ÉPOCA DE SEMEADURA PARA O AMENDOIM NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, SEGUNDO O ZONEAMENTO DE RISCOS CLIMÁTICOS

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Transcrição:

ÉPOCA DE SEMEADURA PARA O AMENDOIM NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, SEGUNDO O ZONEAMENTO DE RISCOS CLIMÁTICOS Madson Tavares SILVA 1, José Américo B. do AMARAL 2, Taís de M. Falleiro SUASSUNA 3, Ana Cláudia Coutinho de ARAÚJO 4 RESUMO - A cultura do amendoim (Arachis hypogaea L.) constitui-se uma importante alternativa agrícola para o nordeste brasileiro por sua rusticidade e demanda do produto no mercado. O objetivo desse trabalho foi identificar os municípios do Estado do Rio Grande do Norte com aptidão para a exploração dessa oleaginosa, e estabelecer suas respectivas épocas de plantio. Para tanto foram observadas as condições edafoclimáticas quanto a precipitação no ciclo - 400 a 600 mm; período chuvoso sendo considerados os meses com pelo menos 10% da precipitação total ao ano, devido a concentração das chuvas nesses meses ser suficiente para as necessidades hídricas da cultura e as características da planta, no que diz respeito a cicio médio da cultura do amendoim em torno de 90 a 110 dias e estádio vegetativo em média de 50 dias, como período crítico à carência de água no solo e colheita no período de estiagem. Observou-se entre os 166 municípios do Estado do Rio Grande do Norte a existência de 123 municípios aptos para o cultivo do amendoim, com épocas de plantio variando de fevereiro a maio. ABSTRACT - Upland peanut (Arachis hypogaea L.) is an important agricultural alternative for the brazilian northeast because of the demands of this product in the market. This work was made in order to identify the counties in the Alagoas State Brazil with conditions ive plantation times. Were observed to cultiration of this peanut, and to establish its respect the the edaphoclimatic conditions of the 166 counties of the State and the characteristics oplant, talking about the raifali in the cycle - 400 to 600 mm; rainy period being considerei that one that is between the months that happen at least 10% of the total of annual rainfall; medium cycle of the peanut plants at about 90 to 110 days, and the vegetative stage is at about 50 days, as criticar period to the lack of water, and crop in the dry period. The existence of 123 capable counties was observed, with the plantation time varying of february to may, in agreement with the regíon. Palavras-chaves: Zoneamento, amendoim, nordeste INTRODUÇÃO O amendoim é planta originária da América do Sul, na região compreendida entre as latitudes de 10º e 30º sul, com provável centro de origem na região de Gran Chaco, incluindo os vales do Rio Paraná e Paraguai. É uma planta caracterizada pela produção subterrânea de sementes que podem ser ingeridas cruas e tem teores elevados de óleo e proteínas. Trata-se de um dos alimentos humanos mais concentrados e, ao mesmo tempo, um alimento de fácil digestão (Brücher, 1989). Apesar do reconhecimento do valor 1 Universidade Federal de Campina Grande - Av. Aprígio Veloso, 882. Bairro do Bodocóngo, Cep.58.109-970 - Campina Grande, PB / Bloco CL, 1º andar - E-mail: madson_tavares@hotmail.com 2 Embrapa Algodão, Caixa Postal 174, Campina Grande, PB, Cep.58107-720 - E-mail:bordini@cnpa.embrapa.br 3 Embrapa Algodão, Caixa Postal 174, Campina Grande, PB, Cep.58107-720 - E-mail: tais@cnpa.embrapa.br 4 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas, UFCG - Campina Grande, PB, E-mail: anacoutinho23@hotmail.com

