Atividades Impactantes e Impactos Ambientais Oriundos da Indústria de Móveis Pólo Moveleiro de Ubá MG. Celso Coelho de Souza 1, Elias Silva 2



Documentos relacionados
PRESERVAR O MEIO AMBIENTE UMA MISSÃO DE TODOS NÓS

1. INTRODUÇÃO 2. DADOS DO EMPREENDEDOR:

APLICAÇÕES INDUSTRIAIS DE ROBÔS

TOMO II SUMÁRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA

Aspectos Ambientais dos Transportes

GEOPROCESSAMENTO COMO INSTRUMENTO DE ANÁLISE NOS IMPACTOS AMBIENTAIS: MINERADORA CAMPO GRANDE TERENOS/MS.

Lista de cargos e funções disponíveis no Consórcio Ipojuca

PRODUÇÃO INDUSTRIAL CRESCIMENTO ECONÔMICO

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E SUAS RELAÇÕES COM A FAUNA SILVESTRE. Universidade Federal de Viçosa, eshamir@ufv.br

O Aquecimento Global se caracteriza pela modificação, intensificação do efeito estufa.

Eixo Temático ET Direito Ambiental OS IMPASSES DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PARA ATIVIDADE OLEIRA EM IRANDUBA (AM): ENTRE A LEI E OS DANOS

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

Adriana Maria Nolasco, Mariana Cerca, Lis Rodrigues Uliana

Iniciativas de Produção Mais Limpa na Indústria de Petróleo e Gás. Daniela Machado Zampollo Lucia de Toledo Camara Neder

A BIOMASSA FLORESTAL PRIMARIA

M ERCADO DE C A R. de captação de investimentos para os países em desenvolvimento.

INDÚSTRIA MOVELEIRA E RESÍDUOS SÓLIDOS: IMPACTOS AMBIENTAIS RESUMO

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

LEVANTAMENTO DA QUANTIDADE DE RESÍDUOS DA INDÚSTRIA MADEREIRA NO MUNICÍPIO DE GURUPI-TO

Geração de energia elétrica

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO INDÚSTRIA MADEIREIRA Desdobro Primário da Madeira

SUSTENTABILIDADE EM CONDOMINIOS

III-258 UTILIZAÇÃO DA COMPOSTAGEM NA PRODUÇÃO DE ESPÉCIES PAISAGÍSTICAS DESTINADAS A ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA - MG

A primeira análise do ciclo de vida da embalagem de leite UHT em toda a Europa

EDUCAÇÃO AMBIENTAL JUNTO A COLABORADORES DO SETOR DE MINERAIS NÃO METÁLICOS DA PARAÍBA PARA PRODUÇÃO DE SABÃO COM ÓLEO DE COZINHA USADO.

I Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental I COBESA

Emissões Atmosféricas e Mudanças Climáticas

ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA - EIV. Mário Barreiros

GESTÃO AMBIENTAL. Avaliação de Impactos Ambientais ... Camila Regina Eberle

Logística Reversa: destinação dos resíduos de poliestireno expandido (isopor ) pós-consumo de uma indústria i catarinense

SGA. Sistemas de gestão ambiental. Sistemas de gestão ambiental. Sistemas de gestão ambiental 07/04/2012

Tania Pich Gerente Geral de Saneantes - ANVISA

INDÚSTRIA CONTRATA: PARA FAXINAL DOS GUEDES

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras

Participação Social enquanto Instrumento da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos

O AR QUE RESPIRAMOS Professor Romulo Bolivar.

5 Conclusão e Considerações Finais

Aplicação do algoritmo genético na otimização da produção em indústrias de açúcar e álcool

Ecologia. 1) Níveis de organização da vida

Uma Visão dos Aspectos Ambientais Relacionados a Atividade Portuária

Guia de sustentabilidade para plásticos

Infra estrutura precária Máquinas e Equipamentos

IDENTIFICAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E GERENCIAMENTO DE INDICADORES DE RUÍDO AMBIENTAL EM PROCESSOS INDUSTRIAIS. Lucinda Oliveira Amaro a

Avaliação da Viabilidade Ambiental de Projetos: Pressupostos, Conceitos e Etapas do Processo PROF. ELIAS SILVA

IMPACTOS AMBIENTAIS DA OPERAÇÃO DE UM POSTO VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS EM NATAL/RN

Consumo Consciente e Sustentabilidade. Uma estratégia para minimizar os impactos ambientais nas indústrias

Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos

POLITICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

JATEAMENTO - INTRODUÇÃO APLICAÇÃO

FISPQ. FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTO QUÍMICO NBR NOME DO PRODUTO: Solução Titulante

Indústria. Prof. Dr. Rudinei Toneto Júnior Renata de Lacerda Antunes Borges

A metodologia proposta pela WEG para realizar este tipo de ação será apresentada a seguir.

