Orquestra Barroca. Casa da Música. 10 Jan :00 Sala Suggia

Documentos relacionados
3. Giga: Allegro. 1. Ouverture 2. Tambourin I e II 3. Air gay en rondeau 4. Menuet I e II 5. Aria: Lieux funestes 6. Bruit de guerre 7.

Orquestra Barroca. Casa da Música. 30 Mai :00 Sala Suggia. Andreas Staier cravo e direcção musical. Georg Philipp Telemann

ORQUESTRA BARROCA CASA DA MÚSICA

ORQUESTRA barroca 29 JUN :00 SALA SUGGIA. 2ª Parte. 1ª Parte. Georg Friedrich Händel Abertura de Siroe, Rei da Pérsia [1728; c.5min.

Orquestra Barroca. Casa da Música. 8 Nov :00 e 18:00 Sala Suggia - Laurence Cummings cravo e direcção musical. Johann Sebastian Bach

PROGRAMA 13/03/2014. A 2 e a 4 mãos: o piano português no séc. XVIII e no séc. XX

ANDREAS STAIER CRAVO E Direcção musical

Orquestra Barroca. Casa da Música. 8 Jan :00 Sala Suggia. Rachel Podger violino e direcção musical

orquestra barroca 23 DEZ :00 SALA SUGGIA Laurence Cummings direcção musical Pedro Castro flauta de bisel e oboé 2ª parte 1ª parte

1. Allegro giusto 2. Andante 3. Allegro vivace

Orquestra Barroca. Casa da Música. 25 Set :30 Sala Suggia. Laurence Cummings cravo e direcção musical CONCERTO DEDICADO À LACTOGAL FANTASIA

Arcadi Volodos piano. 7 Fev :00 Sala Suggia. Johannes Brahms. Papillons, op. 2 ( ; c.15min)

Orquestra Energia Fundação EDP

Nights at Queluz. Palácio Nacional de Queluz PORTUGAL NO MAPA DO BARROCO E UM HIT DE BOCCHERINI. Sala do Trono 3 Nov 21:

INSTRUÇÕES. O tempo disponível para a realização das duas provas e o preenchimento da Folha de Respostas é de 5 (cinco) horas no total.

ORQUESTRA JUVENIL. Academia Musical dos Amigos das Crianças Escola de Música Vecchi-Costa

Vadym Kholodenko piano

João Tiago Magalhães

ORQUESTRA DE CÂMARA DE CASCAIS E OEIRAS TEMPORADA 2015 CONCERTOS E RECITAIS EM CASCAIS

Orquestra de Câmara Portuguesa

Orquestra Barroca. Casa da Música. 26 Set :30 Sala Suggia. Laurence Cummings direcção musical. Wolfgang Amadeus Mozart.

Orquestra 9 Jan :00 Sala Suggia Barroca Casa da Música Laurence Cummings José Rodrigues Gomes Arcangelo Corelli Georg Friedrich Händel

XI Temporada de Música. Recital de Cravo com Cristiano Holtz. 13 Dezembro 2018, 5.ª-f.ª, 21h00 Salão Nobre do IST

Grigory Sokolov piano

Alexander Romanovsky piano

Orquestra Barroca. Casa da Música. 20 Nov :00 Sala Suggia. Laurence Cummings direcção musical Alina Ibragimova violino* Antonio Vivaldi

Calendário de Atividades 2017/2018

Elizabeth Leonskaja piano

Guimarães

Concerto de. Ano Novo. 3 janeiro 18h Cinema da Academia Almadense

Andreas Staier cravo. 3 Nov :00 Sala Suggia - À VOLTA DO BARROCO CICLO BARROCO BPI CICLO PIANO EDP ANO ALEMANHA

Temporada de Música 7ª edição. Concerto Quarteto de Cordas de Matosinhos 17 Nov 2014, 21h Salão Nobre

enquadramento

V Workshop Internacional de Regência Orquestral. Com o Maestro Neil Thomson. Edital

Nights at Queluz. DE VIENA, (NÃO SÓ) COM HUMOR FROM VIENNA, WITH LOVE (AND HUMOUR) Sala do Trono Throne Room 27/09 21:30

CONCURSO PÚBLICO UFRJ

Recital Instrumento II

CONCURSO LOCAL DE ACESSO 2016/2017

Festival Internacional de Música do Marvão terá 40 concertos de 20 a 29 de Julho

Audições - Músicos Suplementares para Orquestra Gulbenkian. Violinos 12 de Março de 2018