nutritivo do amendoim (Prous, 1992), é notório que a maior parte da literatura etnobotânica e arqueológica regional dá pouca ênfase a seu valor como fonte de alimentação protéica na América. Eventualmente, o amendoim é considerado similar aos feijões (Phaseolus vulgaris L. e Ph. lunatus L.), mas é dado pouco destaque à importante possibilidade de seu consumo cru, que o caracteriza como um alimento disponível e adequado para qualquer nível tecnológico de aproveitamento. A exploração de culturas em áreas não apropriadas impossibilitando rendimentos satisfatórios contribui para o mau uso dos fatores ambientais como o solo e a água propiciando sua degradação e/ou a sub-utilização, podendo ocasionar inclusive desertificação no semi-árido. A superfície terrestre comporta-se de forma dinâmica, apresentando mudanças que são conseqüência das pela ocorrência de fenômenos naturais e/ou de origem de ações antrópicas. Devido à necessidade de se obter máximo rendimento por um mínimo de tempo, utilizando recursos existentes e limitados de uma determinada área, surge a necessidade de planejamento e ordenamento das ações de acordo com as características locais. Inevitavelmente apresentam-se tecnologias apropriadas, e que são melhoradas continuamente para poder atender a essas finalidades. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado em duas partes, onde primeiramente objetivou-se a determinação do balanço hídrico, por intermédio da simulação da época de semeadura e foi assim utilizado o Sistema de Análise Regional dos Riscos Agroclimáticos, o software SARRAZON (BARON et al.1996), seguidamente os resultados da simulação foram espacializados pela utilização do software SPRING versão 4.0 (CÂMARA et al. 1996). A analise dos resultados obtidos ao final nos proporcionou de forma otimizada a determinação de áreas homogêneas favoráveis para exploração agrícola do amendoim no Estado do Rio Grande do Norte. Para a simulação foram estipuladas datas precedentes em 30 dias ao plantio e 30 dias pós-colheita para os dezoito intervalos de plantio espaçados em 10 dias, (de 1 de janeiro a 30 de junho), nesse período analisou-se os comportamentos de cultivares do ciclo médio de 90 dias, recomendadas para o Nordeste Brasileiro. Foi considerado o período crítico de 40 dias (21º- 60º), com relação à necessidade fenologica da planta. As variáveis de entrada do modelo são: - Precipitação pluvial diária : Dados diários de chuva, registrados durante 25 anos em 60 estações pluviométricas no Estado do Rio Grande do Norte. Os dados de precipitação utilizados se originam do Banco de Dados Hidrometeorológico da Superintendência de

Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE, publicados na série Dados Pluviométricos Mensais do Nordeste Rio Grande do Norte - (SUDENE, 1990d). - Solo : Levantamentos Exploratórios reconhecimento de solos dos Estados do Nordeste (Brasil (1972), EMBRAPA(1976), EMBRAPA(1977). Foram considerados três tipos de solo com diferentes capacidades de armazenamento de água: Tipo 1: baixa capacidade de armazenamento de água (arenoso) - teores de argila < 15% Tipo 2: média capacidade de armazenamento de água (textura media) - (15% < teores de argila < 35%) Tipo 3: alta capacidade de armazenamento de água (argiloso) - teores de argila > 35% - Coeficientes decendiais do cultivo (Kc) : Corresponde à relação entre a evapotranspiração do cultivo (ETc) e a evapotranspiração de referência (ETo), os Kc s foram determinados por médias decendiais para cada fase e foram gerados pela interpolação dos dados fornecidos pela FAO (1980), equação (1): Kc = Etc / Eto (1) - Evapotranspiração potencial : Foi estimada pela equação de PENMAN (1963), e calculada para cada dez dias do ano, sendo então gerados 36 dados de evapotranspiração, equação(2): ETp = {[s/(s + у )] Rn + [у /(s + у )] Ea} (2) sendo ETp = evapotranspiração estimada (mm/dia), Rn = saldo de radiação convertido em (mm/dia) de evaporação equivalente, Ea = termo aerodinâmica (mm/dia), у = constante psicométrica (= 0,66 mb/ºc) e s = tangente à curva de pressão de saturação de vapor d água (mb/ºc). - Ciclo das cultivares : Foram utilizadas cultivares de ciclo médio (90 dias). Considerou-se um período crítico (floração/ enchimento dos grãos) de 40 dias, o qual está compreendido entre (o 20º e o 60º dia). - Análise de Sensibilidade : Refere-se à umidade do solo, onde há completa infiltração da água, quando há até 40 mm de precipitação (chuva limite). Acima desta precipitação ocorre em média 30% de escoamento e a quantidade excedente infiltra (SKAGGS, 1981). - Profundidade Radicular : Para o amendoim de sequeiro, a profundidade radicular efetiva, isto é, a profundidade máxima onde o sistema radicular ainda possui considerável capacidade de absorção, que está nos primeiros 0,3m de profundidade, e que é adotada para efeito de cálculo. - Capacidade de Água Disponível no Solo (CAD) : Determinou-se a CAD, segundo REICHARDT (1990), a partir da curva de retenção de água, densidade aparente e profundidade do perfil, pela equação (3): CAD = [(CC- PMP) / (10 da h)] (3)

onde:cad = Capacidade de água disponível no solo (mm/m); CC = Capacidade de campo (%); PMP = Ponto de murchamento permanente (%); DA = Peso específico aparente do solo (g/cm 3 );h = Profundidade da camada do solo (cm), foram estabelecidas três classes de CAD: Tipo 1: média capacidade de armazenamento de água (30 mm) Tipo 2: alta capacidade de armazenamento de água (40 mm) - Datas de Simulação : Estipularam-se datas precedentes em 30 dias ao plantio e 30 dias pós-colheita para os intervalos de plantio espaçados em 10 dias, proporcionando ao modelo de simulação maior confiabilidade. Os balanços hídricos foram determinados no período compreendido de 1 de janeiro a 30 de junho, considerando-se primeiro, segundo e terceiro decêndio de cada mês. As variáveis de saída do modelo são: A simulação do balanço hídrico permitiu, então, calcular os índices de satisfação da necessidade de água para a cultura (ISNA), definido como a relação entre a evapotranspiração real e a evapotranspiração máxima (ETr/ETm) ao longo do ciclo. Para um determinado ano, numa certa data, num tipo de solo para o amendoim com ciclo médio. Como o ciclo da cultura está dividido em quatro fases fenológicas, e a fase de enchimento dos grãos é o período mais determinante da produtividade final, estima-se o valor de ISNA naquela fase. Passa-se então