Kaique Novaes de Souza Antonio Souza do Nascimento Marilene Fancelli Nilton Fritzons Sanches

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Transcrição:

Criação e Estabelecimento de uma Colônia-Mãe de Tamarixia radiata (Hymenoptera: Eulophidae), em Laboratório, Parasitoide de Diaphorina citri (Hemiptera: Liviidae), vetor do Huanglongbing Kaique Novaes de Souza Antonio Souza do Nascimento Marilene Fancelli Nilton Fritzons Sanches

118 IV Seminário de Intensificação Ecológica da Fruticultura Tropical Resumo O Huanglongbing (HLB), cujo agente causal é a bactéria Candidatus Liberibacter spp. é considerada a doença mais devastadora para a cultura dos citros. Uma das principais formas de disseminação desta doença se dá através do inseto vetor, Diaphorina citri. Tamarixia radiata, parasitoide de D. Citri apresenta alta eficiência no controle biológico de D. citri em todo o mundo, e sua criação em laboratório foi o objetivo deste trabalho. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Entomologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura, localizada na cidade de Cruz das Almas, BA, em sala climatizada: (25 C±2 C), umidade relativa de 70%±10% e fotoperiodo de 14:10 (L:E).Utilizou-se gaiolas de acrílico com dimensões de 97 cm x 45 cm x 45 cm, contendo uma média de seis plantas de murta, Murraia paniculata infestadas com ninfas de terceiro a quarto instar de D. citri,por gaiola. No período de 15 de janeiro de 2015 a 08 de julho de 2016 foi obtido produzido um total de 6.097 adultos T. radiata. Como dieta para os adultos de T. radiata, utilizou-se mel de abelha, Apis melifera mais pólen de mamona, Ricinus comunis, na proporção de 2:1, disponibilizado na parede interna da gaiola. A criação de T. radiata encontra-se estabelecida no Laboratorio de Entomologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura, sendo considerada a primeira colônia, deste parasitoide no Nordeste do Brasil. Palavras-chave: citros, murta, Murraia paniculata. Introdução A citricultura brasileira caracteriza-se como uma intensa cadeia produtiva do agronegócio nacional. Entretanto a ocorrência de pragas e doenças é um dos fatores de perdas de produção e produtividade, sendo considerada uma das principais ameaças à citricultura brasileira (NEVES et al., 2011), podendo acarretar grandes prejuízos. No ano de 2004 foi constatada, no Estado de São Paulo, a ocorrência do HLB, cujo agente causal é a Candidatus Liberibacter spp (MACHADO et

IV Seminário de Intensificação Ecológica da Fruticultura Tropical 119 al., 2010), sendo considerada a mais devastadora doença para a cultura dos citros, por não possuir tratamento curativo. Uma das principais formas de disseminação da doença é a transmissão através do inseto vetor, Diaphorina citri, de ocorrência em todas as regiões citrícolas do país, tornando o inseto de grande importância econômica após a introdução do HLB no território brasileiro (PARRA et al., 2010). O Tamarixia radiata, é o parasitoide de maior eficiência no controle biológico de D. citri em todo o mundo. O uso deste parasitoide é preconizado para áreas de produção orgânica ou pouco sujeita à aplicação de inseticidas. Esse parasitoide apresenta características importantes, como facilidade de ser produzido em laboratório em grande escala (PARRA et al., 2010), para liberação no campo objetivando sua atuação no controle biológico do vetor da HLB. O presente trabalho teve como objetivo estabelecer uma colônia-mãe, de T. radiata visando uma criação semi massal em e posterior liberação em campo. Metodologia O trabalho foi desenvolvido na sede da Embrapa Mandioca e Fruticultura localizada na cidade de Cruz das Almas, BA, realizando em duas etapas: Etapa A No setor de veículos em plantas de murta, Murraya paniculata, semanalmente, eram realizadas coletas de ramos com aproximadamente 5 cm a 8 cm de comprimento, infestada por ninfas de D. citri de quarto e quinto estádios (Figura 1).

120 IV Seminário de Intensificação Ecológica da Fruticultura Tropical Foto: Kaique Novaes Figura 1. Vista geral da área de coleta de ninfas de Diaphorina citri em murta, Murraya paniculata. Cruz das Almas, BA, 2016. Os ramos de murta foram colocados em caixa térmica (isopor), e transportados para o laboratório de Entomologia, onde era realizada a triagem do material com finalidade de constatar a presença de ninfas, logo em seguida eram acondicionados em tubos de ensaio, contendo um chumaço de algodão umedecido em água, visando a manutenção dos ramos e obtenção do parasitoide, T. radiata (Figuras 2 e 3). Foto: Kaique Novaes Figura 2. Aspecto geral de tubos de ensaio contendo ninfas de Diaphorina citri parasitadas por Tamarixia radiata. Cruz das Almas, BA, 2016.