PLANO ANUAL DE ACTIVIDADES 2015/2016

Ser a base da iniciação à Flauta de Bisel em conservatórios e Escolas de Música;

20 / 21 / 22. julho 2018 JARDINS E PALÁCIO DO MARQUÊS DE POMBAL IGREJA MATRIZ DE OEIRAS CAPELA DE SANTO AMARO DE OEIRAS

BRUNO PROCOPIO INTEGRAL DAS SONATAS PARA VIOLA DA GAMBA E CRAVO DE J.S.BACH

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. EDITAL SEPLAG/UEMG Nº. 08 /2014, de 28 de novembro de 2014

Calendário de Atividades

29.Maio Concerto com Trio para piano, violino e violoncelo. Salão Nobre do IST 21h30

TAIHU. O Projeto TAIHU foi idealizado em 2006 ainda no âmbito da universidade (USP),

INSTITUTO GREGORIANO DE LISBOA ADMISSÃO AO CURSO BÁSICO DE MÚSICA CRAVO

Ludwig van Beethoven - Septeto em Mi bemol Maior, Opus 20

INSTITUTO GREGORIANO DE LISBOA ADMISSÃO AO CURSO BÁSICO DE MÚSICA CRAVO

08 10 Mai Spring ON! CICLO JAZZ. Sexta 8 Maio. Dan Costa Project (Portugal) Greg Lamy Quartet (Luxemburgo) Sábado 9 Maio

QUARTETO DE GUITARRAS PARNASO

Remix Ensemble. Casa da Música. 16 Mai :30 Sala Suggia. Pedro Neves direcção musical José Alberto Gomes (Digitópia Collective) electrónica

SPI RI TUM ABRIL PORTO. Música e Contemplação. na cidade do II FESTIVAL INTERNACIONAL. /inspiritum

REPERTÓRIO PARA O CONCURSO

INSCRIÇÕES CRONOGRAMA GERAL (*)

DOCENTES - PRÉ-ESCOLAR

FICHAS DE ENTREGA DO PROGRAMA PARA PROVA DE ACESSO AO 6º GRAU

Alvaro Henrique Biografia

MASTER CLASS DE CONCERTINA

INSTITUTO GREGORIANO DE LISBOA ADMISSÃO AO CURSO BÁSICO DE CANTO GREGORIANO PRÁTICA INSTRUMENTAL - CRAVO

exemplo musical correspondente

PROCESSO SELETIVO PARA VAGAS REMANESCENTES DE FAGOTE DA ESCOLA MUNICIPAL DE MÚSICA DE SÃO PAULO

MASTERCLASS DE VIOLINO Orientador Professor Augusto Trindade

FUVEST - VESTIBULAR 2009 PROVA DE APTIDÃO EM MÚSICA

ACEF/1415/14257 Decisão de apresentação de pronúncia

Escrito por Francisco Conte Ter, 26 de Julho de :06 - Última atualização Sex, 29 de Julho de :40

NORMAS PARA INGRESSO DE PORTADORES DE DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR

Orquestra Sinfônica de Santo André

Processo Seletivo ª Etapa Teoria Musical

Bernardo Pinhal piano

Arcadi Volodos. piano. 24 Mai :00 Sala Suggia CONCERTO ORPHEON PORTUENSE

11 Abril 16 APRESENTA ... Camerata Atlântica

CONCURSO - ESTÁGIOS DE ORQUESTRA

/academiamusicafundao

TEMPORADA DARCOS 2017

Curriculum Vitae Elementos da banda Atakardio

ESCOLA DE MÚSICA «LUIS ANTÓNIO MALDONADO RODRIGUES» PLANO ANUAL DE ACTIVIDADES 2018/2019

CONCURSO JOVENS SOLISTAS DA OSESP 2018

Temporada de Música 7ª edição. Workshop Instrumentos Invisíveis (Jonas Runa) 13 Nov 2014, 15h-18h Salão Nobre

Alessandro Borgomanero, RegenteTitular Eliseu Ferreira, Diretor Artístico

ORQUESTRA CLÁSSICA DO POLITÉCNICO DO PORTO (OCPP)

ANEXO 1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DOS TESTES PRÁTICOS DIAS E HORÁRIOS BOLSA-PERFORMANCE

Calendário de Atividades Ano letivo de 2018/2019. Calendarização Descrição Responsáveis Local SETEMBRO. Festival On Stage - Lisbon

Informação para a Prova de Ingresso no 9º Ano

V Sabadão dos Contrabaixos da UFRGS 2017

9.ª edição da tertúlia Conversas ao Borralho TERRA

ANEXO 1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DOS TESTES PRÁTICOS DIAS E HORÁRIOS BOLSA-PERFORMANCE

Março 16. Vencedores do Folefest º Concurso de Acordeão APRESENTA ...

