Avaliação do desmatamento após a interrupção do processo de criação de áreas protegidas em Goiás 1

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Transcrição:

Avaliação do desmatamento após a interrupção do processo de criação de áreas protegidas em Goiás 1 Fabrício Assis Leal 2 Oréades Núcleo de Geoprocessamento Mário Barroso Ramos-Neto, Dr Conservação Internacional Brasília/DF Gerente do Programa Cerrado-Pantanal Ricardo Bonfim Machado, Dr Conservação Internacional Brasília/DF Diretor do Programa Cerrado-Pantanal RESUMO. A região sudoeste de Goiás, além de possuir grande potencial na produção agrícola e pecuária, é detentora de muitas áreas com relevante interesse para a conservação da biodiversidade. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) estudou a possibilidade da criação do Refúgio de Vida Silvestre da Panela e, a Agência Goiana de Meio Ambiente (AG- MA), a criação do Parque Estadual da Serra do Caiapó. Entretanto, nenhuma das duas propostas foi levada a termo pelo governo. O objetivo desse trabalho foi avaliar os desmatamentos nessas áreas, verificando a existência de alguma relação entre a interrupção do processo de criação e a ocorrência dos desmatamentos. A avaliação foi feita comparando os desmatamentos dentro de cada polígono proposto para as UCs e numa área externa. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados (DBC) em esquema fatorial 2 x 2, ao nível de 5% de significância. As taxas médias anuais de desmatamentos ficaram acima da média encontrada por Machado et. al., (2004a) para o Cerrado. Porém, não houve diferença entre as áreas internas e externas desmatadas, não evidenciando o fato que a interrupção do processo para a criação das UCs prejudique importantes áreas com grande relevância em biodiversidade. Palavras-Chave: Unidades de Conservação, Imagens de Satélites, Biodiversidade, Sudoeste Goiano, Geoprocessamento. INTRODUÇÃO Unidades de conservação são criadas com o intuito de proteger recursos bióticos e conservar recursos físicos e culturais, sendo fundamentais nas estratégias de conservação regionais. Com a publicação da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000, estabelecendo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), foram definidos os critérios e regras para o estabelecimento e gestão das unidades de conservação. 1 Enviado originalmente em português 2 assisleal@gmail.com Assim, unidades de conservação são criadas por ato do poder público e sua criação deve, com exceção das Reservas Biológicas, ser precedida de consulta pública, de acordo com o 2º parágrafo do Art. 22 do SNUC, para apresentar a proposta à comunidade e trazer subsídios para os estudos técnicos, permitindo identificar, localizar e dimensionar os limites mais apropriados de cada UC. O Poder Público é obrigado, nesses casos, a dar todas as informações adequadas e compreensíveis à população local e às demais partes interessadas. Esse processo de consulta à população muitas vezes serve para cata- Artigos Técnico-Científicos 54 Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64