para o ano dois, data um, solo um, ciclo médio, e assim, sucessivamente, até o último ano. A partir deste cálculo, estabelece-se a função de freqüência do ISNA e seleciona-se a data onde o valor calculado é maior ou igual ao critério de risco adotado (ISNA > 0,45), em 80 % dos casos. Os ISNA s foram espacializados pela utilização do software SPRING versão 4.0 CÂMARA et al. (1996). Para a caracterização do risco climático obtido ao longo dos períodos de simulações foram estabelecidas três classes de ISNA, conforme STEINMETZ et al. (1985): Foram estabelecidas três classes de ISNA: i) ISNA 0,45 - baixo risco climático; ii) 0,35 ISNA < 0,45 - médio risco climático e iii) ISNA < 0,35 - alto risco climático RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a analise dos parâmetros pluviométricos, edáficos e fenológicos inseridos na simulação da época de semeadura para o amendoim no Estado do Rio Grande do Norte, obtivemos o comportamento do ISNA ao longo dos períodos escolhidos de acordo com histórico climático do estado, como fator limitante ao processo de definição das regiões homogêneas, com características suficientes ao sucesso da exploração agrícola. Segue-se (Tabela 1) os municípios do Estado do Rio Grande do Norte que satisfazem as condições edafo-climaticas que atendem as mínimas necessidades fenológicas da cultura do amendoim, adotadas na metodologia deste trabalho, proporcionando o

conhecimento especifico dos períodos de semeadura onde existira maior capacidade de êxito ao longo dos estádios fenológicos. Tabela 1 Municípios e épocas favoráveis ao plantio do amendoim no Estado do Rio Grande do Norte, em função dos tipos de solo predominantes nas regiões Município Épocas de Plantio ACARI 11/02 a 10/03 ACU 11/02 a 10/03 AGUA NOVA 01/02 a 10/03 ALEXANDRIA 11/02 a 10/03 ALMINO AFONSO 01/02 a 10/03 ANGICOS 21/02 a 10/03 ANTONIO MARTINS 11/02 a 10/03 APODI 11/02 a 10/03 AUGUSTO SEVERO 11/02 a 10/03 BARCELONA 21/04 a 31/05 BENTO FERNANDES 21/04 a 31/05 BODO 11/02 a 10/03 BOM JESUS 21/04 a 31/05 BREJINHO 21/04 a 31/05 CAICARA DO RIO DO VERDE 21/04 a 31/05 CAICO 11/02 a 10/03 CAMPO REDONDO 21/04 a 31/05 CARAUBAS 11/02 a 10/03 CARNAUBA DOS DANTAS 11/02 a 10/03 CERRO CORA 21/02 a 10/03 CORONEL EZEQUIEL 21/04 a 31/05 CORONEL JOAO PESSOA 01/02 a 10/03 CRUZETA 11/02 a 10/03 CURRAIS NOVOS 11/02 a 10/03 DOUTOR SEVERIANO 01/02 a 10/03 ENCANTO 01/02 a 10/03 EQUADOR 11/02 a 10/03 ESPIRITO SANTO 21/04 a 31/05 FELIPE GUERRA 11/02 a 10/03 FERNANDO PEDROZA 21/02 a 10/03 FLORANIA 11/02 a 10/03 FRANCISCO DANTAS 01/02 a 10/03 FRUTUOSO GOMES 01/02 a 10/03 GOVERNADOR DIX-SEPT 11/02 a 10/03 IELMO MARINHO 21/04 a 31/05 IPANGUACU 11/02 a 10/03 IPUEIRA 11/02 a 10/03 ITAJA 11/02 a 10/03 ITAU 01/02 a 10/03 JACANA 21/04 a 31/05 JANDUIS 11/02 a 10/03 JANUARIO CICCO 21/04 a 31/05 JAPI 21/04 a 31/05 JARDIM DE ANGICOS 21/04 a 31/05 JARDIM DE PIRANHAS 11/02 a 10/03 JARDIM DO SERIDO 11/02 a 10/03 JOAO DIAS 01/02 a 10/03 JOSE DA PENHA 01/02 a 10/03 JUCURUTU 11/02 a 10/03 LAGOA D'ANTA 21/04 a 31/05 LAGOA DE PEDRAS 21/04 a 31/05 LAGOA DE VELHOS 21/04 a 31/05 LAGOA NOVA 11/02 a 10/03 LAGOA SALGADA 21/04 a 31/05 LAJES 21/02 a 10/03 LAJES PINTADAS 21/04 a 31/05 LUCRECIA 01/02 a 10/03 LUIS GOMES 01/02 a 10/03 MAJOR SALES 01/02 a 10/03 MARCELINO VIEIRA 01/02 a 10/03 MARTINS 01/02 a 10/03 MESSIAS TARGINO 