DOSES DE NITROGÊNIO E FÓSFORO NA FORMAÇÃO DE MUDAS DE TAMARINDO DOSES OF NITROGEN AND PHOSPHORUS IN PRODUCTION OF TAMARIND SEEDLINGS

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Transcrição:

59 Original Article DOSES DE NITROGÊNIO E FÓSFORO NA FORMAÇÃO DE MUDAS DE TAMARINDO DOSES OF NITROGEN AND PHOSPHORUS IN PRODUCTION OF TAMARIND SEEDLINGS Henrique Antunes de SOUZA 1 ; Rafael PIO 2 ; Edvan Alves CHAGAS 3 ; Janaine Myrna Rodrigues REIS 4 ; Helen Cristina de Arruda RODRIGUES 1 ; Jose Darlan RAMOS 5, Vander MENDONÇA 6 1. Acadêmico em Agronomia, Universidade Federal de Lavras UFLA, Departamento de Agricultura. riqueas@bol.com.br ; 2. Engenheiro Agrônomo, Professor Adjunto, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE. rafaelpio@unioeste.br ; 3. Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico, Centro APTA Frutas/IAC.; 4. Engenheiro Agrônomo, Pós-Doutoranda UFLA, Departamento. de Agricultura; 5. Engenheiro Agrônomo, Professor de Fruticultura-UFLA, Departamento de Agricultura; 6. Engenheiro Agrônomo, Professor Adjunto, Universidade Federal Rural do Semi-Árido-UFERSA. RESUMO: Com o objetivo de avaliar diferentes doses de fósforo e nitrogênio na produção de mudas de tamarindo (Tamarindus indica L.), conduziu-se um experimento no viveiro de formação de mudas no Setor de Fruticultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Foram testadas quatro doses de fósforo no substrato, sendo: 0; 2,5; 5,0 e 10,0 Kg m -3 ; e posteriormente realizadas quatro aplicações de nitrogênio em cobertura, nas doses: 0; 0,8; 1,6 e 3,2 Kg m -3. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso em esquema fatorial 4 x 4, com quatro repetições e cinco plantas por parcela. A utilização de 10,0 Kg m -3 de fósforo juntamente com a dose de 0,8 Kg m -3 de nitrogênio promoveram maior crescimento das mudas. PALAVRAS-CHAVE: Tamarindus indica. Propagação. Adubação. Nutrição. INTRODUÇÃO O tamarindo (tâmara da Índia) é originário da África Tropical, de onde se dispersou por todas as regiões tropicais. Cresce bem em locais de clima tropical e subtropical, não frutificando bem em locais sem estiagem. A polpa é acidulada, sendo consumida fresca ou cristalizada, também usada no preparo de refrescos, sorvetes, pastas, doces e licores (DONADIO et al., 1998). A formação de mudas constitui-se numa etapa crucial do processo de produção e pode possibilitar aos agricultores a obtenção, em viveiro, de plantas com melhor performance para suportar as condições adversas de campo. Expressivos aumentos no crescimento e qualidade de mudas podem ser alcançados através da fertilização mineral, com reflexos no melhor desenvolvimento, na precocidade e na maior sobrevivência em campo (BARBOSA, 2003). Quando se almeja quantidade e velocidade de resposta, quanto à germinação de sementes de tamarindo, a semeadura deve ser realizada tão logo as sementes forem retiradas dos frutos (MARTINS, 2002). Segundo Melo et al. (2004), sementes de tamarindo sem dano e com níveis de 31 até 70% de dano, não apresentaram diferença significativa quanto as variáveis comprimentos da parte aérea e raiz e pesos da matéria seca da parte aérea e sistema radicular. Já para os danos no tegumento e Received: 13/09/06 Accepted: 04/12/06 tecido de reserva nas classes de 1 a 30%, os mesmos autores observaram redução drástica nos comprimentos e pesos das matérias secas das partes aéreas e radiculares. A utilização do nitrogênio para produção de mudas em recipientes, tem apresentado bons resultados, principalmente para produção de portaenxertos de citros nas suas diferentes fases de crescimento (DECARLOS NETO, 2000) e também na formação de mudas de maracujazeiro (SIQUEIRA et al. 2002). Segundo São José (1994), pode-se forçar o crescimento de mudas de maracujazeiro com uma adubação nitrogenada, via irrigação, feita semanalmente com uma solução 0,5% a 1,0% de uréia. O fósforo é um dos principais macronutrientes essenciais à vida das plantas. Segundo Oliveira et al. (1982), trata-se do elemento mais usado em adubações das culturas, além de ser o que mais tem recebido atenção da pesquisa nas últimas décadas. O P requerido para o ótimo crescimento das plantas varia conforme a espécie ou órgão analisado de 0,1 a 0,5 % da matéria seca (VICHIATO, 1996). De acordo com Lopes (1989), além de promover a formação e o crescimento prematuro de raízes, melhora a eficiência no uso da água, e quando em alto nível no solo, ajuda a manter a absorção deste pelas plântulas, mesmo sob condições de alta tensão de umidade do solo.

