Caracterização da Direção Predominante e da Velocidade Média do Vento para Bandeirantes-PR

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Transcrição:

Gois, Artigo e.h.b.; Original Baltrusch, / Original k.c.s.m. Article Caracterização da Direção Predominante e da Velocidade Média do Vento para Bandeirantes-PR Characterization of the Predominant Wind Direction and Average Wind Speed in Bandeirantes-PR Eduardo Henrique Baltrusch de Gois a *; Kessy Cristini da Silva Matos Baltrusch b a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Mestrado em Engenharia Ambiental, PR, Brasil b Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curso de Engenharia Ambiental, PR, Brasil *E-mail: baltrusch@hotmail.com Resumo O conhecimento da velocidade e direção média dos ventos fornece informações importantes para agricultura tais como o dimensionamento de quebra-ventos, orientação nos horários das pulverizações e na construção de estábulos. O objetivo do trabalho foi determinar a velocidade média do vento na altura de 2 m e direção predominante do vento na altura de 10 m, no município de Bandeirantes (latitude 23 06 S, longitude 50 21 W e altitude 440 m), Paraná. Foram utilizados dados obtidos no período de 1988 a 2009, em anemógrafo universal localizado a 10 m do solo, na estação agrometeorológica. Analisando os resultados obtidos por época do ano a 2 m de altura, observou-se que na primavera ocorreram as maiores velocidades médias do vento (2,67 m/s) e no outono as menores velocidades médias do vento (1,89 m/s). A velocidade média anual do vento foi de 2,23 m/s. A direção predominante do vento foi a sudeste (SE), com 40,5% das ocorrências anuais e frequência de ocorrência média mensal máxima no mês de outubro 48,3% e mínima no mês de fevereiro, 30,9%. A segunda direção de maior ocorrência é leste (E) com 23,9% das ocorrências anuais, seguida pela direção nordeste (NE) com 8,0% das ocorrências anuais. Palavras-chave: Estação Agrometeorológica. Anemógrafo. Estações do Ano. Abstract Average wind speed knowledge give important information for agricultural purpose including dimensioning windbreaks, orientation in spraying times and stables construction. The objective of this study was to determine the average wind speed at the 2.0 meter height in Bandeirantes town (latitude 23 06 S, longitude 50 21 W and altitude 440 m) in Paraná. The daily wind speed data were assessed from 1988 to 2009, through universal anemograph installed at 10 meters height, located in the Weather Station. The results for seasons of the year at 2.0 meter height were the highest average wind speed for spring (2.67 m/s) and the lowest average wind speed for autumn period (1.89 m/s). The annual average wind speed was 2.23 m/s. The predominant wind direction was southeast (SE) with 40.5% annual frequency and the highest monthly average was in October with 48.3%, and February with the lowest monthly average of 30.9%. East (E) was the second direction in annual frequency with 23.9%, followed by northeast (NE) with 8.0%. Keywords: Weather Station. Anemograph. Seasons of the Year. 1 Introdução De acordo com Ayoade (1998), a radiação solar provoca um aquecimento diferencial de porções de ar, criando os gradientes de pressão, geradores dos ventos que ocorrem tanto em escala global (latitudes e ciclos dia-noite) quanto local (mar-terra, vale-montanha). A intensidade