IV Seminário de Intensificação Ecológica da Fruticultura Tropical 121 Figura 3. Adulto de Tamarixia radiata. Cruz das Almas, BA, 2016. Etapa B A fundação da colônia-mãe de T. radiata iniciou-se através da obtenção dos indivíduos emergidos no laboratório (etapa A ), os quais foram transferidos para uma gaiola de acrílico com dimensões de 97 cm x 45 cm x 45 cm em sala climatizada (25 C±2 C), umidade relativa de 70%±10% e fotoperiodo de 14:10 (L:E), conforme estabelecido por Gomez-Torres (2009), (Figura 4). Foto: Kaique Novaes Foto: Kaique Novaes Figura 4. Aspecto geral da gaiola com mudas de murta, Murrya paniculata, infestadas por Diaphorina citri. Cruz das Almas, BA, 2016.

122 IV Seminário de Intensificação Ecológica da Fruticultura Tropical Nessa etapa, utilizou-se uma média de seis plantas de murta infestadas com ninfas de terceiro a quarto instar de D. citri/gaiola, totalizando 28 gaiolas, no período de 15 de janeiro de 2015 a 1 o de abril de 2016. (Figura 5). Fotos: Kaique Novaes A Figura 5. Aspecto geral das mudas de murta, Murrya paniculata, (A), infestadas por ninfas de Diaphorina citri.(b). Cruz das Almas, BA, 2016. B As mudas com ninfas de foram provenientes da criação da praga mantida no laboratório de Entomologia. Como dieta para os adultos de T. radiata, utilizou-se mel de abelha mais pólen de mamona, Ricinus comunis, na proporção de 2:1, (JERVIS et al.,1996), e disponibilizado na parede interna da gaiola. À medida que a emergência do parasitoide ocorria, os mesmos eram capturados, contabilizados e transferidos para uma nova gaiola (Figura 6) com as mesmas condições descritas anteriormente.

IV Seminário de Intensificação Ecológica da Fruticultura Tropical 123 Fotos: Kaique Novaes A B C Figura 6. Aspecto geral da coleta do parasitoide (A). Adultos de Tamarixia radiata (B). Liberação em nova gaiola (C). Cruz das Almas, BA, 2016. Resultados Na etapa A, foram coletados um total de 40 ramos de murta, acondicionados em tubos de ensaio. Obteve-se um total de 63 ninfas de D. citri, com um percentual de parasitismo de 41% (Figura 7), destinados à fundação da colônia. Obtida a primeira geração (F1) do parasitoide, iniciou-se a fundação da colônia-mãe de T. radiata. Figura 7. Percentual de emergência de adultos em tubos de ensaio, Cruz das Almas, BA, 2016.

124 IV Seminário de Intensificação Ecológica da Fruticultura Tropical Na etapa foram B foram produzidos um total de 4.754 adultos T. radiata no período estudado (Figura 8). Figura 8. Produção mensal do parasitoide Tamarixia radiata em laboratório, Cruz das Almas, BA, 2016. Considerações Finais A criação de T. radiata encontra-se estabelecida no Laboratório de Entomologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura, sendo considerada a primeira colônia, deste parasitoide no Nordeste do Brasil. Agradecimento Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), pela bolsa de Iniciação Científica concedida ao primeiro autor, e ao assistente de pesquisa Sr. Dilson Barbosa de Brito, pelo apoio no Laboratório de Entomologia.

IV Seminário de Intensificação Ecológica da Fruticultura Tropical 125 Referências JERVIS, M. A.; KIDD, N. A. C.; HEIMPEL, G. E. Parasitoid adult feeding and biological control a review. Biocontrol News and Information, v. 17, p. 11-22, 1996. MACHADO, M. A.; LOCALI-FABRIS, E. C.; COLETTA-FILHO, H. D. Candidatus Liberibacter spp., agentes do huanglongbing dos citros. Citrus Research & Technology, v. 31, p. 25-35, 2010. NEVES, M. F.; TROMBIN, V. G.; MILAN, P.; LOPES, F. F.; CRESSONI, F.; KALAKI, R. O retrato da citricultura brasileira. São Paulo: CitrusBR, 2011. PARRA, J. R. P.; LOPES, J. R. S.; GOMEZ-TORRES, M. L.; NAVA, D. E.; PAIVA, P. E. B. Bioecologia do vetor Diaphorina citri e transmissão de bactérias associadas ao Huanglongbing. Citrus Research & Technology, v. 31, p. 37-51, 2010.