeiro passo a dar para favorecer a conversão do coração que pode apoiar o compromisso em vista de erradicar a miséria, a fome e a pobreza, sob todas as suas formas. Papa Bento XVI

- 3 ÁGUA E ENERGIA NÃO SÃO MERCADORIAS Carta às comunidades do rio Canoas Nós, populações ameaçadas pela barragem de Garibaldi, atingidos por varias outras barragens como Barra Grande, Campos Novos, Itá, Foz do Chapecó, Machadinho e Itapiranga, trabalhadores eletricitários, movimentos sociais, ambientalistas, comunicadores populares, ONGs, entidades e organizações, lideranças políticas, representantes de igrejas, estivemos reunidos na comunidade de Araçá, no município de Cerro Negro, nos dias 18 e 19 de novembro em um seminário sobre Os grandes projetos de energia e suas conseqüências, juntos, inspirados nos profetas Isaías, do oriente médio, e em João Maria, da luta do Contestado, que alertavam o povo para que se unissem contra os grandes inimigos. Nos dirigimos as comunidades ameaçadas pelo projeto de Garibaldi com a mesma intenção. Concluímos: Que as barragens são parte de um modelo de desenvolvimento que enriquece grandes grupos econômicos transnacionais; As grandes empresas transnacionais estão buscando tomar conta do patrimônio do povo brasileiro e dos bens naturais estratégicos, como a água, a energia, os minérios, as terras e a biodiversidade; As hidrelétricas tem como único objetivo garantir altas taxas de lucro para seus donos, são projetos que exploram o povo e destroem a natureza O discurso propagado pelos construtores das barragens, com promessas de desenvolvimento e progresso, é uma mentira; As barragens tem deixado em nosso municípios uma enorme divida social e ambiental: famílias são transformadas em sem terra, terras férteis são alagadas, florestas são destruídas, os peixes que nos alimentam desaparecem, espécies de plantas e animais são extintas; As barragens tem provocado diversas violações dos direitos humanos em todas as partes do Brasil, direitos que deveriam estar assegurados pela constituição nacional e acordos internacionais; As mulheres tem sido as maiores vítimas da implantação deste modelo, sofrendo todas as formas de violências e opressão, além de não terem seu trabalho reconhecido são excluídas de todos os processo de participação e decisão antes, durante e depois da construção das barragens; As barragens tiram o trabalho, os meios de produção e a fonte de renda das famílias e ainda destroem o modo de vida e a cultura do povo que vive da terra; As barragens não são energia limpa e representam falsas soluções ambientais e climáticas, pelo contrario, alteram o clima local e agravam a vulnerabilidade das populações aos eventos climáticos extremos; As empresas construtoras de barragens têm utilizado diversas formas e práticas de atuação para enganar o povo: uso da violência, ameaças, perseguição, falsas informações, compra e cooptação de lideranças, autoridades e representantes do judiciário, financiamento e criação de falsas organizações e buscam dividir as comunidades para enfraquecê-las; A energia produzida pelas barragens privilegia grandes empresas eletrointensivas exportadoras, como empresas de minério e celulose que tem recebido a eletricidade subsidiada, enquanto para o povo o preço da luz é um roubo; O rio Canoas, o rio Pelotas, e o rio Uruguai estão se transformando num território controlado por meia dúzia de empresas estrangeiras, como Alcoa, dos Estados Unidos, a Tracetebel-Suez da França e Bélgica, e a Votorantim, do grande capital nacional; Os governos, de forma geral, não inspiram a confiança do povo, pelo contrário, tem colocado todo o aparato do Estado para privilegiar as empresas construtoras de barragens que financiam suas campanhas eleitorais; O BNDES tem sido um banco que usa o dinheiro público para privilegiar e financiar grandes empresas privadas a menores taxas de juros, e não políticas sociais ou pequenas e médias empresas que geram mais emprego e qualidade de vida local; Quem paga a conta de tudo isso é o povo atingido e toda a sociedade. SOMOS TODOS ATINGIDOS Somos atingidos porque as famílias sofrem perdas e os direitos são negados, somos atingidos no preço da luz, somos atingidos porque as barragens são construídas com o nosso dinheiro, através do BNDES, somo atingidos porque a natureza é destruída, somos atingidos porque as empresas trazem para a região o aumento de doenças, de drogas, prostituição e violência para a região, e provocam o êxodo rural e mais pobreza nas cidades. Somos atingidos pela privatização dos bens e serviços. Somos todos atingidos porque nos tiram a riqueza dos nossos rios e o ambiente saudável para a nossa vida e a dos nossos filhos e netos. DENUNCIAMOS o processo de criminalização, perseguição e desqualificação de todas as lideranças, movimentos e organizações populares que tem se intensificado hoje na região, no Brasil e no continente, como parte das táticas utilizadas pelo grande capital e pelos governos. NOSSAS TAREFAS E COMPROMISSOS Temos que reconhecer e reafirmar nossos direitos, entre eles três que são fundamentais: 1) O povo tem o direito de não aceitar a barragem 2) O povo tem o direito de melhoria continua das condições de vida 3) O povo tem o direito que essa melhora de vida aconteça imediatamente e sem as barragens Precisamos unir todos os atingidos, organizando-os no Movimento de Atingidos por Barragens em