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Transcrição:

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Colaboração A colaboração é um princípio de trabalho em conjuntoque produz confiança, integridadee resultados através de verdadeiro consenso, propriedade e alinhamento de todos os envolvidos.

Trabalho colaborativo O trabalho colaborativo não é realizado individualmente, mas sim em conjunto e a tecnologia é o elo de ligaçãoentre os vários atores do processo. Produz melhores resultados do que se os membros de um grupo atuassem isoladamente.a troca de conhecimento e de experiência, aliados à interação entre essas pessoas, proporciona maior entendimento e capacidade de gerar melhores alternativas nas tomadas de decisão. A criação de ambientes colaborativos requer ferramentas que possibilitem a comunicação independente de tempo e de espaço, permitindo a formação de grupos de trabalhos e equipes com diferentes conhecimentos e especialidades, porém com objetivos em comum.

O surgimento do software livre Em 1983, Richard Stallman, pesquisador do Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, deu início ao projeto GNU que é o nome de um animal africano e também o acrônimo recursivo de GNU IS NOT UNIX, ou seja, o objetivo era produzir um sistema operacional livre que pudesse fazer o mesmo que o sistema Unix. O Unix, é um sistema operacional robusto. Foi criado pela Bell Laboratoriesda AT&T, a General Electric e o MIT. A primeira versão surgiu em 1971. Em 1973, o Unix foi escrito em C, uma linguagem de programação de alto nível. A ideia de constituir um sistema operacional livre foi ganhando adeptos e se formou a Free Software Foundation. Hackers apaixonados pela programação trocavam pedaços de programas e linhas de código. Vários componentes do sistema operacional foram desenvolvidos, enquanto ganhava corpo a proposta do compartilhamento.

O surgimento do Linux Em agosto de 1991, Linus Torvalds, um matemático finlandês, anunciou em um grupo da Internet que havia desenvolvido o kernel(núcleo) para um sistema operacional do tipo Unix. Era um software livre chamado Linux, a junção de seu nome, Linus+ Unix. Baseado em um poderoso sistema operacional, agregando esforços da comunidade de desenvolvedores em torno da FreeSoftware Foundation, as primeiras versões do Linux já se mostravam mais flexíveis e robustas que o MS-DOS e o Windows. Uma vasta rede de colaboradores foi se formando para aperfeiçoar as novas versões. Sem a Internet e a comunicação por computador dificilmente teria o ambiente necessário ao desenvolvimento colaborativo, a alma do software livre. Surgiu uma grande alternativa ao software proprietário, o sistema operacional GNU/Linux. A GPL é uma licença que utiliza os princípios do direito autoral para proteger o software livre e assegurar que ninguém possa torná-lo proprietário.

Software livre x Software proprietário Catedral x Bazar (Eric Raymond) O nome TUXveio de "tuxedo", ("smoking" ou "fraque ). As cores dos pingüinslembram esse tipo de vestimenta. Há quem afirme que o nome também é usado como referência ao nome de Linus Torvalds com Unix: Torvalds UniX. As 4 liberdades que caracterizam o software livre são: uso, cópia, modificações e redistribuição. Osoftware livre se baseia em um modelo completamente diferente. Onde a liberdade de usar e desenvolver o programa são a essência do modelo. Possui um autor ou vários autores, mas não possui donos. O usuário do software livre tem o direito de ser desenvolvedor, caso deseje. Quem o adquire pode usá-lo para todo e qualquer fim, inclusive tem a permissão de alterá-lo completamente. Para um software ser livre ele deve ter seu código-fonte disponibilizado. A única proibição feita é a de torná-lo um software proprietário. Software proprietário considera um modelo de desenvolvimento e distribuição baseado em licenças restritivas de uso, autoria e propriedade do software. O modelo de software proprietário esconde os algoritmos que o compõem. Apesar de ser composto por informações agrupadas e de se basear em conhecimentos acumulados pela humanidade.

O sucesso da colaboração no Linux Todo bom trabalho de software começa colocando o dedo na ferida de um programador. A necessidade é a mãe da invenção. Os bons programadores sabem o que escrever. Os grandes sabem o que reescrever (reusar). Planeje jogar algo fora. Na segunda vez, talvez você saiba o suficiente para fazer corretamente. Em uma cultura de software que encoraja a troca de código, isto é um caminho natural para um projeto evoluir. Outro ponto que deve ser levado em consideração é que quando você perde interesse em um programa, sua última obrigação a fazer com ele é entregá-lo a um sucessor competente. Usuários são ótimas fontes. Cultivados de maneira adequada, eles podem se tornar co-desenvolvedores. Como o código fonte está disponível, eles podem ser desenvolvedores eficazes. Isto pode ser tremendamente útil para reduzir o tempo de testes e depuração. Com um pouco de estímulo, os usuários irão diagnosticar problemas, sugerir correções e ajudar a melhorar o código muito mais rapidamente do que se poderia fazer sem ajuda.

