Efeito do fator kappa na estabilidade de alvura de polpas kraft branqueada de Eucalyptus spp.

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DA BRANQUEABILIDADE DE BIOPOLPA KRAFT DE EUCALIPTO HT Jorge Luiz COLODETTE

Análise da Viscosidade em diferentes sequências de branqueamento ECF Viscosity analysis in different ECF bleaching sequences

VALIDACIÓN DE ALTERNATIVAS DE REDUCCIÓN DE REACTIVOS DE BLANQUEO DE PLANTA VALDIVIA

ESTUDO DA LIXIVIAÇÃO ÁCIDA DE CAVACOS PARA REMOÇÃO DE METAIS ANTES DO COZIMENTO KRAFT E SEUS EFEITOS NO PROCESSO

Substituição do hidróxido de sódio nos estágios alcalinos de branqueamento de polpa kraft de eucalipto

SODIUM HYDROXIDE SUBSTITUTION AT BLEACHING ALKALINE STAGE OF EUCALYPTUS BLEACHED KRAFT PULP

BRANQUEAMENTO ECF DA POLPA DE ACACIA MANGIUM ORIUNDA DE PLANTIO MISTO COM EUCALIPTO

(22) Data do Depósito: 04/07/2014. (43) Data da Publicação: 29/03/2016 (RPI 2360)

JAQUELINE SILVEIRA COMELATO INFLUÊNCIA DA LIGNINA RESIDUAL NO ESTÁGIO FINAL DE BRANQUEAMENTO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO

Diagrama simplificado do processo kraft. Branqueamento

O EFEITO DA REDUÇÃO DE ÁGUA NA LAVAGEM DA POLPA KRAFT NO BRANQUEAMENTO ECF

Diagrama simplificado do processo kraft. Branqueamento

Ciência Florestal, Santa Maria, v. 28, n. 3, p , jul.- set., 2018 ISSN DOI:

UTILIZAÇÃO DE SULFATO DE MAGNÉSIO NA LINHA DE BRANQUEAMENTO DA BAHIA SUL

BRANQUEAMENTO ECF LIGHT DE POLPA KRAFT DE EUCALIPTO, COM APLICAÇÃO DO ESTÁGIO DE PERÓXIDO ÁCIDO CATALISADO POR MOLIBDÊNIO

AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS PARA PRÉ E PÓS- BRANQUEAMENTO VISANDO A PRODUÇÃO DE POLPA BRANQUEADA (ECF-light) DE EUCALIPTO urograndis

Effect of bleaching reagents on physical and mechanical properties of kraft pulp

CERNE ISSN: Universidade Federal de Lavras Brasil

Resumo. Summary. Kátia M. M. Eiras 1, Jorge Luiz Colodette 1, Marcelo Montanhese Lima 2, Guilherme T. Araújo 2 e Olivier Luc Martin Keuller 3

BÁRBARA BARONE PEREZ OTIMIZAÇÃO DA EXTRAÇÃO ALCALINA COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO EM SEQUÊNCIA DE BRANQUEAMENTO COM APLICAÇÃO DE BAIXO FATOR KAPPA

LEONARDO MENDONÇA PIMENTA APERFEIÇOAMENTO DA SEQUÊNCIA O/OD*(EP)DP PARA BRANQUEAMENTO DE CELULOSE KRAFT DE EUCALIPTO

IMPACTO DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM SEGUNDO ESTÁGIO NO DESEMPENHO DA DESLIGNIFICAÇÃO COM OXIGÊNIO DA SUZANO PAPEL E CELULOSE S/A UNIDADE SUZANO

Característica principal: tratamento químico seguido de desfibramento/refino em um refinador de disco

Palavras-chave: Densidade básica, polpação kraft, celulose, clones e Eucalyptus sp.

UFRB AVALIAÇÃO DA BRANQUEABILIDADE DE POLPAS KRAFT PRÉ-O 2 DE EUCALIPTO DAIANE DEYSE DA SILVA BRITO

Ciência Florestal, Santa Maria, v. 21, n. 1, p , jan.-mar., 2011 ISSN BRANQUEAMENTO DE POLPA DE EUCALIPTO COM SEQUÊNCIAS CURTAS

POLPAÇÃO SEMI-QUÍMICA e QUÍMICA

IMPREGNAÇÃO DE CAVACOS DE EUCALIPTO COM EFLUENTES SETORIAIS

PRISCILA FAGUNDES DE CAMARGO. O EFEITO DO ph DO ESTÁGIO FINAL DE BRANQUEAMENTO NA REVERSÃO DE ALVURA

Keywords: bleaching, chemical pulp, Eucalyptus grandis; ABSTRACT

POLPAÇÃO SEMI-QUÍMICA e QUÍMICA

AVALIAÇÃO DA POLPAÇÃO SODA DE PINUS TAEDA COM ADIÇÃO DE ANTRAQUINONA

SÂMIQUE KYENE DE CARVALHO ARAÚJO CAMARGO NOME DO AUTOR 3 [EM MAIÚSCULO] ANÁLISE DE REVERSÃO DE ALVURA EM DIFERENTES SEQUÊNCIAS DE BRANQUEAMENTO ECF