60 Considerando o reduzido número de trabalhos com adubação de tamarindo na literatura nacional e tomando-se como base os resultados das pesquisas com adubação de outras frutíferas, o presente trabalho teve como objetivo estudar o efeito da adubação nitrogenada e fosfatada na produção de mudas de tamarindo. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi conduzido no Setor de Fruticultura do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras-MG, no primeiro semestre de 2005. O clima da região é temperado suave (mesotérmico), tipo Cwb. A região está localizada a uma altitude de 913 metros, 21 14 06 de latitude e 45 00 00 de longitude, tem precipitação média anual de 1493,2 mm ocorrendo uma maior concentração entre os meses de novembro e fevereiro, sua temperatura média anual é 19,3 C e umidade relativa do ar de 80% (CASTRO NETO ; SILVEIRA, 1981). O experimento foi instalado em um telado tipo nylon (50% de luminosidade). Foram utilizados sacos de polietileno de 2,25 litros, preenchidos com substrato a base de terra, esterco e areia na proporção de 3:2:1 v/v, enriquecidos com quatro diferentes doses de fósforo (0; 2,5; 5,0; 10,0 Kg m -3 de P 2 O 5 ), utilizando-se como fonte de fósforo o superfosfato simples. Foram utilizadas duas sementes de tamarindo por saquinho e após o início da emergência, conservou-se apenas um único seedling. A adubação de cobertura iniciou-se quando o seedling apresentava os primeiros folíolos, promovendo-se aplicações em cobertura procedidas de 10 em 10 dias, com nitrogênio, nas dosagens 0; 0,8 ; 1,6 e 3,2 Kg m -3. As aplicações consistiam em uma solução com uréia, sendo que em cada aplicação foram adicionados aos sacos de polietileno 20 ml de solução. Durante a condução do experimento foram realizadas regas diárias. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 4 x 4 (doses de fósforo e nitrogênio), com quatro repetições e cinco plantas por parcela. Após 90 dias da semeadura, coletaram-se os seguintes dados biométricos: altura média da parte aérea (cm); número médio de folhas; massa seca média da raiz e da parte aérea (g). Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias foram comparadas pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade, de acordo com as indicações de Gomes (2000), utilizando-se do Sistema para Análise de Variância - SISVAR (FERREIRA, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO Verificou-se interação significativa para o comprimento médio da parte aérea para doses de nitrogênio e fósforo, sendo encontrado o valor de 10,0 Kg m -3 de fósforo significativo com as doses de nitrogênio (Figura 1). Através da análise de regressão quadrática, constatou-se que a dose de 0,8 Kg m -3 de nitrogênio com 10,0 Kg m -3 de fósforo promoveram um maior crescimento de mudas (33,72 cm). Vale ressaltar que essa é considerada a variável mais importante, uma vez que é o comprimento que define o momento em que a muda se encontra em estágio ótimo para ir a campo. Esses resultados estão de acordos com Sgarbi et al. (1999), os quais verificaram que a eficiência das adubações depende basicamente das doses e fontes dos adubos utilizados, da capacidade de troca catiônica e das características físicas do substrato. Souza et al. (2003), também verificaram maior tamanho e qualidade das mudas de graviola quando adubadas com 5 Kg m -3 de superfosfatos simples.