Avaliação do desmatamento após a interrupção do processo de criação de áreas protegidas em Goiás lisar pressões e interesses de pequenos grupos contrários à criação das áreas protegidas. Em Goiás, segundo o IBAMA (2006), existem 36 áreas protegidas, sendo nove de proteção integral e 27 de uso sustentável. Nas áreas de proteção integral encontram-se dois parques nacionais: o Parque Nacional das Emas e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; e sete parques estaduais, entre eles o Parque Estadual da Serra de Caldas e o Parque Estadual da Serra Dourada. Nas áreas de uso sustentável encontram-se as seguintes categorias: Área de Proteção Ambiental - APA (11), Floresta Nacional FLONA (2), Reservas Particulares do Patrimônio Nacional RPPN (13) e Floresta Estadual (1). Com o intuito de proteger áreas de grande interesse para a conservação da biodiversidade no sudoeste goiano, duas propostas de criação de unidades de conservação estaduais foram encaminhadas, sendo elas: Refúgio de Vida Silvestre da Panela, com iniciativa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), e o Parque Estadual da Serra do Caiapó, com iniciativa da Agência Goiana de Meio Ambiente (AGMA). Ambas as UCs estão incluídas, de acordo com o SNUC, na categoria de proteção integral, cujo objetivo básico é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. Essas duas iniciativas, seguindo as orientações do SNUC, tiveram as propostas técnicas apresentadas em audiências públicas, realizadas em maio e abril de 2004; porém, devido à grande pressão política exercida por grupos econômicos com interesses de exploração na área, nenhuma das duas propostas foi implementada pelo governo. O objetivo desse trabalho foi avaliar as conseqüências da interrupção do processo de criação dessas áreas protegidas, analisando os desmatamentos ocorridos nos doze meses após a audiência pública. MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo inclui as duas áreas propostas para criação de Unidades de Conservação (UC) no sudoeste goiano, e um raio de 20 km de seu entorno. As unidades de conservação propostas são: Parque Estadual (PE) da Serra do Caiapó, com 341.868 hectares, localizado nos municípios de Mineiros, Caiapônia, Doverlândia, Palestina de Goiás e Portelândia, entre as latitudes -16 40 e -17 30 S e -51 0 e -53 0 W. A FIGURA 1 detalha a localização da UC proposta na região sudoeste de Goiás e também a sua localização no estado; e o Refúgio de Vida Silvestre (RVS) da Panela, com 76.336 hectares, com área distribuída nos municípios de Serranópolis e Chapadão do Céu, entre as latitudes -18 00 a -18 30 S e longitudes -52 15 a -52 45 W, conforme a FIGURA 2, que mostra a localização da UC no sudoeste goiano e no estado; A avaliação foi feita comparando o desmatamento dentro de cada polígono proposto e numa área externa, correspondendo à expansão dos limites do polígono em 20 km, definindo áreas de estudos de 1.484.487 hectares (PE Serra do Caiapó) e 553.021 hectares (RVS da Panela). Para a digitalização dos desmatamentos foram usadas imagens de satélite CBERS-2 (China-Brasil Earth Resources Satellite), do sensor CCD (Couple Charged Device). As melhores cenas disponíveis para as duas áreas de estudo (PE da Serra do Caiapó e RVS da Panela) foram escolhidas com base em uma pesquisa feita no site do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em que, para o conjunto de 2004, foi levada em consideração a data do acontecimento das audiências públicas; e, para a comparação entre os dados das áreas de estudo (conjunto 2005), adotou-se o intervalo de um ano após as audiências públicas. As cenas do satélite CBERS-2 que foram utilizadas para o estudo foram: 160 (119), 161 (119, 120 e 121) e 162 (119, 120 e 121). Artigos Técnico-Científicos 55 Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64

Figura 1: Localização do Parque Estadual (PE) da Serra do Caiapó área proposta Figura 2: Localização do Refúgio de Vida Silvestre (RVS) da Panela área proposta Artigos Técnico-Científicos 56 Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64

