RECURSOS EM GERAL 1) DAS DISPOSIÇÕES GERAIS: arts do Código de Processo Penal;

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Transcrição:

RECURSOS EM GERAL 1) DAS DISPOSIÇÕES GERAIS: arts. 574 580 do Código de Processo Penal; Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: I - da sentença que conceder habeas corpus; II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411. Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem seguimento ou não forem apresentados dentro do prazo. Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto. Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor. Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante. 1 o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas. 2 o A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega. 3 o Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por dez a trinta dias, fará conclusos os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo. Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível. Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

1) CONCEITO: Em linhas gerais, o recurso pode ser entendido como o direito que a parte possui de, na mesma relação jurídica processual (o que o difere das ações autônomas de impugnação, que inauguram uma nova relação jurídica processual), atacar decisão judicial que lhe contrarie, pleiteando sua revisão, total ou parcial (NUCCI, 2008, p. 851). 2) FUNDAMENTO: Princ. Const. Implícito (duplo grau de jurisd.) e Princ. Const. Explícito (ampla defesa art. 5º, LV, CF); 3) TERMINOLOGIAS; 4) PRESSUPOSTOS RECURSAIS 4.1) Pressuposto lógico: uma decisão; 4.2) Pressuposto Fundamental: a sucumbência; 5) PRESSUPOSTOS/REQUISITOS RECURSAIS 5.1) Objetivos: Cabimento, Adequação, Tempestividade, Regularidade Procedimental e Ausência de Impedimentos Recursais (fatos impeditivos e fatos extintivos do direito de recorrer); 5.2) Subjetivos: Legitimidade (art. 577 do CPP: MP, querelante, réu, seu procurador ou defensor) e Interesse Recursal (art. 577, Ú, CPP -> não se admitirá recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão)

6) PRINCÍPIOS RECURSAIS 6.1) Princípio da Taxatividade; 6.2) Princípio da Fungibilidade; 6.3) Princípio da Unirrecorribilidade/Singularidade; 6.4) Princípio da Voluntariedade (exceções: sentença que conceder HC; reabilitação; crimes contra a economia popular (arquivamento do I.P. ou sentença absolutória (Lei 1.521/51); 6.5) Princípio da Dialeticidade; 6.6) Princípio da Proibição da Reformatio In Pejus ; 6.7) Princípio da Extensibilidade das Decisões Benéficas/Princípio da Personalidade; 6.8) Princípio da Disponibilidade do Recurso; 6.9) Princípio da Complementariedade;

7) EFEITOS DOS RECURSOS 7.1) Efeito Devolutivo; 7.2) Efeito Suspensivo; 7.3) Efeito Regressivo/Iterativo/Diferido; 7.4) Efeito Translativo;

8) RECURSOS EM ESPÉCIE 8.1) DA APELAÇÃO: arts. 593 603 do Código de Processo Penal; Apelação é o recurso cabível em face de decisão contra a qual não caiba recurso em sentido estrito. Esse conceito decorre do fato de que as hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito vêm previstas em um rol casuístico, rigoroso, fechado, indicado pelo att. 581 do CPP. Assim, não se encaixando a decisão nestas hipóteses, o recurso a ser oferecido é o de apelação, que vem previsto no art. 593 do CPP, em um rol mais flexível. Art. 599 do CPP: é cabível tanto a apelação plena ou ampla (contra todo o julgado) como a apelação limitada ou parcial ou restrita (contra parte do julgado) -> essa limitação é feita pela parte na petição de interposição e não pode ser contrariada nas razões; todavia, se a parte nada disse quando da interposição, seja por petição ou termo, entende-se que a apelação é plena; Apelação no Tribunal do Júri: o recurso se restringe ao que consta na petição de interposição (S. 713 STF)