Conservatório de Música do Porto Concurso Interno 2019

BOCCHERINI (Luigi) ( ) (Itália- Espanha) LEOPOLD MOZART (Johann Georg) ( )(Áustria) GLUCK (Christoph Willibald)( )(Áustria)

Orquestra Estágio Gulbenkian

Camerata Nova de Música Contemporânea da UFRN apresenta música armorial nordestina. Apresentação Artística

MINISTÉRIO DA CULTURA E FUNDAÇÃO OSESP APRESENTAM. natureza dos sons RECITAIS CON09.indd 1 11/09/18 09:48

PROGRAMA DAS PROVAS DE HABILIDADES ESPECÍFICAS ESCOLA DE MÚSICA

13 de fevereiro INÍCIO: 8h DURAÇÃO: 4 horas. 20 questões MÚSICA NOME: CARTEIRA :

Este Serviço Educativo dispõe de uma equipe multidisciplinar para produção e operacionalização de conteúdos junto dos professores.

ANEXO 1. Edital 06/2018. Para Seleção de Bolsistas para os Grupos Artísticos da. Rede de Núcleos Musicais de Goiânia FICHA DE INSCRIÇÃO

Transcrição:

Orquestra Barroca Casa da Música 10 Jan 2015 18:00 Sala Suggia CICLO BARROCO BPI ANO ALEMANHA Laurence Cummings cravo e direcção musical Huw Daniel e Reyes Gallardo violinos Filipe Quaresma violoncelo Pedro Castro oboé 1ª PARTE Johann Friedrich Fasch Abertura em Sol maior, FWV K: G16 [c.1740; c.25min.] Johann Ludwig Bach Concerto para dois violinos em Ré maior [1728; c.7min.] Christoph Graupner Abertura em Mi maior, GWV 439 [1734; c.18min.] 2ª PARTE Johann Christoph Pachelbel Canon e Giga em Ré maior [c.1690; c.6min.] Johann Bernhard Bach Suite nº 4 em Ré maior [c.1720; c.19min.] Georg Philipp Telemann Concerto para oboé em Dó menor, TWV 51 c2 [c.1740; c.9min.] Johann Christian Bach Sinfonia Concertante para violino e violoncelo em Lá maior [pub.1771; c.21min.]

O Município do Porto colabora na organização deste concerto através da cedência, ao violoncelista Filipe Quaresma, do violoncelo Montagnana (séc. XVIII) que foi pertença de Guilhermina Suggia. MECENAS CICLO BARROCO BPI PATROCINADOR OFICIAL ANO ALEMANHA A CASA DA MÚSICA É MEMBRO DE

1ª PARTE Johann Friedrich Fasch Abertura em Sol maior, FWV K: G16 [c.1740; c.25min.] 1. Ouverture 2. Air 3. Gavotte 4. Air 5. Bouree 6. Menuets I & II Johann Ludwig Bach Concerto para dois violinos em Ré maior [1728; c.7min.] 1. Allegro 2. Adagio 3. Allegro Christoph Graupner Abertura em Mi maior, GWV 439 [1734; c.18min.] 1. Ouverture 2. Bergerie 3. Rejouissance 4. Loure 5. Menuet 6. Plainte 7. Menuet 2ª PARTE Johann Christoph Pachelbel Canon e Giga em Ré maior [c.1690; c.6min.] Johann Bernhard Bach Suite nº 4 em Ré maior [c.1720; c.19min.] 1. Ouverture 2. Caprice I 3. Marche 4. Passepied I 5. Passepied II 6. Caprice II 7. Air 8. La Joye 9. Caprice III Georg Philipp Telemann Concerto para oboé em Dó menor, TWV 51 c2 [c.1740; c.9min.] 1. Adagio 2. Allegro 3. Adagio 4. Allegro Johann Christian Bach Sinfonia Concertante para violino e violoncelo em Lá maior [pub.1771; c.21min.] 1. Andante di molto 2. Rondeau: Allegro assai 3

