COMBINAÇÃO DE CASCA E TORTA DE MAMONA COMO ADUBO ORGÂNICO PARA A MAMONEIRA

Documentos relacionados
APROVEITAMENTO DA RESTEVA DO ALGODÃO COMO ADUBO ORGÂNICO PARA A CULTURA DA MAMONA

EFEITO DA TORTA DE MAMONA SOBRE O CRESCIMENTO DA MAMONEIRA BRS 149 NORDESTINA.

FONTES ORGÂNICAS DE NUTRIENTES E SEUS EFEITOS NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA MAMONEIRA*

PRODUÇÃO DE MUDA DE MAMONEIRA EM SUSTRATOS CONTENDO DIFERENTES RESÍDUOS ORGÂNICOS E FERTILIZANTE MINERAL

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 465

UTILIZAÇÃO DE CASCA, TORTA DE MAMONA E FOSFATO NATURAL NA FERTILIZAÇÃO DE PLANTAS DE MAMONEIRA. Souza Carvalho Júnior

TOLERÂNCIA DA CULTURA DO PINHÃO MANSO AO ENCHARCAMENTO DO SOLO

ADIÇÃO DE TORTA DE ALGODÃO A COMPOSIÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS PARA A PRODUÇÃO DE MAMONEIRA

ADUBAÇÃO DA MAMONEIRA DA CULTIVAR BRS ENERGIA.

AVALIAÇÃO DA FITOMASSA E COMPRIMENTO DAS RAÍZES DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA INFLUENCIADOS PELA FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA II: CRESCIMENTO VEGETATIVO

ANÁLISE DO TECIDO VEGETAL DO PINHÃO MANSO, SUBMETIDOS A FONTES E DOSES DE FERTILIZANTES

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA III: FITOMASSA DA MAMONEIRA

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

CRESCIMENTO DE MUDAS DE PINHÃO MANSO EM SUBSTRATO CONTENDO COMPOSTO DE LIXO URBANO

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO RESÍDUO DE SETE ESPÉCIES DE LEGUMINOSAS, SOBRE A EMERGÊNCIA E CRESCIMENTO INICIAL DA MAMONEIRA

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 663

TEOR DE MACRONUTRIENTES EM FOLHAS DE MUDAS DE MAMONEIRA CULTIVADAS EM DIFERENTES SUBSTRATOS

FITOMASSA DA MAMONEIRA (Ricinus cumunnis L.) CULTIVAR BRS ENERGIA ADUBADA ORGANICAMENTE

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

CRESCIMENTO INICIAL DE PINHÃO MANSO ORIUNDAS DE SEMENTES TRATADAS COM CLORETO DE MEPIQUAT

INFLUÊNCIA DE DOSES E TIPOS DE ADUBOS NO DESENVOLVIMENTO DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

INFLUÊNCIA DE FONTES E DOSES DE NITROGÊNIO SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA MAMONEIRA.*

HERBICIDA DIURON APLICADO EM PRÉ-EMERGÊNCIA E SOBRE AS FOLHAS DA MAMONEIRA. Embrapa Algodão,

TEOR DE CINZAS E MATÉRIA ORGÂNICA DA TORTA DE MAMONA EM FUNÇÃO DO ARMAZENAMENTO EM DIFERENTES EMBALAGENS*

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

CRESCIMENTO DA MAMONEIRA SOB DOSES DE GESSO AGRÍCOLA APLICADAS AO SOLO

INFLUÊNCIA DAS EMBALAGENS NA COMPOSIÇÃO DE NPK DA TORTA DE MAMONA ARMAZENADA*

RESPIRAÇÃO MICROBIANA NO SOLO CONTENDO TORTA DE MAMONA EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO DA UMIDADE. Algodão,

CRESCIMENTO DA MAMONEIRA SUBMETIDA A ADUBAÇÃO COM LIXO ORGÂNICO E TORTA DE MAMONA*

AVALIAÇÃO DO HERBICIDA CLOMAZONE APLICADO A MAMONEIRA

COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NO CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis)

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 715

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

CRESCIMENTO DO PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE ÁGUA E ADUBAÇÃO NITROGENADA

SINTOMAS DO HERBICIDA PENDIMETALINA SOBRE A MAMONEIRA

EFEITO RESIDUAL DE LONGO PRAZO DA ADUBAÇÃO DE PRÉ-PLANTIO COM TORTA DE MAMONA NA PRODUÇÃO DE AMOREIRA-PRETA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E TEOR DE ÓLEO DE SEMENTES DAS CULTIVARES: BRS NORDESTINA E BRS PARAGUAÇU SEPARADAS EM CLASSES PELA COR DO TEGUMENTO

DESCRIÇÃO DOS SINTOMAS VISUAIS DE DEFICÊNCIA NUTRICIONAL NA MAMONEIRA. 1. NITROGÊNIO, FÓSFORO, ENXOFRE E MAGNÉSIO

EFEITO DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONA SUBMETIDOS A DIFERENTES TEMPERATURAS NOTURNAS: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO*

EFEITO DA ADIÇÃO DE CINZA DE MADEIRA E ESTERCO BOVINO NO CRESCIMENTO INICIAL DA MAMONEIRA CULTIVADA EM SOLO ÁCIDO

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de alface

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MATERIAL HÚMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA

CULTIVO DA MAMONEIRA EM SOLO ARTIFICIALMENTE COMPACTADO ADUBADO COM TORTA DE MAMONA. Edinete Maria de Oliveira

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

Biofertilizante de origem Suína na formação inicial de Mudas de Graviola (annomamuricata l.) e matéria seca da raiz.

INFLUÊNCIA DE DOSES CRESCENTES DE ESTERCO BOVINO NO NÚMERO DE FOLHAS E RAMOS DO GERGELIM (Sesamum indicum).

SELETIVIDADE DE HERBICIDAS PÓS-EMERGENTES À CULTURA DA MAMONEIRA.

SELETIVIDADE DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

MACRONUTRIENTES NA FOLHA DA MAMONEIRA EM SOLO COM DIFERENTES DENSIDADES GLOBAL E ADUBADO COM TORTA DE MAMONA*

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1047

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

Instituto de Ensino Tecnológico, Centec.

EFEITO DO SUBSTRATO NA DETERMINAÇÃO DO CRESCIMENTO DE MUDAS DE MAMONA DAS VARIEDADES BRS 149 NORDESTINA E BRS 188 PARAGUAÇU.

AVALIAÇÃO DE UM EQUIPAMENTO MANUAL PARA A SEMEADURA DA MAMONEIRA.


Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de tomate

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA


APLICAÇÃO DE GESSO AGRÍCOLA PARA REDUÇÃO DAS DEFORMAÇÕES DA FOLHA DA MAMONEIRA

PRODUTIVIDADE DA CULTIVAR BRS ENERGIA EM FUNÇÃO DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO E POPULAÇÕES DE PLANTAS

ESTUDO DO PROCESSO DE MATURAÇÃO DA MAMONEIRA II: UMIDADE E FITOMASSA DOS FRUTOS E SEMENTES

Revista Caatinga ISSN: X Universidade Federal Rural do Semi-Árido Brasil

RENDIMENTO DE FEIJÃO CULTIVADO COM DIFERENTES FONTES DE ADUBOS VERDES NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE COBERTURA NITROGENADA.

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE TOMATE EM SUBSTRATO CONTENDO TORTA DE MAMONA

EFEITOS ISOLADOS E CONJUNTOS DA MAMONEIRA (Ricinus communis L.), EM FUNÇÃO DE NITROGÊNIO E TEMPERATURA NOTURNA EM AMBIENTES DIFERENTES

FREQÜÊNCIA DE SEMENTES DE COLORAÇÃO ATÍPICA EM CACHOS DE MAMONA COLHIDOS EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO*

MUDAS DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) PRODUZIDAS EM DIFERENTES FONTES E DOSES DE MATÉRIA ORGÂNICA

AJUSTE E AVALIAÇÃO DE UM EQUIPAMENTO DE ACIONAMENTO MANUAL PARA DESCASCAMENTO DOS FRUTOS DE MAMONEIRA DA CULTIVAR BRS ENERGIA

DESBASTE CONTROLADO DOS RAMOS LATERAIS E POPULAÇÃO DE PLANTAS NA CULTURA DA MAMONEIRA

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 2101

Seletividade de herbicidas pré e pós-emergentes à mamoneira

CRESCIMENTO INICIAL DE MUDAS DE PINHÃO MANSO CULTIVADAS EM DIFERENTES SUBSTRATOS

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

CRESCIMENTO DA MAMONEIRA EM ALTURA E DIÂMETRO CAULINAR IRRIGADA COM ESGOTO DOMÉSTICO SOB DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO *

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE UM EQUIPAMENTO PARA DESCASCAMENTO DE MAMONA DA CULTIVAR BRS ENERGIA

PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA SOB INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E DOSES DE MATERIAL HÚMICO

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM TERESINA PIAUÍ EM MONOCULTIVO E CONSORCIADOS COM FEIJÃO-CAUPI*

CRESCIMENTO INICIAL DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE PLANTAS DE Brachiaria decumbens*

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA COM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NPK E ÉPOCAS DE PLANTIO.

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEIO I: EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS E ÁREA FOLIAR DOS COTILÉDONES

MAMONA IRRIGADA COM ÁGUA RESIDUÁRIA DE LATÍCINIO E ADUBADA COM COMPOSTOS ORGÂNICOS

AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUO ORGÂNICO E ADUBAÇÃO FOSFATADA NO CULTIVO DE GERGELIM (Sesamum indicum L. cv. Trhébua)

FISIOLOGIA E PRODUÇÃO DE FITOMASSA DA MAMONEIRA BRS ENERGIA SOB ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL

INFLUÊNCIA DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO E POPULAÇÃO DE PLANTAS EM COMPONENTES DE PRODUÇÃO DA MAMONA CULTIVAR BRS ENERGIA

Substratos orgânicos para mudas de hortaliças produzidos a partir da compostagem de cama de cavalo

RENDIMENTO DA MAMONEIRA SUBMETIDA A DIFERENTES FONTES E DOSES DE NITROGÊNIO*

Crescimento e teor de macronutrientes em mudas de mamoneira cultivadas em cinco substratos orgânicos

CRESCIMENTO DE PLANTAS DE MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL

1 Casca e Torta de Mamona Avaliados em Vasos como Fertilizantes Orgânicos

SELETIVIDADE DO SORGO SACARINO A HERBICIDAS E O TRATAMENTO DE SEMENTES COM O BIOATIVADOR THIAMETHOXAM

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 637

DOSES DE FERTILIZANTES PARA O ABACAXIZEIRO PÉROLA NA MESORREGIÃO DO SUL BAIANO

CONTROLE DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS E MELA DO ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA

I SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EMBRAPA ACRE

Transcrição:

COMBINAÇÃO DE CASCA E TORTA DE MAMONA COMO ADUBO ORGÂNICO PARA A MAMONEIRA Rosiane de Lourdes Silva de Lima 1, Liv Soares Severino 2, Ligia Rodrigues Sampaio 3 Maria Aline de Oliveira Freire 4, Valdinei Sofiatti 2 e Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão 2 1Unesp Jaboticabal, limarosiane@yahoo.com.br, 2 Embrapa Algodão, liv@cnpa.embrapa.br, vsofiatti@cnpa.embrapa.br, napoleao@cnpa.embrapa.br, 3 UFCG, liggiasampaio@yahoo.com.br, 4UVA, a.freire@ig.com.br RESUMO - A casca e a torta de mamona apresentam quantidades elevadas de alguns nutrientes. Contudo, para aumentar a eficiência da adubação com estas fontes orgânicas é necessária sua complementação com fertilizantes minerais, pois estes materiais apresentam limitações quanto a alguns nutrientes. Assim, o uso de casca e torta de mamona de forma combinada pode disponibilizar às plantas quantidades suficientes de nutrientes, dispensando o uso complementar de fertilizante mineral. Assim, este trabalho objetivou avaliar os efeitos de diferentes relações da mistura de casca e torta de mamona como fonte de nutrientes no crescimento inicial de plantas de mamoneira. Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições e 2 plantas por unidade experimental. Estudaram-se as combinações de casca: torta (%, v/v) de 0:10, 2,5:7,5, 5,5:7,5, 7,5:2,5 e 10:0, respectivamente. Aos 50dias após o plantio, foram determinados a altura das plantas, o número de folhas, o diâmetro caulinar, a área foliar e a massa seca da parte aérea e de raízes. Os resultaram indicaram que o uso de 5% de casca de mamona combinado com 5% de torta de mamona ou a relação composta por 7,5% de casca de mamona e 2,5% de torta de mamona (v/v) possibilitou o melhor crescimento de plantas de mamoneira cultivadas em vasos. A aplicação de doses de 10% (v/v) de casca ou torta de mamona isoladas causaram redução no o crescimento das plantas. Palavras-chave: Ricinus comunis, relação casca e torta de mamona, co-produtos. INTRODUÇÃO O Brasil é o terceiro maior produtor de mamona, tendo produzido 210 mil toneladas de bagas na safra 2004/2005. A produção concentra-se na região Nordeste, que é responsável por 90% da produção nacional. Como subprodutos do beneficiamento e extração do óleo de mamona, destacam-se a casca e a torta que geralmente são aproveitados como fertilizantes orgânicos. Contudo, a aplicação de quantidades elevadas podem provocar fitotoxicidade (torta de mamona), indução de carência de nitrogênio pela imobilização durante a decomposição microbiana (casca de mamona) e por conseqüência prejudica o crescimento das plantas, podendo ocasionar a sua morte. Segundo Lima et al. (2006), a torta de mamona isolada, em pequenas quantidades, contribui para o adequado crescimento das plantas, contudo a aplicação de casca de mamona pura, como fertilizante orgânico não é recomendável.

A adubação orgânica é uma pratica agrícola muito utilizada para a melhoria das propriedades químicas e físicas do solo, atuando no fornecimento de nutrientes às culturas, na retenção de cátions (SEVERINO et al., 2006 a), e na complexação de elementos tóxicos a exemplo do alumínio trocável (LIMA et al., 2007) e de micronutrientes, estruturação do solo, infiltração e retenção de água, aeração e redução da compactação do solo (COSTA et al., 2006). Materiais orgânicos como o esterco bovino (SEVERINO et al., 2006a; VALE et al., 2005;) e a casca e torta de mamona tem sido citados na literatura como fontes de nutrientes e condicionadores do solo para compor substratos e adubação da mamoneira (LIMA et al., 2006a; LIMA et al., 2006b; SEVERINO et al., 2006a). Contudo, as recomendações de adubação para a mamoneira, mesmo quando se aplica esterco bovino, que é uma fonte de matéria orgânica tradicionalmente utilizada na adubação das lavouras, não levam em consideração os nutrientes que são disponibilizados pelo esterco ou por qualquer outra fonte de matéria orgânica, por falta de estudos que determinem a dose mais adequada para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Assim, o conhecimento a priori da composição química e da taxa de mineralização desses resíduos poderão contribuir para minimizar os gastos na compra de fertilizantes químicos que devem ser complementados para o sucesso da lavoura. Geralmente, a adubação utilizando casca e torta de mamona tem sido feita com base nos resultados obtidos com a utilização de outras fontes orgânicas, sendo necessário estudos que definam a melhor combinação entre estes dois co-produtos para a adubação da mamoneira. Estudos realizados por Severino et al. (2006b), indicam que a casca e a torta de mamona apresentam quantidades elevadas de alguns nutrientes. Contudo, para aumentar a eficiência da adubação com estas fontes orgânicas é necessário sua complementação com fertilizantes minerais, pois estes materiais apresentam limitações quanto a alguns nutrientes. O uso de casca e torta de mamona de forma combinada poderá disponibilizar às plantas quantidades suficientes de nutrientes, dispensando o uso complementar de fertilizante mineral. Esta pesquisa objetivou avaliar os efeitos de diferentes relações casca e torta de mamona como fonte de nutrientes no crescimento inicial de plantas de mamoneira. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em condições de casa de vegetação da Embrapa Algodão, no período de junho a julho de 2007. O experimento foi instalado em delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições. Cada parcela experimental foi constituída por dois vasos de 3 L de volume contendo terra adicionada de casca e torta de mamona na proporção prevista em cada tratamento. Estudaram-se as combinações de casca: torta (%, v::v) de 0:10, 2,5:7,5, 5:5, 7,5:2,5 e 10:0, respectivamente.

A composição química dos resíduos utilizados na adubação foi de 1,86 e 7,54% de N, 0,26 e 3,11% de P, 4,50 e 0,66% de K, 0,67 e 0,75% de Ca e 0,38 e 0,51% de Mg, para a casca e torta de mamona, respectivamente. Após a mistura dos resíduos nas proporções de cada tratamento, os mesmos foram misturados ao solo e homogeneizados sendo em seguida semeadas 5 sementes de mamona da cultivar BRS Energia em cada vaso e aos 8 dias após a emergência das plântulas realizou-se o desbaste, mantendo-se uma planta por vaso. Aos cinqüenta dias após o plantio foram tomadas as medidas de altura da planta, número de folhas, diâmetro caulinar, área foliar e massa seca da parte aérea e das raízes. A área foliar foi determinada conforme metodologia proposta por Severino et al. (2004). Para a obtenção da massa seca, o material vegetal (parte aérea e raízes) foi acondicionado em sacos de papel, perfurados e mantidos em estufa de circulação de ar forçada a 70 C até atingir massa constante. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância (Teste F) e teste de Tukey a 5% de probabilidade, conforme recomendação de Ferreira (1996). RESULTADOS E DISCUSSÃO As características de crescimento analisadas apresentaram diferenças estatísticas significativas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Na Tabela 2 são apresentados os resultados das variáveis de crescimento. O tratamento contendo apenas solo não proporcionou condições adequadas para o pleno desenvolvimento das plantas, porém o resultado desse tratamento foi superior ao tratamento composto por 10% de torta de mamona que impediu até mesmo a emergência das sementes. Possivelmente, a não emergência das plântulas cultivadas no tratamento contendo apenas torta de mamona seja devido ao excesso de N observado na torta de mamona, conforme observações de Severino et al. (2006b) Plantas de mamoneira fertilizadas com misturas de 5% de casca e 5% de torta de mamona, bem como o tratamento contendo 7,5% de casca de mamona e 2,5% de torta de mamona proporcionaram o melhor crescimento para as características analisadas. Por outro lado misturas compostas por 2,5% de casca de mamona e 7,5% de torta de mamona proporcionaram a obtenção de resultados intermediários, diferindo significativamente do tratamento composto por 10% de torta de mamona e por aquele composto por 10% de casca de mamona. Pelos resultados obtidos ficou evidenciado que o uso de torta de mamona em quantidades excessivas prejudicam o crescimento das plantas provocando efeito fitotóxico, ou talvez alelopático sobre a emergência das plantas e desenvolvimento da cultura. É possível que o excesso de N tenha ocasionado fitotoxidez ou devido a presença de substâncias alelopáticas. Lima et al. (2006), estudando os efeitos de diferentes doses de

casca e torta de mamona sobre o crescimento de mamoneira cultivada em vaso, constataram que o uso isolado destes dois resíduos pode ser inviável devido ao excesso de nitrogênio ou a elevada relação C/N da casca de mamona, a qual provoca imobilização de N durante o processo de decomposição da casca. O uso combinado de 5% de casca de mamona e 5% de torta de mamona ou de 7,5% de casca e 2,5% de torta de mamona foram superiores para as características estudadas. Possivelmente, esta combinação tenha proporcionado melhoria nas propriedades químicas e físicas do solo a exemplo da aeração e disponibilidade de alguns nutrientes como o nitrogênio fornecido pela torta de mamona, e o potássio pela casca de mamona. Quanto ao tratamento que recebeu apenas casca de mamona, apesar de ter ocorrido germinação e emergência de plântulas, o crescimento foi prejudicado pela carência de nutrientes, em especial o nitrogênio, pois ao longo do experimento observou-se amarelecimento das folhas e redução no seu tamanho, observação confirmada pela menor área foliar e número de folhas da mamoneira. CONCLUSÕES O uso de 5% de casca de mamona combinado com 5% de torta de mamona ou a relação composta por 7,5% de casca de mamona e 2,5% de torta de mamona (v/v) possibilitou o melhor crescimento de plantas de mamoneira cultivadas em vasos. A aplicação de doses de 10% em volume de casca ou de torta de mamona isoladas, causa redução no crescimento das plantas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, F. X.; BELTRÃO, N. E. de M.; SEVERINO, L. S.; LIMA, V. L. A.; GUIMARÃES, M. M. B.; LUCENA, A. M. A. Resposta do efeito da compactação do solo adubado com torta de mamona nos macronutrientes das folhas da mamoneira. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL, 2., Brasília. Anais... Brasília: BIPTI, 2006. 1 CD- ROM. FERREIRA, P. V. Estatística experimental aplicada à agronomia. 2. ed. Maceió: Edufal, 1996. 606 p. LIMA, R. L. S.; SEVERINO, L. S.; ALBUQUERQUE, R. C.; BELTRÃO, N. E. M. Avaliação da casca e da torta de mamona como fertilizante orgânico. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA, 2., Aracaju. Anais... Aracaju: Embrapa Algodão, 2006a. 1 CD-ROM.

LIMA, R. L. S. L.; SEVERINO, L. S.; SILVA, M. I. S.; JERÔNIMO, J. F.; VALE, L. S.; BELTRÃO, N. E. de M. Substratos para produção de mudas de mamoneira compostos por misturas de cinco fontes de matéria orgânica. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 30, n. 3, p. 474 479, 2006b. LIMA, R. L. S.; SEVERINO, L. S. ; FERREIRA, G. B. ; SILVA, M. I. L. da ; ALBUQUERQUE, R. C. ; BELTRÃO, N. E. de M.. Crescimento da mamoneira em solo com alto teor de alumínio na presença e ausência de matéria orgânica. Revista Brasileira de Oleaginosas e Fibrosas, v. 11, p. 15-21, 2007. SEVERINO, L. S.; CARDOSO, G. D.; VALE, L. S.; SANTOS, J. W. Método para determinação da área foliar da mamoneira. Revista Brasileira de Oleaginosas e Fibrosas, Campina Grande, v. 8, n. 1, p. 73-72, 2004. SEVERINO, L. S.; FERREIRA, G. B. ; MORAES, C. R. A. ;GONDIM, T. M. S.; CARDOSO, G. D.; VIRIATO, J. R.; BELTRÃO, N. E. de M. Produtividade e crescimento da mamoneira em resposta à adubação orgânica e mineral. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 41, n. 5, p. 879 882, 2006a. SEVERINO, L. S.; LIMA, R. L. S.; BELTRÃO, N. E. M.; Composição química de onze materiais orgânicos utilizados em substratos para produção de mudas. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2006b, 5 p. (Comunicado Técnico, 278). VALE, L. S.; BELTRÃO, N. E. de M.; MELO, F. B.; VIEIRA, H. S. E.; MIRANDA, M. F. A.; ANUNCIAÇÃO FILHO, C. J. Adubação orgânica na mamoneira com esterco bovino e efeitos no seu crescimento inicial. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL, 2., Lavras. Anais... Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2006. 1 CD- ROM.

Tabela 1. Valores de altura, diâmetro caulinar, número de folhas, área foliar, massa seca da parte aérea e massa seca do sistema radicular de plantas de mamoneira BRS Energia fertilizadas por diferentes combinações de casca e torta de mamona. Formulação Características de crescimento Casca Torta Altura (cm) Diâmetro (mm) N folhas Área foliar (cm 2 ) MSPA (g) MSR (g) 0% 10% 0,0 b 0,0 c 0,0 b 0,0 b 0,0 c 0,0 b 2,5% 7,5% 18,8 b 8,6 b 7,3 a 1252,2 b 7,2 b 6,1 a 5% 5% 27,3 a 9,8 ab 10,5 a 2361,1 a 16,8 a 6,9 a 7,5% 2,5% 29,8 a 10,8 a 8,5 a 2277,4 a 16,3 a 6,0 a 10% 0% 11,8 c 0,7 c 2,5 b 21,5 c 0,3 c 0,2 b 0%Terra0% 13 c 4,9 c 3,2 b 65,1 c 1,1 c 1,3 b CV% 13 13 30 38 29 49 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.