e a direção dos ventos são determinadas pela variação espacial e temporal do balanço de energia na superfície terrestre, que causa variações no campo de pressão atmosférica, gerando os ventos. A direção dos ventos é resultante da composição das forças atuantes (gradiente de pressão, atrito, força de Coriolis), mas o relevo predominante na região também interfere na direção, próximo à superfície (PEREIRA; ANGELOCCI; SENTELHA, 2002). É possível predizer, com significativa precisão, o comportamento dos ventos em determinada localidade para certo período, com uma serie de dados históricos coletados (LE CHAPELLIER, 1981). A velocidade média anual do vento pode variar, em média, 10% de um ano para o outro, mas em alguns locais as variações chegaram a 30% (PARK, 1979). Segundo Martins (1993), o conhecimento da direção predominante e das velocidades médias dos ventos fornecem informações importantes para o posicionamento de quebra ventos, orientações na construção de estábulos, distribuição das diferentes culturas no campo e, principalmente, no posicionamento e dimensionamento das torres para a utilização desta fonte de energia natural. A velocidade do vento afeta indiretamente as culturas e dependendo da velocidade, sua influência pode ser positiva ou negativa (SENTELHAS, 2009). Segundo Munhoz e Garcia (2008), o vento é uma das variáveis meteorológicas mais importantes, e uma das menos estudadas. Na agricultura é conhecida a sua influência na aplicação de defensivos e em estudos voltados à propagação de doenças, polinização e práticas com quebra-vento. Este elemento meteorológico afeta o crescimento das plantas de várias maneiras, dentre as quais UNOPAR Cient. Exatas Tecnol., Londrina, v. 12, n. 1, p. 67-72, Nov. 2013 67

Caracterização da Direção Predominante e da Velocidade Média do Vento para Bandeirantes-PR podemos citar a transpiração, absorção de CO 2 e efeito mecânico sobre folhas e ramos, sendo que o resultado desta interação depende da espécie. O vento em velocidades baixas a moderadas contribui para renovação de CO 2 e manutenção da transpiração das plantas (PEREIRA; ANGELOCCI; SENTELHAS, 2002). Já em velocidades extremas, o vento pode causar transpiração excessiva, levando ao fechamento dos estômatos, redução no número de folhas e da área foliar, causando, assim, uma queda repentina na fotossíntese, além de danos mecânicos, acamamento, queda de folhas, flores, frutos, galhos e troncos (SENTELHAS, 2009). Conforme o Censo Agropecuário de 2006, as culturas predominantes na microrregião de Bandeirantes são canade-açúcar, soja, milho, café, banana, feijão e mandioca, respectivamente em ordem de importância (IBGE, 2006). As plantas frutíferas têm baixa tolerância aos ventos, principalmente quando estão em crescimento, sendo que ventos fortes estes podem causar danos mecânicos e afetar seu desenvolvimento fisiológico. Culturas não irrigadas também são sensíveis aos ventos, principalmente os mais intensos, que geralmente ocorrem durante os períodos de baixos índices pluviométricos. Assim, as culturas mais produzidas na microrregião de Bandeirantes são as mais afetadas pelos ventos (CONCEIÇÃO, 1996). Considerando a importância do conhecimento da velocidade predominante do vento local na altura de 2 m, mas condizente com a situação das culturas agrícolas e da direção destes ventos, este trabalho objetivou caracterizar a velocidade