Mapeamento Cartográfico do município de Riachuelo estado de Sergipe

Documentos relacionados
Mapeamento cartográfico do município de Paulo Jacinto-AL

Mapeamento geomorfológico da bacia hidrográfica do Rio Mundaú

GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE ITABI-SE

APLICAÇÃO DE GEOPROCESSAMENTO E DADOS SRTM NO ESTUDO GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE MALHADOR-SE

Geoprocessamento aplicado ao monitoramento dos índices de criminalidade no agreste meridional de Pernambuco

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE ARAXÁ MG, UTILIZANDO TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO ROCHA, M. B. B. 1 ROSA, R. 2

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS

EIXO TEMÁTICO: TÉCNICA E MÉTODOS DE CARTOGRAFIA, GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO, APLICADAS AO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAIS

Caracterização morfométrica da unidade de planejamento do Poxim SE

Obtenção de Parâmetros para Simulação Hidrológica na Bacia do Rio Japaratuba por meio de Geotecnologias

ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO-BAIXO CURSO DO RIO ARAGUARI

DELIMITAÇÃO DE MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS COM BASE EM MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO

Uso de geotecnologias livres para o mapeamento das plantações de Eucalipto, Nossa Senhora do Socorro-SE

Banco de dados georreferenciado da bacia hidrográfica do rio Brígida no sertão pernambucano. Sara Fernandes de Souza¹. Roberto da Boa Viagem Parahyba¹

GEOPROCESSAMENTO. Bases conceituais e teóricas. Prof. Luiz Henrique S. Rotta

USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA ANALISE GEOMORFOLÓGICA USANDO O USO E COBERTURA DE TERRA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI-RJ.

SIG PARA GESTÃO AMBIENTAL DO ESTADO DE ALAGOAS: O CASO DE SANTANA DO IPANEMA

GEOMORFOLOGIA E USO DE GEOTECNOLOGIAS NA CARTOGRAFIA DO ALTO SERTÃO SERGIPANO

Teoria e Método em Geoprocessamento. Fernando Shinji Kawakubo

MAPEAMENTO GEOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO SARANDI, SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL

ANÁLISE DA FRAGILIDADE AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO PORECATU NO MUNICÍPIO DE MANDAGUAÇU-PR

APLICAÇÃO DA GEOTECNOLOGIANAANÁLISE GEOAMBIENTAL DA GRANDE ROSA ELZE NO MUNICÍPIO DE SÃO CRISTÓVÃO-SE

Uso de SIG para confecção de um mapa de uso e ocupação do solo do município de Bambuí-MG

3 Sistema de Informação geográfica

Anais III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006

Profa. Dra. Fernanda Sayuri Yoshino Watanabe

INTRODUÇÃO AO SIG. Programa. Referências Bibliográficas. Prof. Luciene Delazari

Banco de Dados Geográficos

Geografia. Relevo. Professor Thomás Teixeira.

ÁREAS DE RISCO AO USO/OCUPAÇÃO DO SOLO NA SUB-BACIA DO CÓRREGO DO SEMINÁRIO, MUNICÍPIO DE MARIANA MG. COSTA, R. F. 1 PAULO J. R. 2

Geotecnologias em um Novo Paradigma de Desenvolvimento

Costa, B.L. 1 ; PALAVRAS CHAVES: Planejamento ambiental; Geoprocessamento; Geomorfologia

CARACTERIZAÇÃO DA FRAGILIDADE AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA GI8, PE

Geoprocessamento. Aula - 01/08/2016. Professor: Diogenes Carvalho Viana

Geomática II. Professora Fabricia Benda

GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO NA ANÁLISE DO USO DO SOLO NO MUNICÍPIO DE ÁGUA BRANCA ALAGOAS

SENSORIAMENTO REMOTO E BANCO DE DADO GEORREFERENCIADO: CONTRIBUIÇÃO À ATIVIDADE MINERÁRIA. Paulo Sérgio de Rezende Nascimento 1

BANCO DE DADOS GEOGRÁFICO DO MEIO FÍSICO E CLIMÁTICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

MAPEAMENTO DAS ÁREAS DE RISCO À INUNDAÇÃO NA CIDADE DE GUARAPUAVA-PR

MAPEAMENTO DA INSTABILIDADE GEOMORFOLÓGICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PEQUENO/PR

Caracterização da Ecorregião do Planalto Central

Introdução a Sistema de Informações Geográficas - SIG

INFLUÊNCIA DO DESMATAMENTO NA DISPONIBIDADE HÍDRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DO GALO, ES, DOMINGOS MARTINS