CATÁLOGO INSTITUCIONAL SET CATÁLOGO INSTITUCIONAL MEGAFORT INDUSTRIAL HIDRÁULICA LTDA. CILINDROS HIDRÁULICOS

Estudo de Impacto Ambiental

PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL DA PGR PROJETO PARA AQUISIÇÃO DE COLETORES PARA COLETA SELETIVA

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS

Assim sendo, apresenta-se, ao final do presente capítulo, as diretrizes orientadoras de cada um dos programas previstos.

Trabalha nos diversos setores da indústria no Brasil, dentre os quais se destaca:

PLANIFICAÇÃO CIÊNCIAS NATURAIS (8.º ANO) 2015/2016 Docentes: João Mendes, Madalena Serra e Vanda Messenário

ACPO Associação de Combate aos Poluentes Associação de Consciência à Prevenção Ocupacional CGC: / SUCEN

Latitude (GG:MM:SS) 22. NÚMERO DE VEÍCULOS, EMBARCAÇÕES, AERONAVES 23. OUTROS DADOS QUANTITATIVOS

RELATÓRIO TÉCNICO GESOL Nº 19/2009

Manufatura de Brinquedos Estrela S. A. Autora: Nádia Pontes Mantovani. Orientadora: Profª. Ms. Helane Cabral Universidade Presbiteriana Mackenzie

Fábrica de Vassoura. São Domingos do Norte ES

SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO

O Petróleo é um fonte de energia não renovável, e no momento uma das maiores fontes de energia para a humanidade.

Carlos Massaru Watanabe/ Marcos Gennaro Engenheiros Agrônomos

Poluição das Águas. A poluição das águas gera efeitos dramáticos em todo o ecossistema COLÉGIO MARISTA SÃO JOSÉ 9º ANO ENS.

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO FLORESTAL NA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS. Paulo Rogério Soares de OLIVEIRA Universidade Federal de Viçosa

LURDINALVA PEDROSA MONTEIRO E DRª. KÁTIA APARECIDA DA SILVA AQUINO. Propor uma abordagem transversal para o ensino de Ciências requer um

DESTINO FINAL AMBIENTALMENTE CORRETO DAS EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOS

Institucional. Madeira e Biomassa

Agricultura de Baixo Carbono e Bioenergia. Heitor Cantarella FAPESP: Programa BIOEN & Instituto Agronômico de Campinas(IAC)

4 Usuários Este procedimento operacional aplica-se a todos os setores de responsabilidade da FURB (todas as células funcionais/atividades).

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão

IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREA DE RIO SÃO FRANCISCO, PETROLINA PE.

EXERCÍCIOS DE CIÊNCIAS (6 ANO)


Etapas do planejamento e da elaboração de um estudo de impacto ambiental

FICHA DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS

1. GES 11: Produção de sais de níquel do metal níquel

Dia Nacional da Prevenção

Sistema Integrado de Licenciamento - SIL

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

OFICINAS MECÂNICAS E POSTOS DE LAVAGEM

ANEXO II MAPEAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS

Aspectos e Impactos Ambientais

ANEXO III Resolução 1 da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima. Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável

AVALIAÇÃO AMBIENTAL EM UMA COOPERATIVA DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

Tecnologia e Sustentabilidade

Gases de processos indústria cerâmica

Conteúdo Específico do curso de Gestão Ambiental

6 Exploração florestal ATENÇÃO!

EDITAL SENAI SESI DE INOVAÇÃO. Caráter inovador projeto cujo escopo ainda não possui. Complexidade das tecnologias critério de avaliação que

Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Vegetal. Rio de Janeiro, 8 de maio de 2013

AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL REALIZADA NA PONTE DO RIO SÃO JORGE/PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

8 PROGNÓSTICO AMBIENTAL

- Bibliografia Recomendada

Gestão de impactos sociais nos empreendimentos Riscos e oportunidades. Por Sérgio Avelar, Fábio Risério, Viviane Freitas e Cristiano Machado

Transcrição:

1 Atividades Impactantes e Impactos Ambientais Oriundos da Indústria de Móveis Pólo Moveleiro de Ubá MG Celso Coelho de Souza 1, Elias Silva 2 A partir da década de 90, alguns segmentos da indústria brasileira experimentaram mudanças significativas em sua base produtiva, para se ajustar às novas condições de abertura do comércio internacional e à crescente preocupação ambiental (ABREU, 2000). O Pólo Moveleiro de Ubá é o terceiro maior do País em número de empresas e o primeiro do Estado de Minas Gerais, possuindo mais de 400 empresas e sendo responsável pela geração de cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos (FIEMG, 2007). Porém, para a grande maioria das fábricas de móveis desse pólo, a questão ambiental ainda não é tratada de forma adequada. Isso porque, por enquanto, não é cobrada de maneira eficiente pelo órgão licenciador; ou não é vista como um investimento pelo empresário; ou porque, simplesmente, este não é capitalizado o suficiente para se adequar ambientalmente. Diante desses fatos, é necessário se ter o conhecimento de quais são, efetivamente, as atividades responsáveis pela geração dos impactos ambientais na indústria moveleira, e, ainda, quais são efetivamente esses impactos, visando fornecer embasamento para a adequação do Pólo Moveleiro de Ubá às exigências ambientais gerais. Portanto, o objetivo deste trabalho foi efetuar uma listagem dos impactos ambientais decorrentes do citado empreendimento, a partir da identificação e descrição de suas atividades impactantes. Identificação das Atividades Impactantes A identificação e a descrição das atividades impactantes relacionadas ao Pólo Moveleiro de Ubá foram realizadas com base em consulta a referências bibliográficas e no acompanhamento in loco das tarefas realizadas nas fábricas de móveis e de suas interferências nos meios físico, biótico e antrópico. Para tanto, foram realizadas visitas técnicas ao Pólo, contemplando-se 43 fábricas, desde micro a grandes empresas, e ainda considerando-se as diferentes linhas de produção existentes. Em todas as visitas, houve 1 Engenheiro Florestal, MS. Fundação de Parques Municipais BH. E-mail: celsoenf01@yahoo.com.br. 2 Engenheiro Florestal, DS. Professor do Departamento de Engenharia Florestal/UFV. E-mail: eshamir@ufv.br

2 acompanhamento de técnicos das empresas, com o objetivo de esclarecer detalhes do processo de produção. As atividades impactantes identificadas totalizaram 28. São elas: Contratação de Mão-de-Obra; Aquisição de Matéria-Prima; Armazenamento de Matéria-Prima; Produção de Energia (em caldeiras); Secagem de Madeira Sólida; Movimentação de Matéria-Prima na Fábrica; Corte de Madeira, Chapas em Geral e Elementos Metálicos; Desengrosso de Tábuas e de Peças de Madeira em Geral; Desempeno de Tábuas e de Peças de Madeira em Geral; Fresamento de Tábuas e Chapas Reconstituídas de Madeira; Modelagem de Elementos de Aço; Furação de Peças; Filetação de Peças Oriundas de Chapas Reconstituídas de Madeira; Grampeamento ou Pregação de Peças de Madeira; Colagem de Peças de Móveis e Lâminas de Madeira; Soldadura de Peças de Aço; Lixamento de Peças; Aplicação de Desengraxantes e Anti-Oxidantes em Peças de Aço; Aplicação de Massas ou Seladores em Peças; Pintura, Envernizamento e Aplicação de Ceras, Tingidores ou Primers ; Secagem de Peças após Selamento, Pintura e Envernizamento; Embalagem de Móveis; Armazenamento de Móveis na Fábrica; Carregamento de Veículos; Comercialização de Móveis; Descarte de Embalagens de Produtos Químicos; Descarte de Resíduos Diversos; Manutenção de Máquinas e Equipamentos.

3 Identificação dos Impactos Ambientais Na seqüência, é apresentado o check-list descritivo contendo os principais impactos ambientais causados pelas atividades impactantes relacionadas à indústria moveleira. Os impactos ambientais encontrados para a indústria de móveis totalizaram 20. Destes, apenas quatro (20%) se mostraram positivos, sendo os outros 16 (80%) negativos. Impactos Ambientais Positivos Geração de empregos, renda e conseqüente desenvolvimento regional e nacional, devido à contratação de mão-de-obra; Contribuição ao desenvolvimento regional e nacional, pelo fluxo de recursos financeiros utilizados na aquisição de matéria-prima para atender às necessidades da indústria moveleira; Geração de renda aos empresários, e contribuição ao desenvolvimento regional e nacional, advinda da comercialização dos móveis; Geração de renda aos atores sociais envolvidos na comercialização de embalagens descartadas de produtos químicos e de resíduos diversos e conseqüente contribuição ao desenvolvimento regional e nacional. Impactos Ambientais Negativos Depreciação da qualidade do ar, em vista da maior concentração de serragem fina - pó de serra -, advinda: do corte, desengrosso, desempeno, fresamento, da furação de madeira sólida ou reconstituída, e da manipulação desse resíduo durante seu descarte, além da concentração de particulados oriundos da aplicação de produtos químicos com pistolas; Depreciação da qualidade do ar, em decorrência da maior concentração de gases resultantes do processo de combustão, devido: ao funcionamento de empilhadeiras, à produção de energia em caldeiras, à soldagem de peças de aço, à aplicação de desengraxantes e anti-oxidantes, à secagem de peças em estufa e à queima de embalagens e resíduos diversos; Depreciação da qualidade do ar, pelo aumento da concentração de substâncias voláteis advindas dos produtos químicos utilizados no processo produtivo: adesivos, tintas, vernizes, desengraxantes, lubrificantes, etc.;

