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Transcrição:

DOLINinforme Informativo Eletrônico GUPE Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas - G026 Fundado em 25 de Agosto de 1985 ANO 1 N 7 30/06/2010 II Simpósio Sul-Brasileiro de Espeleologia II SSBE 22 a 25 de Julho de 2010 Ponta Grossa PR Da redação O GUPE já está com todos os preparativos finalizados para realizar o II SSBE na cidade de Ponta Grossa, do dia 22 a 25 de Julho. As atividades acontecerão no Campus Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Para maiores informações entre em contato através do email: iissbe@yahoo.com.br As inscrições no evento estarão abertas até o primeiro dia do evento, os valores são: R$ 30,00 (sócios da SBE) e R$ 40,00 (não sócios). O prazo para envio de trabalhos foi prorrogado até o dia 11 de julho (sexta-feira). Ainda há vagas em mini-cursos e oficinas. Os inscritos no evento poderão utilizar gratuitamente o alojamento da UEPG (vagas são limitadas), sendo necessário trazer colchonete e roupa de cama/banho. O Restaurante Universitário também estará à disposição servindo refeições na quinta-feira (22/07 - almoço e janta), sexta e sábado (23 e 24/07 - café da manhã, almoço e janta), à R$1,90 por refeição, mas traga sua caneca porque o restaurante não oferece copos. A programação do evento conta com a participação dos seguintes palestrantes: * A Espeleologia no Sul do Brasil Representante GEEP Açungui; * A Arqueologia em cavernas do Paraná - Dra. Cláudia Parellada (Museu Paranaense); * Panorama do turismo espeleológico no mundo - Msc. José Ayrton Labegalini; * Cavernas como Paisagens Naturais e Simbólicas e a Invenção do Espeleoturismo - Msc. Luiz Afonso Vaz de Figueiredo (Presidente da SBE Gestão 2009/2011). Outras atividades serão realizadas como mesa-redonda, oficinas e mini-cursos. Venha participar, acesse o site: www.sbe.com.br/2ssbe.asp e faça sua inscrição. DOLINinforme 1

GUPE participa de atividade de campo com pesquisador de Universidade Autônoma de Madri Da redação Membros do GUPE participaram de uma atividade de campo no dia 14 de junho acompanhando o professor do Departamento de Didáticas Específicas da Universidade Autônoma de Madri, Alfonso García de la Veja. Em visita a Ponta Grossa através do convênio de intercâmbio entre os Professores do Mestrado em Geografia da UEPG e da Universidade Autônoma de Madri, o professor Alfonso, junto dos membros do GUPE, professores da UEPG Gilson Burigo Guimarães e Maria Lígia Cassol Pinto e alunos de Geografia Bacharelado e Licenciatura, realizaram a atividade em Piraí do Sul, cidade dos Campos Gerais paranaense. Chegando à Pousada Piray, após o café da manhã, Emerson, dono da pousada, integrou a equipe nas trilha das pinturas rupestres. O objetivo foi o de mostrar as feições da paisagem dos Campos Gerais para o professor espanhol, principalmente as feições estruturais, como canyons, lineamentos, fendas, depressões no terreno, entre outras. Após visitar as artes rupestres e vislumbrar a paisagem do Canyon da Palmeirinha, o grupo almoçou, aproveitando a deliciosa comida caseira da Pousada Piray. No meio da tarde, houve o retorno a Ponta Grossa para visita à furna do Buraco do Padre. O objetivo foi mostrar um pouco das feições cársticas ocorrentes na região, área de trabalho do professor visitante. No interior da furna, foi explanada a gênese da estrutura, as características da Formação Furnas, a erosão dos rios encaixados em estruturas tectônicas e demais detalhes do local. Grupo que participou da atividade de campo, Em pé: Josélia, Laís, Henrique, Gilson, Alfonso, Lígia, Felipe e Luciane, abaixados: Luiz (camiseta branca), Pedro e João Carlos. Ao fundo Escarpa Devoniana e a região do Primeiro Planalto Paranaense (Piraí do Sul Paraná). DOLINinforme 2

Expedição GUPE Grupo realiza levantamento espeleológico no Parque Estadual do Guartelá Por Henrique Simão Pontes Coordenador Geral GUPE Membros do Gupe iniciaram a pequena expedição para realizar o levantamento espeleológico das Grutas Pedra-Ume e Andorinhas, ambas localizadas no Parque Estadual do Guartelá (cidade de Tibagi PR), no dia 02, 03 e 04 de junho. Os membros do GUPE Henrique Pontes, Laís Massuqueto, Heder Rocha, Rafael Köene e João Carlos Flügel contaram com a participação da Geógrafa Fernanda Mochiutti e do Geólogo Dr. Gilson Burigo Guimarães durante a atividade. Acompanhou a equipe também a Geógrafa Msc. Karin Linete Horns, a qual está desenvolvendo sua tese de doutorado dentro do parque. No início da noite de quarta (02/06), a equipe se acomodou na casa de pesquisa do Parque, local destinado aos pesquisadores que visitam o parque. 1 Dia: a Gruta da Pedra-Ume Na manhã de quinta-feira, aproximadamente às 08h, teve início a caminhada na trilha que leva até a Gruta da Pedra-Ume, o tempo parcialmente nublado ajudou a equipe durante o trecho de aproximadamente 3 km de caminhada. O uso de perneiras foi necessário, pois toda a trilha é marcada por vegetação de campo com samambaias e pequenos capões de mata que escondem cobras peçonhentas como: jararacas, cascavéis, urutus cruzeiros e corais. Em todo caminho foi possível observar as feições da paisagem no parque. Belas matas encravadas em lineamentos estruturais, campos úmidos e secos, flores características da região, fauna e as belas exposições dos arenitos da Formação Furnas, ganhando destaque as formas bizarras dos relevos ruiniformes. Chegando próximo à Gruta da Pedra-Ume foi preciso utilizar a cadeirinha para descer uma escada de aproximadamente 10 metros. Henrique Pontes coordenou a descida, garantindo a segurança da descida. Corda e cadeirinha são utilizadas para aumentar a segurança dos membros do GUPE (Foto: Gilson Burigo Guimarães) No final do trecho da escada, foi necessário que todos da equipe fizessem silêncio, pois nas paredes rochosas abrigam diferentes espécies de abelhas e vespas. Neste trecho foi possível observar o contato geológico da Formação Furnas com as rochas vulcânicas do embasamento. O grupo caminhou mais 400m até chegar à Gruta da Pedra-Ume, localizada a poucos metros do rio Iapó. A Gruta da Pedra-Ume é quase totalmente artificial, pois foi ponto de extração da alunita (conhecida como pedra-ume) pelos tropeiros da região. A pedra-ume era utilizada para o curtimento do couro do boi. Foram registradas temperaturas no interior da gruta em três pontos, notando-se que aumenta a temperatura na medida em que vai entrando na cavidade. O levantamento topográfico durou até o meio da tarde, sendo realizado então um levantamento fotográfico, coleta de amostras de alunita e últimas anotações sobre as características da gruta. Ao retornar ao DOLINinforme 3

alojamento o grupo foi saudado por um belo por do sol. 2 Dia Gruda das Andorinhas e a Ponte de Pedra Após uma boa noite de descanso a manhã de sexta-feira foi marcada por chuva constante e um tempo frio. O objetivo deste dia foi realizar levantamento espeleológico da Gruta das Andorinhas e realizar medições e breve descrição na Ponte de Pedra do Rio Pedregulho. A trilha foi percorrida com muito cuidado, pois a rocha estava muito lisa por causa da chuva. O grupo precisou percorrer a trilha até o terceiro lance da cachoeira da Ponte de Pedra, onde está localizada a Gruta das Andorinhas. A trilha que leva até a gruta estava bastante fechada, exigindo o uso de facão para abrir um pouco a vegetação, além do uso de perneiras. A atenção foi essencial, pois a trilha, além de lisa, é bastante íngrime. Antes de chegar ao ponto desejado, foi realizada a prospecção em um pequeno abrigo próximo à gruta das andorinhas utilizando técnicas verticais. No entanto, apenas foi encontrado um abrigo de no máximo três metros. Depois de guardar os equipamentos foi realizada a prospecção e medições da Gruta das Andorinhas. O rio Pedregulho entra na cavidade mantendo uma profundidade média de 2 metros, para acessá-la é necessário passar a nado por baixo da cachoeira da Ponte de Pedra. A gruta está encaixada em uma fenda de direção NW- SE, relacionada com o Arco de Ponta Grossa. Ao entrar na gruta muitos andorinhões começaram a voar para fora da cavidade realizando um belo espetáculo. Para entrar na gruta foi preciso atravessar a nado um trecho de aproximadamente 10 metros, Henrique e João Carlos realizaram a prospecção. Após realizar as medições, constatando 15 metros de extensão e uma gruta tomada pelas águas do rio Pedregulho, o Grupo se preparou para subir até a Ponte de Pedra, localizada na base do primeiro lance da cachoeira da Ponte de Pedra do Rio Pedregulho, local de freqüentado pelos visitantes do Parque. Realizado o levantamento fotográfico do local e tirada as coordenadas através de receptor GPS, foram realizadas as medições na Ponte de Pedra. Este ponto de visitação no Parque Estadual do Guartelá consiste em um trecho que o Rio Pedregulho passa por baixo de uma ponte de pedra - formada naturalmente devido à ação da água em um leito mais fino do arenito e mais suscetível a ação erosiva e pelos planos de acamamento e estratificação do arenito. O Grupo encerrou as atividades no início da tarde, com o acordo de voltar ao Parque para realizar uma varredura em busca de novas cavidades. Heder Rocha, como escala, caminhando em direção de um filete da cachoeira da Ponte de Pedra, a qual marca a entrada da Gruta das Andorinhas (foto: Gilson Burigo Guimarães). Da esquerda para a direita: Professor Gilson Burigo; Rafael Köene; Henrique Pontes; Laís Massuqueto; João Carlos Flügel; Fernanda Mochiutti e Heder Rocha. Ao lado da casa de pesquisa, retornando da Gruta das Andorinhas. DOLINinforme 4

Caverna em Boqueirão do Leão (RS) é identificada como paleotoca Prof. Dr. Heinrich Theodor Frank Instituto de Geociências UFRGS Entre as muitas cavernas brasileiras, algumas tiveram sua origem como paleotocas, que são túneis cavados por mamíferos extintos da megafauna Cenozóica Sul-Americana. A pesquisa destas paleotocas está sendo desenvolvida pelo Projeto Paleotocas (www.ufrgs.br/paleotocas), uma iniciativa multidisciplinar e interinstitucional cujo Coordenador é o Prof. Dr. Francisco Sekiguchi Buchmann, da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Além do trabalho de campo próprio, o Projeto desenvolve um trabalho de Prospecção Digital, procurando indícios de paleotocas na internet através de palavras-chave como caverna, gruta, toca, furna, buraco e outros, combinados ou não com tatu, onça, índios, bugres, etc. A pesquisa é feita em diversos mecanismos de busca, tanto em documentos de texto como em imagens e vídeo. Através desta metodologia foi encontrada uma notícia publicada em fevereiro de 2009 pelo jornal O Informativo do Vale, de Lajeado (RS). Noticiava a Toca dos Índios, uma caverna que é um mistério na propriedade de um agricultor em Boqueirão do Leão (RS). A fotografia que acompanhava a matéria já sugeria que fosse uma paleotoca. Uma pesquisa mais focada na internet, usando Boqueirão do Leão e Perau da Negra (uma conhecida atração turística da região), localizou mais duas fotos do interior da caverna, fortalecendo as suspeitas de que a caverna era uma paleotoca. No início de junho/2010 foi realizada uma primeira visita ao local. Trata-se de um túnel com 37 metros de comprimento escavado em arenitos da Formação Botucatu. Estes arenitos eólicos apresentam as estratificações cruzadas de grande porte típicas destas rochas. Geologicamente, a região é formada por derrames sucessivos de lava da Formação Serra Geral que apresentam, às vezes, arenitos interderrames como esse. Estes arenitos tanto podem ser de uma duna depositada sobre um derrame de lava como um preenchimento de uma depressão de grande porte no topo de um derrame de lava. No local, o arenito interderrame apresenta mais de 10 metros de espessura. Paleotoca vista de dentro para fora (foto: acervo Dr. Heinrich Theodor Frank). DOLINinforme 5

Os primeiros 10 metros do túnel sofreram escavações antropogênicas e estão muito descaracterizados. Ali o túnel possui mais de 2 metros de altura e 3 metros de largura. Os 27 metros restantes, entretanto, estão praticamente originais, apenas parcialmente preenchidos por sedimentos. Nesta seção, o túnel possui um diâmetro entre 1,7 e 2,5 metros e um vão livre de 80 cm. A forma côncava do teto, o diâmetro e algumas marcas de garra nas paredes originais não deixam margem à dúvida de que se trata de uma paleotoca escavada por um mamífero de grande porte. O preenchimento parcial da paleotoca deu-se com sedimentos trazidos provavelmente pela drenagem que passa até hoje em frente à ocorrência, visto que não há nenhuma entrada no fundo ou ao longo da paleotoca. O túnel está disposto praticamente perpendicularmente à vertente em que está escavado, apenas com uma leve sinuosidade, típica dessas paleotocas grandes. Aparentemente existe uma ramificação para baixo da paleotoca após os primeiros 5 metros, mas este túnel está cheio de água e será esgotado em uma próxima investigação, durante a continuidade das pesquisas no local. O túnel constitui-se na maior paleotoca com característica originais preservadas já encontrada pelo Projeto Paleotocas no Rio Grande do Sul. Muito provavelmente existem mais cavernas no Brasil que, apesar de conhecidas há muito tempo, não foram ainda reconhecidas como paleotocas. Paleotoca vista de fora para dentro (foto: acervo Dr. Heinrich Theodor Frank). Interior da Paleotoca (foto: acervo Dr. Heinrich Theodor Frank). DOLINinforme 6

GUPE realiza trabalho de campo no Canyon do rio São Jorge Por Henrique Simão pontes Coordenador Geral - GUPE No sábado, dia 12 de junho, os membros do GUPE Henrique Pontes, Laís Massuqueto e Heder Rocha, acamparam no canyon do rio São Jorge a fim de dar continuidade ao mapeamento da Caverna da Chaminé, pois há meses estão sendo encontradas novas passagens e galerias. Durante todo o sábado a tarde foi realizado o levantamento topográfico da nova fenda da Chaminé. O trabalho teve término às 18 horas por motivo do mau tempo. A caverna já atingiu 235 metros de desenvolvimento horizontal, mas estima-se que o valor possa passar dos 300 metros, pois existem mais três passagens ainda não exploradas neste complexo subterrâneo localizado nos arenitos da Formação Furnas. Henrique passando o trecho em que originou o nome da Gruta, realmente é necessário uma profunda inspirada para atravessar (Foto: Heder Leandro Rocha). Heder prospectando passagem ainda não mapeada na Caverna da Chaminé. Apesar de apertada, leva a outra galeria (Foto: Henrique Simão Pontes). Na manhã do domingo, após uma fria noite de inverno nos Campos Gerais, os membros do GUPE Felipe Schamne, Josélia Granado, Rafael Köene e Andressa Carvalhais chegaram ao canyon e se juntaram ao grupo para mapear a Gruta da Inspirada. Após um café da manhã coletivo e bem reforçado, o grupo partiu em direção à gruta. Em algumas horas estava finalizado o mapeamento da cavidade e levantado os dados necessários para cadastramento no CNC, constatando 87 metros de desenvolvimento linear. A gênese da cavidade é relacionada a diversas fraturas na rocha e desabamento de blocos que entulharam a porção superior de fendas. GUPE realizando mapeamento da Gruta da Inspirada (Foto: Heder Leandro Rocha). Após caminhar por entre a mata beirando uma das paredes rochosas do canyon em busca de novas grutas, o grupo decidiu finalizar o trabalho de campo. A próxima visita ao canyon será para realizar o levantamento topográfico de uma fenda próxima à Caverna da Chaminé - denominada informalmente entre os membros do GUPE como Abismo das Taquaras - e finalizar o mapeamento da Caverna da Chaminé, se esta ainda não guardar novidades. O grupo suspeita que possa haver novas galerias, o que coloca a Caverna da Chaminé como uma das maiores cavernas areníticas dos Campos Gerais ou até mesmo do Paraná. DOLINinforme 7

Foto do grupo que participou do trabalho de campo do GUPE, ao lado do Salto Santa Bárbara do Rio São Jorge. Sentadas em primeiro plano: Josélia Granado (de vermelho) e Andressa Carvalhais, em pé: Heder Rocha (de macacão verde), Rafael Koëne, Henrique Pontes, Laís Grupo de Escalada Cidade de Pedra GECP volta a realizar reuniões e demais atividades Lílian Patrícia Massuqueto Vice-Presidente - GECP O Grupo de Escalada Cidade de Pedra (GECP) foi fundado em 1994, pelos escaladores Wilson Souza, Julio Lancastzer (Primata), Fabio Barros (Binho), Guilherme Forbeck, Leandro F. (Tatu), Demian Souza, Lucio Capri, Marcio Stinghem, Átila Santana, Fabio Silva (Pica), Marcelo Justus, entre outros. Criado com o objetivo de organizar o esporte de Escalada na região dos Campos Gerais, principalmente no município de Ponta Grossa, o GECP sempre trabalhou na recuperação e manutenção das trilhas, coleta de lixo e educação ambiental nos locais de escalada, como o Salto São Jorge, o Buraco do Padre, Dolinas, Mariquinha, entre outros locais, os quais sofrem com o turismo em massa, a falta de infraestrutura e avanço da agricultura. Porém, o GECP teve seus altos e baixos, ficando durante alguns anos inativo. Muitos dos escaladores mudaram de cidade, de país ou pararam de escalar e uma nova geração começou a surgir. Mas, alguns veteranos continuam na ativa, como é o caso de Binho e Átila. Atualmente temos cerca de 15 escaladores na ativa (aqueles que faça chuva, faça sol, estão na rocha) e muitas novas rotas de escalada estão sendo abertas, principalmente no Setor Macarrão, localizado nas proximidades do Buraco do Padre (em Ponta Grossa PR), que tem recebido escaladores de todo o Brasil. A região de Ponta Grossa ainda tem muito potencial a ser explorado (lindas paredes!), porém sem organização e ética podem surgir problemas sociais e ambientais, além disto, o recém criado Parque Nacional dos Campos Gerais, decretado em 2006, pode ameaçar a continuidade do esporte, já que todos os locais de escalada estão dentro de seus limites. Então, surgiu a necessidade de ativar o GECP, para continuar o trabalho que os pioneiros começaram, e lutar pela evolução sustentável da escalada na nossa terrinha. Membros do GECP realizando reunião na Loja Solo Esportes radicais (foto: acervo do GECP retirado do Blog). E assim, no dia 20 de abril deste ano, realizamos uma reunião onde 32 esportistas compareceram, e reelegemos a nova diretoria, tendo como presidente Fabio Barros (Binho), vice Lilian Massuqueto (Malu), tesoureiros Luis Fabiano Oliveira (Bina) e Willian Lacerda e secretário Pedro Bernardino. É o primeiro encontro de gerações de escaladores de Ponta Grossa. DOLINinforme 8

As reuniões acontecerão no mínimo uma vez ao mês, tendo como sede a Loja Solo Esportes. Todos os amantes de esportes radicais estão convidados a participar, afinal a união faz a força. Ações do GECP Neste último domingo, dia 13 de junho, o GECP realizou a recuperação das trilhas do Setor Macarrão no Buraco do Padre. Com madeira, principalmente galhos de eucalipto recolhidos da estrada, estacas, pedras coletadas no próprio local, ferramentas e muita boa vontade, 12 integrantes do grupo deixaram as trilhas em melhores condições de uso. Matéria extraída do blog do Grupo: http://grupoescaladacidadepedra.blogspot.com/ Membros do GECP realizando recuperação de trilha (foto: acervo do GECP retirado do Blog). Gupe recebe novo membro Da Redação É com grande satisfação que o GUPE parabeniza seu novo membro: Nair Fernanda Mochiutti. Seja bem vinda e boas atividades. Saudações espeleológicas a todos. Agradecimentos especiais Da Redação O GUPE faz este agradecimento em especial aos parceiros e apoiadores do II Simpósio Sul- Brasileiro de Espeleologia aqui citados: Arthur Degraf (Audisa Peças e Serviços), Geraldo Fanchin e Fabio Fanchin (Posto Rio Branco) e Paulo Roberto Ribeiro (Paulinho) (Pizzaria La Taverne). A Coordenadoria do GUPE agradece ao membro do Conselho Deliberativo José Mario Budny pelas doações de macacões e capacetes para o Grupo. A coordenadoria do GUPE também agradece ao membro do Conselho Deliberativo Gilmar Budny pela doação de cadeirinhas para práticas verticais e capacete para o Grupo. Por Marcos Allan Fernandes de Lima Lemes DOLINinforme 9

Espeleofoto do Leitor Expedição GUPE - Canyon do Guartelá Autor: Gilson Burigo Guimarães Data: Junho de 2010 Local: Porção do Canyon próximo à Gruta da Pedra-Ume Parque Estadual do Guartelá (Tibagi Paraná) Nossa comunidade no Orkut: http://www.orkut.com.br/main#community?cmm=94144937 Visite também: http://grupoescaladacidadepedra.blogspot.com/ http://www.visitepontagrossa.com.br/ e http://www.pontagrossacvb.com.br/ Imprima somente se for necessário, lembre-se de sua responsabilidade com o Meio Ambiente, pense ecologicamente. Expediente DOLINinforme é uma publicação eletrônica do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas GUPE, contato: gupe_caves@yahoo.com.br Comissão Editorial Felipe Simão Pontes MTB 6797 Heder Leandro Rocha, Henrique Simão Pontes e Laís Luana Massuqueto A reprodução deste é permitida, desde que citada a fonte. DOLINinforme 10