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO MORRO DO URUBU EM ARACAJU-SE

Geração de Modelo Digital de Elevação utilizando dados do SRTM como subsídio ao planejamento e gestão territorial do município de Lucena/PB

O mapeamento da rede hidrográfica e a identificação dos padrões de drenagem no município de Uberaba, Minas Gerais

Rozely Ferreira dos Santos

A Representação do Espaço

UNIDADES ECODINÂMICAS DA PAISAGEM DO MUNICÍPIO DE JEREMOABO- BA.

IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS SUSCEPTÍVEIS A EVENTOS DE ALAGAMENTO NO MUNICÍPIO DE NITERÓI RJ

Análise geomorfométrica da bacia hidrográfica do rio Jacaré, Niterói - RJ

USO DE GEOTECNOLOGIAS NA ESTRUTURAÇÃO DA BASE CARTOGRÁFICA DO PARQUE ESTADUAL DO BACANGA, SÃO LUÍS-MA RESUMO

9º SINAGEO - Simpósio Nacional de Geomorfologia 21 à 24 de Outubro de 2012 RIO DE JANEIRO / RJ

ANÁLISE DOS INDICES PLUVIÓMETRICOS NO RESERVATÓRIO HIDRICO NO SEMIÁRIDO

Atlas didático-pedagógico para educação sócio-ambiental nos municípios da Grande Dourados-MS

Mapeamento do uso do solo para manejo de propriedades rurais

José Hamilton Ribeiro Andrade (1); Érika Gomes Brito da Silva (2)

CLASSES DE DECLIVIDADE DA SUB-BACIA HIDROGRAFICA DO RIACHO DO SANGUE CE: AUXILIO A GOVERNANÇA TERRITORIAL

ESTUDO DAS ANOMALIAS DE DRENAGEM COMO INDICADOR DE NEOTECTÔNICA NA BACIA DO RIO DOURADINHO, MUNICÍPIO DE LAGOA DA CONFUSÃO TO.

ANÁLISE DE SÉRIE HISTÓRICA DE VAZÃO. ESTUDO DE CASO: RIO PARNAÍBA

GEOMORFOLOGIA DE AMBIENTES COSTEIROS A PARTIR DE IMAGENS SATELITAIS * Rafael da Rocha Ribeiro ¹; Venisse Schossler ²; Luiz Felipe Velho ¹

UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO SALOBRA - SUDOESTE DE MATO GROSSO

ANÁLISE DA FRAGILIDADE AMBIENTAL DE FRANCA/SP UTILIZANDO SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

Análise hidrológica e delimitação automática de Bacias Hidrográficas no município de Jaú - SP. Vanessa Durante Polonio 1

Palavras-chaves: relevo; morfodinâmica; mapeamento; Presidente Prudente; Brasil.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS

Práticas em Planejamento e Gestão Ambiental (GB130)

DESENVOLVIMENTO DA COLETÂNEA DE MAPAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO NEGRO-RS

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ESPINHARAS-PB

Cartografia Temática. Cartografia Prof. Dr. Raoni W. D. Bosquilia

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

Bacharelado em Ciências Matemáticas e da Terra. Anexo B. Habilitações. Habilitação: Analista de Suporte à Decisão... B-2

UNIDADES DE RELEVO DA BACIA DO RIO PEQUENO, ANTONINA/PR: MAPEAMENTO PRELIMINAR

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 07 ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA

ANÁLISE GEOMORFOLÓGICA DO MUNICÍPIO DE JARDIM OLINDA - PR

Sistemas de Informação Geográficos. Informação na Organização. O Valor da Informação. Sistemas de Informação Tradicionais. O Valor da Informação

O PAPEL DA LITO-ESTRUTURA DO CARSTE NA MORFODINÂMICA CENOZÓICA DA SERRA GERAL DE GOIÁS (GO/TO/BA): APROXIMAÇÕES INICIAIS

ELABORAÇÃO DE MAPA GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE SP.

Palavras Chave: Sistema de Informações Geográficas, impactos ambientais, análise multitemporal.