Súmula 713 do STF: O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos de sua interposição. 'Assinale a alternativa correta: A) O recurso em sentido estrito interposto contra decisão de rejeição da denúncia somente dispensa as contrarrazões quando a rejeição se der antes da citação do acusado. B) No processo penal os prazos são contados da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. C) A extensão da -apelação contra as decisões do júri é conferida pela petição de interposição. D) Não é nulo o julgamento de apelação sem apresentação de contrarrazões defensivas, caso o réu e seu advogado tenham sido intimados para apresentação das contrarrazões. E) Da decisão que concede ou denega liberdade provisória cabe recurso em sentido estrito (Concurso para Promotor de Justiça do MS 2013). 8.1.1) FORMA DE INTERPOSIÇÃO: pode ser interposto por petição ou por termo nos autos (art. 578, caput, do CPP), no prazo de 5 (cinco) dias; a interposição por termo nos autos é desprovida de formalismos;

8.1.2) APRESENTAÇÃO DE RAZÕES: É possível a entrega elas razões do recurso em separado, no prazo de 8 (oito) dias ou 3 (três) dias, nesta última hipótese se o processo for de contravenção penal - art. 6oo, caput, CPP (contudo, esta hipótese resta prejudicada, pois a contravenção penal é infração de competência do Juizado Especial Criminal, sendo cabível então o recurso de apelação previsto no art. 82, caput e 1", da Lei no 9.099/95, dirigido à Turma Recursal, no prazo de 10 dias, prazo único para a interposição do recurso e o oferecimento das razões recursais) - ou o recorrente for o assistente de acusação ou ainda se este último não for recorrente, mas arrazoar após o Ministério Público (art. 6oo, 1", CPP). Em caso de ação penal privada, o Ministério Público deverá se manifestar também em 3 (três) dias (art. 6oo, 2", do CPP). Se forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns (art. 6oo, 3", do CPP). É possível ainda o oferecimento das razões recursais diretamente no órgão ad quem, nos prazos anteriormente mencionados, conforme previsto no art. 6oo, 4", do CPP.

8.1.3) RECURSO DE APELAÇÃO NO JECRIM: deve ser oferecida no prazo de 10 (dez) dias, prazo único para, simultaneamente, a interposição do recurso e a apresentação das razões recursais (art. 82, caput e º1, da Lei no 9.099/95). Esse recurso será julgado pela Turma Recursal do juizado Especial Criminal e o apelante não poderá protestar por apresentar as razões recursais perante este órgão. Sobre recursos no processo penal é INCORRETO afirmar: a) O recurso de agravo, previsto no art. 197 da LEP, tem efeito regressivo. b) A apelação no juizado especial tem prazo de 10 dias. c) No juizado especial a parte recorrente pode protestar por apresentar as razões de apelação perante a turma recursal. d) O prazo dos embargos de declaração no juizado especial é de 5 (cinco) dias. (Delegado da PC/MG, FUMARC, 2011). 8.1.4) HIPÓTESES DE CABIMENTO: Antes de tudo, é preciso analisar se cabe recurso em sentido estrito (art. 581 do CPP) para só depois analisar as hipóteses do art. 593, caput, incisos I a 111, do CPP.

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 dias: I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior (RESE); III- das decisões do Tribunal do Júri, quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. A Lei nº 11.689/08 trouxe mais duas hipóteses de cabimento da apelação, ao prever no art. 416 do CPP que caberá tal recurso contra as decisões de impronúncia e de absolvição sumária.

8.1.4) PROCESSAMENTO DA APELAÇÃO: Art. 594 do CPP: previa a chamada prisão para apelar (o réu não poderia apelar sem recolher-se à prisão, ou prestar fiança, salvo se primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória, ou condenado por crime de que se livre solto); Este dispositivo foi expressamente revogado pela Lei nº 11.719/08. Por conseguinte, passou-se a entender que o art. 595 segundo o qual haveria a deserção da apelação se o condenado fugisse depois de ter recorrido não seria mais aplicável (Súmula 347 do STJ: "O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão ). Tal dispositivo, posteriormente, foi revogado de maneira expressa pela Reforma de 2011 (Lei nº 12.403/2011); Art. 596, caput, CPP: na hipótese de sentença absolutória, o réu deverá será colocado imediatamente em liberdade. EFEITOS DA APELAÇÃO: de acordo com o art. 597 do CPP, terá efeito devolutivo e suspensivo, salvo fundamentação na sentença em sentido contrário. Também não terá efeito suspensivo na hipótese de o recurso ser oferecido pelo assistente de acusação se o Ministério Público não o ofereceu no prazo que possuía para tanto; PRAZO PARA AS CONTRARRAZÕES: o mesmo para o oferecimento das razões.