todos os municípios e em todas as comunidades. Precisamos lutar todos os dias e de todas as formas para defender nossa comunidade e nossas vidas e para combater estes projetos que representam a desgraça para o povo e a morte dos rios. As mobilizações devem ocorrer a nível local, municipal, regional, nacional e nas fronteiras dos três países que fazem parte da bacia do rio Uruguai. Precisamos fortalecer alianças entre atingidos, trabalhadores do campo e da cidade, ambientalistas, igrejas, pastorais, movimentos, e com todas as organizações e pessoas que se sentem atingidas e combatem estes projetos. Precisamos conscientizar todas as famílias sobre as conseqüências que as barragens trazem e mostrar que as hidrelétricas não são para ajudar o povo. Precisamos valorizar o nosso modo de vida local, compartilhar, sistematizar e defender os sonhos e demandas para uma projeto popular de desenvolvimento sem barragens e que de fato melhore a vida do povo da região. Finamente, precisamos ir além da resistência, e cobrar com legitimidade a implantação das propostas de desenvolvimento através de políticas públicas e do uso de instituições financeiras públicas, de forma que nossas conquistas possam se estender também a outras comunidades que resistem a projetos de interesses das empresas. Nós, todos aqui reunidos, reafirmamos nossa solidariedade e o nosso compromisso de estarmos juntos na luta, em todos os momentos, com as comunidades ameaçadas pela hidrelétrica de Garibaldi e projetos na bacia do rio Uruguai. O que vai acontecer na região vai depender da união e da capacidade de luta e resistência do povo. Temos que exercer a nossa soberania sobre o nosso território, e reafirmar nosso projeto popular para garantir territórios livres, sem barragens e sem empresas privadas, com soberania alimentar e energética para o povo que vive dessa terra. Comunidade Araçá, Cerro Negro, SC 18 e 19 de novembro de 2009

4 - Cat e q u e s e O SONHO TORNOU-SE REALIDADE A avaliação do Projeto das Escolas Paroquiais de Catequese Permanente teve seu início no mês de outubro com os participantes das respectivas Escolas. As questões giraram em torno do Conteúdo, Monitoria, Coordenação, Metodologia e, por fim, apresentação de sugestões. As avaliações foram encaminhadas, na sua íntegra, ao Secretariado Diocesano de Pastoral, onde foram compiladas. Nos dias 13 e 14 de novembro, no Centro de Formação Católica da Diocese de Lages reuniram-se: Párocos, Monitores e Assessores para fazer a apreciação da avaliação feita nas Escolas. A dinâmica usada foi de trabalho em grupos e plenária. Quanto ao conteúdo foi salientado: o resgate da história do Povo Serrano, os conteúdos vieram ao encontro das expectativas e anseios dos grupos, foram acessíveis e fáceis de serem compreendidos; deram ênfase aos valores éticos e morais, do viver e do conviver. A abertura da Igreja e transparência para a realidade, com visão mais realista. O desempenho foi ótimo, tivemos bons ensinamentos para levarmos para nossas comunidades. Quanto a Monitoria: Dinamismo num todo, criatividade, dedicação, clareza na abordagem e diálogo. No que diz respeito a Coordenação da Escola, nas respectivas Paróquias, foram muitos os elogios, salientando a preocupação da mesma em conseguir ônibus para transportar os participantes que moravam longe. Quanto às sugestões, a continuação da Escola de Formação de Lideranças. Quanto aos temas, houve uma predominância pelo tema Bíblico. No trabalho de apreciação das avaliações, os presentes chegaram a conclusão de que 100% dos participantes da Escola, a consideraram: PROMO- TORA DA VIDA E DA MISSÂO. Na plenária houve espaço para depoimentos pessoais, muitas colocações interessantes foram feitas. Monitores que se sentiram edificados com a presença de pessoas que, não obstante a chuva, o frio e a distância, se faziam presentes, participando com muito entusiasmo. Queremos agradecer ao Deus da Vida por essa conquista. Mais uma vez pode-se perceber o quanto nosso povo anseia por mais formação. Que Deus abençoe e recompense todas as pessoas que não mediram esforços para que a Escola tivesse esse êxito. De modo especial, agradecemos a todos os Monitores(as) que com tanto carinho se empenharam para transmitir os conhecimentos recebidos. Nosso agradecimento especial a todas as Coordenações paroquiais que também deram tudo de si para que nada faltasse. A todos: DEUS LHES PAGUE! Lembramos aqui o que nos adverte o Documento de Aparecida: A vocação e o compromisso de ser hoje discípulos missionários de Jesus Cristo na América Latina e no Caribe, requer clara e decidida opção pela formação dos membros de nossas comunidades, a favor de todos os batizados, qualquer que seja a função que desenvolvem na Igreja. Olhamos para Jesus, o Mestre que formou pessoalmente a seus apóstolos e discípulos. Cristo nos dá o método: Venham e vejam (Jo 1,39), Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6). Com Ele podemos desenvolver as potencialidades que há nas pessoas e formar discípulos missionários. Com perseverante paciência e sabedoria, Jesus convidou a todos para que o seguissem. (cf. DA 276) Estamos chegando ao final de mais um ano, só temos motivos para agradecer. Que todo o bem realizado, toda a vida vivida e doada, todo o bem querer tenha contribuído para a Glória de Deus. Um bom início do Ano de 2010! Com carinho e ternura, meu abraço amigo