1 A TRAJETÓRIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ UNIOESTE Leni Terezinha Marcelo Pinzan 1 Drª. Maria Rosemary Coimbra Campos Sheen 2 INTRODUÇÃO: Este trabalho ora em andamento tem por finalidade apresentar de modo sintético a trajetória da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE. Buscando compreender sua inserção na sociedade e o movimento da transição das faculdades isoladas para a institucionalização como Universidade Pública e Gratuita. Na década de 1970, os centros urbanos de maior relevo na região sentiam necessidade, a partir de seu próprio desenvolvimento histórico, de ampliar as condições e os níveis de escolaridade de seus estudantes. Mesmo que pessoas comprometidas com a educação e as representações civis tivessem tentado diferentes saídas, para o Oeste do Paraná não se apresentou outra alternativa senão a constituição de Fundações Municipais para a manutenção de seu ensino superior. Novas alternativas e possibilidades foram buscadas para transformar as diversas Fundações Municipais numa única Fundação Mantenedora do Ensino Superior do Oeste do Paraná. Essa perspectiva, mesmo que ainda incipiente era a idéia da Universidade do Oeste. OBJETIVO: Este trabalho 3 busca evidenciar a trajetória da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE, e a sua consolidação enquanto instituição. METODOLOGIA:Para a construção deste houve uma investigação a partir de pesquisa bibliográfica que versa sobre o surgimento das universidades no Brasil e especificamente na região do Oeste do Paraná. Assim como revisão documental, fontes primárias e secundárias. 1 Pedagoga, Mestranda do Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá UEM, professora colaboradora do Colegiado de Enfermagem da UNIOESTE. Av. Rio Grande do Sul, 446. Corbélia-PR. (045) 88061341- lenipinzan@yahoo.com.br. 2 Doutora em Educação pela UNICAMP, profª do Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá UEM, rosesheen@yahoo.com.br. 3 Este trabalho ora em desenvolvimento faz parte da dissertação de Mestrado.
RESULTADOS: No final da década de 1960 e início dos anos 1970, a ocupação e a colonização da região tinham atingido os limites de sua expansão e iniciado um processo de sedimentação mediante a definição de alternativas de sua inserção na economia em geral. A demanda por educação, que desde o período da colonização era necessária para a permanência das famílias em terras colonizadas, havia extrapolado o estágio do tradicional ensino primário e atingido os demais estágios dos graus médios. Para aqueles que concluíam essa escolaridade, que desejassem dar prosseguimento nos seus estudos, não havia outra alternativa, a não ser se deslocar para outras cidades que contemplava nível universitário. A demanda pela educação superior foi tão acentuada naquele período, que, na impossibilidade de garantir recursos estaduais ou federais, foi criada uma Fundação Municipal, com ampla participação da sociedade, para a manutenção dos cursos superiores de Cascavel. Na história do progresso do Ensino Superior no Oeste do Paraná, 1974 foi um ano expressivo que balizou tanto pelas transformações como pela busca de alternativas de ampliação do atendimento ás demandas de novas áreas de graduação. Pela Lei Municipal a fundação foi transformada em Ciências e Letras de Cascavel FECIVEL. No final da década de 1970, com desenvolvimento de outras cidades da região, a demanda pelo ensino superior se fazia necessária, foram então instituídas faculdades para atender a falta destas. O atendimento á demanda por ensino superior foi ampliado e diversificado. Á medida que os cursos já existentes evidenciavam a viabilidade de um ensino superior de qualidade, criou-se uma expectativa permanente em Cascavel, pólo pioneiro, e nas demais cidades pólo de desenvolvimento regional. Ir em busca de condições de ampliação de atendimento, e avanço do ensino superior já existente, passou a ser o alvo permanente dos mais diferentes segmentos da sociedade, dos organismos e associações civis, de suas representações políticas e dos educadores do Oeste do Paraná. Em 1979, do mesmo modo como ocorreu em Cascavel, a prefeitura municipal de Foz do Iguaçu, criou a uma fundação educacional, e em seguida transformada em Faculdade de Ciências Sociais - FACISA. Ao mesmo tempo em que Cascavel e Foz do Iguaçu consolidavam seu sistema econômico e o ensino superior neles implantados, outras