ATENÇÃO: ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: Pode interpor Apelação da sentença absolutória ou condenatória; Em ação penal privada comum: não tem interesse para recorrer da sentença absolutória se o Querelante não o fez (Princípio da Disponibilidade); Em ação penal privada subsidiária: tem interesse em interpor recurso;

8.2) DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Em regra, o recurso em sentido estrito é semelhante ao recurso de agravo no Processo Civil, cabível contra decisão interlocutória. Entretanto, há casos em que ele é cabível contra sentença (exemplo: na hipótese do art. 581, inciso X, do CPP, que se refere à sentença concessiva ou denegatória de habeas corpus). PECULIARIEDADE: O RESE, assim como os embargos de declaração, é marcado pelo efeito regressivo (iterativo ou diferido). 8.2.1) PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO: Nos termos do art. 586 do CPP, o prazo de interposição do recurso em sentido estrito é de 5 (cinco) dias. Ele pode ser interposto por petição ou termo nos autos (art. 578, caput, do CPP). POSTERIOR APRESENTAÇÃO DE RAZÕES: assim como na Apelação, o recorrente pode primeiro interpor o recurso e depois apresentar as razões recursais, no prazo de 2 (dois) dias, contados da interposição do recurso (art. 588, caput, do CPP).

8.2.2) HIPÓTESES DE CABIMENTO: As hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito vêm previstas taxativamente no art. 581 do CPP; Vale destacar que os incisos XI, XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII e XXIV do art. 581 foram revogados pelo art. 197 da Lei de Execução Penal, sendo cabível, nestas hipóteses, o recurso de agravo em execução; INCISO I: insta salientar que, no procedimento sumaríssimo do JECRIM, é cabível o recurso de apelação para atacar a decisão que rejeita a denúncia ou queixa, no prazo de 10 (dez) dias; não cabe recurso contra a rejeição ou recebimento da denúncia ou queixa nos procedimentos de competência originária (Lei nº 8.038/90). Súmula 707 do STF: nulidade a falta de intimação p/ contrarrazões do recurso contra a rejeição da denúncia, não suprindo a nomeação de defensor dativo. Decisão que recebe denúncia ou queixa: recorrível? INCISO XIV: decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir -> neste ponto, há posições conflitantes: (i) Não é mais cabível recurso em sentido estrito contra decisão que incluir jurado na lista geral ou dela excluir força da reforma operada pela Lei nº 11.689/08, pois o art. 426 do CPP prevê a possibilidade de uma espécie de recurso administrativo a ser interposto por qualquer do povo até o dia 10 de novembro, quando a lista definitiva dos jurados é publicada; (ii) Não houve revogação do inciso XIV do art. 581, de modo que é possível interpor o RESE; RESE EM LEI ESPECIAL: caberá RESE contra o arquivamento da representação oferecida por qualquer do povo em relação às contravenções do jogo do bicho e do jogo sobre corridas de cavalos (art. 6º, Ú, 1.508/51)

8.2.3) PROCESSAMENTO: A regra geral de processamento do recurso em sentido estrito é a de que ele deve ser interposto em primeiro grau e as razões recursais e contrarrazões no Tribunal, salvo nos casos dos incisos V e X do art. 581 do CPP, nas quais tais peças serão oferecidas no juízo de primeiro grau; Em regra, o recurso subirá com os autos originais nas hipóteses insculpidas no art. 583, incisos I a III, do CPP; nas demais hipóteses, o RESE sobre por instrumento. 8.2.4) EFEITOS: como regra geral, o recurso não tem efeito suspensivo, tendo apenas os efeitos devolutivo e regressivo (juízo de retratação). Efeito suspensivo: art. 584, caput e 3º, do CPP. Juízo de retratação (art 589, CPP): após as contrarrazões do recorrido (estas e as razões não são obrigatórias para que o recurso suba), o juiz tem o prazo de 2 (dois) dias para se retratar. Nos termos do parágrafo único do art. 589 do CPP, a retratação é cabível apenas uma vez. Em sendo exercido o juízo de retratação, contra ele cabe o recurso previsto em lei (se houver previsão), não cabendo, porém, novo juízo de retratação neste recurso. Ex.: recurso em sentido estrito oferecido contra a pronúncia do réu: se o juiz, no juízo de retratação, impronunciar o acusado, será cabível o recurso de apelação, que subirá ao Tribunal de justiça sem novos arrazoados