e fraterno Ir. Ilse Bortolini LEITURA DA VIDA Nós, da paróquia Nossa Senhora da Saúde, do Bairro Guarujá, que formamos um grupo da Escola Paroquial de Catequese Permanente, durante o ano de 2009, queremos neste momento manifestar a nossa alegria, pois esta etapa de nossa vida foi cumprida. Quando iniciamos, havia uma verdadeira revolução em nossas idéias, havia muitas dúvidas: quanto à carga horária, aulas, local, monitores, etc. Mas, na medida em que fomos participando da Escola, com Assessores e demais participantes, aos poucos nossa visão foi se modificando. Houve muita troca de experiências, de orações que nos foram de grande valia e ajuda na caminhada, principalmente em relação aos Grupos de Família, Catequese, onde a espiritualidade de cada um começa a brotar. O depoimento de nossos colegas sobre a caminhada de cada Comunidade nos proporcionava momentos em que foi possível apresentar nossos anseios, angústias, analisando nossos pontos positivos e negativos, até mesmo em nossa família. Desse modo as reflexões nos ajudaram a amadurecer e nos fazer crescer. Vivenciamos e mais uma vez concluímos que: o saber não ocupa lugar, como foi bom partilhar os saberes de todos. Onde todos partilham, aprendemos e ensinamos. Compreendemos que, como a semente que caiu em terra boa, divulgará nosso trabalho para as demais Comunidades. Na Escola ouvimos que não devemos nos preocupar onde vamos semear, mas que o mais importante virá com a colheita. É no trabalho, no jeito de ser da caminhada de cada Comunidade, na fé, na esperança e no amor, que encontraremos força necessária que nos impulsionará na direção certa. Somos responsáveis por isso. Onde nossos pés pisam nossa cabeça pensa e nosso coração ama. Nós somos o Povo Serrano, queremos nos Evangelizar. Animados pela Palavra e pela Eucaristia, em Grupos de Família CEBs, participando na construção de uma Igreja e de uma Sociedade sem exclusões, justas, fraternas e solidárias; sinais do Reino Definitivo. Paróquia N. Sra. da Saúde

- 5 Pastoral Vocacional NATAL: ESPERANÇA VOCACIONAL DO REINO DE DEUS Estimados irmãos e irmãs de caminhada! Neste tempo especial de preparação para o nascimento de Jesus, é importante refletirmos e rezarmos o sentido vocacional do Natal. Sim, Natal é Vocação! Se o Natal é a celebração da vida, do encontro de Deus com as pessoas, do nascimento de Jesus entre os empobrecidos, do anúncio da paz entre todas as criaturas, da descoberta dos caminhos que levam a Jesus, da resposta dos pastores e dos sábios reis, da caminhada em busca de libertação, então o Natal é Vocação! O nascimento de Deus em um galpão, sem nenhuma assistência, nos mostra sua atitude de total abaixamento, num caminho que será percorrido até o momento da cruz. O mistério do Natal nos diz que o sonho de Deus é que as pessoas possam viver plenamente, com dignidade, vida, amor, saúde e paz. Ao escolher nascer e caminhar entre os pequenos de sua época, o Filho de Deus nos aponta o caminho vocacional para o qual somos chamados e chamadas. A defesa e a celebração da Vida devem ser o nosso maior compromisso da vida das pessoas, assim como de todas as criaturas, dos animais, das florestas, das águas de todos os rios e mares, do ar, da terra. O batismo que recebemos confirma essa vocação, não importando o carisma recebido. Todas as vocações são importantes para o anúncio do Evangelho de Jesus de Nazaré. As pessoas leigas, os consagrados e consagradas, os missionários e as missionárias, os bispos, os padres, os diáconos, todos nós participamos do sonho de Deus. Na Igreja da Diocese de Lages temos uma identidade eclesial que está em comunhão com a toda a Igreja Católica Universal. Mas de um modo muito especial aqui nós afirmamos que somos o povo serrano e que queremos nos evangelizar. Dizemos que ninguém é mais importante na missão do seguimento de Jesus. A missão de evangelizar é comunitária, partilhada, celebrativa e não pode aparecer como uma imposição de cima para baixo. Conforme afirmam as nossas Diretrizes para Ação Evangelizadora, evangelizar significa anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus e da justiça às pessoas empobrecidas. Este foi o eixo da missão de Jesus de Nazaré (Lc 4,16-21). É o tempo da redistribuição das riquezas e da terra, tempo de partilha. É tempo de saúde e de alegria, portanto, tempo de libertação. Evangelizar significa anunciar a Boa Notícia do Reino e da justiça, para que se torne boa realidade, o que implica também denunciar todas as forças de opressão que esmagam a vida do povo. Por isso, o Natal deve recriar também as nossas relações, a começar pelas nossas casas, nas famílias, e também nas comunidades e em toda a Igreja. Se queremos anunciar a justiça de Deus, ela deve acontecer em primeiro lugar por meio do nosso testemunho. Saber perdoar é o primeiro passo, seguido da capacidade do diálogo e da partilha do poder. E na Igreja da Diocese de Lages, para celebrarmos a Vocação do Natal, é preciso ainda que muitas de nossas práticas adquiram um rosto mais vocacional. Algumas iniciativas se contradizem com a Igreja dos pequenos e das pequenas, dos empobrecidos e empobrecidos, daqueles que, como Jesus, não têm lugar para nascer, crescer e viver com dignidade. O chão de nosso rosto vocacional se inspira nas Comunidades Eclesiais de Base CEBs, assim como este é chão da missão de Jesus e das primeiras comunidades