RELATÓRIO DE VIAGEM Nome: William Guedes Machado Matrícula: 1212045 Curso: Engenharia Civil País: Estados Unidos Universidade: University of Illinois at Urbana-Champaign Período em intercâmbio: Agosto de 2015 até Agosto de 2016 O relatório de viagem deverá ser entregue à DAR em versão impressa e em CD ou pen-drive e deverá conter no mínimo 4 páginas entre texto e fotos. O relatório de viagem deverá conter os seguintes itens: Visão geral do que foi o intercâmbio para você e apresente os pontos positivos e negativos; Primeiros passos ao chegar à universidade, dicas de transporte, acomodação, custo de vida viagens, eventos culturais, etc.; Fotos que ajudem a ilustrar sua experiência no exterior; Outras informações que você julgar necessária. Rua Marquês de São Vicente, 225 Ed. Pe. Leonel Franca, 8º andar CEP 22.453-900 Rio de Janeiro RJ Brasil Tel: (55-21) 3527-1577 /Fax: 3527-1094 http://www.puc-rio.br/ccci/ E-mail: atende-ccci@puc-rio.br
Olá, meu nome é William Guedes Machado. Sou aluno de Engenharia Civil cursando o décimo período na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Um dos meus maiores sonhos de infância era poder estudar no exterior, especificamente nos Estados Unidos. Então resolvi participar do programa Ciência sem Fronteiras. O programa me proporcionaria uma experiência de 1 ano nos Estados Unidos. Durante diversos processos de entrega de documentos, entrevistas, eu fui aprovado pela PUC e pela CAPES para fazer o intercâmbio. Podíamos escolher 3 opções de faculdade e a faculdade que fui aceito, era minha primeira opção, a University of Illinois at Urbana-Champaign, localizada no estado de Illinois, EUA. A faculdade é considerada uma das melhores faculdades de engenharia civil do mundo, e eu não podia ter estado mais feliz de ingressar nessa jornada. Em agosto de 2015, viajei para os Estados Unidos. Foi uma experiência única, afinal, nunca tinha entrado num avião em toda minha vida. E lá estava eu, viajando para o exterior sozinho. Não apenas isso, nesse intercâmbio, tive que morar e me adaptar a uma cultura totalmente nova sozinho. Meu primeiro desafio foi a troca de aviões em Miami. O voo de Miami para Chicago foi tranquilo e a duração total da minha viagem foram 14 horas. Chegando em Chicago, pude perceber uma bancada com as cores da universidade, laranja e azul, e diversos estrangeiros esperando o serviço de shuttle para nos levar à universidade. A viagem de Chicago até Urbana-Champaign demorou 2 horas. A universidade se localiza no meio das cidades de Champaign e Urbana. Eu fiquei a maior parte do tempo no Campus, uma cidade universitária. Como chegamos no final do verão, a temperatura estava bem quente, algo em torno dos 35 graus celsius. Não imaginava essa temperatura, mas fiquei aliviado de não estar frio.
A maioria dos estudantes intercambistas eram coreanos, chineses e indianos. A faculdade possui a maior comunidade grega de todos os Estados Unidos, então era bem comum observar casarões de fraternidades e sororidades dedicadas aos mais diversos grupos na faculdade, cada uma com sua sigla grega. Eu morei num dormitório chamado Nugent. Ele recebeu esse nome do seu fundador que buscou criar um espaço de convivência entre estudantes deficientes e não deficientes, e portanto, o dormitório tinha acessibilidade total para ambos os tipos de estudantes. Tive uma recepção maravilhosa dos monitores do dormitório. Eles ficaram bastante entusiasmados em receber um brasileiro e me mostrara m onde era meu quarto, meu banheiro e todas as salas de estudo, lavanderia, etc. As instalações na faculdade eram as melhores. O dining hall possuía todos os tipos de comida possíveis, desde veganos, até todos quatro tipos de pizza por refeição. Tinhamos diversas sobremesas, refrigerantes, e até mesmo, uma semana dedicada a comidas estrangeiras. A academia era sensacional! Possuia 4 andares, com uma parede pra escalar do terréo até o quarto andar, 2 piscinas, interna e externa, sala de vídeo-game, de culinária, sauna e tudo mais. O campus com o maior experimento de soja no mundo, observatório de astronomia,