61 Comprimento da parte aérea (cm) 40 35 30 25 20 15 10 5 0 y = -2.7781x 2 + 3.8637x + 32.4 R 2 = 0.99 10 Kg.m -3 P 2 O 5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 Doses de uréia (Kg m -3 ) Figura 1. Comprimento da parte aérea em função do desdobramento de doses de uréia, em função da dose de 10,0 Kg m -3 de P 2 O 5. UFLA, Lavras MG, 2006. Para o comprimento médio das raízes, verificou-se um decréscimo no tamanho das raízes à medida que se aumentaram as doses de fósforo (Figura 2). Para formação de mudas de nespereira, Mendonça et al. (2005) recomendam incorporar ao substrato a dose de 6 Kg m -3 de superfosfato simples, já para a formação de mudas de pé-franco de pitanga, ABREU et al. (2005) sugerem a incorporação de 5 Kg m -3 no substrato de superfosfato simples. Assim, verifica-se que para cada fruteira, há uma necessidade ideal de nutriente requerida, principalmente no caso do fósforo. Comprimento das raízes (cm) 29 28 27 26 25 24 23 22 21 20 y = -0.4526x + 28.38 R 2 = 0.94 0 2 4 6 8 10 12 Doses de P 2 O 5 (Kg m -3 ) Figura 2. Comprimento das raízes em função de doses de fósforo. UFLA, Lavras MG, 2006. Já para número médio de folhas, não foram encontrados resultados significativos. Para a massa seca média da parte aérea, podem-se observar resultados significativos apenas para doses de fósforo (Figura 3). Igualmente ao encontrado para o comprimento médio das raízes, à medida que se aumentou as doses de fósforo, ocorreu decréscimo na massa seca média da parte aérea.

62 Massa seca da parte aérea (mg) 16 15 14 13 12 11 10 9 8 y = -0.4311x + 14.966 R 2 = 0.93 0 2 4 6 8 10 Doses de P 2 O 5 (Kg m -3 ) Figura 3. Matéria seca da parte aérea em função de doses de P 2 O 5. UFLA, Lavras MG, 2006. Para a massa seca média das raízes, houve interação significativa entre as adubações com nitrogênio e fósforo (Figura 4). Na dose de 5,0 Kg m -3 de fósforo, a ausência da aplicação em cobertura com nitrogênio promoveu a maior massa Massa seca das raízes (mg) 7 6 5 4 3 2 1 seca média das raízes (5,89 g). Resultados similares também foram obtidos quando utilizou-se 10,0 Kg m -3 de fósforo combinado com 1,6 Kg m -3 de nitrogênio (5,29 g). y = 0.4038x 2-2.3568x + 5.8928 R 2 = 0.61-5 Kg.m -3 P 2 O 5 y = -0.767x 2 + 1.8811x + 4.2462 R 2 = 0.71-10 Kg.m -3 P 2 O 5 5 Kg.m -3 P 2 O 5 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 Doses de uréia (Kg m -3 ) 10 Kg.m -3 P 2 O 5 Figura 4. Matéria seca das raízes em função das doses de 5,0 e 10,0 Kg m -3 de P 2 O 5 com as doses de N. UFLA, Lavras MG, 2006. Mendonça et al. (2004) sugere que sejam aplicadas doses de até 2,0 Kg N m -3 para uma maior qualidade na produção de mudas de maracujazeiro amarelo e que dosagens elevadas podem promover efeitos depressivos nas mudas. Segundo Souza et al. (2005), a dose de 1,6 Kg m -3 de nitrogênio em cobertura proporcionou bons resultados para formação de mudas de maracujazeiro doce. CONCLUSÕES Nestas condições, conclui-se que: - 0,8 Kg m -3 de nitrogênio com 10,0 Kg m -3 de fósforo promoveram um maior crescimento de mudas; - 5,0 Kg m -3 de fósforo na forma de P 2 O 5 com a ausência de nitrogênio promoveu a maior massa seca média das raízes. ABSTRACT: The aim of this work was to verify different doses of phosphorus and nitrogen in production of seedlings of tamarind (Tamarindus indica L.), this work was carried out at plant formation area at Federal University of Lavras orchard, testing this doses in substrates of phosphorus: 0; 2.5; 5.0; 10.0 Kg m -3 ; and was testing the following doses covering of nitrogen: 0; 0.8; 1.6 e 3.2 Kg m -3. A randomized block design was used with factorial scheme 4 x 4, with four replications and 5 plants by plot. Used 10.0 Kg m -3 of phosphorus with 0.8 Kg m -3 of nitrogen provided larger growth of the seedlings.