cristãs, fortalecido no Concílio Vaticano II e nas Conferências Latino-americanas. Por isso, o advento não é somente espera, mas realização da mudança de nossa consciência e de nossas práticas. Todas e todas somos responsáveis pelas vocações na Igreja, para o serviço a toda a humanidade e ao mundo inteiro. O cuidado com as vocações, a partir da Igreja-CEBs que queremos construir, com a graça de Deus, pretende sempre mais ser um espaço de conscientização, de compromisso, de serviço. Essa dinâmica deve estar presente em todas as pastorais e serviços específicos de nossa Diocese e de toda a Igreja. Seguindo por caminhos diferentes, com linguagens diferentes, estamos todos e todas em busca da estrela que nos indica onde Jesus está nascendo. Desejamos a todas as pessoas de nossas comunidades um Natal Vocacional, com a presença do Deus da Vida, do Sonho, da Esperança, da Partilha, da Ternura, do Amor, da Paz, da Justiça,... Também queremos agradecer pelo tempo que estivemos juntos neste espaço do Jornal Caminhada, no serviço às vocações. A partir do próximo ano estarei na Paróquia N. Sra. Mãe dos Homens, em Urubici, continuando o anúncio do Reino, na graça de Deus Trindade, em comunhão com todas as comunidades dessa paróquia. Um grande abraço e que Deus nos abençoe! Pe. Marcos Antônio Costa Serviço de Animação Vocacional Ec u m e n i s m o RECADO ECUMÊNICO DE MARIA E JOSÉ Filhinhos queridos! Estamos muito felizes e, ao mesmo tempo, perplexos com o que estamos testemunhando nestes últimos meses em nossa própria vida. Recebemos de Deus uma missão tão especial que escapa à lógica humana. Como é grande a bondade e a humildade de nosso Deus! Ele quis contar conosco, criaturas fracas e indefesas, para que seu Filho pudesse vir ao mundo e salvar a todos os povos. Sim, Ele está no meio de nós! Ele é o Emanuel! Em todo o tempo da gestação deste Menino nós procuramos protegê-lo e, sem palavras que possam explicar, acolhemos este mistério tão bonito: Deus que se faz criança! Deus criador de todas as coisas assume a condição humana! Deus eterno escolhe participar da transitoriedade da vida humana! Deus de vida plena aceita viver os limites próprios de um ser humano! Deus de total felicidade vem compartilhar as nossas dores, tristezas, desafios e esperanças! Aqui está o Menino em nossos braços. Conforme nos inspirou o anjo de Deus, lhe damos o nome de Jesus que significa Deus salva. Gruta abençoada esta que dá abrigo ao Salvador que faz dela a sua primeira casa! Seja bendita Belém, palavra que significa casa do pão, pois é o lugar onde nasceu o Sol da justiça para o mundo inteiro. Planeta abençoado é a terra, no qual Deus se faz um de seus habitantes! Todas as mulheres e homens são abençoados porque imagens do Filho único de Deus! A natureza e o universo inteiros são abençoados porque participam da vinda de Deus! Todas as pessoas, todas as coisas, todos os lugares, todos os momentos são sagrados! Bendito seja Deus que nos faz participar de sua divindade! Estão aqui conosco os pastores destes campos de Belém. Com um lindo brilho nos olhos e exultação no coração eles nos contam a respeito do anúncio que receberam dos anjos: Glória a Deus nas alturas e paz na terra às pessoas de boa vontade! (Lc 2,14). Sim, de boa vontade queremos cuidar desta Criança e colaborar na missão pela qual ela foi enviada! De boa vontade vivemos o amor entre nós! De boa vontade acolhemos o jeito de Deus entrar na história trazendo a salvação para todos os povos. Nenhum ser humano está excluído desta oferta gratuita de Deus. Bendito seja Deus que visitou e redimiu o seu povo (Lc 1,68). Filhinhos queridos! Venham todos ao presépio para adorar a Jesus, contemplar e celebrar as maravilhas de Deus! Mas, por favor, ouçam: estejamos unidos entre nós! Unidos na família: que nenhuma dificuldade impeça o diálogo, o respeito, o carinho e o cuidado mútuos. Unidos na comunidade: que nenhuma atitude de egoísmo ou competição impeça a caminhada em conjunto, na fraternidade. Unidos entre as diversas Igrejas e Religiões: que sejam testemunhas e anunciadoras da presença de Deus, de sua bondade, da gratuidade da criação, da libertação de todos os males e da salvação universal. Sim, Deus faz grandes coisas em favor de toda a humanidade, sem discriminação de raça, idade, sexo ou religião. Sua misericórdia se estende de geração em geração para aqueles que o temem. Ele dispersa os que têm coração orgulhoso. Ele depõe do trono os poderosos e eleva os humildes. Ele enche de bens aos famintos e despede os ricos de mãos vazias (cf. Lc 1,46-55). Deus se fez carne e habitou entre nós! A Criança em nossos braços, tão amada e visitada por tanta gente, de todos os lugares, é esperança viva para todas as gerações. Com humildade, silêncio e veneração, contemplamos os desígnios de Deus e o louvamos com gratidão: Nossa alma engrandece ao Senhor, e nosso espírito exulta em Deus nosso Salvador! O Emanuel, Deus conosco, conta com a nossa boa vontade. Há um fogo que Ele plantou dentro de nós a ponto de nos consumir e fazemos votos de que arda da mesma forma em cada um de vocês: podemos fazer uma nova história e viver um novo tempo! Podemos salvar a terra e construir um novo mundo! Comecemos em nossa casa que é a gruta onde Jesus, de maneira especial, gosta de ser acolhido e amado... Somos Maria e José. A vocês, o nosso carinho e intercessão: que Deus os abençoe como Ele nos abençoou. Celso Loraschi