média dos ventos no município de Bandeirantes- PR. 2 Material e Métodos Foram utilizados dados diários da direção dos ventos coletados no período de 1988 a 2009, na Estação Agrometeorológica de Bandeirantes (convênio IAPAR/ UENP-CLM), localizada na Universidade Estadual do Norte do Paraná/Campus Luiz Meneghel (UENP-CLM) Bandeirantes-PR (latitude 23 06 S, longitude 50 21 W e altitude 440 m). Os dados foram obtidos em anemógrafo universal, localizado a 10 m do solo, com leituras diárias nos horários: 09h00min, 15h00min e 21h00min. As conversões das velocidades médias diárias para altura de 2 m foram calculadas por meio da Equação 1, proposta por Pasquill (1949): (U 2 / U 1 ) = (Z 2 / Z 1 ) 0,143 (1) Em que U 2 e U 1 são as velocidades para as alturas Z 2 (2 m) e Z 1 (10 m), respectivamente, sendo, portanto possível simplificar a Equação 1, obtendo-se a Equação 2: U 2 = U 10 / 1,26 (2) A direção predominante do vento foi caracterizada por análise da frequência das observações diárias de cada mês do ano, utilizando-se a Equação 3: F(x) = n/n*100 (3) onde F - frequência de ocorrência do vento em determinada direção; (x) - direção do vento; n - número de horas em uma determinada direção; e N - número total de horas. As horas com direção indefinida foram contadas como de direção variável (V). Quando a velocidade horária foi inferior a 0,2 m/s, as horas correspondentes foram classificadas como de calmaria (C). 3 Resultados e Discussão A Tabela 1 apresenta a velocidade média mensal e anual do vento a 10 e 2 m de altitude, durante o período de 1988 a 2009. Analisando os resultados obtidos na Tabela 1 e Figura 1 a velocidade média anual a 10 e 2 m de altitude foram respectivamente 2,81 e 2,23 m/s, observando-se assim uma grande variabilidade nos valores para cada mês do ano. Portanto, a velocidade média a 10 m de altitude é, em média, 20% maior que a velocidade média a 2 m de altitude. A melhor análise dos dados permitiu afirmar que no período da primavera (out/nov/dez) ocorreu a maior velocidade média (2,67 m/s) e no outono (abr/mai/jun) a menor velocidade média (1,89 m/s), corroborando com dados obtidos por Silva, Zanusso e Silveira (1997) para localidade de Pelotas-RS e Munhoz e Garcia (2008) para região de Ituverava-SP, que observaram maiores velocidades na primavera e menores velocidades no outono. Tabela 1: Velocidade média mensal do vento (m/s) a 10 m de altitude e convertida a 2m de altitude, para o município de Bandeirantes- PR, durante o período de 1988 a 2009. Altitude Mês Média Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez anual 2 m 2,02 1,88 2,07 2,06 1,87 1,75 2,03 2,28 2,82 2,89 2,73 2,38 2,23 10 m 2,55 2,37 2,61 2,59 2,36 2,21 2,56 2,87 3,55 3,64 3,44 3,00 2,81 Na análise dos dados mensais, a maior velocidade média (2,89 m/s) ocorreu em outubro, seguido do mês de setembro (2,82 m/s) e novembro (2,73 m/s). Já o mês de junho apresentou a menor velocidade média (1,75 m/s), seguido de maio (1,87 m/s) e fevereiro (1,88 m/s). Estas observações estão em acordo com aquelas relatadas por Wagner et al. (1989), que utilizando 68 UNOPAR Cient. Exatas Tecnol., Londrina, v. 12, n. 1, p. 67-72, Nov. 2013