RESUMOS COM RESULTADOS ARTIGOS COMPLETOS (RESUMOS)... 95

ESTUDO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA CANTAREIRA: USO DO GEOPROCESSAMENTO PARA ANÁLISE E COMPARAÇÃO DOS DADOS REFERENTES AO SISTEMA

Anais do Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto - GEONORDESTE 2014 Aracaju, Brasil, novembro 2014

Getulio T. Batista & Nelson W. Dias

ANÁLISE DOS PADRÕES DE RELEVO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO IGARAPÉ GELADINHO MARABÁ/PA

Geoprocessamento. Aula 9 SIG: Matriz x Vetor P ROFA. MARIANA A. G I ANNOT TI

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Fragilidade Ambiental Método auxílio multicritério à tomada de decisão

MAPEAMENTO TEMÁTICO DIGITAL VISANDO A ANÁLISE SÓCIO- AMBIENTAL DA PROVÍNCIA PEGMATÍTICA DA BORBOREMA NOS ESTADOS DO RIO GRANDE DO NORTE E PARAÍBA

MODELO DIGITAL DE TERRENO I

SAAPS. Sistema de apoio à avaliacão ambiental preliminar de sítios

UTILIZAÇÃO DO SIG NO CONTOLE DE EROSÃO EM ÁREAS SUCPTÍVEIS A INSTABILIDADE DE ENCOSTAS: BARRAGEM SERRO AZUL PALMARES (PE)

Conjunto de técnicas (ou tecnologias) ligadas à informação espacial, que engloba a coleta, tratamento e análise de dados.

GERAÇÃO DE CARTAS CLINOGRÁFICAS E HIPSOMÉTRICAS A PARTIR DE IMAGENS SRTM

GEOPROCESSAMENTO: ANÁLISE DE DADOS CARTOGRÁFICOS - PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO URBANO

USO DE TECNOLOGIAS GEORREFERENCIADAS NO e-gov

Cadastramento de Informações Urbanas do Município de Bauru-SP utilizando Sistemas de Informação Geográfica

Mapeamento do risco de deslizamento de encostas na região da Serra do Mar no Estado do Rio de Janeiro

Mapeamento espaço-temporal da ocupação das áreas de manguezais no município de Aracaju-SE

MODELO DIGITAL DE TERRENO II

Transcrição:

http://dx.doi.org/10.5902/223611708878 Revista do Centro do Ciências Naturais e Exatas - UFSM, Santa Maria Revista Eletronica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental - REGET e-issn 2236 1170 - v. 13 n. 13 Ago. 2013, p. 2737-2745 Mapeamento Cartográfico do município de Riachuelo estado de Sergipe The cartographic mapping of Richuelo town Sergipe Felippe Pessoa de Melo Governo do Estado de Alagoas Prefeitura Municipal de Garanhuns Universidade Federal de Sergipe Resumo O presente trabalho tem como objetivo confeccionar a base cartográfica do Município de Riachuelo Estado de Sergipe, para isso foram utilizadas as tecnologias do Sensoriamento Remoto e Sistema de Informações Geográficas-SIG, as quais possibilitaram a confecção de um banco de dados geográficos com informações matriciais e vetoriais. Tornando possível realizar as correlações entre os distintos modelos de dados em um mesmo ambiente virtual, o que maximiza a qualidade dos produtos oriundos dessas inter-relações. Dessa forma foram confeccionadas as cartas temáticas referentes aos seus aspectos físicos. De posse desse material o Município de Riachuelo passou a ter materiais cartográficos que facilitaram a tomada de decisões para implementação de políticas públicas que estejam em consonância com o desenvolvimento sustentável. Palavras-chaves: : Geotecnologias, mapas temáticos e desenvolvimento sustentável. Abstract The present work aims to fabricate the base map of the City of Brook State of Sergipe, for this, we used the technologies of Remote Sensing and Geographic Information System-GIS, which enabled the manufacturing of a geographic database with information matrix and vector. Making it possible to perform the correlations between different data models on the same virtual environment, which maximizes the quality of the products from these interrelationships. Thus, the thematic maps were made relating to its physical aspects. Possession of such material the municipality of Riachuelo started having cartographic materials that facilitated decision making for implementation of public policies that are consistent with sustainable development. Keywords: geotechnology, thematic maps and sustainable development. Recebido em: 22-04-13 Revisado em: 22.05.13 Aceito em:22.06.13