Johann Sebastian Bach (1685-1750) é hoje em dia considerado o mais importante compositor do período Barroco. O presente programa é constituído por obras de alguns dos seus contemporâneos e familiares, compositores com os quais conviveu ou de cuja música teve conhecimento, sendo, pois, uma ilustração da diversidade da música instrumental do Barroco tardio na Alemanha. O violinista e compositor alemão Johann Friedrich Fasch (1688 1758), natural de Buttelstedt, foi discípulo do influente Johann Kuhnau na célebre igreja de São Tomé em Leipzig, cidade onde fundou um Collegium Musicum em 1708. Não tendo alcançado o êxito desejado, prosseguiu estudos em Darmstadt com um dos ilustres glosados neste programa, Christoph Graupner. Veio a ocupar diversos cargos em cidades alemãs e em 1722 foi um dos convidados a concorrer ao cargo de mestre -capela em Leipzig, lugar depois ocupado por Bach. Respeitado e muito tocado no seu tempo, Fasch não publicou música em vida, razão pela qual muitas obras não chegaram aos nossos dias. No entanto, o seu catálogo é muito extenso, sobretudo no âmbito da música instrumental. Neste programa é dada a ouvir uma abertura ao estilo de suite francesa onde se destaca o papel solístico dos dois oboés e do fagote no tradicional efectivo orquestral com cordas e baixo contínuo. Primo em segundo grau de Johann Sebastian Bach, Johann Ludwig Bach (1677 1731) desenvolveu uma notável carreira enquanto violinista e compositor em Meiningen, cidade onde se fixou com 22 anos de idade e onde progrediu até ao posto de mestre -capela. A sua música foi popular durante o seu tempo de vida, sendo regularmente dada a ouvir nas cortes vizinhas, e sabe -se que Johann Sebas- tian Bach fez diversas cópias das suas obras. No concerto para dois violinos em programa sobressaem as passagens a solo dos dois violinos num efectivo contraste com a sonoridade do ripieno, onde os violinos são dobrados pelos oboés. No adagio que constitui o segundo andamento destaca-se a melodia expressiva do oboé sobre a figuração mais rápida dos solistas, encerrando o concerto com um brevíssimo allegro. Christoph Graupner (1683 1760) foi um cravista e compositor da maior importância na Alemanha. Após completar os estudos musicais em Leipzig, em 1705, foi contratado como cravista pela Ópera de Hamburgo, lugar onde foi colega do então jovem violinista Georg Händel. Em 1709 entrou ao serviço da corte de Hesse -Darmstadt e aí permaneceu como compositor muito respeitado até ao final da vida. Em 1723, juntamente com Telemann e Bach, Graupner foi um dos candidatos ao posto de mestre -capela em Leipzig, mas após negociar melhorias contratuais, a exemplo do que aconteceu com Telemann em Hamburgo, permaneceu em Hesse -Darmstadt, deixando o lugar vago para Bach. Graupner foi um compositor extremamente produtivo, deixando em catálogo mais de 2.000 obras, incluindo 113 sinfonias, 85 aberturas (ou suites), 44 concertos, mais de 400 cantatas, para além de óperas, sonatas e partitas. A Abertura em Mi maior para dois oboés d amore, cordas e contínuo segue o modelo das suites francesas, constituindo um exemplo do gosto instituído nas cortes europeias da época. A ligação da dinastia Bach ao nome do grande compositor e organista Johann Christoph Pachelbel (1653 1706) prende -se não só com a sua amizade a diversos elementos da família mas sobretudo com o facto de ter 4

