MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA RECOMENDAÇÃO-IG-2/2016

Documentos relacionados
ECLI:PT:TRL:2016: TBSXL.A1.5

Diploma. Lei de Saúde Mental

Transporte Não Urgente de Doentes (atualizado em )

DIÁRIO DA REPÚBLICA I A SUMÁRIO. Sexta-feira, 24 de Julho de 1998 Número 169/98. Assembleia da República

PROCEDIMENTO RECUSA DE MEDICAÇÃO/TRATAMENTO

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa

PARECER Nº 47/PP/2013-P CONCLUSÕES 1. O

REGULAMENTO DE VISITAS

JORNAL OFICIAL I SÉRIE NÚMERO 10 TERÇA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 2013

- ANEXO Nº4 - SUBSTITUIÇÃO NA TOMADA DE DECISÕES. Normalização interna do procedimento em relação à substituição da tomada de decisões 1

Regulamento de Visitas e Acompanhamento de Doentes Internados. CAPÍTULO I Disposições Gerais. Artigo 1º. Âmbito

serviço policial e direito da saúde

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

Decreto-Lei n. o 58/

DECRETO N.º 203/XIII. Direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e à proteção das características sexuais de cada pessoa

A Medicina Legal e a Psiquiatria Internamento Compulsivo

DIREITO AO ACOMPANHAMENTO E RESPETIVOS

GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO

Lei n.º 35/2015, de 04 de Maio (versão actualizada)

Cartão da Pessoa com Doença Rara (CPDR) Doença rara; cartão; requisição; emissão. Médicos hospitalares do Sistema de Saúde

Alteração ao Código de Processo do Trabalho Competência territorial e início do processo

Plano Nacional de Acompanhamento Boas Práticas de Laboratório da OCDE IPQ. Vítor Silvino

EXTRACTO DA DELIBERAÇÃO DO CONSELHO DIRECTIVO DA ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE

REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SEGURANÇA

Departamento da Qualidade na Saúde Nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 14/2012, de 26 de

Registos e Notariado ª Edição. Atualização nº 4

Subsídio de Doença Direção-Geral da Segurança Social março 2015

É também definido no presente Aviso o procedimento de submissão dos planos de recuperação ao Banco de Portugal. Artigo 1.º.

PARECER DO C.S.M.P. ( Proposta de Lei n.º 272/XII)

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 37/XI. Exposição de Motivos

Assim sendo, o médico de família assinalou a incapacidade permanente no respetivo boletim de acompanhamento.

ALTERAÇÕES AO ESTATUTO DA APOSENTAÇÃO: o que foi aprovado pela Assembleia da República

DETENÇÃO. - Os actos processuais com detidos são urgentes e os prazos correm em férias (art. 80º CPP).

Projecto de Lei n.º 1063/XIII/4.ª. Exposição de motivos

REGULAMENTO MUNICIPAL SOBRE A PRÁTICA DE FOGUEIRAS E QUEIMADAS. Preâmbulo

PROTEÇÃO SOCIAL SUBSÍDIO DE DOENÇA

REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SEGURANÇA PREÂMBULO

Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções

A Informação do Sector Público O acesso aos documentos da Administração Pública. Juiz Conselheiro Castro Martins ( CADA )

REGULAMENTO PROVISÓRIO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SEGURANÇA

Aviso de abertura. 1. Legislação aplicável

DECRETO-LEI Nº 131/95, DE 6 DE JUNHO [1] Código do Trabalho ª Edição. Atualização nº 2

Instrução n. o 1/2017 BO n. o

REGULAMENTO INTERNO DO COMITÉ TÉCNICO PARA OS VEÍCULOS AGRÍCOLAS (CT-VA) Adotado em 1 de julho de 2014

RECOMENDAÇÃO N.º 4/2016/MNP

Lei nº 75/ Secção II

Regulamento da Comissão de Ética da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco

PARECER CREMEC nº16/ /05/2012

Decreto-Lei n.º 228/2000, de 23 de setembro

REGULAMENTO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS SOCIAIS AOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DO CONCELHO DE OVAR

PARECER Nº 51/PP/2015-P CONCLUSÕES 1 - A

REGULAMENTO DE EXECUÇÃO (UE) /... DA COMISSÃO. de

PODER DA EQUIPA DE ENFERMAGEM PARA DETENÇÃO DE INDIVÍDUOS SOB TRATAMENTO PARA DOENÇA MENTAL EM REGIME DE INTERNAMENTO

Projecto de Lei n.º 1169/XIII/4.ª. Exposição de motivos

CIRCULAR INFORMATIVA. Saúde, retificado. Saúde. 5. Como devem nos termos. Estatuto de. No n.º 1 do. artigo 12.º 2012; dezembro, seguir se indica:

Partido Popular CDS-PP Grupo Parlamentar

DECRETO N.º 237/XIII

Proposta 005/PAM/2016 Alteração ao Regulamento do Conselho Municipal de Segurança de Lisboa

REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SEGURANÇA PREÂMBULO

Identificações. Lei 33/99 de 18 de Maio (Identificação civil e emissão do B.I);

REGULAMENTO DE CERTIFICAÇÃO DE ENTIDADES FORMADORAS

Realização de Acampamentos Ocasionais

Inspeção ao atendimento presencial (Mirandela) e à sede (Vila Real) da Sonorgás 19 de junho de 2012

DETENÇÃO DE DOENTES QUE JÁ ESTÃO INTERNADOS

PROCEDIMENTO CONCURSAL

Cartão da Pessoa com Doença Rara (CPDR) Doença rara, cartão, requisição, emissão. Departamento da Qualidade na Saúde

PROCEDIMENTO PARA A QUALIFICAÇÃO DE VERIFICADOR DE PÓS-AVALIAÇÃO. Versão janeiro 2017

REGULAMENTO COMISSÃO DE AUDITORIA CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL, CAIXA ECONÓMICA BANCÁRIA, S.A.

DECRETO N.º 42/XIII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

REGULAMENTO DO CONSELHO CONSULTIVO DO TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE LISBOA. Artigo 1.º. (Objecto)

Portaria MTE nº 40, de 14/1/ DOU 1 de 17/1/2011

REGULAMENTO DE ESCALAS PARA ACTOS URGENTES NO ÂMBITO DAS COMARCAS JUNTO DAS DELEGAÇÕES DA ÁREA GEOGRÁFICA DO CONSELHO DISTRITAL DE LISBOA

DEONTOLOGIA POLICIAL. Código Deontológico do Serviço Policial

Diploma DRE. Capítulo I. Modelos oficiais. Artigo 1.º. Objeto

CONSELHO MUNICIPAL DE SEGURANÇA DE VILA REAL. Projeto de Regulamento Provisório

Regulamento da Comissão de Remunerações e Avaliação

REGULAMENTO DO PROCEDIMENTO CONCURSAL PARA A ELEIÇÃO DO DIRETOR DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE PROENÇA-A-NOVA 2017/2021

ANEXOS. Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho

Política de Seleção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização e dos Titulares de Cargos com Funções

REGULAMENTO DA COMISSÃO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS DE ÍLHAVO

REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL CAIXA LEASING E FACTORING, S.A. 27 de fevereiro de 2019

PROJECTO DE LEI N.º 278/VIII

Legislação sobre gestão de documentos dos tribunais

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES Subcomissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho. Capítulo I INTRODUÇÃO

Universidade Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Recursos Humanos Departamento de Administração de Pessoal

Regulamento do Conselho Municipal de Segurança. Capítulo I Princípios Gerais. Artigo 1.º Conselho Municipal de Segurança

Código de Processo Penal

REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SEGURANÇA DE ÍLHAVO

BOLETIM OFICIAL Suplemento. 20 maio Legislação e Normas SIBAP

Recintos de Diversões Aquáticas. Licença de Funcionamento

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SUBCOMISSÃO DE POLÍTICA GERAL INTRODUÇÃO

Regimento do Conselho Pedagógico 2013/2017

PROVA ESCRITA NACIONAL DO EXAME FINAL DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO 20 MAIO Área de Prática Processual Civil (5,5 Valores) GRELHA DE CORREÇÃO

Proposta de Lei nº 10/XII/2ª (GOV.) (Estabelece o Estatuto do Administrador Judicial)

Transcrição:

PA 538/2015 RECOMENDAÇÃO-IG-2/2016 Assunto: Cumprimento de mandado de condução a estabelecimento hospital de portador de deficiência psíquica grave 1 - Na sequência de uma exposição de cidadão, foi determinada a elaboração de breve parecer no sentido da necessidade do estabelecimento de um prazo razoável para a intervenção das forças policiais na emissão de mandados de detenção de doentes portadores de anomalia psíquica grave ou no cumprimento dos mandados de detenção de doentes mentais emitidos pelas autoridades de saúde pública, tendo em conta que o adiamento desses procedimentos poderá potenciar situações de perigo para bens jurídicos, designadamente de natureza pessoal, do próprio doente ou de terceiros. 2 - Encontra-se no âmbito das atribuições das Forças de Segurança (PSP e GNR), o cumprimento de mandado de condução a estabelecimento hospitalar, em conformidade com a Lei de Saúde Mental (Lei n.º 36/98, de 24/07 1 ), doravante referida como LSM. 3 - O internamento compulsivo só pode ser determinado quando for a única forma de garantir a submissão a tratamento do internado e finda logo que cessem os fundamentos que lhe deram causa (art.º 8.º, n.º 1). 4 - O internamento compulsivo só pode ser determinado se for proporcional ao grau de perigo e ao bem jurídico em causa (art.º 8.º, n.º 2). 1 - (Alterada pela Lei n.º 101/99, de 26/07; citada sempre versão atual). Pág. 1/6