Gois, e.h.b.; Baltrusch, k.c.s.m. dados do período de 1975 a 1986 a 10 m de altura do solo, no município de Cambará-PR, obtiveram as maiores velocidades médias nos meses de outubro e novembro (3,5 m/s) e as menores velocidades médias em maio e junho (2,0 m/s). Conforme a Figura 1 a velocidade média anual do vento a 2,0 m de altitude do solo foi de 2,23 m/s. Estudos de Caramori et al. (1986) com plantas de café, mostraram que velocidades de 2 a 3 m/s causaram decréscimos significativos no crescimento destas plantas. Considerando o estudo mencionado, a utilização adequada de quebra-ventos no município de Bandeirantes-PR poderia diminuir a incidência de ventos prejudiciais à cultura do café. Figura 1: Comparação entre a velocidade média mensal e anual do vento em m/s a 10 e 2 m de altitude, para o município de Bandeirantes-PR, durante o período de 1988 a 2009 Velocidade (m/s) 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 No período de janeiro a julho os ventos sopram com velocidades médias (1,95 m/s) inferiores à média anual (2,23 m/s). No período de agosto a dezembro, os ventos sopram com velocidades médias (2,62 m/s) superiores à média anual, sendo este comportamento semelhante ao observado por Munhoz e Garcia (2008) para região de Ituverava-SP, Tubelis e Nascimento (1992) para a cidade de Ribeirão Preto-SP e Tarifa e Armani (2000) para o município de São Paulo. Analisando a Tabela 2, a velocidade máxima média mensal da série foi registrada no mês de outubro (20,6 m/s), seguido de novembro (20,4 m/s) e setembro (19,6 m/s). A maior velocidade máxima mensal ocorreu em outubro de 2003 (30,5m/s - SW), seguida por março de 1989 (28,9m/s - SW) e outubro de 1988 (28,6 m/s - S). Já a menor velocidade máxima mensal foi registrada no mês de maio (21,1m/s NW). Os sistemas de quebra-ventos variam em função da direção do vento predominante ou do vento problema (Velocidade máxima e sua direção), disponibilidade financeira, mão-deobra e terra (VOLPE SCHÖFFEL, 2001). Assim, para que ocorra um dimensionamento adequado do quebra-vento, é necessário saber o histórico de velocidades máximas e suas direções. Tabela 2: Velocidade máxima mensal e direção do vento em m/s a 10 m de altitude, para o município de Bandeirantes-PR, durante o período de 1988 a 2009. Continua... Mês Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² 1988 22,0/SW 16,4/SW 15,5/E 18,0/NW 18,0/W 16,0/SW 18,1/E 14,9/SE 18,2/SE 28,6/S 21,1/W 17,0/W 1989 25,5/W 21,9/SW 28,9/SW 14,6/SE 15,0/SE 22,0/SW 24,1/SW 20,0/W 21,5/SW 22,0S/W 19,1/SE 19,0/SE 1990 19,0/NW 19,9/NE 19,1/SE 18,5/SW 16,0/W 23,9/W 19,5/NW 22,5/SW 26,4/SW 19,4/SE 23,1/NE 19,3/NW 1991 21,1/SE 16,8/SE 17,6/W 16,0/SW 13,5/SE 18,1/SW 14,9/N 16,7/SE 18,0/SE 26,5/W 20,4/NW 23,9/W 1992 22,0/SE 18,2/SE 26,6/NE 19,8/SE 18,9/S 16,0/W 16,0/SW 13,0/SE 22,1/SW 21,0/W 19,3/SW 17,4/NW 1993 23,2/NW 15,8/E 14,1/SW 12,0/SE 19,7/W 15,0/SE 13,0/NW 16,0/SE 18,7/SE 17,2/SE 20,3/S 22,5/NW 1994 15,8/SE 16,9/SE 21,4/SW 15,0/SE 17,9/SW 18,1/SW 14,1/SE S/D 20,4/SE 20,1/W 20,9/NW 24,0/E 1995 19,0/NW 16,9/SE 18,1/SE 17,1/E 12,1/SE 20,0/SW 17,2/NE 17,0/NW 20,0/SE 19,5/SE 17,8/SE 20,9/SE UNOPAR Cient. Exatas Tecnol., Londrina, v. 12, n. 1, p. 67-72, Nov. 2013 69