sido professor de Johann Christoph Bach (1671-1721), o irmão mais velho de Johann Sebastian e que o educou após a morte dos pais. Este ensino familiar terá sido da maior qualidade e deu ao pequeno Bach a oportunidade de contactar com a música de grandes nomes da época, em particular o de Pachelbel. Considerado o último grande compositor da chamada Escola de Nuremberga, Pachelbel gozou de grande popularidade no seu tempo graças à simplicidade de um estilo de melodias claras e esquemas harmónicos extremamente lógicos. O seu Canon e Giga é possivelmente um dos melhores exemplos deste estilo, sendo hoje em dia uma das músicas mais populares de todo o repertório Barroco. Sobre um baixo perpétuo constituído apenas por oito notas de igual duração, divididas por dois compassos de quatro tempos, Pachelbel elaborou uma melodia que progride num cânone a três vozes num brilhante efeito de aceleração rítmica, concluindo com uma das mais dinâmicas danças do Barroco, a giga. Estilisticamente comparado a Telemann, certamente influenciado por Pachelbel que poderá ter sido seu professor, o organista e compositor Johann Bernhard Bach (1676 1749) era primo em segundo grau de Johann Sebastian Bach, tendo nascido na mesma casa que a mãe do famoso compositor. Natural de Erfurt, Johann Berhard sucedeu ao seu próprio pai e professor no lugar de organista na cidade, vindo mais tarde a trabalhar em Magdeburg e a substituir Johann Christoph Bach como organista em Eisenach. Nessa qualidade foi por diversas vezes dirigido por Telemann, músico que veio a substituir no cargo de mestre -capela. Infelizmente, a maior parte das suas obras não chegaram aos nossos dias mas sabe -se que Johann Sebastian Bach incluiu peças do primo no repertório que o Collegium Musicum apresentava no Café Zimmermann, em Leipzig. São conhecidas quatro suites orquestrais, todas anteriores a 1730. Escutaremos neste concerto a última desse conjunto, escrita exclusivamente para cordas e baixo contínuo na tonalidade de Ré maior. Georg Philipp Telemann (1681 1767) é o compositor mais importante em programa (excluindo naturalmente o nome do grande ausente que liga todos os outros, Johann Sebastian Bach). Aluno de Direito na Universidade de Leipzig, foi aí que iniciou uma brilhante carreira de músico que o levou a diversas cidades até se fixar como Director Musical das Igrejas de Hamburgo em 1721. Esta intensa actividade manteve -o em contacto com a melhor e mais actual música do seu tempo e na época foi considerado um músico sem rival. Foi autor de um dos mais extensos catálogos da História da Música. Amigo pessoal de Händel e de Bach, foi padrinho de Carl Philipp Emmanuel Bach que lhe sucedeu em Hamburgo após a morte. O Concerto para oboé em programa é um exemplo brilhante do intenso dramatismo da sua escrita, não sendo alheia a essa intenção a escolha da tonalidade de Dó menor. Com rasgos de originalidade que vão desde as dissonâncias do início à reprodução da sonoridade de gaitas -de -foles no último andamento, o concerto foi alvo de várias cópias no tempo de vida de Telemann, fontes através das quais chegou até aos nossos dias. Johann Sebastian Bach tinha 50 anos de idade quando o seu filho mais novo, Johann Christian Bach (1735 1782), nasceu. Foi seu professor até morrer, quando o filho tinha 15 anos. Este prosseguiu os estudos com o meio- irmão Carl Philipp Emmanuel antes de partir para Itália, país onde se converteu ao catoli- 5

cismo. Estudou em Bolonha e foi organista na Catedral de Milão. Em 1762 fez uma viagem a Londres para apresentar três óperas e aí fixou residência ao serviço da rainha Charlotte, mulher de George III. Conhecido como o Bach Londrino, viu a sua carreira declinar no fim de vida e o seu legado ficou relativamente apagado entre o esplendor das grandes obras do Barroco tardio e o novo estilo Clássico protagonizado pelos compositores austríacos. Na História da Música, o seu nome é referido como uma influência determinante para a obra de Wolfgang Amadeus Mozart, ascendência audível na Sinfonia Concertante em programa. Esta faz parte de um manuscrito com 12 peças semelhantes e denota a influência do estilo italiano, muito particularmente na melodia pastoral do primeiro andamento. Existindo em versões com e sem trompas, tem violino e violoncelo obbligato, constando que a parte de violoncelo poderá ter sido escrita para um dos grandes músicos londrinos da época, Carl Friedrich Abel. RUI PEREIRA 6