Avaliação do desmatamento após a interrupção do processo de criação de áreas protegidas em Goiás A correção geométrica de todas as imagens geradas para o primeiro conjunto CBERS 2004 foi feita no Erdas Imagine 8.6 com base nas cartas de drenagem do IBGE (1983) com escala de 1:100.000, usando em média 17 pontos de controle. Posteriormente, foi inserida a projeção UTM (Universal Transversal de Mercator), com unidades em quilômetros e Datum Hayford. A correção geométrica do segundo conjunto CBERS 2005 foi feita com base nas imagens de 2004 corrigidas, usando em média 15 pontos de controle, recebendo a mesma projeção e unidades do conjunto 2004. Foi composto o mosaico das cenas georreferenciadas de cada conjunto (2004 e 2005). O recorte das áreas de estudo do PE da Serra do Caiapó e do RVS da Panela foi feito utilizando-se a ferramenta Subset Image do Erdas Image 8.6, expandindo os vetores das propostas a um raio de 20 km. Após esse processo foi realizada a digitalização das áreas alteradas por meio da interpretação visual, comparando as áreas de estudo em 2004 e 2005 das duas propostas de UC. Essa digitalização foi feita em vetores utilizando o software ArcGis 8.3, e em seguida foram calculadas suas áreas, expressas no campo Hectares da tabela do vetor. Para verificar a real situação de uso do solo e a quantificação das áreas naturais e antropizadas das duas áreas de estudo, somente para o conjunto de imagens de 2004 foi feita uma classificação não supervisionada com 100 classes, com no máximo 20 interações e com a opção de não classificar zeros, utilizando a ferramenta Unsupervised Classification do Erdas Image 8.6. Usando o recode, as 100 classes foram agrupadas em apenas duas classes, nos temas Natural e Antropizado. Esse resultado quantificou as áreas nativas e antropizadas em 2004, necessitando apenas de uma reclassificação manual nos pontos onde houve confusões entre as áreas naturais e antropizadas. Para a avaliação da cobertura de 2005, bastou subtrair os vetores digitalizados dos desmatamentos para quantificar também as áreas naturais e antropizadas desse conjunto. Para constatar se houve diferença entre os desmatamentos que ocorreram nas áreas internas e aqueles ocorridos nas áreas externas às duas áreas propostas para UC, foi feito um delineamento em blocos casualizados (DBC) em esquema fatorial 2 x 2 e um teste T ao nível de 5% de significância, usando o software Sisvar (Ferreira, 2000), em que a variávelresposta utilizada foi a área desmatada, aqui chamada de desmatamento. O primeiro fator representa as UC (PE da Serra do Caiapó e do RVS da Panela) e o segundo fator representa as áreas desmatadas nos níveis internas e externas. Para melhor controle, os dados foram agrupados em cinco classes para cada UC e para cada área analisada (interna e externa), sendo elas: 0 1 ha; 1,01 10 ha; 10,01 50 ha; 50,01 100,0 ha; acima de 100,0 ha. Usou-se o valor central (média) em cada classe, pois a soma das áreas desmatadas não foi uma boa variável para análise, uma vez que existiam freqüências muito diferentes em cada classe. Transformou-se também a variável desmatamento em raiz quadrada, para homogeneização das variâncias e para atender a um dos pressupostos da análise de variância (ANOVA). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os recortes foram criados a partir dos mosaicos, utilizando para isso os vetores das áreas propostas expandidas em 20 km, e foram importantes para delimitar as áreas estudadas, bem como para separar as análises por unidades de conservação. As FIGURAS 3 e 4 detalham o recorte feito nos mosaicos, com os vetores das propostas expandidas do PE Serra de Caiapó e do RVS da Panela, para os conjuntos 2004 e 2005. Artigos Técnico-Científicos 57 Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64

Figura 3: Recorte CBERS conjunto 2004 e 2005 (área proposta para o Parque Estadual da Serra do Caiapó). Figura 4: Recorte CBERS conjunto 2004 e 2005 (área proposta para o Refúgio de Vida Silvestre da Panela) Artigos Técnico-Científicos 58 Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64

Avaliação do desmatamento após a interrupção do processo de criação de áreas protegidas em Goiás PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO CAIAPÓ Em 2004, a área de estudo do PE da Serra do Caiapó apresentou, após a classificação, 744.631 hectares de vegetação nativa (um pouco mais da metade de sua área) e 739.855 hectares de áreas antropizadas, relação essa importante caso se considere que ao sul da área de estudo a região já se encontra dominada por agricultura e pastagem. A importância dessa técnica de sensoriamento remoto e geoprocessamento também foi constatada por Barroso et. al., 1993 apud Fidalgo et. al., 2003. A FIGURA 5 apresenta a área proposta para o Parque Estadual da Serra do Caiapó após a classificação referente ao ano de 2004. Foi identificado após o processo de digitalização das áreas desmatadas um total de 556 polígonos de desmatamento, somando uma área total desmatada de 13.825 hectares em um ano, correspondendo a 1,86% de taxa de desmatamento. Esses desmatamentos indicam que a substituição da cobertura vegetal é um processo constante e ininterrupto. Esse fato foi evidenciado nos valores de desmatamentos encontrados por Machado et. al. (2004b) entre 1989 e 2002, apresentados na TABELA 1, em que principalmente os municípios de Serranópolis e Chapadão do Céu, no sudoeste goiano, se destacaram com 25% e 15%, respectivamente, de perda de ambientes naturais, chegando a uma taxa média estimada de desmatamento anual de 3,5% (TABELA 2). Outra observação e discussão que se abre com esse trabalho é que as taxas de desmatamento devem ser calculadas considerando apenas os remanescentes e não a área total em estudo. Se assim feito, podemos notar que os índices de desmatamento são ainda maiores e mais preocupantes, conforme mostra a TABELA 3 abaixo. Dos 556 polígonos de desmatamento digitalizados, 157 foram localizados dentro da área proposta para a unidade de conservação, to- Figura 5: Área proposta para o Parque Estadual da Serra do Caiapó após a classificação - 2004 Artigos Técnico-Científicos 59 Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64

