COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL exportações líquidas da indústria de transformação cai para -1% O coeficiente de exportação da indústria geral se mantém estável em 20. Já os coeficientes de penetração de importações e de insumos importados sustentam a trajetória de alta observada desde 2006 com exceção do ano de 2009. Com o aumento do peso dos insumos importados na produção e a estabilidade da receita com as vendas externas, o coeficiente de exportações líquidas da indústria geral cai de 4,3% em 2013, para 3,5% em 20. Na indústria de transformação, o valor dos insumos importados supera o valor da receita com exportações pelo segundo ano consecutivo e mantém-se abaixo de zero, em -1% em 20. O comportamento dos coeficientes de abertura comercial mostra que a depreciação do real não teve, ainda, o efeito de estímulo às exportações e desestímulo às importações 1. exportações líquidas - Indústria de transformação 9,8 penetração de importações 22,0% insumos importados exportações líquidas 3,5% exportação -2 2004 24,2% 18,8% 8 6 4 2 0 2,6 4,5 1998 2000 2002 2006 2008 20 20 20 1 Veja quadro na página 3. 1 4,1 2,8 3,4 0,6 0,9-1,0
O que são os coeficientes de abertura comercial? Os coeficientes de abertura comercial permitem analisar o grau de exposição da indústria e dos segmentos da indústria a choques externos ou o grau de integração da economia brasileira à economia mundial. O coeficiente de exportação mostra a importância do mercado externo para a produção da indústria. Em outras palavras, é o percentual da produção que é exportado. Quanto maior o coeficiente de exportação, maior é a importância das vendas externas para o setor. O coeficiente de penetração das importações mede a participação dos produtos importados no consumo doméstico. Isto é, mede a parcela do mercado doméstico atendida por produtos importados. Quanto maior o coeficiente de penetração, maior é a concorrência de importados no mercado doméstico. O coeficiente de insumos importados mede a participação dos insumos importados no total de insumos adquiridos pela indústria. O coeficiente de exportações líquidas é a diferença entre a receita com exportações e o dispêndio com insumos importados como proporção do valor da produção. Se o coeficiente é positivo, significa que o valor exportado pela indústria é superior ao valor dos insumos importados. Nesse caso, uma depreciação do real teria um efeito favorável à indústria. exportação O coeficiente de exportação da indústria geral foi de 18,8% em 20 e praticamente não mudou na comparação com 2013 (19%). Na indústria de transformação, o coeficiente de exportação se manteve estável na comparação com 2013, em 15,3%. De 23 segmentos, apenas sete apresentaram variações positivas superiores a um ponto percentual. Setores com coeficientes de exportação elevados (superiores a 15,0) Coeficientes de exportação Setores 20 20/2013 Outros equipamentos de transporte 48,9% 33,3 p.p. Fumo 42,3%,9 p.p. Metalurgia 32,1% 5,2 p.p. Couros e calçados 27,0% 3,2 p.p. Celulose e papel 25,4% 1,2 p.p. Madeira 24,7% 4,6 p.p. Alimentos 21,8% 0,1 p.p. Máquinas e equipamentos 18,3% 1,3 p.p. Os segmentos de Metalurgia, Madeira e Couros e calçados se destacam com as maiores variações positivas. As maiores variações negativas são registradas pelos segmentos de Fumo e Outros equipamentos de transporte. No último caso, deve-se notar que a forte queda é explicada pelas exportações fictas de exploração/perfuração de petróleo que ocorreram em 2013 e 20, sendo que, em 20, o valor exportado foi mais de três vezes inferior. 2