Laurence Cummings cravo e direcção musical Laurence Cummings é um dos músicos mais versáteis dentro da corrente da interpretação histórica em Inglaterra, como cravista e como maestro. Foi bolseiro de órgão no Christ Church em Oxford, onde se graduou com distinção. Até 2012 foi director dos estudos de Performance Histórica na Royal Academy of Music, criando no curriculum a prática em orquestras barrocas e clássicas. É agora William Crotch Professor de Performance Histórica. É membro da Handel House em Londres e foi director musical da Tilford Bach Society. Desde 1999 é director do Handel Festival de Londres, e em 2012 tornou -se director artístico do Festival Internacional Händel em Göttingen. É maestro titular da Orquestra Barroca Casa da Música. Tem dirigido produções de ópera para a English Nacional Opera, Festival de Glyndebourne, Ópera de Gotemburgo, Ópera de Zurique, Ópera de Lyon, Garsington Opera, English Touring Opera, Opera Theatre Company, Linbury Theatre Covent Garden, Royal Academy of Music e ainda na Croácia, Porto e EUA. Trabalha regularmente com o English Concert e a Orchestra of the Age of Enlightenment, Royal Liverpool Philharmonic, Ulster Orchestra, Hallé Orchestra, Irish Baroque Orchestra, Royal Scottish National Orchestra, Britten Sinfonia e Royal Academy of Music Baroque Orchestra. Fez a primeira gravação do recentemente descoberto Gloria de Händel com Emma Kirkby e a Royal Academy of Music (BIS) e discos em recital a solo em cravo, incluindo música de Louis e François Couperin (Naxos). Gravou com a Orquestra de Câmara da Basileia para a Deutsche Harmonia Mundi e Sony BMG. Dirige o English Concert e o flautista (bisel) Maurice Steger num disco de concertos de Corelli para a Harmonia Mundi. Os seus compromissos actuais incluem L Incoronazione di Poppea (Opera North) e Indian Queen (English National Opera), bem como projectos com a Royal Northern Sinfonia, English Concert, London Handel Players, Bournemouth Symphony e Royal Scottish National, além das presenças na Casa da Música no Porto e Festivais Händel de Londres e Göttingen. Huw Daniel violino Huw Daniel estudou na Ysgol Gyfun Ystalyfera, Sul de Gales, continuando depois como bolseiro em órgão no Robinson College (Cambridge), onde se diplomou em música com os máximos louvores em 2001. Estudou depois violino barroco na Royal Academy of Music durante dois anos, com Simon Standage. Em 2004, foi membro da Orquestra Barroca da União Europeia (OBUE), cujos membros formaram depois a Harmony of Nations continuando a apresentar -se sob este nome. É membro do Dunedin Consort, Orquestra Barroca Irlandesa, The Sixteen e Orchestra of the Age of Enlightenment. Trabalha regularmente como concertino da Orquestra Barroca Casa da Música no Porto e também como concertino convidado da OBUE, English Concert e The Sixteen. Toca num violino de Alessandro Mezzadri de c.1720, cedido pela Jumpstart Junior Foundation. 7

Reyes Gallardo violino Reyes Gallardo nasceu na Corunha, onde começou os estudos musicais aos 6 anos. Em 1995 obteve o título superior de violino no Conservatório Superior de Música da Corunha, onde estudou com Laura Quintillán, Eduardo Sánchez -Zúber e Massimo Spadano, entre outros. Em 1996 partiu para a Holanda, onde estudou com Chris Duindam, Johan Kracht e Misha Furman e finalizou a Licenciatura em violino, em 2001, no Conservatório de Roterdão. Realizou uma pós -graduação com Kees Koelmans no Conservatório Swelink de Amesterdão. Entre 2008 e 2010 estudou viola com Ana Bela Chaves. Tem colaborado com diversas orquestras e agrupamentos tais como a Orquestra Sinfónica da Galiza, Concerto Rotterdam, Milano Classica, Orquestra Gulbenkian e Remix Ensemble, trabalhando com músicos destacados como Viktor Liberman, Daniel Harding, Osmo Vanska, James Jud e Peter Rundel. Em 2002 fez parte da Orquestra do Algarve, onde foi chefe de naipe dos segundos violinos. Desde 2002, faz parte do Ensemble Darcos, em residência no Município de Torres Vedras. O seu interesse pela Música Antiga levou- a a estudar violino barroco com Kees Koelmans, tendo trabalhado com músicos como E. Onofri, L. Cummings, F. Biondi, C. Bianchini, J. ter Linden, A. Florio, H. Christophers e A. Staier. Faz parte da orquestra Divino Sospiro e da Orquestra Barroca Casa da Música, onde é chefe de naipe dos segundos violinos. Colabora com agrupamentos como Ludovice, Músicos do Tejo e Ensemble Bonne Corde. Reyes Gallardo foi bolseira da Fundación Pedro Barrié de la Maza (Corunha) e da Diputación de A Corunha durante os anos de 1997, 1998 e 1999. Filipe Quaresma violoncelo Filipe Quaresma (1980, Covilhã) iniciou os estudos de violoncelo com Rogério Peixinho na EPABI. Mais tarde estudou na Royal Academy of Music (RAM) de Londres com David Strange e Mats Lidström, e na Scuola di Musica di Fiesole com Natalia Gutman onde obteve o Prémio Valter Boccacini. Participou em masterclasses com C. Carr, Z. Nelsova, F. Helmerson, A. Karttunen, J. Wang, E. Arizcuren, M. Carneiro e L. Sá Pessoa. Obteve o primeiro lugar no Prémio Jovens Músicos RDP Antena 2 e no Concurso Internacional Júlio Cardona, e foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, RAM e Suggia Scholarship. Foi membro da EUYO e convidado na Orquestra Sinfónica de Londres, Sinfónica da BBC e London Sinfonietta. É primeiro violoncelo da Orquestra Barroca Casa da Música e do Darcos Ensemble, e principal violoncelo convidado do Remix Ensemble Casa da Música e do Sond Ar -te Electric Ensemble. Já se apresentou a solo com várias orquestras portuguesas e estrangeiras. Em 2013 foi convidado para a Orchestre Révolutionnaire et Romantique, de Sir John Eliot Gardiner, com quem gravou um disco com sinfonias de Beethoven. Já trabalhou com P. Rundel, E. Pomárico, B. Lubman, B. Sassetti, M. Laginha, P. Hillier, A. Staier, E. Onofri, L. Cummings, H. Christophers, F. Ollu, S. Asbury, R. De Leeuw e P. Eötvös, entre muitos outros. É professor de violoncelo na ESMAE (IPP) e detém o título Associate da Royal Academy of Music de Londres. Em 2014 lançou o disco Filipe Quaresma portuguese music for solo cello, com música para violoncelo solo de compositores portugueses. 8