6 - BEM VINDO, FREI IRINEU! No dia 11 de novembro de 2009, D. Oneres anunciou a nomeação do novo bispo da diocese de Lages. Trata-se de Frei Irineu Andreassa, OFM, atualmente pároco em Herculândia, SP. No dia 18 de novembro, Frei Irineu esteve em Lages, pela primeira vez, onde encontrou-se com D. Oneres, o Colégio de Consultores e o povo de Deus que o acolheu na Catedral Diocesana, durante a Celebração Eucarística. Publicamos, nesta edição do CAMINHADA, uma entrevista com Frei Irineu, onde ele nos fala sobre sua vida, seu itinerário vocacional e suas expectativas em relação à nova missão assumida: CAMINHADA: Frei Irineu, conte-nos um pouco sobre sua vida. FREI IRINEU: Primeiramente, gostaria de cumprimentar todos os que desfrutam deste veiculo de comunicação, os leitores e leitoras do Jornal CAMINHADA, desejando Paz e bem! Nasci na cidade de Iacri, SP, no dia 15 de dezembro de 1949. Sou filho de Otavio Andreassa e Tereza Tassi Liberata Andreassa. Em Iacri, fui batizado e crismado e cursei o primário, de 1959 a 1962. Nos anos de 1963 a 1964, cursei a 1ª e 2ª série no Seminário Salesiano, em Lucélia. Entre os anos de 1966 a 1971, cursei a 3ª e 4ª série e o colegial no Seminário Franciscano, na cidade de Mirassol. Em 1972 fiz um ano de Postulantado em Garatinguetá e em 1973, um ano de Noviciado em Rodeio, Santa Catarina. De 1974 a 1978, cursei Filosofia e Teologia no Instituto Franciscano de Petrópolis. Em 1977, recebi o Diaconato, em Marília, pelas mãos de D. Hugo Bressani. No dia 16 de dezembro, na cidade de Iacri, fui ordenado Sacerdote por D. Daniel Thomazella. De 1979 a 1981, fui Pároco em Olímpia, Promotor Vocacional, e membro do Conselho de Presbíteros na Diocese de Barretos, SP. De 1982 a 1986, fui Pároco, Formador, Promotor Vocacional, membro do Conselho dos Frades e do Conselho de Presbíteros e de Consultores em Ribeirão Preto, SP. Em 1987, Pároco e membro do Conselho de Presbíteros em Franca. De 1988 a 1993, Formador, Promotor Vocacional, Conselho dos Frades e Vigário Paroquial em Franca. De 1994 a 1997, Pároco, Promotor Vocacional, Conselho dos Frades em Bebedouro. De 1998 a 2000, Custódio da Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus, Promotor Vocacional e Pároco em Garça, SP. De 2001 a 2006, Pároco em Ribeirão Preto e de 2007 a 2009, Pároco em Herculândia e Queiroz (a serviço da Diocese de Marília). CAMINHADA: Como foi seu itinerário vocacional? FREI IRINEU: Em 1963-64, fui para o Seminário Salesiano fazendo companhia a um colega. No início de 1965, fugi do Seminário. Em 1966 surgiu a vontade de ser franciscano devido a alegria dos frades. A vocação é dom de Deus. Sempre expressei essa alegria franciscana nas paróquias de Olímpia, onde fiquei 3 anos; em Ribeirão Preto, durante 11 anos; em Franca, por 7 anos; Bebedouro, 4 anos; Garça, 3 anos; Herculândia e Queiroz, 3 anos. Todos esses anos foram acolhidos na Graça de Deus. Deus é maravilhoso. A pastoral paroquial sempre foi minha realização. O povo sempre foi o meu Evangelho. Amadureci e cresci a frente da pastoral vocacional (22 anos) e na formação (11 anos). Aprendi com João Paulo II: O jovem é o Belo Horizonte de Deus. A minha identidade é religiosa franciscana. Francisco e Clara sempre nos apontam Jesus Cristo e nos convidam a identificarmo-nos com Ele. São dois santos fantásticos da Igreja. CAMINHADA: Como aconteceu sua nomeação para bispo de Lages? FREI IRINEU: No dia 26 de outubro de 2009, por telefone, o Senhor Núncio D. Lorenzo pediu que estivesse em Brasília com urgência. Dia 27, numa atitude muito paterna, o Sr. Núncio leu a minha nomeação para a Diocese de Lages feita pelo papa Bento XVI. Nesse momento abaixei a cabeça e me perguntei: Senhor, porque me enviaste tão longe? Aqui estou: cuide dos padres e do povo que o Senhor está confiando a mim. Senhor, eu amo a Diocese que o senhor me indicou. No aeroporto rezei o terço pela minha Diocese, consciente das minhas limitações, meus pecados, minha pequenez. CAMINHADA: Como está sentindo ao assumir esta nova missão? FREI IRINEU: Estou feliz pela confiança que a Santa Igreja teve em mim. Mais confiante na colaboração do clero, do povo de Deus, dos consagrados e consagradas, dos diáconos permanentes, seminaristas, etc... No dia 18 de novembro, estive em Lages com um confrade. Voltei feliz, D. Oneres e os padres que encontrei me acolheram muito bem. Tivemos a reunião com o Colégio de Consultores para me inteirar da caminhada da Diocese. Visitei o Centro de Pastoral, o seminário, a residência onde funcionará o propedêutico no próximo ano. À noite concelebramos a eucaristia com D. Oneres, vários padres e a catedral repleta de religiosos e leigos. Foi gratificante. A minha expectativa é de dar continuidade aos trabalhos já realizados, ouvir os Padres, consagrados e consagradas, os leigos, sentindo os anseios para juntos tomarmos atitudes. A minha expectativa é ver todos os sacerdotes, todos os consagrados e consagradas e todos os leigos felizes. CAMINHADA: Quando e onde será sua ordenação episcopal? FREI IRINEU: Minha ordenação Episcopal será em Iacri, minha cidade natal, no dia 24 de janeiro de 2010, as 9h. No dia 28 de fevereiro de 2010, será a minha posse na diocese de Lages as 10h. Quero deixar como mensagem para toda a Diocese o meu Lema: Fazer o Amor ser amado. À toda a Diocese, deixo a minha benção sacerdotal.