Caracterização da Direção Predominante e da Velocidade Média do Vento para Bandeirantes-PR Ano Mês...Continuação Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² VM/D² 1996 19,5/N 25,0/W 17,1/SW 18,9/N 13,9/SE 12,9/E 17,0/SE 22,7/SE 24,9/SW 21,4/SW 23,4/E 17,3/SE 1997 16,7/SE 15,1/N 16,0/SE 20,2/W 18,4/SW 18,0/SW 15,0/SW 17,5/SE 25,/8S 17,0/SE 18,7/W 18,1/SE 1998 22,7/NW 17,2/SE 19,8/NE 25,0/SW 14,9/SE 13,0/SE 15,5/SE 19,4/SW 19,0/SW 17,9/S 16,5/SE 20,1/N 1999 14,7/SE 17,2/SW 15,5/W 16,7/SE 16,7/SE 14,4/SE 15,0/SE 20,6/SE 20,0/SE 21,0/SE 20,6/N 18,5/SE 2000 15,9/SE 18,1/SE 19,7/SE 15,9/E 14,8/SE S/D¹ S/D¹ S/D¹ 22,0/SE 16,0/SW 24,7/SW 17,8/W 2001 14,8/N 17,1/W 15,0/W 13,9/E 14,6/SE 10,9/SE 14,7/SE 15,7/W 15,8/W 16,3/E 20,5/S 15,0/E 2002 15,9/NE 14,5/SE 20,4/NE 16,9/SW 19,3/SW 10,0/SE 16,0/NE 18,1/W 16,0/W 19,2/W 24,0/W 18,2/W 2003 19,0/S 20,0/NW 13,7/NE 13,9/NW 14,3/SW 13,9/SW 13,1/SE 11,6/SE 16,1/E 30,5/SW 27,0/NE 22,2/NW 2004 13,7/E S/D¹ 14,0/E 13,0/SE 16,0/S 10,2/S 16,0/SE 13,0/E 16,1/SE 21,6/SW 15,6/SW 15,0/SE 2005 14,9/SE 13,4/SW 14,5/SE 11,8/SE 21,1/NW 12,4/SW 16,0/SE 10,7/NW 15,0/NE 14,4/W 16,3/SE 16,0/SE 2006 21,0/NW 21,5/SW 18,5/SE 11,6/SE 9,6/SE 13,3/NW 10,7/W 15,9/SW 21,8/SW 17,1/SW 20,5/SW 17,5/SE 2007 15,2/W 13,8/W 14,2/E 16,2/W 15,3/SE 9,8/SE 16,6/SE 12,0/SE 20,7/NW 18,5/NW 20,1/E 14,2/W 2008 18,3/SE 12,9/NE 13,7/SE 12,7/W 14,0/SE 11,0/SE 18,5/SW 14,0/SE 16,0/SE 23,0/S 18,7/E 15,0/E 2009 14,1/E 13,0/E 14,0/SE 13,8/E 13,2/SE 13,0/SW 17,5/NW 13,5/E 15,8/SW 24,5/SW 20,6/SW 15,1/E Média 18,4 17,2 17,6 16,0 15,8 14,9 16,1 16,2 19,6 20,6 20,4 18,4 Pico 25,5/W 25,0/W 28,9/SW 25,0/SW 21,1/NW 23,9/W 24,1/SW 22,7/SE 26,4/SW 30,5/SW 27,0/NE 24,0/E ¹S/D Sem dados disponíveis ²VM/D Velocidade máxima mensal / Direção SE Sudeste, E Leste, W Oeste, N Norte, S Sul, NE Nordeste, SW Sudoeste, NW - Noroeste Segundo Volpe e Schöffel (2001) os prejuízos provocados anualmente pela ação do vento sobre os bananais são maiores do que aqueles provocados pela sigatoka amarela não controlada. Os danos causados pelo vento no Estado de São Paulo são um dos maiores fatores na queda da produção de bananas, gerando perdas em torno de 25% (VOLPE; SCHÖFFEL 2001). De acordo com Stover e Simmonds (1987), ventos acima de 11,0 m/s para cultivares de porte alto e 19,5 m/s para cultivares de porte baixo são os que causam maiores perdas na produção na cultura da banana. Conforme Moreira (1987), na cultura de banana ventos entre 7 a 10 m/s causam fendilhamento e dilaceração das folhas, chegando a restar apenas 20% da área foliar total. Velocidade do vento acima de 20 m/s pode causar o rompimento do sistema radicular, enquanto que uma velocidade maior que 30 m/s oferece riscos de tombamento e até quebra do pseudocaule da bananeira (MOREIRA, 1987). Conforme a Figura 1, a velocidade média anual do vento a 2,0 m de altitude do solo foi de 2,23 m/s. Estudos de Caramori et al. (1986) com plantas de café mostraram que velocidades de 2 a 3 m/s causaram decréscimos significativos no crescimento destas plantas, sendo o café uma planta de baixa tolerância aos ventos. Segundo Camargo e Pereira (1994), os danos a cultura do café podem ser diretos (mecânicos, como fendilhamento das folhas e queda de folhas, gemas, frutos e flores) e indiretos (ecofisiológicos, como aumento da demanda hídrica) ambos causando perdas na produtividade. Segundo Volpe e Schöffel (2001), a ação de ventos fortes (14,5 a 17,0 m/s) causa nas culturas de soja e milho redução de stand, acamamento, danos mecânicos (perda de área fotossintética) com consequente perdas na produtividade. Já na cultura de cana-de-açúcar, os ventos fortes causam tombamento que representa queda de produtividade de 10 a 20%, principalmente em lavouras mecanizadas (VOLP; SCHÖFFEL, 2001). Conforme