Pedro Castro oboé Pedro Castro nasceu em 1977 no Porto. Diplomou -se na Escola Superior de Música de Lisboa sob a orientação de Pedro Couto Soares e no Conservatório Real de Haia (Holanda) sob a orientação de Sebastian Marq (flauta) e Ku Ebbinge (oboé barroco). No âmbito do Mestrado em Artes Musicais na Universidade Nova de Lisboa, realizou a tese Serenata L Angelica um estudo performativo. A sua actividade profissional inclui várias orquestras e agrupamentos de instrumentos históricos nos principais centros artísticos europeus. Em Outubro de 2009 dirigiu a estreia moderna da Serenata L Angelica de João de Sousa Carvalho. Em 2012 dirigiu a ópera Paride ed Elena de Gluck numa produção encenada por Clara Andermatt. Como solista, apresentou -se com a Orquestra Capela Real, Orquestra Divino Sospiro e Orquestra Barroca Casa da Música com concertos para oboé e orquestra de Vivaldi, Telemann, Marcello e J. S. Bach. No oboé clássico e com o Quarteto Arabesco, interpretou o quarteto de Mozart, ícone do repertório virtuosístico do Classicismo. Colabora também com o agrupamento Sete Lágrimas, com o qual realizou várias gravações e tournées pela Europa. É coordenador artístico do Concerto Campestre. É doutorando na Universidade de Aveiro, onde realiza uma investigação académica sobre a tradição das serenatas de corte no tempo de D. Maria I. 9

Orquestra Barroca Casa da Música Laurence Cummings maestro titular A Orquestra Barroca Casa da Música formouse em 2006 com a finalidade de interpretar a música barroca numa perspectiva historicamente informada. Para além do trabalho regular com o seu maestro titular, Laurence Cummings, a orquestra apresentou-se sob a direcção de Rinaldo Alessandrini, Fabio Biondi, Harry Christophers, Antonio Florio, Paul Hillier, Riccardo Minasi, Andrew Parrott, Christophe Rousset, Daniel Sepec e Masaaki Suzuki, na companhia de solistas como Andreas Staier, Roberta Invernizzi e Franco Fagioli, e agrupamentos como The Sixteen ou o Coro Casa da Música. Os seus concertos têm recebido a unânime aclamação da crítica nacional e internacional. A Orquestra Barroca apresentou-se em digressão em várias cidades portuguesas e também em Espanha (Festival de Música Antiga de Úbeda y Baeza), Inglaterra (Festival Handel de Londres) e França (Festivais Barrocos de Sablé e de Ambronay). Ao lado do Coro Casa da Música, interpretou Cantatas de Natal de Bach em concertos no Porto e Ourense. Em 2015 apresenta-se pela primeira vez no Palau de la Musica em Barcelona. Fez a estreia portuguesa da ópera Ottone de Händel e, em 2012, a estreia moderna da obra L Ippolito de Francisco António de Almeida. Johann Sebastian Bach é uma presença constante em todos os programas da Orquestra Barroca em 2015, destacando-se a integral dos Concertos Brandeburgueses sob a direcção de Laurence Cummings, concertos para cravo com Andreas Staier, ou a junção com o Coro Casa da Música para a celebração do Natal com o célebre Magnificat na interpretação de Paul Hillier. O Ano Alemanha na Casa da Música traz também obras de Pachelbel, Telemann, Händel e Schütz, ao longo de uma temporada que não deixa de convocar o Barroco português com Pedro António Avondano e Carlos Seixas. A Orquestra Barroca Casa da Música editou em CD gravações ao vivo de obras de Avison, D. Scarlatti, Carlos Seixas, Avondano, Vivaldi, Bach, Muffat, Händel e Haydn, sob a direcção de alguns dos mais prestigiados maestros da actualidade internacional. Violino I Huw Daniel Prisca Stalmarski Cecília Falcão César Nogueira Violino II Reyes Gallardo Ariana Dantas Miriam Macaia Denys Stetsenko Viola Trevor McTait Raquel Massadas Violoncelo Filipe Quaresma Vanessa Pires Contrabaixo José Fidalgo Oboé Pedro Castro Andreia Carvalho Fagote José Rodrigues Gomes Cravo Miguel Jalôto 10