4 Aumento da temperatura ambiente nos locais em que funcionam as caldeiras, estufas e filetadeiras, e onde se executa a soldadura, a aplicação de desengraxantes e antioxidantes e a queima de embalagens e resíduos diversos; Interferência negativa na qualidade química do recurso edáfico e na sua microbiota, pela deriva de produtos químicos (tintas, vernizes, seladores, etc.), aplicados por meio de pistolas, ou ainda, descartados inapropriadamente no solo; Depreciação da qualidade química da água superficial e subterrânea, assim como, interferência negativa na flora e fauna aquáticas, pela deriva de produtos químicos (tintas, vernizes, seladores, etc.), aplicados por meio de pistolas, ou ainda, descartados inapropriadamente no solo ou diretamente nos corpos d água; Indução ao assoreamento e aumento da turbidez dos corpos d água, pelo aporte de materiais advindos do descarte de resíduos diversos sobre o solo; Interferência negativa no processo fotossintético de vegetais situados nas proximidades dos locais onde ocorre o descarte de serragem fina - pó de serra -, tendo em vista o aumento da concentração destes particulados no ar, com a sua conseqüente deposição sobre as plantas, o que traz repercussões na ocupação do hábitat por parte destes organismos e também da fauna terrestre dependente da vegetação; Estresse da fauna terrestre, notadamente no meio rural, induzido pelo ruído produzido pelas diversas máquinas utilizadas na produção, tais como: serras, desengrossadeiras, desempenadeiras, furadores, soldadores, etc., alterando seu comportamento em termos de ocupação de hábitat, por sua fuga em direção a ambientes mais próximos; Desconforto sonoro ao trabalhador, bem como à população circunvizinha à unidade fabril, devido aos ruídos provocados pelo funcionamento das máquinas integrantes do processo produtivo, podendo ocasionar danos irreversíveis à saúde de ambos; Desconforto visual ao trabalhador envolvido no corte e soldadura de elementos metálicos, lixamento e pintura de peças, podendo sofrer danos em sua saúde, assim como à população circunvizinha, devido à fumaça gerada pela queima de embalagens e resíduos diversos; Desconforto olfativo ao trabalhador envolvido na lida com produtos químicos (tintas, adesivos, solventes, etc.), alimentação de caldeiras, manipulação de empilhadeiras, filetação, soldadura, lixamento, e aplicação de desengraxantes e anti-oxidantes; e também à população circunvizinha, afetada principalmente pela volatilização de tais produtos e pela

5 queima de embalagens e resíduos diversos, ocasionando risco de danos, tanto à saúde desta, quanto à do trabalhador; Desconforto térmico ao trabalhador envolvido na lida com caldeiras e estufas, filetação, soldadura, aplicação de desengraxantes e anti-oxidantes, e embalagem por termoencolhimento, podendo ocasionar danos à saúde do mesmo; assim como à população circunvizinha aos locais destinados à queima de embalagens e resíduos diversos; Possibilidade de danos à saúde do trabalhador e da população circunvizinha devido ao favorecimento à proliferação de animais peçonhentos ou vetores de doenças, quando do acúmulo de materiais, resultante do armazenamento de matéria-prima na fábrica; Possibilidade de danos à saúde de pessoas que consumam gêneros alimentícios porventura produzidos nos locais onde ocorre o descarte de resíduos diversos, tendo em vista a eventual contaminação do solo nestes ambientes; Possibilidade de danos à saúde do trabalhador envolvido na movimentação manual de cargas (por exemplo, durante o carregamento de caminhões), quando não se observam aspectos ergonômicos da atividade. Conclui-se, nesse trabalho, que as atividades impactantes geram, em maior parte, impactos ambientais negativos. Apesar disso, não se pode dizer que a Indústria Moveleira é ambientalmente indesejável, visto que, não se tem ainda uma avaliação quantitativa desses impactos. Conclui-se ainda que o Pólo Moveleiro de Ubá deve buscar medidas mitigadoras para seus impactos ambientais negativos e potencializadoras para os positivos, tendo-se em vista sua adequação ambiental. Referências Bibliográficas ABREU, C. M. Diagnóstico de consumo e suprimento de produtos madeireiros no setor moveleiro do município de Ubá MG. 2000. 74 f.. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. FIEMG. Informações do Pólo Moveleiro de Ubá. APL do Pólo Moveleiro de Ubá, Ubá, 2007. Disponível em: <http://www.fiemg.org.br/default.aspx?tabid=34#7>. Acesso em: 29 out. 2007.

6 SOUZA, C. C. Avaliação de impactos ambientais da atividade industrial no Pólo Moveleiro de Ubá-MG. 2008. 165 f.. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.