- 7 ALARGA O ESPAÇO DE TUA TENDA! Esta frase bíblica, tirada da profecia de Isaías (Is 54, 2a), motivou toda a caminhada de celebração dos 80 anos da diocese de Lages e reuniu cerca de cinco mil pessoas na 13ª Festa Diocesana das Tendas, em São José do Cerrito, no dia 29 de novembro de 2009. Como acontece desde 1997, a Festa das Tendas reúne todas as comunidades da nossa diocese para um dia de partilha, memória, celebração e compromisso. Desde a primeira festa, celebrada durante o Ano Bíblico, cantamos: A Palavra de Deus faz sorrir, faz cantar. Faz o sonho do povo brilhar! Esta palavra de Deus, revelada na Vida e na Bíblia se faz carne em Jesus de Nazaré. Ele mesmo vem ao nosso encontro, se aproxima de nossa humanidade e arma sua tenda entre nós. Neste ano, a Festa das Tendas encerrou as celebrações dos 80 anos de caminhada da diocese de Lages, que teve nas Escolas Paroquiais de Catequese Permanente e no processo de revisão das Diretrizes e Orientações da Ação Evangelizadora seus grandes marcos. Durante todo o ano, nossas comunidades foram convidadas a Alargar o Espaço de nossas Tendas, confirmando a nossa opção pela Igreja CEBs e o nosso compromisso em participar da construção de uma Igreja e de uma Sociedade sem exclusões. A comunidade de São José do Cerrito nos acolheu como terra do Karu, terra de fartura, de comida abundante e partilhada. Em todas as tendas, coloridas pela cobertura das colchas de retalho, o que se vivenciava era a partilha de causos, histórias, abraços, testemunhos e bençãos. Com certeza, o que experimentamos em nossos pequenos Grupos de Família, espalhados por toda a diocese, foi visibilizado com maior vigor e esperança nas tendas espalhadas por todo o pátio da paróquia São Pedro. A alegria das pessoas, durante todo o dia, se juntava ao entusiasmo das lideranças da Região Pastoral de Campo Belo, do Conselho Paroquial de São José do Cerrito, animados pelas irmãs Isabel, Fátima e Rosalina e pelos padres Lindomar e Salami. Juventude Serrana, na véspera da festa, até a animação da tenda da Pastoral da Juventude, o rosto jovem de Deus e da nossa Igreja se revelou. O dia ensolarado e quente, quando celebramos também o primeiro domingo do Advento, renovou a nossa esperança na vinda de Jesus, a tenda de Deus no meio de seu povo, para acolher todas as pessoas, enxugando suas lágrimas, consolando suas dores e curando suas feridas. No calor e na claridade da celebração 13ª Festa Diocesana das Tendas, experimentamos que o Reino de Deus não é o fim deste mundo, mas o começo de um novo mundo, um outro mundo possível, de partilha, justiça, solidariedade e paz. Movidos pela participação nesta festa, retornamos para as nossas comunidades e, em comunhão com os Grupos de Família, oramos na espera vigilante e ativa do Natal: Jesus Menino, rosto humano de Deus e rosto divino da Humanidade! Em teu corpo frágil, pequeno e pobre, contemplamos todos os nossos irmãos e irmãs, igualmente frágeis, pequenos e pobres. Tu vens nos visitar neste Natal e, com tua presença, a tenda de Deus está no meio de nós. Tua fragilidade confunde os planos dos fortes e poderosos, tua pequenez converte os caminhos dos grandes e violentos, Um dos destaques da 13ª Festa Diocesana das Tendas foi, com toda a certeza, a presença e a participação da juventude. Desde a realização do 1º Acampamento da tua pobreza transforma a vida dos ricos e injustos. Permanece conosco, pois somos gente simples, fazemos coisas pequenas em lugares pouco importantes mas, com tua graça, sonhamos e construímos o que há de mais extraordinário: Teu Reino de justiça e paz! Amém! Pe. José Roberto Moreira

8 - CÁRITAS DIOCESANA DE LAGES 40 Anos de História na Região Serrana Melhor que o pão é a sua partilha... (D. Hélder Câmara) Este ano é muito especial para nós da Cáritas Diocesana de Lages! Estamos comemorando 40 anos de história e vida junto às comunidades e municípios da Região Serrana. Celebramos também o centenário de Dom Hélder Câmara, profeta da Paz, fundador da Cáritas no Brasil. A Cáritas Diocesana de Lages fundada em 11 de outubro de 1969 é uma entidade da sociedade civil, que tem como finalidade a assistência social, educação, pesquisa e estudos, divulgação cultural, promoção humana e defesa dos direitos. É uma entidade filiada à Cáritas Brasileira desde 1988. Além disso, no ano de 2005 contribuiu na implantação da Cáritas Brasileira - Regional Santa Catarina, que tem sua sede em Florianópolis. Tem como missão Animar a solidariedade entre pessoas, grupos e comunidades da Região do Planalto Sul. A Cáritas Diocesana, por sua vez, forma uma rede com 25 Cáritas Comunitárias, distribuídas no território da Região Serrana. As Cáritas Comunitárias são organismos locais, integrados por pessoas voluntárias da comunidade para promover, organizar e participar da prática da solidariedade junto às pessoas empobrecidas. Nestes últimos meses, estamos celebrando e comemorando junto a Rede Cáritas, comunidades e municípios, os 40 anos da Cáritas Diocesana e os tantos anos de vida de cada Cáritas Comunitária. Vivemos momentos de história, partilha de vida e solidariedade! No dia 21 de novembro, no Centro de Formação Católica, em Lages, a Cáritas realizou o VIII Encontro de Agentes Cáritas. Foi um momento de avaliação, planejamento e celebração. Neste dia, tivemos o lançamento da Revista Comemorativa dos 40 anos e o livro e vídeo do IV Congresso de Criança e Adolescentes. E, no dia 22, às 9h30min., aconteceu a Celebração Eucarística com toda a comunidade, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, no bairro Coral, em Lages. Na caminhada Cáritas foram muitas pessoas que fizeram parte desta história... Não podemos deixar de agradecer a todos e todas que solidariamente