2738 MELO 1 INTRODUÇÃO O Estado de Sergipe está localizado na região Nordeste do Brasil e abrange uma superfície de cerca de 22.000km 2, sendo parcialmente incluído no denominado Polígono das Secas, que apresenta um regime pluviométrico marcado por extrema irregularidade de chuvas, no tempo e no espaço. Nesse cenário, a escassez de água constitui um forte entrave ao desenvolvimento socioeconômico e, até mesmo, à subsistência da população. A ocorrência cíclica das secas e seus efeitos catastróficos são por demais conhecidos e remontam aos primórdios da história do Brasil. (BOMFIM, et al. 2002). Estando a província de Riachuelo situada na porção centro-oeste de Sergipe. O Município de Riachuelo não possui uma base de dados cartográficos própria, para suprir essa carência são utilizadas cartas temáticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE, mas as escalas utilizadas pelo IBGE não possibilitam analisar de maneira mais detalhada as características geográficas da área em questão, o mapa que representa as características físicas de Sergipe está na escala de 1:1.800.000, o que impossibilita utilizar essas informações para ações relacionadas à implantação de planos gestores, simulações de enchentes, planejamentos urbanos e administração de recursos minerais. A coleta de informações sobre a distribuição geográfica de recursos minerais, propriedades, animais e plantas sempre foi uma parte importante das atividades das sociedades organizadas. Até recentemente, no entanto, isto era feito apenas em documentos e mapas em papel, isto impedia uma análise que combinasse diversos mapas e dados. Com o desenvolvimento simultâneo, na segunda metade do século passado da tecnologia de informática, tornou-se possível armazenar e representar tais informações em ambiente computacional, abrindo espaço para o aparecimento do Geoprocessamento. É uma tecnologia interdisciplinar, que permite a convergência de diferentes disciplinas científicas para o estudo de fenômenos ambientais e urbanos. Ou ainda, que o espaço é uma linguagem comum para as diferentes disciplinas do conhecimento. O que facilita a compilação e interpretação dos dados obtidos pelo SIG. Do ponto de vista da tecnologia, desenvolver um SIG significa oferecer o conjunto mais amplo possível de estruturas de dados e algoritmos capazes de representar a grande diversidade de concepções do espaço. (CÂMARA, et al. 2001). Para subsidiar a carência cartográfica, foram utilizadas as tecnologias do Sensoriamento Remoto e SIG, esses recursos possibilitaram a confecção de um banco de dados geográficos, com informações matriciais e vetoriais. O que permitiu realizar correlações entre essas distintas formas de dados e possibilitou a confecção das cartas temáticas de Riachuelo, referentes aos seus aspectos geográficos. Facilitando a implantação de medidas para recuperação de áreas degradadas e maximizando a qualidade de vida da população local. Para Afonso (2002), SIG é uma coleção organizada de hardware, software, dados geográficos e pessoal envolvido no trabalho, projetado para capturar, armazenar, atualizar, manipular, analisar e apresentar todas as formas de informações referenciadas geograficamente. Nessa perspectiva o presente trabalho fica em consonância com os procedimentos metodológicos propostos por Libault (1971). A pesquisa de caráter geográfico deve ocorrer nos níveis: compilatório, correlatório, semântico e normativo. No primeiro nível ocorre o levantamento bibliográfico e cartográfico, escolha do local da pesquisa e da escala de estudo adequada. No segundo serão realizadas as inter-relações entre os elementos responsáveis pela dinâmica superficial, a partir da escolha de indicadores ambientais para avaliar o grau de instabilidade. O terceiro é responsável pela síntese, onde são nomeadas as normas de inter- -relações entres as diversas variáveis. No último nível é realizada a confecção do mapa morfodinâmico. (LIBAULT, 1971). LOCALIZAÇÃO DA ÁREA O Município está localizado na Região Nordeste do Brasil, no Estado de Sergipe. Faz divisa com as cidades de: Malhador, Santa Rosa de Lima, Divina Pastora, Laranjeiras e Areia Branca (Figura 1). Está a 29,7 km de Aracaju, capital sergipana.