TABELA 1: Valores de desmatamento para alguns municípios do Sudoeste de Goiás entre 1989 e 2002 Município Área Total Área Desmatada % da área municipal desmatada no período Chapadão do Céu 235.571 34.550 14,67 Mineiros 906.785 116.270 12,82 Portelândia 55.117 5.383 9,77 Santa Rita do Araguaia 136.154 14.668 10,77 Serranópolis 553.117 138.637 25,06 Fonte: Machado et. al., (2004b). TABELA 2: Estimativas de perda de ambientes naturais para municípios do Sudoeste de Goiás entre 1989 e 2002 Município % perda de % perda média anual Desmatamento Desmatamento ambientes naturais de ambientes naturais ha/ano ha/dia Chapadão do Céu -42,04-3,50 2.879 8 Mineiros -22,68-1,89 9.689 27 Portelândia -27,90-2,32 449 1 Santa R. do Araguaia -22,27-1,86 1.222 3 Serranópolis -42,01-3,50 11.553 32 Fonte: Machado et. al., (2004b). TABELA 3: Resumo das relações feitas com as áreas desmatadas e as áreas classificadas do PE da Serra do Caiapó PE da Serra Área total Área natural Área natural Total Desmatamento / do Caiapó (ha) (ha) (%) Desmatamento Área Natural (ha) (%) Total 1.484.486 744.631 50% 13.825 1,86% Interno 341.868 275.282 81% 4.511 1,64% Externo 1.142.618 469.349 41% 9.313 1,98% talizando 4.511 hectares, representando 1,64% de área interna desmatada, índice acima da média anual encontrada para o Cerrado (0,67%/ano) por Machado et. al., 2004a. Já os desmatamentos que ocorreram fora do limite proposto do PE da Serra do Caiapó foram quantificados em 399 polígonos, somando uma área de 9.313 hectares desmatados. Esse total representa 1,98% de taxa de desmatamento e mostra que, em termos percentuais, foi superior ao constatado dentro da área proposta para a UC (1,64%). Com o agrupamento dos desmatamentos em cinco classes de áreas (de acordo com sua extensão), foi possível entender sua contribuição em relação à paisagem. A FIGURA 6 mostra que os desmatamentos que ocorreram entre o intervalo de classe 10,01 e 50 hectares tiveram maior freqüência que as demais classes, merecendo, portanto, a mesma importância e atenção dada aos desmatamentos acima de 100 hectares, pois representaram 41% do total desmatado. REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE DA PANELA A área de estudo do RVS da Panela, de acordo com os dados obtidos para 2004, apresentou 253.797 hectares de vegetação nativa (46%) e Artigos Técnico-Científicos 60 Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64

Avaliação do desmatamento após a interrupção do processo de criação de áreas protegidas em Goiás 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 Hectares 9 0-1,0 1139 5713 3329 Figura 6: Gráfico com distribuição de freqüência das áreas desmatadas em cinco classes de tamanho na área de estudo do PE da Serra do Caiapó 299.224 hectares de áreas antropizadas. 3636 1,1-10,0 10,1-50,0 50,1-100,0 100,0 - acima Classes (hectares) Essa porcentagem de áreas naturais poderia ser menor, não fosse o Parque Nacional das Emas fazer parte de uma considerável porção na área de estudo, impedindo a ocorrência de mais desmatamentos. A FIGURA 7 mostra a área de estudo do RVS da Panela após a classificação referente ao ano de 2004 Foram identificados, após o processo de digitalização das áreas alteradas, 141 polígonos de desmatamento, somando 8.759 hectares desmatados no intervalo de um ano. Esse total equivale a 3,45% de perda de áreas naturais, indicando a contínua substituição dessas áreas naturais por pastagens e lavouras. Isso também foi observado por Machado et. al. (2004b), revelando que essa região, em análise realizada entre os anos de 1989 a 2002, teve uma perda considerável de áreas naturais, principalmente nos municípios de Serranópolis e Chapadão do Céu alcançando quase 43% de perda dos seus ambientes naturais em doze anos, conforme dados estimados, apresentados na TABELA 2. Os outros municípios apresentaram perdas de hábitats superiores a 20% da área municipal. Figura 7: Área proposta para o Refúgio de Vida Silvestre da Panela após a classificação 2004 61 Artigos Técnico-Científicos Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64