INFLUÊNCIA DA MADEIRA NA BRANQUEABILIDADE E ESTABILIDADE DE ALVURA DE POLPAS KRAFT DE EUCALIPTO

EDUARDO ANDRADE DE OLIVEIRA ESTUDO COMPARATIVO DAS SEQUÊNCIAS A/D(EP)DP E D(EP)DP PARA BRANQUEAMENTO DE POLPA DE EUCALIPTO

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DA POLPA CELULÓSICA DE EUCALIPTO E AS PROPRIEDADES ÓPTICAS E FÍSICO-MECÂNICAS DO PAPEL

UNESP Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá

BRANQUEAMENTO ECF DE BAIXO INVESTIMENTO PARA A PRODUÇÃO DE 1 MILHÃO ADT/ANO NA CENIBRA

REGINA MARIA GOMES MÉTODOS INDIRETOS PARA AVALIAR A PERDA DE RENDIMENTO DO BRANQUEAMENTO DE POLPA KRAFT

PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRAIS II

Ciência Florestal, Santa Maria, v. 25, n. 1, p , jan.-mar., 2015 ISSN ESTUDO DA BRANQUEABILIDADE DA POLPA KRAFT DE EUCALIPTO

Estudo do efeito de antraquinona e de surfactante na polpação soda

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DESEMPENHO DE CLONES DE EUCALIPTO NA PRODUÇÃO DE CELULOSE

Influência da performance da lavagem marrom no consumo de químicos do branqueamento Estudo de caso

POLPAÇÃO ALCALINA Principais processos: Soda e Sulfato (ou kraft)

Diagrama simplificado do processo kraft

LEANDRO DE JESUS MOREIRA MINIMIZAÇÃO DE EFLUENTES EM UMA FÁBRICA DE POLPA KRAFT LO-SOLIDS BRANQUEADA DE EUCALIPTO

REMOÇÃO DE HEMICELULOSES DA MADEIRA POR TRATAMENTO DE AUTO-HIDRÓLISE

PREDIÇÃO DE QUALIDADE DA MADEIRA E DA POLPA CELULÓSICA POR TÉCNICA DE ESPECTROSCOPIA DE INFRAVERMELHO PRÓXIMO (NIRS) 1

EFEITO DOS SÓLIDOS DISSOLVIDOS DA MADEIRA NA BRANQUEABILIDADE E NAS PROPRIEDADES FÍSICO-MECÂNICAS E ÓPTICAS DE POLPA KRAFT BRANQUEADA DE EUCALIPTO

FERNANDA ROSA VIEIRA USO DO OZÔNIO NO BRANQUEAMENTO DE POLPA DE EUCALIPTO PARA DISSOLUÇÃO

Recebido para publicação em 1/12/2004 e aceito em 10/02/2006.

ANÁLISE DOS EFEITOS DO BRANQUEAMENTO NA RETENÇÃO DE CAULIM E NAS PROPRIEDADES DO PAPEL

TECNOLOGIAS AVANÇADAS PARA PRÉ-BRANQUEAMENTO DE POLPA KRAFT DE EUCALIPTO

Branqueamento com Ozônio em ph Neutro - Um Novo Conceito. Ozone Bleaching At Neutral ph A New Concept

BRANQUEAMENTO DAS PASTAS DE Pinus pinaster COMPARAÇÃO DE DIFERENTES SEQUÊNCIAS EM ENSAIOS À ESCALA PILOTO

Recebido para publicação em 20/12/2002 e aceito em 9/03/2005.

Investigação do tempo de secagem no teor de umidade e nas características físicas e químicas da madeira para produção de celulose

Ciência Florestal ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

DANIELA CORREIA MARTINO. ESTUDO DA BRANQUEABILIDADE E DA QUALIDADE DE POLPAS DE Eucalyptus spp. DE DIFERENTES ORIGENS

Influência do último estágio de branqueamento ECF, na branqueabilidade, no refino e nas propriedades da polpa

EFEITO DA LIXIVIAÇÃO ÁCIDA DE CAVACOS DE EUCALIPTO NO PROCESSO KRAFT

COMPORTAMENTO DOS COMPONENTES QUÍMICOS DA MADEIRA DE EUCALIPTO NA POLPAÇÃO Lo-Solids

JOSÉ MAURÍCIO LINO APERFEIÇOAMENTO DA DESLIGNIFICAÇÃO COM OXIGÊNIO E DO BRANQUEAMENTO DE POLPA CELULÓSICA KRAFT DE EUCALIPTO PARA DISSOLUÇÃO

Brasil, Mestre pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz USP / Área de Ciência e Tecnologia da Madeira.

