PRESERVAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DOUTOR HERMANN BLUMENAU

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Transcrição:

PRESERVAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DOUTOR HERMANN BLUMENAU Hoffmann, Cleverton 1 ; Silva, Sergio Bezerra da 2 ; Zotti, Solange Aparecida 3 1 Instituto Federal de Santa Catarina, Rio do Sul/SC; 2 Instituto Federal Catarinense, Rio do sul/sc; 3 Instituto Federal Catarinense, Concórdia/SC INTRODUÇÃO O Esta proposta de extensão inseriu-se como subprojeto do projeto História da Educação no município de Rio do Sul e região, cadastrado junto à Coordenadoria de Extensão do IFC câmpus de Rio do Sul. A proposta teve por objetivo desenvolver junto a Escola de Educação Básica Doutor Hermann Blumenau, do município de Trombudo Central, a organização e catalogação de fontes documentais do arquivo escolar. A organização de arquivos escolares, nos municípios, regiões e estados passou a ser tarefa fundamental para viabilizar a pesquisa em história da educação, bem como de outros temas no campo educacional, a fim de permitir o acesso dos interessados de forma adequada. Os arquivos escolares se constituem nos guardiães de um riquíssimo acervo documental e podem ser definidos como um conjunto de documentos produzidos ou recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos (MEDEIROS, 2003, p.1). Nas escolas, de modo geral, os documentos são subdivididos em documentos correntes, intermediários e de valor permanente, conforme conceitua Medeiros (2003, p.3): Os conjuntos de documentos que estão em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituem objeto de consultas frequentes, são documentos correntes. Intermediários são aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Finalmente, os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que 1 Curso de Licenciatura em Matemática 4ª fase. 2 Curso de Licenciatura em Matemática 6ª fase. 3 Professora Orientadora. Trabalho financiado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação ao Desenvolvimento Tecnológico e Inovação IFC - Edital 32/2013 Bolsas internas.

devem ser definitivamente preservados são documentos permanentes. Essas classificações doutrinárias foram recepcionadas pela legislação brasileira sobre arquivos. Nesse caso, as escolas têm o dever de preservar seus arquivos, sejam elas públicas ou particulares. Tais arquivos têm várias finalidades e funções, porque além de serem documentos que provam legalmente muitos fatos, são fontes riquíssimas para a produção de pesquisas em diferentes áreas da educação. Os arquivos são fontes de conhecimento histórico que, de certo modo, informam a evolução da história da educação, ou seja, sua organização e desenvolvimento em relação à gestão, ao processo ensino-aprendizagem, as propostas pedagógicas, as práticas educativas, aos materiais didáticos, entre outros. Enfim, é um aparato de informações que foram construídas ao longo do tempo. Ocorre, no entanto, uma grande dificuldade, uma vez que os arquivos escolares nem sempre estão adequadamente organizados para a consulta e pesquisa dos documentos. De modo geral, os arquivos escolares mais se parecem com depósitos de documentos que existem apenas graças ao cuidado de alguns funcionários que pressentem a importância dos documentos (MEDEIROS, 2003, p.11). Por isso, para a democratização da pesquisa e do conhecimento é importante ressaltar que o pesquisador necessita de documentos devidamente organizados, por pessoas que conheçam os procedimentos técnicos e os materiais adequados para esta finalidade. Só assim, os documentos serão catalogados e conservados obedecendo a padrões e normas técnicas de classificação, idoneidade na coleta e catalogação. A partir dessa reflexão é necessário reconhecermos a importância e o valor das fontes primárias, produzidas e acumuladas nas instituições escolares, como ponto de partida para o fomento de pesquisas que contam a história das instituições educacionais e dos sujeitos que construíram essa história. MATERIAL E MÉTODOS O projeto foi executado no município de Trombudo Central, junto a Escola de Educação Básica Doutor Hermann Blumenau, na sala específica do arquivo escolar. Para a execução do projeto foram adotados os seguintes procedimentos: A seleção, leitura e fichamento das referências analítico-críticas, sobre a importância e os procedimentos para o levantamento e catalogação de fontes. 2