5 - O portador de anomalia psíquica grave que crie, por força dela, uma situação de perigo para bens jurídicos de relevante valor, próprios ou alheios, de natureza pessoal, ou patrimonial, e recuse a submeter-se ao necessário tratamento médico pode ser internado em estabelecimento adequado (art.º 12.º, n.º 1). 6 - Pode ainda ser internado o portador de anomalia psíquica que não possua o discernimento necessário para avaliar o sentido e alcance do consentimento, quando a ausência de tratamento deteriore de forma acentuada o seu estado (art.º 12.º, n.º 2). 7 - Tem legitimidade para requerer o tratamento compulsivo o representante legal do portador de anomalia psíquica, qualquer pessoa com legitimidade para requer a sua interdição, as autoridades de saúde pública e o Ministério Público (art.º 13.º, n.º 1). 8 - Segundo o prescrito no art.º 22.º, são pressupostos [cumulativos] do internamento hospitalar [compulsivo] de urgência: A ) A existência de cidadão portador de anomalia psíquica grave; B ) A existência de anomalia psíquica grave cria uma situação de perigo para bens jurídicos (de natureza pessoal ou patrimonial), de relevante valor, para o próprio portador dessa anomalia ou alheios (bens pessoais ou patrimoniais de relevante valor de terceiros); C ) A recusa do portador da anomalia psíquica grave que cria essa situação de perigo, em submeter-se ao necessário tratamento médico, por não possuir o discernimento necessário para avaliar o sentido e alcance do seu consentimento do internamento quando ausência de tratamento deteriore acentuadamente o seu estado; D ) A verificação de existência de perigo iminente para os bens pessoais ou patrimoniais do portador da anomalia psíquica grave ou bens (pessoais ou patrimoniais) de terceiros; como sejam, a deterioração aguda do estado do portador da anomalia psíquica grave ou a agressão física de terceiros, ou, ainda Pág. 2/6

uma acentuada e credível possibilidade de tal agressão a terceiros vir a acontecer. 9 - Consequentemente, só pode ocorrer o internamento compulsivo, quando verificados os pressupostos do internamento de urgência, estabelecidos no art.º 12.º, e aludidos no número anterior. 10 - Verificadas as condições do internamento compulsivo (por preenchidos os requisitos do internamento de urgência), há que apurar quem pode determinar a condução do portador da anomalia psíquica ao estabelecimento hospitalar com urgência psiquiátrica mais próximo do local onde se iniciou a condução, nos termos do estabelecido no art.º 24.º (Apresentação do internando). 11 - Podem determinar a condução compulsiva do portador de anomalia psíquica grave a estabelecimento hospitalar com urgência psiquiátrica as autoridades policiais (in casu PSP e a GNR), ou de saúde pública, oficiosamente ou por requerimento, através de mandado (art.º 23.º, n.º 1). 12 - O mandado é cumprido pelas forças policiais, com acompanhamento, sempre que possível, de elementos dos serviços de autoridade de saúde pública (art.º 23.º, n.º 1, primeira parte). 13 - O mandado contém a assinatura da autoridade competente, a identificação da pessoa a conduzir e a indicação das razões que o fundamentam (art.º 23.º, n.º 2, segunda parte). 14 - Quando, pela situação de urgência e de perigo na demora, não seja possível a emissão prévia de mandado, qualquer agente policial procede à condução imediata do internando, sendo lavrado o auto pelo agente policial, no qual se discrimina os factos, bem comos as circunstâncias de tempo e de lugar em que a condução foi Pág. 3/6