exportação - Indústria geral 26 24 22 20 18 16,3 17,6 16,7 22,9 22,1 21,8 19,5 17,3 18,7 18,8 13,3 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 20 20 20 No decorrer do tempo, a mudança nos preços relativos resultante da depreciação começa a afetar as quantidades exportadas e importadas e deve se traduzir em aumento do coeficiente de exportação e redução do coeficiente de penetração de importações. Entendendo o efeito da taxa de câmbio sobre os coeficientes No cálculo dos coeficientes de abertura comercial, os valores das exportações e das importações são comparados ao valor da produção da indústria. Para essa comparação, é necessário calcular o valor em reais das exportações e importações. Assim, uma depreciação do real tem um efeito imediato de aumentar ambos os coeficientes, pois eleva o valor das exportações e importações medido em moeda doméstica, uma vez que o efeito sobre as quantidades leva mais tempo para ocorrer. Para entender o efeito do câmbio, considere o valor das exportações e das importações da indústria em dólares. Entre 2013 e 20, houve retração de 8,2% e 4,1% desse valor, respectivamente. Todavia, em reais, as exportações recuaram menos (-0,5%) e as importações cresceram (4,3%). O real depreciou-se, em termos nominais, 9,1% no período. 3
penetração de importações O coeficiente de penetração das importações foi de 22% em 20, um novo pico da série histórica com início em 1996. Na comparação com 2013, houve aumento de 0,6 p.p. Na indústria de transformação, o coeficiente de penetração de importações passou de 19,8%, em 2013, para 20,4%, em 20, e manteve a trajetória de alta observada desde 2006 com exceção do ano de 2009, em que se observou a queda da demanda por importados, dado o efeito da crise global sobre a atividade produtiva interna. Setores com coeficientes de penetração elevados (superiores a 15,0) Coeficientes de penetração de importações Setores 20 20/2013 Informática, eletrônicos e ópticos 49,6% 1,8 p.p. Outros equipamentos de transporte 46,5% 23,1 p.p. Farmoquímicos e farmacêuticos 38,8% 0,5 p.p. Máquinas e equipamentos 36,5% 0,1 p.p. Químicos 30,2% 1,6 p.p. Máquinas e materiais elétricos 26,1% 0,5 p.p. Veículos automotores 21,1% 1,2 p.p. Derivados de petróleo e biocombustíveis 20,6% 0,5p.p. Têxteis 20,0% 2,5 p.p. Metalurgia 18,9% 2,6 p.p. Os coeficientes de Informática, eletrônicos e ópticos, Farmoquímicos e farmacêuticos, Químicos, Veículos automotores, Têxteis e Metalurgia estão no pico da série histórica. Os segmentos de Têxteis e Metalurgia se destacam com as maiores variações positivas. Apenas o segmento de Outros equipamentos de transporte apresentou uma variação negativa que merece destaque. O resultado reflete o efeito sobre o consumo doméstico da forte queda registrada pelas exportações do segmento. penetração de importações - Indústria geral 26 24 22 20 18 19,2 19,7 17,4 19,0 21,4 22,0 16 15,1 16,9 17,9 16,6 16,3 16,6 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 20 20 20 4
insumos importados O coeficiente de insumos importados foi de 24,2% em 20, o que representou um aumento de 0,8 p.p., na comparação com o ano anterior. Como observado para o coeficiente de penetração, o coeficiente de insumos importados manteve um crescimento ininterrupto desde 20 e, em 20, alcançou novo marco da série histórica com início em 1997. Na indústria de transformação, assim como na indústria geral, o coeficiente de insumos importados manteve trajetória de alta e atingiu 24,9% em 20. Na comparação com 2013, houve aumento de 0,9 p.p. De 21 segmentos, apenas dois apresentaram uma