O estudo das orientações do trabalho arquivístico, a fim de obedecer a uniformidade e o padrão oficial, de acordo com as especificidades da realidade da instituição escolar. Diagnóstico: das condições de armazenamento dos documentos (descrição e fotografias); do período e tipos de documentos presentes no arquivo. Definição das estratégias para a organização da documentação da instituição escolar e esclarecimento da sistemática do trabalho à comunidade escolar. O armazenamento em banco de dados das informações mais relevantes para consulta de funcionários da escola e pesquisadores. Elaboração de artigo científico e resumos estendidos para socializar em eventos científicos. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Escola de Educação Básica Dr. Hermann Blumenau surgiu em 1953, sendo hoje a maior instituição de ensino do município de Trombudo Central e a única de ensino médio. O arquivo escolar aparentemente não estava muito desorganizado, mas as gavetas que continham os documentos estavam totalmente bagunçadas. Também encontramos diversos tipos de documentos como portarias, documentos de professores e alunos que passaram pela escola, livros atas, diários de classe, atas de exame, provas, dentre outros, misturados e desorganizados. Enfim, um conjunto de caixas e pastas que necessitavam de seleção e reorganização (Figura 1). A organização dos documentos, segundo relato da secretária, estava sendo realizada por um professor que trabalhava de secretário administrativo da escola. Devido ao tamanho do arquivo, o trabalho não ficou completamente terminado. No início do trabalho foi registrada em fotografia a realidade do arquivo, a fim de comparar com a organização ao final do projeto que será concluído no mês de setembro do corrente ano. Uma das dificuldades encontradas foi o próprio tempo para arquivar e organizar tudo, pois o arquivo tem uma quantidade considerável de documentos para selecionar. Por isso, optamos por começar a organização pelos históricos escolares dos ex-alunos da escola. Uma das ações, além da organização física dos documentos, foi a digitação dos nomes dos alunos do arquivo passivo, conforme o histórico escolar, pois esse trabalho não era feito. Este relatório teve por objetivo facilitar a localização dos documentos pelos funcionários. No relatório consta o nome e a idade de cada aluno, separados em ordem alfabética pela letra inicial do sobrenome, sendo cada letra organizada em uma gaveta específica (Figura 2). 3

Figura 1 - Arquivo da Escola de Educação Básica Dr. Hermann Blumenau Figura 2 - Organização e digitalização das informações dos Históricos Escolares Fonte: Arquivo de fotografias dos pesquisadores. Fonte: Arquivo de fotografias dos pesquisadores. Quanto ao tempo não se tem o que fazer por ser um trabalho demorado e que deve ser feito com muita atenção. A rapidez, nesse caso, nem sempre é sinônimo de eficiência e organização. Outra orientação diz respeito a fazer tudo o que for possível, mas de forma completa, (por exemplo: pastas dos alunos, pastas dos professores, etc.) e ir avançando. A organização e preservação dessas fontes são fundamentais, principalmente para a preservação da cultura e também da história da vida escolar. Os documentos registram muito do que aconteceu e o processo de evolução e desenvolvimento da escola e de seus alunos. Desta forma, para a ampliação da produção de pesquisas da história da educação os arquivos e documentos identificados e organizados serão fundamentais. Muitos documentos nas escolas são queimados ou jogados fora, sendo considerados desnecessários. Além disso, o arquivo escolar muitas vezes é chamado de arquivo morto. Entretanto, entendemos que estes documentos são fontes vivas da história sob o olhar e análise apurados do pesquisador. O projeto teve um início árduo, mas a organização do arquivo escolar teve o intuito de preservar os documentos para a história da educação do município e da região. Essas fontes, localizadas e organizadas, constituem um material precioso para a elaboração de outros projetos que, num segundo momento, deverão objetivar a análise das informações e construir respostas para as perguntas/dúvidas em relação à história do processo educacional. Portanto, a história das instituições escolares pode fornecer subsídios preciosos das diferentes fases da história da educação do município de Trombudo Central, sendo a preservação dos arquivos escolares fundamental para esse empreendimento. 4

Segundo Menezes e Mogarro (2004) a compreensão da história da educação se dá com os fatos em que ela está relacionada, contudo ao produzir a pesquisa, estamos participando na construção da história. Ainda, cabe destacar que somos seres históricos, já que nossas ações e pensamentos mudam no tempo, à medida que enfrentamos os problemas não só da vida pessoal, como também da experiência coletiva. É assim que produzimos a nós mesmos e a cultura a que pertencemos (ARANHA, 2006, p.19). CONCLUSÕES A preservação dos documentos é fundamental para que se preserve uma determinada tradição, cultura. Como seres históricos participamos da construção da história e também nos cabe preservá-la, a fim de que compreendamos as raízes do passado como referência para o presente e a construção do futuro. Além disso, conforme Dalarosa (1999), a história da educação não parte apenas de conhecer o passado, mais conhecer todos os acontecimentos em que ela está inserida. Um resultado a destacar é a facilidade dos funcionários para acessar aos documentos e a participação dos mesmos no processo para a continuidade do trabalho no arquivo, visto que esta é uma atividade que nunca se conclui. A divulgação do projeto também contribuiu para que as escolas, secretários e professores compreendam a importância da preservação dessas fontes documentais, como instrumento essencial ao pesquisador da educação. REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia. São Paulo: Editora- Moderna, 2006. DALAROSA, Adair Ângelo. Anotações à questão para que estudar História da Educação? In: LOMBARDI, José Claudinei (Org.). Pesquisa em Educação: História, Filosofia e temas Transversais. Campinas: Autores Associados, HISTEDBR; Caçador, UNC, 1999. MEDEIROS, Ruy. Arquivos escolares: breve introdução a seu conhecimento. In: SIMPÓSIO DO MUSEU PEDAGÓGICO, 3, 2003, Bahia. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br >. Acesso em: 29 jul. 2005. MENEZES, Maria Cristina; MOGARRO, Maria João. Os arquivos escolares no Brasil e em Portugal: uma perspectiva comparada. Anais III Congresso Brasileiro de História da Educação: A Educação escolar em perspectiva histórica. Curitiba: SBHE, PUCPR, 2004. 5