Dos 141 polígonos digitalizados, 27 ocorreram dentro da área proposta para a unidade de conservação, totalizando 2.104 hectares, representando 4,16% de áreas internas desmatadas, conforme mostra a TABELA 4 abaixo. Esse índice se mostrou bem acima da média anual encontrada para o Cerrado (0,67%/ano) por Machado et. al., 2004a, bem como acima da taxa média anual para a região sudoeste de Goiás, divulgada por Machado et. al., 2004b, que foi de 3,5% para alguns municípios, conforme TABELA 2. Os desmatamentos externos à área proposta para o RVS da Panela foram quantificados em 114 polígonos, somando uma área de 6.655 hectares. Esse valor corresponde a 3,27% de área desmatada (TABELA 4), ficando um pouco abaixo da taxa divulgada por Machado et. al., 2004b, que foi de 3,5%/ano para alguns municípios do sudoeste goiano. Tal ocorrência talvez se justifique pelo fato da área de estudo do RVS da Panela apresentar grandes porções de áreas que não podem ser desmatadas, como por exemplo, boa parte do Parque Nacional das Emas, que compõe a da área de estudo, conforme mostra a FIGURA 7, bem como o município de Chapadão do Céu/GO que já está praticamente todo desmatado. Com o agrupamento do desmatamento em cinco classes de área, foi possível perceber a sua contribuição e importância em relação à paisagem. A FIGURA 8 mostra que os desmatamentos com áreas acima de 100 hectares tiveram uma importância maior em relação às demais classes, representando 61% do total desmatado. Essa característica foi um pouco diferente da encontrada na área destinada ao PE da Serra do Caiapó, onde as classes intermediárias de desmatamento (10,01 a 50 ha) tiveram maior importância que as demais 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 Hectares 2 0-1,0 160 1404 1801 3636 1,1-10,0 10,1-50,0 50,1-100,0 100,0 - acima Classes (hectares) Figura 8: Gráfico com distribuição de freqüência das áreas desmatadas em cinco classes de tamanho na área destinada ao Refúgio de Vida Silvestre da Panela ANÁLISES ESTATÍSTICAS DAS ÁREAS DESTINADAS AO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO CAIAPÓ E AO REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE DA PANELA Com a ANOVA feita com o desdobramento dos fatores área (interna e externa) dentro TABELA 4: Resumo das relações feitas com as áreas desmatadas e as áreas classificadas do RVS da Panela RVS da Panela Área total Área natural Área natural Total Desmatamento / do Caiapó (ha) (ha) (%) Desmatamento Área Natural (ha) (%) Total 553.021 253.797 46% 8.759 3,45% Interno 76.336 50.591 66% 2.104 4,16% Externo 476.685 203.206 43% 6.655 3,27% Artigos Técnico-Científicos 62 Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64