8.2.4) JULGAMENTO Para o julgamento do recurso em sentido estrito, não se aplica o teor do art. 613, inciso I, do CPP, não havendo, pois, a figura do revisor, ao contrário do que ocorre no julgamento da apelação nos casos de crimes punidos com reclusão.

8.3) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO É o recurso que visa integrar a decisão, a sentença ou o acórdão obscuro, ambíguo, contraditório ou omisso. Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. 8.3.1) INTERPOSIÇÃO/OPOSIÇÃO: por meio de petição dirigida ao mesmo órgão prolator da decisão impugnada; SIMULTANEIDADE entre interposição/oposição e oferecimento derazões; JECRIM: o prazo para oferecimento deste recurso é de 5 (cinco) dias, sendo que ele pode ser interposto por escrito ou oralmente (art. 83, 1, da Lei no 9.099/95). 8.3.2) HIPÓTESES DE CABIMENTO: o recurso é cabível contra todo ato judicial com conteúdo decisório eivado de obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.

PREQUESTIONAMENTO: entende-se que os embargos de declaração podem ser utilizados para fins de prequestionamento da matéria, visando futura interposição de recurso especial ou recurso extraordinário. Súmula 356 do STF: "O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos de declaração, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento. 8.3.3) JULGAMENTO: o recurso deve ser julgado pelo próprio órgão prolator da decisão recorrida (efeito regressivo); Não tem efeito suspensivo; interrompem o prazo para apresentação dos recursos que visem a anulação e/ou a reforma do julgado, por aplicação analógica do art. 538 do Código de Processo Civil de 1973 e do art. 1.026, caput, do CPC de 2015. Excepcionalmente podem ter efeitos modificativos/infringentes: Esse recurso é tido como via inadequada para a reforma ou reexame do mérito da causa, mas, excepcionalmente, ele possui o efeito modificativo ou infringente, que ocorre quando a decisão importar em modificação do julgado por via indireta (CONTRADITÓRIO CONTRARRAZÕES).

8.4) EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE art. 609, Ú, CPP É recurso que visa atacar decisões proferidas por Tribunais de forma não unânime e que sejam desfavoráveis ao réu. Ele será apreciado pelo mesmo Tribunal prolator da decisão recorrida, sendo que o órgão deste Tribunal competente para o julgamento do recurso será aquele apontado pelas leis de organização judiciária e regimentos internos; Embargos infringentes: quando a decisão não unânime disser respeito ao mérito da apelação ou do recurso em sentido estrito; Embargos de nulidade: quando a matéria impugnada disser respeito à admissibilidade recursal. 8.4.1) INTERPOSIÇÃO: São interpostos por petição, que deve estar acompanhada de razões, no prazo de 10 (dez) dias (ou seja, prazo para interposição e oferecimento das razões recursais simultaneamente); se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência;

8.4.2) HIPÓTESES DE CABIMENTO: exige-se que a decisão impugnada não tenha sido unânime, que o voto divergente seja favorável ao réu, que o recurso se atenha à divergência apresentada por este voto, que a decisão tenha sido proferida em sede de apelação ou de recurso em sentido estrito e que ela emane de Tribunal (não inclui Turma Recursal); Decisão não unânime; desfavorável ao réu; decisão proferida em sede de apelação ou RESE; TRATA-SE DE RECURSO EXCLUSIVO DA DEFESA; Súmula 207 do STJ: É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra acórdão proferido no tribunal de origem

8.4) CARTA TESTEMUNHÁVEL arts. 639 646 do CPP Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: I - da decisão que denegar o recurso; II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem. Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser trasladadas. Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à parte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente conferida e concertada. Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por trinta dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face de representação do testemunhante, imporá a pena e mandará que seja extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito do julgamento do recurso e imposição da pena. Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar. Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis. Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o processo do recurso denegado. Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.