O sucesso da colaboração no Linux Linus Torvalds teve a grande sabedoria para incluir no desenvolvimento do Linux, algo muito simples, mas de grande importância, as cinco dimensões da solicitude: Confiança mútua: Visa focar a importância da confiança mútua na relação entre os membros de uma. A confiança deve ser recíproca. Tanto quem pede ajuda quanto quem a oferece se expõem um ao outro, por isso deve haver confiança. Empatia ativa: É a tentativa de se colocar no lugar dos outros. É considerar seus interesses, suas dificuldades, suas habilidades e experiências passadas. Acesso à ajuda: Atribuir a todos a responsabilidade de adquirir conhecimento e se colocar à disposição dos que necessitam de ajuda. Leniência no julgamento: Sinônimo de brandura e suavidade. É importante, pois ela permite a aceitação de erros como parte do processo em vez de castrar a criatividade. O julgamento estará mais propício para orientação do que a recriminação. Coragem: Épreciso ter coragem para julgar as próprias experiências ou submetê-las ao julgamento de outras pessoas.

O sucesso do Linux no mundo

O surgimento do Git O Gité um software livre desenvolvido por Linus Torvalds, em 2005, para o desenvolvimento do kerneldo Linux. Por ser um sistema distribuído, todos os desenvolvedores possuem uma cópia local completa do repositório, não necessitando de acesso à Internet para trabalhar com o código. Atualmente o Gittambém é utilizado em diversos outros projetos de código aberto e fechado em empresas em todo o mundo, inclusive no Brasil. O Google e o Facebook, por exemplo, utilizam o Git para organizar seus projetos de código aberto. CURIOSIDADE: Quando perguntado sobre o porquê do nome, Linus satirizou: é uma gíria em inglês britânico para cabeça dura. Na wikioficial, há explicações alternativas : a) qualquer coisa, depende de seu humor; b) uma combinação de três letras pronunciáveis e não utilizadas atualmente por nenhum comando comum do UNIX; c) acrônimo de Global information tracker (Rastreamento global de informações) ; Ou d) quando ele trava, "Goddamn idiotic truckload... (caminhão idiota maldito)

O surgimento do GitHub Em 2008, Tom Preston-Werner, Chris Wanstrathe PJ Hyettcriaram o GitHub, uma aplicação Web que possibilita a hospedagem de repositórios Git, além de servir como uma rede social para programadores. Opera dentro da lógica do software livre. O que é produzido na plataforma está disponível para acesso, leitura e checagem. As mudanças, só podem ser feitas por quem está autenticado como um dos desenvolvedores. Diversos projetos importantes de código aberto são hospedados no GitHub, por exemplo: jquery, Spring, JUnit entre outros. Atualmente o GitHub possui mais de 3 milhões de usuários e mais de 12 milhões de repositórios. PJ Hyett Tom Preston-Werner Chris Wanstrath A plataforma permite acesso a linha do tempo de todo o desenvolvimento do código, ferramentas úteis e uma enciclopédia sobre o código, explicando do que se trata. Há controle e facilidade: Um grupo fica responsável por organizar o processo: aprovar envios e mudanças de código, gerenciar o uso das diversas ferramentas disponíveis e gerir grupos de desenvolvimento e colaboração, tudo através de um processo transparente e aberto.

Gite o GitHubnão são a mesma coisa O Gité o sistema de controle de versões, com o qual interagimos na linha de comando. GitHubé uma rede social para programadores que disponibiliza repositórios Gitacessíveis remotamente. O GitHubé muito utilizado em projetos open sourceque possuem vários colaboradores espalhados pelo mundo inteiro.

+ Sobre GitHube colaboração De acordo com o Laboratório de Cultura Digital que utiliza o GitHub: Embora a tecnologia esteja amparada pelo suporte eletrônico, as trocas realizadas por meio dela são substancialmente humanas. O processo de desenvolvimento e o trabalho da equipe só têm sentido se a tecnologia vier a cumprir sua função social. A concepção de softwares livres não deve ser tarefa exclusiva dos especialistas e programadores, mas também de outros atores da sociedade. Queremos envolver os quilombos, grupos de teatro, os povos indígenas. Queremos que todos deem a sua contribuição enquanto usuários ou desenvolvedores, mostrando o que cada organização precisa. a Rede Livre e suas tecnologias foram elaboradas em software livre e com código aberto. O objetivo é que todos que queiram ver seu funcionamento e participar de seu desenvolvimento possam ter acesso ao código. O conhecimento não deve ser bloqueado. Queremos que as pessoas tenham acesso a essa informação. Em um código aberto as pessoas podem ver que não há nada ilícito. O código aberto é o futuro da computação. No software aberto as pessoas podem ajudar, contribuir, opinar.

Conclusão A fábrica do futuro deverá ser aquele lugar em que o homem aprenderá, juntamente com os aparelhos eletrônicos, o quê, para quê e como colocar as coisas em uso. E os futuros arquitetos fabris terão de projetar escolas, templos de sabedoria. (Vilém Flusser) + Diversidade + Colaboração + Conhecimento Trabalhar, viver, conversar fraternalmente com outros seres, cruzar um pouco sua história, isto significa construir uma bagagem de referência e associações comuns, um contexto compartilhado, capaz de diminuir os riscos de incompreensão. Os coletivos também cosem, através da linguagem e de todos os sistemas simbólicos, uma tela de sentidos destinada a reuni-los e talvez a protegê-los dos estilhaços dispersos, insensatos, do futuro. (Pierre Levy)