Avaliação do desmatamento após a interrupção do processo de criação de áreas protegidas em Goiás de cada área destinada às UCs (PE da Serra do Caiapó e o RVS da Panela), foi possível ratificar que não houve diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade entre as áreas internas e externas desmatadas em cada uma delas. A TABELA 5 mostra o resultado da ANOVA para a análise acima citada e os valores não significativos para F. Os resultados de testes T (TABELAS 6 e 7) para as duas áreas propostas para UC também não revelaram diferenças significativas para os fatores analisados. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados indicam que não houve diferença significativa, a nível de 5% de probabilidade, na área desmatada dentro e fora do polígono das áreas propostas para as unidades de conservação. No entanto, confrontando as áreas desmatadas totais com as taxas de desmatamento médio para os municípios da região encontrados por Machado et. al., 2004b, (TABELA 2) nota-se um aumento no período de 2004-2005. Assim, apesar de não ser evidenciado o efeito local na interrupção da criação das UCs, podese identificar um aumento geral no desmatamento. Esse aumento deve-se em parte à intenção dos proprietários rurais em reduzir o valor de suas propriedades para a conservação, e assim evitar sua inclusão nas unidades de conservação propostas. Esse comportamento foi confirmado por depoimentos dos proprietários durante as audiências públicas para a apresentação das propostas de criação. Os autores do presente trabalho consideram que, para um completo entendimento do efeito da suspensão do processo de criação das áreas protegidas, seja necessário avaliar os desmatamentos que ocorreram um ano antes das audiências e no período de 2005 2006. Mas os anos analisados já oferecem indicativos de que criar unidades de conservação sem a perspectiva de implantá-las pode provocar inúmeros problemas regionais, além de prejudicar a relação da instituição proponente e da área protegida proposta com as comunidades locais. TABELA 5: ANOVA para o desdobramento do fator área em cada nível de UC (PE da Serra do Caiapó e RVS da Panela) Fontes de variação GL SQ QM Fc Pr > Fc Interno e externo (PE da Serra do Caiapó) 1 0,126 0,126 0,143 0,712 NS Interno e externo (RVS da Panela) 1 0,608 0,608 0,693 0,422 NS Resíduo 12 10,531 0,878 - - - TOTAL 14 11,265 - - - - TABELA 6: Teste T para área proposta do PE da Serra do Caiapó Tratamentos PE da Serra do Caiapó Médias Resultado do teste Interno 5,65* a1 Externo 5,87* a1 TABELA 7: Teste T para área de estudo do RVS da Panela Tratamentos RVS da Panela Médias * Resultado do teste Interno 6,32* a1 Externo 6,81* a1 * Média das áreas desmatadas transformadas (Raiz quadrada), conforme metodologia aplicada. 63 Artigos Técnico-Científicos Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64

E, mesmo não sendo evidenciado o fato de que a interrupção do processo de criação das unidades de conservação tenha estimulado os desflorestamentos na região, importantes esforços devem ser feitos para que iniciativas relevantes para a criação de unidades de conservação como essas não sejam interrompidas novamente. REFERÊNCIAS Ferreira, D. F. Sistema de Análises de Variância para Dados Balanceados. Lavras: UFLA, 2000. (SISVAR 4.1. pacote computacional). Fidalgo, E. C. C.; CREPANI, E.; DUARTE, V.; SHIMABUKURU, Y. E.; SILVA-PINTO, R. M. da.; DOUSSEAU, S. L. Mapeamento do uso e da cobertura atual da terra para indicação de áreas disponíveis para reservas legais: estudo em nove municípios da região Amazônica. Viçosa: Revista Árvore, v. 27, n 6, p. 871 a 877, novembro/dezembro de 2003. IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Lista das Unidades de Conservação em Goiás. Disponível em: <http://www2.ibama.gov.br/unidades/geralucs/tabl.htm> Acesso em: Agosto de 2006. IBGE, 1983. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cartas do Brasil, 1:100.000. Machado, R. B.; RAMOS-NETO, M. B.; PEREIRA, P. G. P.; CALDAS, E. F.; GONÇALVES, D. A.; SANTOS, N. S.; TABOR, K.; STEININGER, M. Estimativas de perda da área do Cerrado brasileiro. Relatório técnico não publicado. Conservação Internacional (CI). Brasília-DF: 2004a. Machado, R. B.; RAMOS-NETO, M. B.; FER- REIRA, R. G.; MACHADO, S. J. M.; GONÇALVES, D. A.; MOREIRA, R. A. Evolução do uso do solo no corredor Cerrado Pantanal: Estimativas de desmatamento entre 1989 e 2004. Relatório técnico não publicado. Conservação Internacional (CI). Brasília-DF & Oréades Núcleo de Geoprocessamento. Mineiros-GO, 2004b. SNUC. Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Brasília-DF: 5ª ed. Aum, MMA/SBF, p. 56, 2004. Artigos Técnico-Científicos 64 Natureza & Conservação - vol. 5 - nº1 - Abril 2007 - pp. 54-64