a Tabela 2, em todos os meses da série ocorreram velocidades superiores a 14,5 m/s, podendo assim causar queda de produtividade nas principais culturas do município de Bandeirantes. Considerando o estudo mencionado, a utilização adequada de quebra-ventos no município de Bandeirantes-PR poderia diminuir a incidência de ventos prejudiciais às culturas de café e banana, que são as mais prejudicadas pela ação dos ventos. A Tabela 3 e Figura 2 apresentam a direção média mensal do vento em porcentagem, durante o período de 1988 a 2009. Analisando os resultados obtidos na Tabela 3 e Figura 2, nota-se a predominância da direção sudeste (SE), em todos os meses no período analisado, conclusão semelhante encontrada no trabalho de Galvani, Klosowski e Cunha (1999), que indicaram a predominância de ventos de direção nordeste (NE) em Maringá-PR, independente da sazonalidade. Entretanto, resultados obtidos por Silva, Zanusso e Silveira (1997) mostraram, para Pelotas-RS, que a direção predominante do vento variou conforme a sazonalidade. 70 UNOPAR Cient. Exatas Tecnol., Londrina, v. 12, n. 1, p. 67-72, Nov. 2013

Gois, e.h.b.; Baltrusch, k.c.s.m. Tabela 3: Direção média mensal do vento (em %) para o município de Bandeirantes-PR, no período de 1988 a 2009. Mês Direção N NE E SE S SW W NW V C Janeiro f(x) 5,9 10,9 24,5 32,0 2,2 5,0 5,4 10,0 1,5 2,6 Fevereiro f(x) 4,9 10,1 25,4 30,9 3,0 5,5 6,3 9,0 2,2 2,7 Março f(x) 3,4 7,8 24,3 41,9 3,1 4,2 4,4 5,7 1,9 3,2 Abril f(x) 3,1 6,5 21,2 46,7 2,8 5,0 4,7 5,1 1,5 3,3 Maio f(x) 3,3 7,2 21,4 41,1 3,5 5,7 6,5 6,1 1,1 4,1 Junho f(x) 4,0 8,4 27,2 33,8 3,1 4,9 5,6 5,9 1,3 5,7 Julho f(x) 3,2 7,6 24,4 39,8 2,6 5,6 6,1 5,2 1,0 4,4 Agosto f(x) 2,8 8,6 25,3 43,6 2,8 4,5 4,0 4,3 1,2 2,9 Setembro f(x) 3,4 7,0 26,7 42,8 2,5 5,1 4,4 4,9 1,1 1,9 Outubro f(x) 2,7 6,3 23,0 48,3 2,9 5,0 3,9 5,4 1,6 1,1 Novembro f(x) 3,2 6,8 20,9 45,8 2,8 5,3 5,7 6,3 2,1 1,0 Dezembro f(x) 4,2 8,7 22,5 38,9 2,3 4,8 5,6 9,8 1,7 1,5 Média 3,7 8,0 23,9 40,5 2,8 5,1 5,2 6,5 1,5 2,9 Figura 2: Direção média mensal do vento (em %), para o município de Bandeirantes- PR, no período de 1988 a 2009. A direção sudeste (SE) foi predominante, alcançando 40,5% das ocorrências anuais e frequência de ocorrência média mensal máxima no mês de outubro, de 48,3%, e mínima em fevereiro, de 30,9%. A segunda direção de maior ocorrência é leste (E), com 23,9% das ocorrências anuais e frequência máxima no mês de junho de 27,2% e mínima em novembro de 20,9%. A terceira direção de maior ocorrência é a nordeste (NE), com 8,0% das ocorrências anuais e frequência máxima UNOPAR Cient. Exatas Tecnol., Londrina, v. 12, n. 1, p. 67-72, Nov. 2013 71

Caracterização da Direção Predominante e da Velocidade Média do Vento para Bandeirantes-PR de 10,9% no mês de janeiro e mínima de 6,3% em outubro. As três direções de maior ocorrência mantiveram suas posições em todos os meses, com exceção do mês de dezembro, quando a terceira direção predominante foi a noroeste (NW), com média mensal de 9,8%. Segundo Wagner et al. (1989), nos locais onde a direção sudeste (SE) foi predominante, a direção leste (E) foi a segunda mais frequente, assim a direção predominante dos ventos no Estado do Paraná se concentra nas direções NE, E e SE. A predominância destas direções pode estar relacionada com os centros de alta pressão dos Oceanos Atlântico e Pacífico, que originam ventos NE, E e SE (TUBELIS; NASCIMENTO, 1992). 