Mapeamento Cartográfico do município... 2739 Figura 1. Localização da área de estudo na escala de 1:450.000. Fonte: Atlas SRH/2012. 2 METODOLOGIA Realizou-se uma pesquisa de gabinete, com a finalidade de conhecer o material bibliográfico referente à temática e baixar os dados vetoriais e matriciais correspondentes ao perímetro do local de estudo. Logo em seguida confeccionou-se um banco de dados geográficos georreferenciados no Sistema de Informações Geográficas ArcGIS 10.1 (2010). De posse dos dados em um ambiente virtual foram feitas as correlações entre as informações, o que possibilitou a confecção de cartas temáticas necessárias, com escalas entre 1 km e 4,5 km. Posteriormente realizou-se a pesquisa de campo objetivando confirmar as informações obtidas em gabinete, editar e reambular quando necessário. Após essa etapa as cartas temáticas foram reimpressas e reanalisadas. Tornando os resultados oriundos das correlações entre dados virtuais e de campo, mais fidedignos a realidade. Na confecção do mapa hipsométrico foram estabelecidas seis classes com cotas altimétricas de 40m. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES O Município de Riachuelo está localizado sob o domínio das Províncias São Francisco do Norte e Borborema (Figura 2). A segunda apresenta maior representatividade, 649,61km², o que equivale a 78,67% do território municipal. Sua topografia apresenta cotas altimétricas com altitudes modestas, elas oscilam de 0 a 200m (Figura 3). Entretanto no perímetro urbano as cotas altimétricas são de 30m (BOMFIM, et al. 2002). Aplicando o modelo de classificação taxonômica do relevo proposto por Ross (1992), foram encontradas cinco Unidades Morfológicas ou Padrões de Formas (Figura 3). As unidades com cotas ente 0 e 40m se sobressaem diante das demais devido sua grande

2740 MELO Figura 2. Distribuição territorial das províncias na escala de 1:100.000. Fonte: Atlas SRH/2012. representatividade no perímetro urbano (Tabela 1). De acordo com a CPRM (2006), geologicamente a área está inserida em cinco formações distintas (Figura 4), destacando-se a Unidade Angico, com maior representatividade (Tabela 2). Essas formações são bem diversificadas em termos litológicos (Figura 5). Observando-se as Figuras 4 e 5 e Tabela 2 nota-se Figura 3. Altimetria do modelado na escala de 1:150.000. Fonte: CPRM/2006.

Mapeamento Cartográfico do município... 2741 Tabela 1. Subdivisões do modelado. Altimetria (m) Área (Km²) Percentual (%) Altimetria (m) Área (Km²) Percentual (%) 160-200 1,08 0,13 40-80 253 30,64 120-160 21,2 2,56 0-40 457,42 55,39 80-120 93 11,26 ------------------------------------ Área Total (Km²) 825,70 Fonte: CPRM/2006. Figura 4. Unidades aflorantes na escala de 1:150.000. Fonte: Atlas SRH/2012. Tabela 2. Unidades aflorantes na área de estudo. Unidades Geológicas Área (Km 2 ) Percentual (%) Angico 506,82 61,38 Barreiras 175,94 21,30 Frei Paulo (Unidade 1) 0,59 0,07 Olhos Dágua 11,27 1,36 Taquari / Maruim 131,08 15,87 Área Total (Km²) 825,70 Fonte: Atlas SRH/2012

2742 MELO Figura 5. Características litológicas na escala de 1:1500.000.. Fonte: Atlas SRH/2012. a ampla predominância da Unidade Angico, sendo formada por: calcário e folhelho. Em relação a Unidade Barreiras ela é rica em: arenito, arenito conglomerático e argilito arenoso. Já a Unidade Taquari/Maruim possui a presença de: calcarenito, caucilutito, caucirrudito e folhelho. A Unidade Olhos D água e composta por: calcário, dolomito, filito e metachert. A Unidade Frei Paulo (1) é constituída de: metagrauvaca, rocha metavulcânica básica, rocha metavulcânica intermediária e filito. Geomorfologicamente suas unidades estão distribuídas de maneira desuniforme (Tabela 3), o intenso trabalho da drenagem fica evidenciado com o grande destaque que a unidade denominada de Superfície dos Rios ocupa na paisagem (Figura 6). O Município apresenta seis tipos distintos de solos (Tabela 4), distribuídos de maneira bem variada ao longo do perímetro municipal, com ampla predominância de solos Podzólico vermelho-amarelo oriundo, principalmente, das unidades Angico e Barreiras (Figura 7). Apresenta uma rica rede hidrográfica (Figura 8), as quais pertencem as Bacias: Atlântico Sul-Leste e Sub-bacia Hidrográfica Vaza-Barris, Itapicuru e outras. Fonte: Atlas SRH/2012. Tabela 3. Distribuição das unidades geomorfológicas. Unidades Geomorfológicas Área (Km 2 ) Percentual (%) Planície Costeira 110,82 13,42 Serras Residuais 84,51 10,23 Superfície dos Rios 630,37 76,34 Área Total (Km²) 825,70