efetuada; e, posteriormente, a condução é comunicada ao Ministério Público com competência na área em que a condução foi efetuada (art.º 23, n.ºs 3, 4 e 5) 2. 15 - O transporte deve ser, preferencialmente, providenciado pelo serviço de saúde para o qual o portador da anomalia psíquica deve ser conduzido, ou, na sua falta ou impedimento, pelo serviço de bombeiros mais próximo do local onde se encontre o portador da anomalia, em colaboração com os elementos policiais que vão cumprir o mandado; e, em último caso, pode ser utilizada viatura policial descaracterizada; 16 - Não pode ser utilizada viatura policial [normal/caracterizada]. 17 - O internando é apresentado de imediato no estabelecimento com urgência psiquiátrica mais próximo do local em que se iniciou a condução, onde é submetido a avaliação clínico-psiquiátrica com registo clínico e lhe é prestada a assistência médica necessária (art.º 24). 18 - Neste art.º 24.º, o legislador deixa bem claro, sem sombra para quaisquer dúvidas, que o portador da anomalia psíquica grave que coloca em perigo bens jurídicos (pessoais ou patrimoniais) próprios ou alheios tem de ser conduzido de imediato ao estabelecimento hospital; não distinguindo se essa condução é, ou não, em cumprimento de mandado de condução; e onde o legislador não distingue, não cabe ao intérprete distinguir. 19 - Assim sendo, entendemos que, quer na situação em que não é viável emitir mandado, quer quando tal é possível, o portador da anomalia psíquica tem de ser conduzido, de imediato, ao estabelecimento hospitalar com urgência psiquiátrica mais próximo. 2 Estes normativos impõem às forças policiais a responsabilidade pela condução do portador de anomalia psíquica grave ao estabelecimento hospitalar quando existir uma situação de urgência [de perigo na demora], não se compadece com o hiato de tempo de espera necessário à elaboração do mandado de condução (quer pelas forças policiais, quer pela entidade de saúde pública); nestas circunstâncias, os elementos têm de atuar logo que tiverem conhecimento da situação de perigo para os bens (pessoais ou patrimoniais) do portador da anomalia psíquica, como de bens (pessoais ou patrimoniais) de terceiros. Pág. 4/6

20 - Consequentemente, em ambas as situações não pode deixar de se verificar o caráter urgente da execução do mandado, atendendo à situação de perigo de deterioração dos bens jurídicos em causa (designadamente a vida do internando, como a de terceiros), requisito essencial para que o portador da anomalia psíquica grave venha a ser internado compulsivamente; e é esse perigo que caracteriza a situação de urgência, a fim de se evitar, inclusive, a morte do próprio portador da anomalia psíquica como a de terceiros. 21 - Entendemos, deste modo, que a natureza urgente da execução do mandado não se compadece com delongas em que muitos procedimentos se possam a vir a traduzir, pondo em causa a integridade física ou até a morte do portador da anomalia e de terceiros. 22 - Por isso, essa necessidade de urgência na execução do mandado emitido pela autoridade de saúde pública é evidente no mandado, quando, por exemplo, se determina que o internamento é efetuado Nos termos dos art.ºs 22.º e 23.º, da Secção IV, da Lei n.º 36/98 de 24 de Julho. 23 - Outra questão que se pode colocar é saber em que hiato de tempo deve o mandado ser executado, ou seja, o que se entende por imediato. 24 - Como a própria palavra diz imediato significa já / agora, pelo que entendemos que este já / agora dever ser logo que existam condições para executar o mandado (designadamente, elementos policiais que possam ser deslocados para a execução do mandado, embora estejam em outra missão sem caráter de urgência de perigo iminente para a integridade física ou bens patrimoniais do internando ou de terceiros); não se compadecendo a execução do mandado com procedimentos que, pela sua demora, são suscetíveis de não levar a bom termo a condução do portador da anomalia psíquica grave ao estabelecimento hospitalar, por não se chegar a tempo de se evitar, por exemplo uma agressão, com prejuízo para a sua integridade física ou de terceiros; e, consequentemente, o Pág. 5/6

agravamento do estado de saúde do internando, por não lhe terem sido prestados, atempadamente, os necessários cuidados de saúde. 25 - Consequentemente, o internamento deve verifica-se no menor curto prazo possível: após a receção do mandado de internamento compulsivo, quando enviado pela entidade de saúde pública que o emitiu; ou após a emissão do mandado pela autoridade policial. NESTES TERMOS, RECOMENDA-SE Aos Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana e à Direção Nacional da Policia de Segurança Pública que relativamente aos procedimentos a adotar pelas forças de segurança no âmbito da execução de mandados de condução a estabelecimento hospitalar de portadores de anomalia psíquica grave (e em prole de boas práticas, no âmbito da aplicação da Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada através da Resolução da Assembleia da República n.º 56/2009), sejam emitidas orientações / normas tipo NEP ou Circulares (s) nesta matéria que tenham em conta a necessidade urgente do cumprimento destes mandados. Comunique-se e publicite-se. Lisboa, 19 de julho de 2016 A Inspetora-Geral da Administração Interna, Juíza Desembargadora Margarida Blasco Pág. 6/6