partilharam suas vidas e trabalho em prol dos direitos humanos.. Jamile Yared Membro da Equipe Executiva Neste mutirão de solidariedade e partilha de vida, celebramos o centenário de Dom Hélder Câmara, profeta dos pobres, ressoa o seu grito de esperança a cada um de nós, convocados pelo Espírito Divino: Não estamos sós. Por isso, não aceito nunca a resignação nem o desespero. Um dia, a fome será vencida e haverá paz para todos. A última palavra neste mundo não pode ser a morte, mas a vida! Nunca mais pode ser o ódio, mas o amor! Precisamos fazer com que não haja mais desespero e sim esperança. Nunca mais vençam as mãos enrijecidas contra o outro e sim o que o movimento de vocês valoriza: Mãos estendidas! Unidas na solidariedade e no amor para com todos D. Hélder Câmara. CIDADÃO AMIGO DA CRIANÇA Este é o nome de um programa criado pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente de Lages que visa captar auxílios financeiros regulares na sociedade em geral, através de doações, com ou sem incentivos fiscais, ao FIA Fundo da Infância e da Adolescência, para que desta forma a cidade possa atender cada vez melhor as necessidades e os direitos das crianças e adolescentes, preconizados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. O Fundo da Infância e da Adolescência (FIA), concede incentivos fiscais aos seus doadores, para financiar os projetos e programas sociais que visam garantir os direitos das crianças e adolescentes previstos pelo Estatuto. A conta bancária, constituída pelos valores que são doados por empresas ou pessoas físicas, é gerida e controlada pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e Adolescente, sendo administrada, apenas contabilmente pela Secretaria Municipal de Finanças. Os recursos doados ao FIA são utilizados para financiar programas executados por instituições governamentais e não-governamentais de assistência social, voltadas para o atendimento de crianças e adolescentes abandonados e desabrigados; medidas sócio educativas aplicadas a adolescentes autores de ato infracional; crianças e adolescentes explorados sexualmente, usuários ou dependentes de drogas, vítimas de maus tratos; projetos de erradicação do trabalho infantil, profissionalização de jovens, orientação e apoio sócio familiar. Todas as pessoas, empresas ou cidadãos podem doar ao FIA, qualquer valor e em qualquer período do ano. As doações podem ser deduzidas do Imposto de Renda. Os depósitos podem ser feitos na Conta Bancária: Banco do Brasil Ag. 0307-7 Conta Corrente 57.370-1 Maiores Informações: Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente Fone: (49) 3224-3014 conselhosmunicipais@ ibest.com.br

- 9 Estudo Bíblico SEGUIR NO CAMINHO DE JESUS CRISTO O Apóstolo Paulo conversando sobre a Carta aos Filipenses (última parte) Irmãos e irmãs, graça e paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo! Nesta última conversa sobre a Carta aos Filipenses vamos recordar, de forma sintética, os principais pontos refletidos em nossos encontros passados. Fazemos isso com a intenção de fortalecer nossa caminhada com Jesus Cristo. 1. Caminho de santidade (Fl 1,1-11) No início da carta dirijo-me a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos. Quem segue a Jesus é pessoa santa, não porque cumpre leis e preceitos, mas porque participa do mesmo Corpo de Cristo. Ele nos resgatou da situação de pecado e de morte e nos concedeu a vida nova. Assim como Jesus viveu realizando a vontade do Pai, também nós podemos viver do mesmo modo; assim como Jesus entregou sua vida por amor à humanidade, também nós podemos nos colocar a serviço uns dos outros. 2. Caminho de fidelidade ao Evangelho (1,12-30) Minha vocação é anunciar o Evangelho de Jesus Cristo aos povos. Ele trouxe a salvação a todos, sem distinção de raça. Por fidelidade ao Evangelho fui caluniado, perseguido e preso várias vezes. O que importa, porém, é que Jesus seja conhecido e amado. Alegro-me porque as minhas prisões estão servindo de encorajamento para muita gente que passa a proclamar a Palavra com mais ousadia e sem temor. O sofrimento não é motivo de desânimo e sim de força. Deus age através de nossa fraqueza. Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro. Por Ele e pelo seu plano de amor entrego minha vida. 3. Caminho de serviço uns aos outros (2,1-18) As pessoas que participam de uma comunidade cristã devem ter consciência da importância de viver na unidade. Nada deve ser feito por competição ou intrigas. O caminho que Cristo nos ensinou é o do serviço mútuo, considerando os outros superiores a nós mesmos. Ele mesmo, sendo Deus, se fez escravo. Ele é o nosso único modelo. Permaneçamos, pois, irrepreensíveis e íntegros, brilhando como astros no mundo, mensageiros da Palavra de vida. 4. Caminho feito em equipe (2,19-29) Na missão que Deus me concedeu sempre contei com pessoas amigas, solidárias na mesma causa do Evangelho. Timóteo e Epafrodito são dois destes amigos com os quais posso contar para qualquer tarefa. A disponibilidade deles é fruto de sua adesão a Jesus Cristo. Timóteo tem o dom de ouvir e dialogar com serenidade. É como um filho ao lado do pai, servindo comigo à causa do Evangelho. Epafrodito possui um impressionante espírito de doação. É como um irmão para mim, colaborador e companheiro de lutas. Bendito seja Deus que me deu a graça de trabalhar em equipe. O apoio e o encorajamento mútuos são aspectos muito importantes na evangelização. Sem isso, pode-se cair no individualismo, o que seria uma contradição ao Evangelho do serviço e do amor. 5. Caminho de vigilância e discernimento (3,1-21) É necessário vigilância e discernimento diante de certos pregadores. Muitos deles anunciam um falso evangelho. Ainda não entenderam que a salvação é obra gratuita de Deus para todos os povos. É graça e não mérito. É dom de Deus que Jesus Cristo nos trouxe pela sua morte e não aquisição pelo cumprimento de leis. Tenho firme convicção do que digo, pois isto me foi revelado diretamente por Deus. O que era para mim lucro, tive-o como perda, pela grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por Ele, perdi tudo e tudo tenho como esterco... Perdi tudo para ganhar a Cristo. 