quadras e até um estádio para os jogos entre universidades. Confesso que até hoje não entendi direito o futebol americano. As salas de aula eram bem equipadas, com tomada para cada carteira, uma qualidade de ensino espetacular. Curioso notar que a maioria dos prédios eram de aço, uma matéria que os norte-americanos dominam bastante, o que me encorajou a estudar estruturas de aço no exterior. Os professores eram bem receptivos, ajudavam em tudo, tínhamos monitoria com eles e com os monitores em horários separados. A faculdade possui uma das maiores bibliotecas de engenharia dos Estados Unidos. Os colegas de classe se demonstraram bastante interessados na cultura brasileira, e claro, eu me mostrei bastante interessado nas diversas culturas que existia naquele campus e todos nos ajudávamos com o próprio vocabulário nos trabalhos em grupo. O sistema americano de ensino assustou um pouco no início, visto que era dever de casa toda semana, além de projetos. As matérias eram divididas em níveis e os alunos estudam aquilo que é sua ênfase. Portanto, alunos de estruturas, só estudam estruturas, a não ser que queiram fazer uma matéria de geotecnia por curiosidade, diferente daqui que estudamos um geral. Viver no campus foi uma experiência maravilhosa! Pude conhecer diversas pessoas, observar e participar de grupos, debates, encontro para ver filmes, discutir sobre política e até mesmo, comer salgadinhos e pizza, sem motivo aparente. No segundo semestre eu me mudei para um prédio chamado Bousfield, o mais novo e moderno dos prédios do Six Pack (uma parte do campus destinada a prédios para novos alunos). No gramado do Six Pack, aconteciam eventos de churrasco, eventos de dança, e muito mais. Ah, e a faculdade possuia o local principal, chamado Main Quad, um campo enorme com dois prédios-hotel localizados em cada extremidade do campo. Até de noite era lindo passear por lá.
Chegando lá ainda encontramos o grupo do G3 do ciência sem fronteiras. Eramos ao todo 30 brasileiros. Ficaram apenas os 11 do G1, no final. Éramos bastante unidos e fazíamos tudo juntos. A sua grande maioria era de engenharia, mas logo em seguida tinha o pessoal de agronomia. Uma das minhas maiores realizações foi ver a mudança de estações. Como disse, cheguei no verão aos 35 graus, e logo logo foi se esfriando, pois o outono estava chegando. Na época do Halloween, que foi uma festa em todo o campus, já dava pra sentir o frio, que era em torno dos 10 graus celsius. Minha maior felicidade foi ver a neve pela primeira vez, no inverno. Foi uma sensação maravilhosa, onde pude aproveitar tudo. A temperatura mínima chegou à -25 graus celsius, teve até tempestade de neve. E olha que os americanos falaram que nem foi tão frio. Durante o verão, tivemos que participar de um projeto de pesquisa ou um estágio. Decidi ficar na faculdade para fazer projeto de pesquisa com meu professor de geotecnia, visto que a faculdade é uma das melhores de civil, queria ter a experiência de trabalhar lá. Foi bastante
divertido, pois conheci um pessoal da pós-graduação e pude participar de projetos importantes, como o estudo de 20 anos de geomembrana, uma pesquisa que teve início há 20 anos atrás e continuará por muitos anos para testar as propriedades da geomembrana usada em locais de deslizamento. Nesse momento, tivemos que nos mudar para um apartamento, pois os dormitórios fecham, e por mais que o campus estivesse vazio, comparado aos dias de aula, pude fazer vários amigos e me divertir bastante. Visto que a faculdade fechava nos momentos de férias ( Thanksgiving, Winter Break, Spring Break ), a CAPES nos mandou um auxílio para podermos viver e com esse auxílio eu pude conhecer e visitar diversos lugares nos Estados Unidos, tais como a Califórnia, o Texas, Las Vegas, Chicago, Carolina do Sul. Cada lugar, uma experiência única, cada lugar, um sonho a mais se realizando e diversas histórias para contar. Mas nenhuma dessas viagens se compara a duas que eu fiz. Quando pensei em fazer intercâmbio, eu saberia que teria que viajar nos momentos de férias, portanto, meus dois lugares favotiros, que eu gostaria de visitar mais que tudo eram a Disney, em Orlando e Nova Iorque. Foram minhas primeira e última viagens, respectivamente. E foram sem dúvida, as melhores viagens da minha vida! Nunca me senti tão feliz de poder conhecer esses lugares. Cada um com sua magia única.
Como podem perceber, acredito que aproveitei ao máximo meu intercâmbio. A experiência que recebi em 1 ano, não se compara a qualquer uma que eu receberia em muitos anos aqui no Brasil. Pude conhecer vários lugares, culturas, conheci vários amigos que levarei
para a vida toda. Tenho certeza que cresci bastante tanto academicamente, como pessoa, e eu agradeço a todo mundo que me apoiou nessa jornada, meus professores, meus amigos e principalmente minha família. O que resta são lembranças de um ano que jamais será esquecido.