8.4.1) PRAZO: deverá ser interposto no prazo de 48 horas contadas da intimação do despacho denegatório dorecurso ou da ciência doseu não processamento regular Decisão que nega seguimento ao recurso de apelação: cabe RESE; Decisão que denega seguimento ao RE e ao Resp: cabe agravo de instrumento; Decisão que nega seguimento ao RESE: cabe Carta Testemunhável (neste caso, o recurso poderá permitir que o tribunal julgue o mérito do recurso anterior, caso ele seja devidamente instruído com os documentos imprescindíveis para este desiderato. No entanto, se o recurso não estiver instruído como tais documentos, ele não deixará de ser conhecido - nesse caso, o tribunal dará apenas o efeito de destrancar o recurso anterior, mandando processá-lo (art. 644 do CPP). 8.4.2) INTERPOSIÇÃO: por petição que deve ser dirigida ao escrivão (se o recurso for interposto em primeiro grau) ou ao secretário do tribunal (se interposto em segundo grau)

8.5) RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ROC Trata-se de recurso com hipóteses de cabimento expressamente previstas na Constituição Federal, que guarda simetria com a apelação, mas que será julgado pelo STF ou STJ, a depender do caso; Será recebido apenas no efeito devolutivo. Por ser uma via ordinária de impugnação, semelhante à apelação, esse efeito devolutivo é o mais amplo possível (tantum devolutum quantum appellatum), motivo pelo qual ele poderá discutir tanto matéria de direito como matéria de fato. 8.5.1) HIPÓTESES DE CABIMENTO PARA O STF: a) Contra as decisões proferidas em habeas corpus e mandado de segurança, em única instância por Tribunais Superiores, se denegatórias (art. 102, inciso 11, alínea "a", CF); As decisões concessivas proferidas nestes processos não permitem o manejo deste recurso. Além disso, as decisões denegatórias devem ser proferidas por Tribunais Superiores em única instância. O prazo para oferecimento deste recurso perante o STF, em qualquer situação, é sempre de 5 (cinco) dias, nos termos da súmula no 319 do STF.

b) Contra a sentença do juiz federal de primeiro grau que julgar o crime político (art. 102, inciso 11, alínea "b", CF): Nesta hipótese, contra tal sentença não caberá o recurso de apelação e sim o recurso ordinário constitucional, que é dirigido diretamente ao STF. 8.5.2) HIPÓTESES DE CABIMENTO PARA O STJ: a) Contra as decisões proferidas em habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória (art. 105, inciso 11, alínea "a", CF); b) Contra as decisões proferidas em mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão (art. 105, inciso 11, alínea "b", CF); Atenção: impossibilidade de utilização do HC como substitutivo do recurso ordinário constitucional: O STJ, seguindo a orientação do STF no julgamento paradigmático proferido nos autos do HC no 109.956/PR, também entende que o habeas corpus não pode ser utilizado como substitutivo do recurso ordinário constitucional.

8.6) RECURSO ESPECIAL art. 105, inciso III, alíneas "a", "b" e "c", da Constituição Federal. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. Quanto à hipótese de cabimento do recurso especial estampada no art. 105, inciso 111, alínea "a", é digna de registro a Súmula nº 518 do STJ, segundo a qual "Para fins do art. 105, 111, a, da Constituição Federal, não é cabível recurso especial fundado em alegada violação de enunciado de súmula.". Processamento: de acordo com o regramento do CPC de 2015, RESP e RE são interpostos da mesma forma: por petição, acompanhada das razões recursais, no prazo de 15 (quinze) dias (art. 1.003, parágrafo 5, CPC/2015), dirigida ao presidente ou o vice-presidente do tribunal o quo - art. 1.029, caput, CPC/2015 -, que irá proferir o primeiro juízo de admissibilidade recursal (art. 1.030, inciso V, do CPC/2015, já com a redação dada pela Lei no 13-256/2016), após a oitiva do recorrido no prazo de 15 dias - art. 1.030, caput, do CPC/2015), embora as razões recursais devam ser endereçadas ao STF (recurso extraordinário) ou STJ (recurso especial). Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o STF ou o STJ julgará o processo, aplicando o direito (art. 1.034, caput, CPC/2015).