6. Caminho de perdão, paz e alegria (4,1-23) Peço que todos permaneçam firmes no Senhor. Isto significa viver no amor mútuo vencendo todo tipo de divisão e discórdia. Na comunidade de Filipos também havia rixas entre lideranças, como Evódia e Síntique. É claro que os conflitos fazem parte de nossa caminhada. Não podemos, porém, provocar divisões. Por isso, é importante o perdão e a reconciliação. É importante ocupar-se com o que realmente importa: com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honroso, virtuoso ou que de qualquer modo mereça louvor... Então o Deus da Paz estará conosco... 7. Caminho de solidariedade (4,10-23) Aprendi a ser uma pessoa livre perante os bens materiais. Sei viver tanto na penúria como na abundância. Tudo posso naquele que me fortalece. Sei, no entanto, reconhecer a importância da solidariedade. Por isso, fiquei muito feliz com o gesto da comunidade cristã de Filipos. Sabendo que eu me encontrava em situação de necessidade, enviaram-me ajuda. A preocupação uns pelos outros, a fim de que todos tenham vida digna, é uma nota característica das pessoas que seguem a Jesus. Deus, nosso Pai, é providente e generoso. Deu-nos todas as coisas com a capacidade de administrá-las com justiça... A graça do Senhor Jesus Cristo esteja com vocês! Celso Loraschi Li t u r g i a TEMPO DO NATAL A palavra Natal significa nascimento e indica proximidade, encarnação, presença. No dia 25 de dezembro celebramos a manifestação de Deus em nossa humanidade. Esse tempo tem início na vigília do dia 24 de dezembro e termina com a festa do batismo do Senhor. São festas epifânicas, que celebram a manifestação do Senhor. A salvação entra definitivamente em nossa história através do menino que nasceu em Belém e que se revela ao ser visto pelos pastores e pelos magos e ao ser batizado no Jordão. Ao dar seu próprio Filho para ser o nosso Salvador, Deus realiza uma das maiores liturgias-serviço. Desde muito tempo, Deus vinha demonstrando um grande amor pela nossa humanidade. E, enfim, depois de um longo período de noivado, em todo o Antigo Testamento, Deus acabou se casando com a humanidade, na pessoa de Maria. Realizou-se a promessa realizou-se a profecia (cf. 62, 1-5). E deste casamento resultou por obra do Espírito Santo, uma gravidez e por esta gravidez, Deus nos deu seu Filho, Emanuel(Deus-conosco). O Verbo eterno de Deus se fez carne e habitou entre nós! Indescritível solidariedade. Não é o aniversário de alguém que passou que celebramos no Natal, mas a presença viva do Verbo eterno do Pai que se faz Liturgia viva (permanente serviço libertador) no chão de nossa história. Por isso, em toda celebração litúrgica da festa de Natal proclamamos o permanente hoje do mistério. Liturgia do Natal, presença do eterno hoje salvador, como obra da Trindade! Presença com sabor de Páscoa, pois é a partir da Páscoa que podemos viver o Natal como festa da luz, da vida, da paz. Epifania, palavra grega, significa entrada poderosa, chegada solene de um rei ou imperador tomando posse de um território; ou aparição de uma divindade. Para nós, cristãos, é a festa da manifestação de Jesus, que veio para todos os povos. A Epifania é para o Natal, o que Pentecostes é para a Páscoa: seu desenvolvimento e proclamação ao mundo, é o desfecho radiante do Natal! Elementos rituais e atitudes próprias deste tempo Litúrgico - A cor branca ou amarela, no altar, na mesa da Palavra e nas vestes litúrgicas, dão às festas natalinas uma tonalidade pascal. - Na decoração não podem faltar flores, podem ser em abundância de cor branca ou amarela. - Na procissão de entrada, o presidente da celebração pode levar a imagem do menino Jesus e colocá-la no presépio. - O Círio pascal pode ser trazido na procissão de entrada. Chegando a frente, a pessoa que carrega o Círio se volta para a assembléia e proclama a oração: Bendito sejas, Deus da vida, porque fizeste nascer, hoje, para nós, o sol do oriente, Jesus Cristo, nossa salvação!. Depois o grupo de cantos entoa um refrão de canto natalino que fale de luz. - O canto do Glória, retomando o alegre anúncio dos anjos, poderá ser acompanhado de uma coreografia feito por um grupo de crianças e ao som de sininhos com o sino da Igreja. - Luz: Natal, festa das luzes, que anunciam as luzes do tempo pascal. Na Epifania o tema da luz está relacionado à estrela que guia os magos, portanto a luz é a fé que nos guia entre as trevas e nos faz contemplar o mistério de Deus em nossa realidade. - Incenso: o incenso que os reis magos ofertaram, deve ser retomado como sinal de comunhão com outras religiões. - Presépio: Menino Jesus, Maria e José, os pastores, os magos, mostram que Deus se manifesta nos pequenos e em quem se abre ao seu projeto. - A bandeira da Paz, os autos de Natal ligam a celebração do Natal à sensibilidade popular pastoril. - Encenações, dramatizações ou outras expressões feitas com autenticidade podem ajudar a vivenciar o mistério celebrado. - É um tempo de confraternização entre amigos, vizinhos, familiares. Dar à ceia do Natal e do Ano-novo um estilo de ágape fraterno, sinalizando a fraternidade, a partilha, a comensalidade. - Bênção Especial para as crianças e solene, para todo o povo, como sugere o Missal Romano, p. 520. Pe. Joacir Xavier da Rosa