11/02 a 10/03 MONTANHAS 21/04 a 31/05 MONTE ALEGRE 21/04 a 31/05 MONTE DAS GAMELEIRAS 21/04 a 31/05 NOVA CRUZ 21/04 a 31/05 OLHO-D'AGUA DO BORGES 11/02 a 10/03 OURO BRANCO 11/02 a 10/03 PARANA 01/02 a 10/03 PARAU 11/02 a 10/03 PARELHAS 11/02 a 10/03 PASSA E FICA 21/04 a 31/05 PASSAGEM 21/04 a 31/05 PATU 11/02 a 10/03 PAU DOS FERROS 01/02 a 10/03 PEDRO VELHO 21/04 a 31/05 PILOES 01/02 a 10/03 PORTALEGRE 01/02 a 10/03 PRESIDENTE JUSCELINO 21/04 a 31/05 RAFAEL FERNANDES 01/02 a 10/03 RAFAEL GODEIRO 01/02 a 10/03 RIACHO DA CRUZ 01/02 a 10/03 RIACHO DE SANTANA 01/02 a 10/03 RIACHUELO 21/04 a 31/05 RODOLFO FERNANDES 01/02 a 10/03 RUY BARBOSA 21/04 a 31/05 SANTA CRUZ 21/04 a 31/05 SANTA MARIA 21/04 a 31/05 SANTANA DO MATOS 11/02 a 10/03 SANTANA DO SERIDO 11/02 a 10/03 SANTO ANTONIO 21/04 a 31/05 SAO BENTO DO TRAIRI 21/04 a 31/05 SAO FERNANDO 11/02 a 10/03

SAO FRANCISCO DO OESTE 01/02 a 10/03 SAO JOAO DO SABUGI 11/02 a 10/03 SAO JOSE DO CAMPESTR 21/04 a 31/05 SAO JOSE DO SERIDO 01/02 a 10/03 SAO MIGUEL 01/02 a 10/03 SAO PAULO DO POTENGI 21/04 a 31/05 SAO PEDRO 21/04 a 31/05 SAO RAFAEL 11/02 a 10/03 SAO TOME 21/02 a 10/03 SAO VICENTE 11/02 a 10/03 SENADOR ELOI DE SOUZA 21/04 a 31/05 SENADOR GEORGINO AVELINO 21/04 a 31/05 SERRA DE SAO BENTO 21/04 a 31/05 SERRA NEGRA DO NORTE 11/02 a 10/03 SERRINHA 21/04 a 31/05 SERRINHA DOS PINTOS 11/02 a 10/03 SEVERIANO MELO 01/02 a 10/03 SITIO NOVO 21/04 a 31/05 TABOLEIRO GRANDE 01/02 a 10/03 TANGARA 21/04 a 31/05 TENENTE ANANIAS 01/02 a 10/03 TENENTE LAURENTINO 11/02 a 10/03 TIMBAUBA DOS BATISTA 11/02 a 10/03 TRIUNFO POTIGUAR 11/02 a 10/03 UMARIZAL 01/02 a 10/03 UPANEMA 11/02 a 10/03 VARZEA 21/04 a 31/05 VENHA-VER 01/02 a 10/03 VERA CRUZ 21/04 a 31/05 VIÇOSA 11/02 a 10/03 CONCLUSÕES Identificou-se 123 municípios no Estado do Rio Grande do Norte que satisfazem todas as necessidades edafoclimaticas e fenológicas da cultura do amendoim, em função da variabilidade espaço temporal da chuva na região do semi-árido nordestino, sugerise o acompanhamento das informações disponibilizadas por boletins de previsão climática, adequando e garantindo o plantio e a colheita sem interrupção do fornecimento das condições necessárias para o desenvolvimento da cultura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARON, C. & CLOPES, A. Sistema de Análise Regional dos Riscos Agroclimáticos (Sarramet / Sarrazon) Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento, 1996. BRASIL. Ministério da Agricultura. Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo. Levantamento exploratório: reconhecimento de solos do Estado do Rio Grande do Norte, v.1-2, 1972. BRÜCHER, H. Useful Plants of Neotropical Origin and their Wild Relatives. London, Springer-Verlag, 1989. EMBRAPA.Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos (Rio de Janeiro,RJ). Levantamento exploratório:reconhecimento de solos da margem esquerda do Rio São Francisco,Estado da Bahia.Recife,1976.404p.(EMBRAPA SNLCS.Boletim Técnico,38). EMBRAPA.Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos (Rio de Janeiro,RJ). Levantamento exploratório:reconhecimento de solos da margem direita do Rio São Francisco,Estado da Bahia.Recife,1977.v.1,732p.(EMBRAPA SNLCS.Boletim Técnico,52). FAO. soil survey interpretation and its use, n. 8,1976, 68 p.

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