Mapeamento Cartográfico do município... 2743 Figura 6. Unidades morfoesculturais na escala de 1:200.000. Fonte: Atlas SRH/2012. Figura 7. Distribuição dos solos na escala de 1:200.000. Fonte: Atlas SRH/2012.

2744 MELO Figura 8. Rede hidrográfica na escala de 1:200.000. Fonte: Atlas SRH/2012. Tabela 4. Distribuição dos solos. Solos Área (Km 2 ) Percentual (%) Brunizem Avermelhado Podzólico Vermelho Amarelo Podzólico Vermelho Amarelo 263,31 31,88 2,77 0,33 465,42 56,36 Equivalente Eutrófico Solos Aluviais Solos Halomórficos (Indiscriminados de Mangues) Solos Hidromórficos 63,41 7,67 9,32 1,12 21,47 2,60 Área Total (Km²) 825,70 Fonte: Atlas SRH/2012

Mapeamento Cartográfico do município... 2745 4 CONCLUSÕES Utilizando as geotecnologias do Sensoriamento Remoto e SIG, foi possível confeccionar um banco de dados geográficos georreferenciados no programa ArcGIS10.1, o qual possibilitou correlacionar informações matriciais e vetoriais de forma ágil e fidedigna a realidade materializada no Município de Riachuelo no Nordeste do Brasil. De posse dessas informações confeccionouse as cartas temáticas da área de estudo em uma escala que possibilita análises do espaço geográfico mais confiáveis, devido à ampliação do grau de detalhes nas novas cartas. Já que as cartas disponíveis estavam na escala de 1:1.800.000. Os atuais produtos, disponíveis em escala de maior detalhe, 1:450.000 para divisão política; 1:100.000 em relação as províncias, 1:150.000 para a hipsometria, litologia e geologia e 1:200.000 as cartas que representam a geomorfologia, os solos e a drenagem. Portanto o geoprocessamento obteve um resultado satisfatório, no que diz respeito a sua aplicabilidade para minimizar problemas relacionados à representatividade do espaço geográfico no Município de Riachuelo. IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Banco de Dados. Disponível em: <http://www.ibge. gov.br/home/default.php>. Acesso em 01 de ago. 2013. LIBAULT, A. 1971. Os quatro níveis de pesquisa geográfica. Métodos em Questão. 1a Ed. São Paulo/ SP. ROSS, J. L. S. 1992. O Registro Cartográfico dos Fatos Geomórficos e a Questão da Taxonomia do Relevo. São Paulo. Revista do Departamento de Geografia. 6: 17-29. SILVA, V. de P. R. On climate variability in Northeast of Brazil. Journal of Arid Environments, v.58, n.4, p.575-596, 2004. SRH Superintendência de Recursos Hídricos. Atlas Digital. Disponível em: < http://www.semarh.se.gov. br/srh/ > Acesso em: 25 de jan. 2013. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AFONSO, A. 2002. Introdução ao Geoprocessamento e ao Sensoriamento Remoto. Estágio da Docência, Programa de Pós-Graduação do INPE, Universidade Federal de Taubaté, 52 pp. ArcGIS (v. 10.1) [software]. (2010). Retirado do: <www.esriportugal.pt>. CÂMARA G.; DAVIS C.; MONTEIRO A. M. V. 2001. Introdução á Ciência da Geoinformação. São José dos Campos. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 345pp. BOMFIM, L. F. C.; Costa, I. V. G. da; Benvenuti, S. M. P. Projeto cadastro da infra-estrutura hídrica do Nordeste: Estado de Sergipe. Riachuelo: CPRM, 2002. <http://www.cprm.gov.br/arquivos/pdf/ dehid/sergipe/riachuelo.pdf> Acesso em: 24 de ago. 2013. CPRM-Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. 2006. Geobank. Disponível em: <http://www. cprm.gov.br/>. Acesso em: 08 de jan. 2013.