CONSELHO DE FUNDADORES Presidente LUÍS VALENTE DE OLIVEIRA Vice-Presidentes JOÃO NUNO MACEDO SILVA JOSÉ ANTÓNIO TEIXEIRA ESTADO PORTUGUÊS MUNICÍPIO DO PORTO GRANDE ÁREA METROPOLITANA DO PORTO ACA GROUP AMORIM INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES, SGPS, S. A. ARSOPI - INDÚSTRIAS METALÚRGICAS ARLINDO S. PINHO, S. A. AUTO - SUECO, LDA. AXA PORTUGAL, COMPANHIA DE SEGUROS, S. A. BA VIDRO, S. A. BANCO ESPÍRITO SANTO, S. A. BANCO BPI, S. A. BANCO CARREGOSA BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S. A. BANCO SANTANDER TOTTA, S. A. BIAL - SGPS S. A. CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS CEREALIS, SGPS, S. A. CHAMARTIN IMOBILIÁRIA, SGPS, S. A. COMPANHIA DE SEGUROS ALLIANZ PORTUGAL,S. A. COMPANHIA DE SEGUROS TRANQUILIDADE, S. A. CONTINENTAL MABOR - INDÚSTRIA DE PNEUS,S. A. CPCIS - COMPANHIA PORTUGUESA DE COMPUTADORES INFORMÁTICA E SISTEMAS, S. A. FUNDAÇÃO EDP EL CORTE INGLÊS, GRANDES ARMAZÉNS, S. A. GALP ENERGIA, SGPS, S. A. GLOBALSHOPS RESOURCES, SLU GRUPO MEDIA CAPITAL, SGPS S. A. GRUPO SOARES DA COSTA, SGPS, S. A. GRUPO VISABEIRA - SGPS, S. A. III - INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS E IMOBILIÁRIOS, S. A. LACTOGAL, S. A. LAMEIRINHO - INDÚSTRIA TÊXTIL, S. A. METRO DO PORTO, S. A. MSFT - SOFTWARE PARA MICROCOMPUTADORES, LDA. MOTA - ENGIL SGPS, S. A. MUNICÍPIO DE MATOSINHOS OLINVESTE - SGPS, LDA. PESCANOVA PORTO EDITORA, LDA. PORTUGAL TELECOM, SGPS, S. A. PRICEWATERHOUSECOOPERS & ASSOCIADOS RAR - SOCIEDADE DE CONTROLE (HOLDING), S. A. REVIGRÉS - INDÚSTRIA DE REVESTIMENTOS DE GRÉS, S. A. TOYOTA CAETANO PORTUGAL, S. A. SOGRAPE VINHOS, S. A. SOLVERDE - SOCIEDADE DE INVESTIMENTOS TURÍSTICOS DA COSTA VERDE, S. A. SOMAGUE, SGPS, S. A. SONAE SGPS S. A. TERTIR, TERMINAIS DE PORTUGAL, S. A. TÊXTIL MANUEL GONÇALVES, S. A. UNICER, BEBIDAS DE PORTUGAL, SGPS, S. A. EMPRESAS AMIGAS DA FUNDAÇÃO CACHAPUZ CIN S. A. CREATE IT DELOITTE EUREST GRUPO DOUROAZUL MANVIA S. A. NAUTILUS S. A. SAFIRA FACILITY SERVICES S. A. STRONG SEGURANÇA S. A. OUTROS APOIOS FUNDAÇÃO ADELMAN I2S PATHENA RAR SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LISBOA VORTAL

MECENAS PROGRAMAS DE SALA MECENAS CASA DA MÚSICA APOIO INSTITUCIONAL MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICA