1 ENCONTRO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS 21 a 23 de setembro de 2016

Documentos relacionados
Profa. Dra. Ana Carolina Firmino Coordenadora do Evento. Prof. Dr. Fábio Erminio Mingatto Presidente da Comissão Permanente de Extensão Universitária

TÍTULO: BIOESTIMULANTES APLICADOS VIA FOLIAR EM CAFEEIROS COFFEA ARABICA EM PRODUÇÃO EM MINAS GERAIS

INFLUÊNCIA DA SUPRESSÃO DA IRRIGAÇÃO NOS DIFERENTES ESTÁGIOS FENOLÓGICOS DO FEIJÃO-CAUPI

MORFOLOGIA DE CULTIVARES CONTRASTANTES DE AMENDOIM: EFEITOS DA DEFICIÊNCIA HÍDRICA E ESPAÇAMENTOS ENTRE LINHAS

RESPOSTA FOTOSSINTÉTICA DE PLANTAS DE MILHO SAFRINHA EM DIFERENTES ESTÁDIOS E HORÁRIOS DE AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO TARDIA DE COBALTO, NA ABSCISÃO DE FLORES E COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM (Vigna unguiculata).

AJUSTE DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO FEIJÃO

Anais do Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão ENEPE RESUMOS SIMPLES

INFLUÊNCIA DA RESTRIÇÃO HÍDRICA NOS NÍVEIS DE OSMORREGULADORES EM MELOEIRO

ACÚMULO DE MATÉRIA SECA EM FEIJÃO CAUPI SOB ESTRESSE SALINO E USO DE BIORREGULADOR

CARACTERÍSTICAS FENOLÓGICAS, ACAMAMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO ARROZ-DE-SEQUEIRO (Oryza sativa L.), CONDUZIDA SOB DIFERENTES REGIMES HÍDRICOS.

CRIOCONSERVAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO. RESUMO

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

PRODUÇÃO DE MILHO VERDE NA SAFRA E NA SAFRINHA EM SETE LAGOAS MG

Disponibilidade hídrica e rendimento de grãos de cultivares de soja

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SEMEADURA NA CULTURA DO FEIJÃO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MATERIAL HÚMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU

Índice de clorofila em variedades de cana-de-açúcar tardia, sob condições irrigadas e de sequeiro

RESPOSTA DA MAMONEIRA A FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES E A DOSES DE FÓSFORO*

TEOR E EXTRAÇÃO DE NPK EM DOIS GENÓTIPOS DE MILHO SAFRINHA SOLTEIRO E CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) SUBMETIDOS À DEFICIÊNCIA HÍDRICA

DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇUCAR (Saccharum spp.) SOBRE DIFERENTES NÍVEIS DE TRÁFEGO CONTROLADO

PERFORMANCE DO QUANTIS APLICADO EM LAVOURAS CAFEEIRAS ESQUELETADAS RESULTADOS PRELIMINARES

GIRASSOL EM SAFRINHA NO CERRADO DO DISTRITO FEDERAL: DESEMPENHO DE GENÓTIPOS EM

TOLERÂNCIA À SECA EM GENÓTIPOS DE MAMONA*

EFICIÊNCIA AGRÔNOMICA, DE ESTIRPES DE RIZOBIO NATIVO DO CERRADO DO TOCANTINS INOCULADOS EM FEIJÃO-CAUPI

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

CRESCIMENTO DE DIFERENTES CULTIVARES DE SOJA SUBMETIDAS A ÉPOCAS DE SEMEADURAS DISTINTAS NO SEMIÁRIDO PIAUIENSE

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MAMONA COM E SEM CASCA

RENDIMENTO DE FEIJÃO CULTIVADO COM DIFERENTES FONTES DE ADUBOS VERDES NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE COBERTURA NITROGENADA.

EFEITOS DO ESTRESSE HIDRICO EM FEIJÃO CAUPI CRIOULO DA REGIÃO DO CARIRI CEARENSE

Fitopatologia e Bioestimulantes

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DO MAMOEIRO SUNRISE SOLO SOB IRRIGAÇÃO LOCALIZADA

Arquitetura da Planta de Soja: Influência Sobre as Propriedades Físicas dos Grãos

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO

CARACTERIZAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA EM DIVERSAS DENSIDADES DE PLANTIO PARA O ESTADO DE MINAS GERAIS, SAFRA *

Desempenho do pepino holandês Dina, em diferentes densidades de plantio e sistemas de condução, em ambiente protegido.

CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

Produção de biomassa da parte aérea de aveia-preta influenciada por diferentes épocas de semeadura e condições hídricas no ano de 2005

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

SELETIVIDADE DOS HERBICIDAS BENTAZON E NICOSULFURON PARA Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis

Desempenho Operacional de Máquinas Agrícolas na Implantação da Cultura do Sorgo Forrageiro

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

Avaliação da eficiência agronômica de inoculante líquido contendo bactérias do gênero Azospirilium

CARACTERIZAÇÃO ECOFISIOLÓGICA DE GENÓTIPOS DE SORGO GRANÍFERO CONTRASTANTES PARA A TOLERÂNCIA À SECA

CULTIVARES DE FEIJÃO E ÉPOCAS DE SEMEADURA PARA SAFRA DA SECA EM MUZAMBINHO-MG*

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 888

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

VALORES DE FÓSFORO, CÁLCIO, MAGNÉSIO, OBTIDO NA PLANTA DO MILHO SEM ESPIGAS EM CONSÓRCIO COM FORRAGEIRAS 1.

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

Palavras-chave: Jatropha curcas L., parâmetros de crescimento, nitrogênio, adubação mineral.

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE SORGO FORRAGEIRO NO OESTE DA BAHIA

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E FISIOLÓGICAS DE SEMENTES DE FEIJÃO EM FUNÇÃO DO TEOR DE FÓSFORO NA SEMENTE E DOSES DE FÓSFORO NO SOLO 1

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

NUTRIÇÃO DA MAMONEIRA CONSORCIADA COM FEIJÃO COMUM EM FUNÇÃO DO PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA II: CRESCIMENTO VEGETATIVO

MANEJO DE PLANTIO E ORDEM DO RACEMO NO TEOR DE ÓLEO E MASSA DE SEMENTES DA MAMONEIRA

CRESCIMENTO DA CULTIVAR DE MILHO AL-BANDEIRANTES SOB CONDIÇÕES DE ESTRESSE SALINO. Apresentação: Pôster

Acúmulo de massa seca em cinco cultivares de feijão caupi (Vigna unguiculata), em Latossolo Amarelo textura argilo-arenosa

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 893

CONTROLE DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS E MELA DO ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

EFEITO DA DESFOLHA DA PLANTA DO MILHO NOS COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE

Mudanças climáticas. Aumento de períodos de estiagem (Pinto & Assad, 2008) Aumento de frequência de chuvas intensas e temporais

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

Bioestimulantes para o manejo nos cultivos de soja e milho safrinha

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODOEIRO, CULTIVARES BRS VERDE E CNPA 7H, ARMAZENADAS EM CÂMARA SECA

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA NA CULTURA DA RÚCULA EM CULTIVO ORGÂNICO INTRODUÇÃO

DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO ANTES E APÓS A COLHEITA DO MILHO (Zea mays L.) CULTIVADO EM SOLO HIDROMÓRFICO 1

Palavras-chave: Anaderanthera peregrina. Áreas degradas. Colonização.

Influências das Épocas de Plantio sobre Dirceu Luiz Broch a Produtividade de Híbridos de Milho Safrinha

DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA UTILIZANDO UM SISTEMA DE DEPOSIÇÃO DE SEMENTES POR FITA.

Adubação orgânica do pepineiro e produção de feijão-vagem em resposta ao efeito residual em cultivo subsequente

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DO MILHO HÍBRIDO AG7088 VT PRO3 CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

Demanda Energética de Máquinas Agrícolas na Implantação da Cultura do Corgo Forrageiro

LONGEVIDADE DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L. e Crotalaria spectabilis Roth EM CONDIÇÕES NATURAIS DE ARMAZENAMENTO

PERFORMANCE DE NOVE GENÓTIPOS DE SOJA CULTIVADOS EM DIFERENTES ÉPOCAS DE SEMEADURA NA EMBRAPA CERRADOS

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA, SOLTEIRO E CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis em DOURADOS, MS 1.INTRODUÇÃO

INFLUÊNCIA DA SALINIDADE DO SOLO NA GERMINAÇÃO E NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DA MAMONA. UNESP - Unidade Diferenciada de Registro,

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

Influência da Adubação Orgânica e com NPK, em Solo de Resíduo de Mineração, na Germinação de Sementes de Amendoim.

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO PARA A FAUNA DE FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES EM AMENDOIM

em função da umidade e rotação de colheita

EFEITO DO TIPO DE SUBSTRATO NA GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE AMENDOIM (Arachis hypogaea L.)

Transcrição:

Aplicação de extrato de algas Ascophyllum nodosum e a influência da associação com fungos micorrízicos na tolerância de plantas de amendoim (Arachis hypogaea L.) submetidas à deficiência hídrica Seaweed extract application and association with mycorrhizal fungi in peanut plants (Arachis hypogaea L.) submitted to water deficit. RENATA BRUNA S. COSCOLIN¹; FERNANDO BROETTO²; EDILSON RAMOS GOMES 1 : VITOR MARCELO MAGALHÃES SOUZA¹; JOÃO RICARDO FAVAN 1. 1 Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas. Rua José Barbosa de Barros, nº 1780, CEP: 18610-307, Botucatu-SP, Brasil. 2 Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Departamento de Química e Bioquímica. Distrito de Rubião Junior S/Nº CEP: 18618-970, Botucatu-SP, Brasil. renata.coscolin@gmail.com. INTRODUÇÃO A cultura do amendoim (Arachis hypogae L.) tem despertado grande interesse econômico pois suas sementes além de constituir uma importante fonte de proteína vegetal e de óleo comestível (BARBOSA et al., 2014) atende a diversos mercados, seja para o consumo in natura, para a indústria oleoquímica e produção de biodiesel (CORREIA et al., 2009) ou para integração lavoura pecuária. Dessa maneira, a exploração comercial da cultura é uma importante alternativa para a agricultura irrigada, pois em regiões onde os níveis pluviais são irregulares pode-se obter uma colheita economicamente rentável (SILVA e RAO, 2006). O período de estiagem durante os anos de 2013/14 causou dificuldades para os produtores de amendoim, pois a limitação ou fornecimento irregular da água às plantas acarretaram queda na produtividade e na qualidade dos grãos. Nesse sentido, o uso de bioestimulantes naturais como o extrato solúvel de algas marinhas (ESA) e a associação simbiótica com fungos micorrízicos está cada vez mais se difundindo na agricultura, pois podem estimular o crescimento e o desenvolvimento do vegetal, além de induzir tolerância a diversos estresses bióticos e abióticos. O objetivo deste trabalho foi estudar o comportamento das plantas de amendoim submetidos à diferentes níveis de deficiência hídrica (DH) e a relação do impacto da DH com a inoculação dos FMAs e aplicação do ESA sobre parâmetros de crescimento e produção. 54

MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi desenvolvida no Departamento de Química e Bioquímica do IB - UNESP, Campus de Botucatu-SP, em estufa agrícola. Utilizou-se plantas de amendoim do cultivar IAC- Tatu que foram submetidas a dois níveis hídricos: capacidade de campo, CC- 100% necessidade hídrica da cultura e deficiência severa DH SEV - 45% necessidade hídrica da cultura com e sem inoculação com micorriza (+FMAs/ - FMAs) e com e sem aplicação de extrato de algas (Ascophyllum nodosum) (+ESA/ - ESA). A adição do ESA deu-se através do produto comercial Acadian conforme recomendação do fabricante e as aplicações iniciaram aos 30 dias após o plantio (DAE) correspondente ao estádio pré florescimento das plantas e as subsequentes foram realizadas semanalmente até o início da senescência das plantas (90 DAE). Para os tratamentos que tiveram a presença dos FMAS foram inoculados uma mescla de 2 isolados, IAC 5 (Glomus intraradicis) e IAC 44 (Glomus etunicatum), fornecidas pelo IAC Instituto Agronômico de Campinas, onde o procedimento de inoculação dos FMAs foi em solo não estéril aplicando-se 100g do inócuo por vaso e no mesmo instante da semeadura junto a cova. Avaliou-se parâmetros biométricos através da massa seca total das plantas, as relações hídricas através do CRA (conteúdo relativo de água) e potencial hídrico foliar além dos índices de produção pelo número de vagens por planta e número de grãos por vagem em função dos tratamentos. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso em esquema fatorial 2x2x2 e as variáveis foram avaliadas pela ANOVA, sendo as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey a 5% e 1% de significância, utilizando o programa estatístico ASSISTAT 7.6. RESULTADOS E DISCUSSÃO A biomassa seca total (Tabela 1) apontaram nas plantas hidratadas (CC) inoculadas com FMAs e quando aplicado o ESA, os melhores resultados. A presença desses fatores mostrou-se positivo, pois levaram as plantas à promoção de crescimento em condições de (CC) e a preservarem o funcionamento do metabolismo vegetal quando diminui-se o teor de água no solo (DH SEV). As associações dos FMAs promoveram melhorias no crescimento e desenvolvimento das plantas sob condições de baixa umidade, possivelmente por aumentarem as respostas das plantas a DH, podendo induzir compostos relacionados à tolerância das plantas ao estresse hídrico. Tais compostos, como a prolina e betaínas, também podem ser encontrados na composição do ESA (MACKINNON et al., 2009), assim como substâncias 55

promotoras de crescimento, aminoácidos e vitaminas (KHAN et al., 2009; SHARMA et al. 2010). Tabela 1. Valores médios de massa seca total de plantas de amendoim cv. Tatu sob efeito da aplicação do ESA e inoculação dos FMAs. TRATAMENTOS Massa Seca total planta (g) CRA (%) +ESA - ESA +ESA - ESA CC +FMAs 14.0687 aa 6.6123 ab 85.7 aa 77.6 ab CC -FMAs 8.5613 ba 3.9521 bb 58.6 ba 46.0 bb DH SEV +FMAs 3.9521 cb 2.1838 cb 51.9 ca 40.8 cb DH SEV -FMAs 3.1484 ca 1.4945 cb 38.9 da 33.3 db scula na coluna e maiúsculas na linha) não diferem pelo teste de Tukey (p<0,05). Média s seguid as de letras iguais (minú Almeida et al. (2014) em seu trabalho com porta enxerto de aceroleira, identificou efeito sinérgico entre ESA e FMAs mais evidentes para altura e massa seca da parte aérea. Ao final do período experimental, o ψ foliar não apresentou interação significativa entre os três fatores. Porém, a partir do estabelecimento da DH nas plantas, esse indicador sugeriu melhor manutenção do status hídrico das mesmas quando o ESA fora aplicado e nas plantas micorrizadas. Entretanto, nota-se que as plantas micorrizadas diferem estatisticamente quando aplicado o ESA enquanto as sem FMAs não diferem. Esse resultado pode ser explicado pelo efeito dissipador dos FMAs, que exige açúcares solúveis das folhas (PORCEL e RUIZ-LOZANO, 2004) que potencialmente poderiam ser utilizados para o ajustamento osmótico durante a DH. Assim, plantas micorrizadas sujeitas a DH também apresentaram maior CRA (Tabela 1), pois essa associação modifica as características fisiológicas, principalmente pelo aumento no acúmulo de compostos osmoprotetores, o que faz a espécie tolerar e se desenvolver em condições de limitação de recursos hídricos. Neste trabalho, verificou-se que a inoculação com os FMAs e a aplicação do ESA diferiram significativamente tanto nas plantas hidratadas quando nas submetidas a DH para o parâmetro número de vagens por planta (Tabela 2). 56

Tabela 2. Valores médios do potencial hídrico foliar e número de vagens por planta em amendoim cv. Tatu nas interações entre lâmina e FMAs (I), lâminas e ESA (II) e FMAs e ESA (III). I II III TRATAMENTOS Potencial hídrico Kpa Nºvagens.planta -1 +FMAs -FMAs +FMAs - FMAs CC -2.25 ba -2.91 ba 10 aa 7 ab DH SEV -5.25 ab -7.53 aa 4 ba 3 bb + ESA -ESA + ESA -ESA CC -2.68 ba -2.48 ba 11 aa 5 ab DH SEV -5.25 ab -7.5 aa 4 ba 3 bb + ESA -ESA + ESA -ESA +FMAs -2.50 bb -5.00 aa 9 aa 4 ab - FMAs -5.43 aa -5.01 aa 6 ba 3 bb Médias seguidas de letras iguais (minúscula na coluna e maiúsculas na linha) não diferem pelo teste de Tukey (p<0,05). Já para o número de grãos por vagem, em todos os níveis hídricos independentemente da presença dos FMAs e ESA não houve diferença significativa. Desta forma, a aplicação do ESA pode significar uma influência positiva do biofertilizante, neste ensaio, pois o produto evidenciou os benefícios promovidos pela inoculação dos FMAs e favoreceu os parâmetros avaliados quando aplicado isoladamente. CONCLUSÃO O uso do extrato de alga Ascophyllum nodosum associado à inoculação de fungos micorrízicos para o amendoim, nesse ensaio, proporcionou um incremento da massa seca total e número de vagens por planta demonstrando sinergismo entre os FMAs e o ESA, que contribuiu para que mesmo sob DH as plantas conseguissem desencadear mecanismos e estratégias para limitar a perda de água. REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. P. N. DE et al. Fungo micorrízico arbuscular e extrato de algas no crescimento inicial de porta-enxerto de aceroleira. Revista de Ciências Agrarias - Amazon Journal of Agricultural and Environmental Sciences, v. 57, n. 1, p. 22 28, 2014. BARBOSA, R. M.; HOMEM, B. F. M.; TARSITANO, M. A. A. Custo de produção e lucratividade da cultura do amendoim no município de Jaboticabal, São Paulo. Revista Ceres, v. 61, n. 4, p. 475 481, ago. 2014. CORREIA, K. G. et al. Crescimento, produção e características de fluorescência da clorofila a em amendoim sob condições de salinidade. Revista Ciência Agronômica, v. 40, n. 4, p. 514 521, 2009. SILVA, L. C.; RAO, T. V. Avaliação de métodos para estimativa de coeficientes da cultura de amendoim. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 10, n. 01, p. 128 131, 2006. 57

PORCEL R, RUIZ-LOZANO JM. Arbuscular mycorrhizal influence on leaf water potential, solute accumulation and oxidative stress in soybean plants subjected to drought stress. Journal of Experimental Botany, v.55, p.1743-1750, 2004. KHAN I, AHMAD A, IQBA M. Modulation of antioxidant defence system for arsenic detoxification in Indian mustard. Ecotoxicol Environ Saf. v.72, p. 626-634, 2009. KUMAR A, SHARMA S, MISHRA S. Influence of arbuscular mycorrhizal (AM) fungi and salinity on seedling growth, solute accumulation, and mycorrhizal dependency of Jatropha curcas L. J Plant Growth Regul, v.29, p.297 306. 2010. MACKINNON, S. L. et al. Improved methods of analysis for betaines in Ascophyllum nodosum and its commercial seaweed extracts. Journal of Applied Phycology, v. 22, n. 4, p. 489 494, 2009. 58