O RESP É DOTADO APENAS DE EFEITO SUSPENSIVO; Procedimento para concessão de efeito suspensivo: o NCPC, em seu art. 1.029, parágrafo 5º, já com a redação dada pela Lei no 13.256/2016, assevera que o pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo (I); ao relator, se já distribuído o recurso (II); ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037 (III). REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE PRÓPRIOS: PREQUESTIONAMENTO E ESGOTAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS; IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE FATOS: SÚMULA 07 DO STJ

8.6) RECURSO EXTRAORDINÁRIO - art. 102, inciso III, alíneas "a", "b", "c" e "d", da Constituição Federal Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Processamento: de acordo com o regramento do CPC de 2015, RESP e RE são interpostos da mesma forma: por petição, acompanhada das razões recursais, no prazo de 15 (quinze) dias (art. 1.003, parágrafo 5, CPC/2015), dirigida ao presidente ou o vice-presidente do tribunal o quo - art. 1.029, caput, CPC/2015 -, que irá proferir o primeiro juízo de admissibilidade recursal (art. 1.030, inciso V, do CPC/2015, já com a redação dada pela Lei no 13-256/2016), após a oitiva do recorrido no prazo de 15 dias - art. 1.030, caput, do CPC/2015), embora as razões recursais devam ser endereçadas ao STF (recurso extraordinário) ou STJ (recurso especial). Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o STF ou o STJ julgará o processo, aplicando o direito (art. 1.034, caput, CPC/2015).

ALÉM DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE PRÓPRIOS DO RESP (PREQUESTIONAMENTO E ESGOTAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS), O RE RECLAMA A DEMONSTRAÇÃO DA REPERCUSSÃO GERAL: a existência de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo. Art. 1.035, do CPC. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo (A DECISÃO TEM QUE SER POR 2/3 DOS MEMBROS - 3º do art. 102 da CF); 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo. 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal. 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal; (...). III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.

O RE É DOTADO APENAS DE EFEITO SUSPENSIVO; Procedimento para concessão de efeito suspensivo: o NCPC, em seu art. 1.029, parágrafo 5º, já com a redação dada pela Lei no 13.256/2016, assevera que o pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo (I); ao relator, se já distribuído o recurso (II); ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037 (III).

8.7) AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO Na Vigência do Código de Processo Civil de 1973, não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, cabia agravo nos próprios autos, no prazo de 5 (cinco) dias, conforme previsão do art. 544, caput, do CPP, com a redação dada pela Lei nº 12.322/10, c/c art. 28 da lei no 8.038/90 e Súmula no 699 do STF; Com o Código de Processo Civil de 2015, contra a decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V do art. 1.030 caberá agravo em recurso especial e em recurso extraordinário, no prazo de 15 (quinze) dias (art. 1.003, 5º), com fundamento em seu art. 1.042 (art. 1.030, 1,. com a redação dada pela lei no 13.256/2016) (Informativo no 845do STF). Contagem de prazo: observância do disposto no art. 798 do CPP: Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. Súmula 182 do STJ: É inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravo.

8.8) AGRAVO EM EXECUÇÃO O agravo em execução é o recurso cabível para atacar decisões proferidas na execução penal, tais como aquelas relacionadas à progressão do regime de cumprimento de pena, livramento condicional, saída temporária etc. 8.8.1) PREVISÃO LEGAL: art. 197 da LEP Ele deve ser interposto por petição ou termo nos autos, no prazo de 5 (cinco) dias, consoante determina a Súmula nº 700 do STF. Podem oferecer esse recurso o Ministério Público, o próprio executado, seu representante (procurador ou defensor), cônjuge (companheiro também), parente ou descendente, por interpretação extensiva do art. 195 da Lei de Execução Penal. Contudo, as razões recursais devem ser oferecidas necessariamente por advogado; EFEITO REGRESSIVO: possibilita o juízo de retratação; Quanto ao processamento e ao julgamento, são aplicadas as mesmas regras do rito do recurso em sentido estrito nada obstante, não dá ensejo a eventual embargos infringentes ou de nulidade.