GEOGRAFIA MÓDULO 11. As Questões Regionais. As divisões regionais, região e políticas públicas, os desequilíbrios regionais. Professor Vinícius Moraes

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Transcrição:

GEOGRAFIA Professor Vinícius Moraes MÓDULO 11 As Questões Regionais As divisões regionais, região e políticas públicas, os desequilíbrios regionais

Existem três divisões regionais amplamente divulgadas e que nos auxiliam na compreensão da dinâmica nacional em diversas dimensões. Porém, antes de analisarmos essas três divisões temos que entender o significado de região e sua relação com o espaço geográfico. E região representa um trecho do espaço geográfico com características comuns, porém cabe selecionarmos quais os critérios são fundamentais para a divisão do espaço. Nesse sentido, regionalizar significa o ato de dividir o espaço geográfico de acordo com identidades (critérios). A regionalização, ou seja, o processo de divisão do espaço geográfico, também requer um objetivo. Em resumo:

Assim, a regionalização pode ser realizada de diferentes formas sobre um mesmo trecho do espaço geográfico. Logo, já podemos compreender que podemos regionalizar o Brasil, nosso território nacional, de maneira diferenciada, a partir de diferentes critério que estão vinculados aos nossos objetivos. A principal divisão regional do Brasil é a realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No intuito de facilitar o processo de levantamento de dados sobre o território nacional, o IBGE auxiliou o Governo Federal nessa tarefa dividindo o Brasil de acordo com a diversidade ecológica e o desenvolvimento das atividades econômicas enraizadas culturalmente nos diversos cantos do país.

As Macrorregiões do Governo, como é chamada a regionalização realizada pelo IBGE, marca a divisão político-administrativa do Brasil e apresenta cinco grandes regiões: Sul, Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Cada região apresenta, assim, características comuns no tocante a natureza e a inserção de atividades econômicas.

A Região Centro-Oeste do Brasil é composta por 3 estados (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) mais o Distrito Federal. É a segunda maior região do país, ocupando 18,8% do território nacional. De acordo com dados do IBGE, a população absoluta da região gira entorno de 14.058.094 habitantes, apresentando uma densidade demográfica de 8,7 pessoas a cada quilômetro quadrado. A Região Nordeste, formada por 9 estados (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia) e apresenta grande extensão litorânea, o que potencializa a região do ponto de vista turístico. O Nordeste possui, de acordo com o IBGE, cerda de 53.081.950 habitantes. A densidade demográfica do Nordeste é diversa de acordo com as sub-regiões; quanto mais próximo ao litoral, ou seja, da Zona da Mata, maior a densidade demográfica e, quanto mais próximo ao Sertão e ao Meio Norte, menos é a densidade.

A Região Norte é a maior do país e composta pelos estados de Roraima, Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia e Tocantins. Com 3.853.397,2 Km², o Norte corresponde aproximadamente a 42% do território nacional e possui população de 15,8 milhões de habitantes, apresentando baixa densidade demográfica. Já a Região Sudeste, formada por 4 estados (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo) se situa na parte mais elevada do Planalto Atlântico, em plena Serra do Mar. Com extensão de 924.511,3 Km2, o Sudeste concentra a maior parte da população brasileira, com cerca de, segundo o IBGE, 80.364,410 habitantes, apresentando uma densidade demográfica expressiva: 87 habitantes por Km2. Nesse sentido, além de ser a mais populosa (população absoluta) é a mais povoada (maior densidade demográfica).

Por fim, a Região Sul do Brasil, formada pelos estados de Santa Catarina, Rio Grande de Sul e Paraná, é a menos região do país, com cerca de 576.409 quilômetros quadrados com aproximadamente 27,3 milhões de pessoas. Outra divisão regional do Brasil é conhecida como Complexos Geoeconômicos, Complexos Econômicos Regionais. As regiões, nesse caso em particular, não respeitam os limites estaduais, fazendo com que seja uma divisão regional que impossibilita a coleta de dados sobre as dinâmicas que ocorrem no país, justificando o fato desse tipo de divisão não ser adotada pelo Governo Federal.

O critério adotado pela divisão regional proposta pelo professor Pedro Geiger é a história da formação do espaço geográfico que foi apropriada diferenciadamente pela atividades econômicas em nosso território, levando em conta, especialmente, os efeitos do processo de industrialização. O objetivo de Pedro Geiger é o de apontar como a historia da formação do Brasil é diferenciada e aponta para três grandes regiões: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste.

A terceira e última divisão regional do Brasil é conhecida como Os quatro Brasis e busca indicar como se deu o desenvolvimento do espaço geográfico brasileiro por meio da organização do meio-técnico-científico-informacional, ou seja, como a disseminação das tecnologias vinculadas ao padrão informacional da 3 a Revolução Industrial no Brasil se dá de modo diferenciado.