63 KEYWORDS: Tamarindus indica. Propagation. Fertilization and nutrition. REFERENCIAS ABREU, N. A. A.; MENDONÇA, V.; HAFLE, O. M.; TEIXIERA, G. A.; SOUZA, H. A.; RAMOS, J. D. Utilização de superfosfato simples em substratos para produção de mudas de tipo pé-franco de pitangueira (Eugenia uniflora L.). In: CONGRESSO DOS POS-GRADUANDOS DA UFLA, 14, 2005, Lavras. Anais... Lavras: UFLA, 2005. CD-ROM. BARBOSA, Z.; SOARES, I.; CRISÓSTOMO, L. A. Crescimento e absorção de nutrientes por mudas de gravioleira. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n. 3, p. 519-522, 2003. CASTRO NETO, P.; SILVEIRA, S. V. Precipitação provável para Lavras, Região Sul de Minas Gerais, baseada na função de distribuição de probabilidade gama. l Período mensais. Ciência e Prática, Lavras, v. 5, n. 2, p. 144-151, 1981. DECARLOS NETO, A. Adubação e nutrição nitrogenada de porta-enxertos de citros, semeados em tubetes. 2000. 131 f. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. DONADIO, L. C.; NACHTIGAL, J. C.; SACRAMENTO, C. K. Frutas Exóticas. Jaboticabal: Funep. 1998. 279 p. FERREIRA, D. F. Análise estatística por meio do SISVAR (Sistema para Análise de Variância) para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45., 2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 2000. p. 255-258. GOMES, F. P. Curso de estatística experimental. 14 ed. Piracicaba: USP/ESALQ, 2000. 477 p. LOPES, A. S. Manual de fertilidade do solo. Piracicaba: Fundação Cargill, 1989. 177p. MARTINS, A. B. G.; MARCHIORI, T. T. Efeito do Armazenamento de sementes de tamarindo na porcentagem e precocidade de germinação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17, 2002, Belém. Anais... Belém: SBF, 2002. CD-ROM. MELO, B.; ALVES, P. R. B.; LUZ, J. M. Q.; FRANZÂO, A. A.; PEIXOTO, J. R.; MARQUES, S. M. Danos no tegumento da semente do tamarindeiro no crescimento e desenvolvimento da plântula em casa de vegetação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 18, 2004, Florianópolis. Anais... Florianópolis: SBF, 2004. CD-ROM. MENDONÇA, V.; ABREU, N. A. A.; TEIXEIRA, G. A.; SOUZA, H. A.; GUGEL, R. L. S.; FERREIRA, E. A.; RAMOS, J. D. Adubação nitrogenada e diferentes substratos no desenvolvimento de mudas de maracujazeiro-amarelo. In: CONGRESSO DOS POS-GRADUANDOS DA UFLA, 13, 2004, Lavras. Anais... Lavras: UFLA, 2004. CD-ROM. MENDONÇA, V.; ABREU, N. A. A.; HAFLE, O. M.; RAMOS, J. D.; SOUZA, H. A.; TEIXEIRA, G. A. Uso do superfosfato simples em diferentes substratos na produção de mudas de nespereira. In: CONGRESSO DOS POS-GRADUANDOS DA UFLA, 14, 2005, Lavras. Anais... Lavras: UFLA, 2005. CD-ROM. OLIVEIRA, J, A.; LOURENÇO, S.; GOEDERT, W. Adubação fosfatada no Brasil. Brasília: EMBRAPA- DID, 1982. 326 p. SÃO JOSÉ, A. R. A cultura do maracujazeiro: produção e mercado. Vitória da Conquista: DFZ/UESB, 1994. 255 p SGARBI, F.; SILVEIRA, R. V. A.; HIGASHI, E. N.; ANDRADE e PAULA, T.; MOREIRA, A. & RIBEIRO, F. A. Influencia da aplicação de fertilizante de liberação controlada na produção de mudas de um clone de

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