variação negativa do coeficiente (Celulose e papel e Derivados do petróleo e biocombustíveis). Setores com coeficientes de insumos importados elevados (superiores a 20,0) Coeficientes de insumos importados Setores 20 20/2013 Informática, eletrônicos e ópticos 76,8% 7,2 p.p. Farmoquímicos e farmacêuticos 61,7% 1,2 p.p. Químicos 49,1% 2,6 p.p. Metalurgia 43,6% 2,6 p.p. Outros equipamentos de transporte 42,4% 2,5 p.p. Veículos automotores 33,8% 3,4 p.p. Têxteis 30,0% 3,4 p.p. Derivados de petróleo e biocombustíveis 28,4% 2,1 p.p. Impressão e reprodução 24,7% 3,6 p.p. Borracha e material plástico 24,6% 2,1 p.p. Máquinas e materiais elétricos 23,7% 1,0 p.p. Máquinas e equipamentos 22,9% 0,7 p.p. Com as maiores variações positivas, destacamse os segmentos de Informática, eletrônicos e ópticos, Impressão e Reprodução, Têxteis e Veículos automotores. Os coeficientes dos segmentos de Informática, eletrônicos e ópticos, Farmoquímicos e farmacêuticos, Químicos, Metalurgia, Têxteis, Impressão e reprodução, Borracha e material plástico e Máquinas e equipamentos estão no pico da série histórica. insumos importados - Indústria geral 26 24 22 20 19,9 20,3 18,4 21,3 23,4 24,2 18 16 16,9 18,8 17,4 16,9 17,5 1998 2000 2002 2004 2006 2008 20 20 20 5
exportações líquidas Setores em destaque O coeficiente de exportações líquidas da indústria geral foi de 3,5% em 20, o que representou queda de 0,8 p.p., na comparação com 2013. O valor do coeficiente está 8,3 p.p. abaixo do pico da série histórica registrado em 2005, e apresentou redução pelo terceiro ano consecutivo. Na indústria de transformação, o coeficiente caiu abaixo de zero pelo segundo ano consecutivo, de -0,1% para -1% em 20. Coeficientes positivos Coeficientes negativos Coeficientes de exportações líquidas Setores 20 20/2013 Fumo 40,1%,9 p.p. Madeira 20,3% 4,2 p.p. Outros equipamentos de transporte 21,8% 34,9 p.p. Couro e calçados 18,4% 2,7 p.p. Celulose e papel 17,2% 1,4 p.p. Alimentos e bebidas 15,3% 0,1 p.p. Metalurgia 11,6% 4,0 p.p. Informática, eletrônicos e ópticos -46,7% 5,1 p.p. Impressão e reprodução -28,5% 4,1 p.p. Derivados de petróleo e biocombustíveis -23,3% 0,1 p.p. Químicos -18,8% 1,0 p.p. Farmoquímicos e farmacêuticos -11,3% 0,1 p.p. Vestuário -7,4% 0,7 p.p. Informática, eletrônicos e ópticos, Impressão e reprodução, Derivados de petróleo e biocombustíveis, Químicos, Farmoquímicos e farmacêuticos: segmentos com um indicador negativo desde o início da série histórica, em 1997, e cujos coeficientes estão, em 20, no pico da série histórica. Os segmentos de Madeira, Metalurgia e Couros e calçados apresentaram as maiores variações positivas. exportações líquidas - Indústria geral,2 11,8 8 6 4 2 0 3,3 5,5 5,1 6,1 4,3 3,5 i Veja mais Mais informações como série histórica e metodologia da pesquisa em: www.cni.org.br/cac 1998 2000 2002 2004 2006 2008 20 20 20 COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL Publicação trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI www.cni.org.br Diretoria de Políticas e Estratégia - DIRPE Gerência Executiva de Política Econômica - PEC Gerente-executivo: Flávio Castelo Branco Gerência Executiva de Pesquisa e Competitividade - GPC Gerente-executivo: Renato da Fonseca Equipe Técnica: Samantha Cunha, Henry Pourchet (Funcex) e Edson Velloso Informações técnicas: (61) 3317-9472 Fax: (61) 3317-9456 Supervisão Gráfica: Núcleo de Editoração CNI Assinaturas: Serviço de Atendimento ao Cliente - Fone: (61) 3317-9989 - email: sac@cni.org.br. Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Documento elaborado em 3 de março de 2015.