cidades de desenvolvimento já despontavam no contexto regional, dentre eles: Toledo e Marechal Cândido Rondon, que, em condições semelhantes entre si, também, no final da década de 1970, iniciaram a mobilização pela criação de cursos superiores. A instituição desses cursos objetivava consolidar conquistas sócio-econômico-culturais e respaldar cientificamente os próximos passos. Nesta conjuntura em 1980, foi instituída a Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busato de Toledo FACITOL. Neste mesmo ano foi também constituída a Faculdade de Ciências Humanas de Marechal Cândido Rondon FACIMAR. Ao mesmo tempo em que a FACISA, FACITOL e FACIMAR implantavam seus cursos iniciais e criavam outros novos, a FECIVEL, como instituição de ensino superior pioneira na região, buscava outras alternativas que viabilizassem seu desenvolvimento. Nesta perspectiva, em 1982, foi encaminhado ao Conselho Estadual de Educação um projeto de transformação da Faculdade de Educação em Universidade Municipal de Cascavel. Após o encaminhamento do processo de reconhecimento da Universidade Municipal de Cascavel ao Ministério da Educação, a FECIVEL ficou na expectativa de ser reconhecida enquanto Universidade, que embora não tenha se efetivado, implicou em profundas modificações político-pedagógicas e administrativas. Mesmo que essa alternativa, considerada as normas estabelecidas na época, se tenha tornado impossível, foram, coletivamente, buscadas outras alternativas possíveis a médio e longo prazo. A partir de 1984, após diversas reuniões com sindicatos, associações, cooperativas, estudantes e professores, foram desencadeados uma ampla mobilização regional neste sentido, abarcando duas frentes. A primeira, a nível político, visando apoio dos mais diferentes segmentos, instituições prefeitos e deputados da região. A segunda, junto ás quatro instituições de ensino superior regional. Após intensas negociações desenvolvidas nessas duas frentes, ao longo dos anos de 1985 e 1986, com apoio de assessorias de diferentes órgãos e instituições acadêmicas, foi percebida como alternativa viável à unificação das mantenedoras numa única instituição. Provida de recursos orçamentários do Estado, instituiu-se a Fundação Federação Estadual de Instituições de Ensino Superior do Oeste do Paraná UNIOESTE, assumindo gradativamente, a manutenção do ensino superior regional. O então, Governador do Estado do Paraná Álvaro Fernandes Dias (1987-1990)
transformou a Unioeste em Fundação Universidade Estadual do Oeste do Paraná FUNIOESTE, mantenedora dos quatro Centros Universitários da região naquela ocasião. No entanto, apenas em 24 de setembro de 1992, o Conselho Estadual de Educação instituiu a Comissão Especial para Reconhecimento da Unioeste. Em 16 de julho de 1991, o poder legislativo autorizou o poder executivo a transformar, entre outras, a Fundação Universidade do Oeste do Paraná em autarquia estadual. Somente em agosto de 1994, o Conselho Estadual de Educação aprovou o projeto de reconhecimento da Unioeste e encaminhou o processo ao Ministério da Educação - MEC. Em 23 de dezembro de 1994, a Unioeste finalmente foi reconhecida enquanto universidade. CONCLUSÃO: A institucionalização da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE representa um instrumento valioso para o desenvolvimento regional e veio atender reivindicações dos mais diversos segmentos da sociedade do Oeste do Paraná. Embora, por razões políticas a Unioeste com sede em Cascavel teve que aceitar a imposição de integrar várias faculdades para se constituir enquanto Universidade. A idéia da implantação de uma universidade regional tomou impulso a partir de 1985, pela ação dos diversos centros urbanos que já sediavam faculdades e que desejavam através da expansão deste projeto contribuir com o desenvolvimento regional através da disseminação do conhecimento. A integração das faculdades regionais no Oeste do Paraná tem sido uma característica no Brasil, em que as faculdades e institutos são reunidas na formação de universidades, e têm sido institucionalmente costuradas no que diz respeito a pessoal, a funcionamento administrativo, finanças e até território, campus. Assim á Unioeste também costurada, é composta por 5 (cinco) campi, localizadas na cidade de Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Francisco Beltrão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:. Lei Municipal nº 1088, a FUOP foi transformada em Fundação Faculdade de Educação Ciência e Letras de Cascavel FECIVEL.
EMER, Ivo Oss. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Comissão de Avaliação Instuticional. Avaliação Institucional da Unioeste. Cascavel: Edunioeste, 1998. FOZ DO IGUAÇU. Lei Municipal nº 947/77 de 22 de setembro de 1977, criou a Fundação Educacional de Foz do Iguaçu FUNEFI. MARECHAL CÂNDIDO RONDON. Lei Municipal nº 1.298/78 criou a Fundação Educacional de Marechal Cândido Rondon FUNDEMAR, entidade mantenedora dos cursos superiores oferecidos pela Faculdade de Ciências Humanas de Marechal Cândido Rondon FACIMAR. PARANÁ. Decreto nº 70.521, de 15 de maio de 1972, Denominado Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras da Fundação Universidade do Oeste do Paraná..Decreto Estadual nº 399/87, instituiu a Fundação Federação Estadual de Ensino Superior do Oeste do Paraná UNIOESTE..Decreto 2.352/88, a UNIOESTE é transformada em Fundação Universidade Estadual do Oeste do Paraná FUNIOESTE, mantenedora dos quatro Centros Universitários da região naquela ocasião.. Decreto Municipal nº 09/80 de 23 de Janeiro de1980 entidade mantenedora da Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busato de Toledo FACITOL. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Pró Reitoria de Graduação. Manual do Acadêmico: 2000/Unioeste/PRG. Cascavel: Edunioeste, 2000. 132 p.