4 Conclusão Diante dos resultados obtidos conclui-se que: 1 - De janeiro a julho, os ventos a 2 metros de altitude sopram com intensidade inferior à média anual, sendo o mês de junho aquele com a menor velocidade média. De agosto a dezembro, os ventos sopram com intensidade superior à média anual, sendo o mês de outubro o que apresenta a maior velocidade média. 2 Na sèrie histórica, o mês de outubro apresentou o maior pico de velocidade máxima mensal e também a maior média de velocidades máximas mensais. 3 - A direção predominante a 10 metros de altura é a sudeste (SE) em todos os meses do período analisado, independente da sazonalidade. Referências AYOADE, J. O. Introdução a climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: BCD, 1998. CAMARGO, A.P.; PEREIRA, A. R. Agrometeorology of the coffee crop. Geneva, 1994. CARAMORI, P.H. et al. Efeitos do vento sobre mudas de cafeeiro Mundo Novo e Catuaí Vermelho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, n.21, p.1113-1118, 1986. CONCEIÇÃO, M.A.F. Critérios para instalação de quebraventos. Comunicado Técnico-Embrapa, 1996. GALVANI, E.; KLOSOWSKI, E.S.; CUNHA, A.R. Caracterização da direção predominante do vento em Maringá, PR. Revista Brasileira de Agrometeorologia. v.7, n.1, p.81-90, 1999. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo agropecuário 2006. IBGE, 2006. LE CHAPELLIER, P. Le vent, les éoliennes et l habitat. Paris, Eyrolles, 1981. MARTINS, D.O. Comportamento dos ventos na região de Botucatu, SP. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 22., 1993, Ilhéus. Anais... Ilhéus: Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola / CEPLAC, 1993. v.2, p.784-789. MOREIRA, R. S. Banana: teoria e prática de cultivo. Campinas: Fundação Cargill, 1987. MUNHOZ, F.C.; GARCIA, A. Caracterização da velocidade e direção predominante dos ventos para a localidade de Ituverava, SP. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v.23, n.1, p.30-34, 2008. PARK, G.L. Planning manual for utility application of wecs. Michigan: Div. of Engineering Research, 1979. PASQUILL, F. Eddy diffusion of water vapour and heat near the ground. Proceedings of the Royal Society of London. Series A. Mathematical and Physical Sciences, v.198, n.1052, p.116-140, 1949. Pereira, A. R.; ANGELOCCI, L. R.; SENTELHAS, P. C. Agrometeorologia: fundamentos e aplicações práticas. Porto Alegre: Agropecuária, 2002. SENTELHAS, P. C.; DE ALMEIDA MONTEIRO, J. E. B. Agrometeorologia dos Cultivos. Brasília: INMET, 2009. SILVA, J.B.; ZANUSSO, J.F.; SILVEIRA, D.L.M. Estudo da velocidade e direção dos ventos em Pelotas, RS. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v.5, n.2, p.227-235, 1997. STOVER, R.H.; SIMMONDS, N.W. Bananas. New York: Longman, 1987. TARIFA, J.R.; ARMANI, G. As unidades climáticas urbanas da cidade de São Paulo. In: TARIFA, J.R. (Org.). Atlas Ambiental do Município de São Paulo. São Paulo, 2000. TUBELIS, A.; NASCIMENTO, F.C.L. Meteorologia descritiva: fundamentos e aplicações brasileiras. São Paulo: Nobel, 1992. VOLPE, C.A.; SCHÖFFEL, E.R. Quebra-vento. In: RUGGIERO, C. Bananicultura, Jaboticabal: FUNEP, 2001. p.196-211. WAGNER, C.S. et al. Velocidade e direção predominante dos ventos no Estado do Paraná. Londrina: Instituto Agronômico do Paraná, 1989. 72 UNOPAR Cient. Exatas Tecnol., Londrina, v. 12, n. 1, p. 67-72, Nov. 2013