Recebido para publicação em 23/05/2008 e aceito em 4/04/2009.

Paul Anthony Woodhead e David Charles Meissner Centroprojekt do Brasil Outubro 2008

EXPERIÊNCIAS INDUSTRIAIS DA VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL NA POLPAÇÃO KRAFT COM USO DE ANTRAQUINONA E SURFACTANTE

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE CLONES PARA MAXIMIZAR RENDIMENTO E QUALIDADE DA CELULOSE RESUMO

A INFLUÊNCIA DOS ÁCIDOS HEXENURÔNICOS NO RENDIMENTO E NA BRANQUEABILIDADE DA POLPA KRAFT

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS

OTIMIZAÇÃO DO ESTÁGIO DE BRANQUEAMENTO DE POLPA KRAFT DE EUCALIPTO COM DIÓXIDO DE CLORO EM ALTA TEMPERATURA

O Estado da Arte do Branqueamento de Polpa Celulósica com Oxigênio

DIMAS GOMES DOS SANTOS INFLUÊNCIA DA DQO DO CONDENSADO DA EVAPORAÇÃO NA BRANQUEABILIDADE DA CELULOSE

Caracterização tecnológica de celulose kraft de Eucalyptus por Espectroscopia de Infravermelho Próximo

ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES DE POLPAÇÃO E PROPRIEDADES FÍSICO-MECÂNICAS DO PAPEL

UNESP Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá

Influência da Geometria do Cavaco na Polpação Kraft

CELULOSE SULFATO BRANQUEADA DE BRACATINGA

AVALIAÇÃO DO EFEITO DA TEMPERATURA NA DESLIGNIFICAÇÃO COM OXIGÊNIO NAS PROPRIEDADES DO PAPEL

HEXENURONIC ACID, KLASON LIGNIN AND VISCOSITY OF PULP PREDICTED BY NIR SPECTROSCOPY" ALESSANDRA FORESTI CALDEIRA,

INFLUÊNCIA DA LAVAGEM INTERMEDIÁRIA NA DESLIGNIFICAÇÃO COM OXIGÊNIO EM POLPA KRAFT

POTENCIAL DA MADEIRA DE ACÁCIA PARA A PRODUÇÃO DE POLPA CELULÓSICA KRAFT

AVALIAÇÃO DA FRAÇÃO PROTEICA DOS GRÃOS SECOS DE DESTILARIA COM SOLÚVEIS DE MILHO E DA TORTA DE ALGODÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE BOTUCATU FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA FLORESTAL PLANO DE ENSINO

Polpação Lo-Solids de Eucalipto: Efeito do Ritmo de Produção

UTILIZAÇÃO DE PERÓXIDO DE HIDROGÉNIO NO ESTÁGIO FINAL DO BRANQUEAMENTO ECF DE PASTAS KRAFT DE Eucalyptus globulus ESTUDOS DE OPTIMIZAÇÃO

Revista Árvore ISSN: Universidade Federal de Viçosa Brasil

UNESP Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá

novembro/november Revista O Papel ARTIGO TÉCNICO / TECHNICAL ARTICLE Autora*: Maria José de Oliveira Fonseca 1

Avaliação Econômica do uso de Licor Branco Oxidado na Deslignificação

Revista Árvore ISSN: Universidade Federal de Viçosa Brasil

Redução dos Teores de Íons Cloreto e Potássio na Unidade de Recuperação do Licor Negro de Eucalipto

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-MECÂNICAS DE POLPAS PRODUZIDAS POR NOVAS SEQUÊNCIAS DE BRANQUEAMENTO

Aspectos da produção de Celulose. CENIBRA Walaston Martins de Souza

Transcrição:

Efeito do fator kappa na estabilidade de alvura de polpas kraft branqueada de Eucalyptus spp. Marcelo M. Costa, Celulose Nipo-Brasileira S.A. Cenibra, Belo Oriente, Brasil 1 Maria José de Oliveira, Celulose Nipo-Brasileira S.A. Cenibra, Belo Oriente, Brasil 2 Carlos A. Santos, GL&V Brasil Ltda., Campinas, Brasil 3 César Leporini Filho, Degussa, São Paulo, Brasil 4 Resumo Usualmente, a celulose kraft branqueada comercializada no mercado doméstico e internacional tem como principais parâmetros de sua caracterização óptica, a alvura (Air Dry - AD) e a alvura revertida (Oven Dry -OD). A diferença entre as mesmas é denominada de reversão de alvura ( R457%ISO). Esses valores dão indicativo da estabilidade de alvura da polpa kraft branqueada. A reversão de alvura também é considerada, entre outros, um dos principais parâmetros de controle de processo no branqueamento. Neste trabalho verifica-se o efeito da variação do fator kappa () nos principais parâmetros de qualidade da polpa kraft branqueada de Eucalyptus spp. O foi avaliado para as seqüências D 0 (EP)D 1 P e D hot (EP)D 1 PD 2 utilizando-se polpas kraft-o 2 produzidas pelos processos industriais de polpação Kobudo MARI e ITC, respectivamente linha 1 e 2 da CENIBRA. Foram evidenciados, também, neste trabalho a carga de dióxido de cloro consumido e o custo de branqueamento, tendo como base a alvura AD e a alvura OD. Os resultados mostraram que para ambas as seqüências avaliadas o melhor para as polpas de Eucalyptus spp gira em torno de 0,26. Sob as condições estabelecidas no experimental o de 0,26 proporcionou polpas branqueadas de menores valores de reversão de alvura, de grupos carboxila, de grupos carbonilas, de geração de organoclorados e de DQO dos efluentes da seqüência de branqueamento. O de 0,26 mostrou também ser o ponto de minimização do consumo de dióxido de cloro, e consequentemente do custo dos reagentes químicos usados nas seqüências avaliadas. Palavras Chaves: Fator kappa, estabilidade de alvura, reversão de alvura, polpa kraft branqueada de Eucalyptus spp., consumo de dióxido de cloro, custos operacionais. Abstract Bleached Kraft pulp for domestic and international markets usually is commercialized using as main specification parameters for optical characterization that includes brightness (Air Dry - AD) and its reverted brightness (Oven Dry - OD). The difference between these parameters is named as brightness reversion ( R457%ISO). These values indicate the brightness stability for the bleached kraft pulp. Among others, brightness reversion is also considered one of the main parameters for bleaching process control. This paper evaluates the effect of kappa factor (KF) on the main quality parameters of the Eucalyptus spp. bleached kraft pulp. The KF was evaluated for the sequences D 0 (EP)D 1 P and D hot (EP)D 1 PD 2 using mill kraft-o 2 pulp samples produced using Kobudo MARI e ITC cooking processes, respectively at CENIBRA s lines 1 and 2. It was also evaluated in this study the chlorine dioxide consumption and the bleaching cost, using as basis both the AD brightness and the OD brightness. The results showed that for both sequences the best KF for the Eucalyptus spp. pulps is around 0.26. For the established experimental conditions the KF 0.26 produced bleached pulps with the lowest brightness reversions, carboxyl and carbonyl groups, and also the lowest generation of organochlorides and COD in the effluents of the bleaching sequences. The KF 0.26 also showed to be the point that minimizes the chlorine dioxide consumption, and therefore the cost with chemicals used in the bleaching sequences. Key Words: ECF pulp brightness stability, bleached eucalyptus Kraft pulp, Yellowing, chlorine dioxide consumption, kappa factor, pulp quality, operational costs. 1 Tel.: 55-21-3829 5854, Fax: 55-21-3829 5844, marcelo.moreira@cenibra.com.br 2 Tel.: 55-21-3829 5813, Fax: 55-21-3829 5844, maria.jose@cenibra.com.br 3 Tel.: 55-19-3252 2601, Fax: 55-19-3252 6981, carlos.santos@glv.com 4 Tel.: 55-11-3146 4102, Fax: 55-11-3146 4115, cesar.leporini@degussa.com Trabalho apresentado no 1 st Colloquium International on Eucalyptus Kraft Pulp, UFV, 4-5 Setembro 2003

1. INTRODUÇÃO A principal finalidade do branqueamento de polpa celulósica é obter uma polpa de alvura adequada para as exigências de mercado, através da remoção ou modificação de alguns componentes da polpa não-branqueada, incluindo, principalmente, a lignina e os seus produtos degradados, os ácidos hexenurônicos, os extrativos e íons metálicos. O branqueamento deve ser realizado, preferencialmente, com um mínimo de degradação da polpa por perda de viscosidade e/ou rendimento, de consumo de produtos químicos, de formação de grupos carbonilas e carboxilas, bem como de impacto ao meio ambiente. Portanto, um processo de branqueamento, seja ele convencional, ECF ou TCF, requer um conjunto de características, mas precisa primordialmente produzir polpas de alvura aceitável no mercado. Atrelado à alvura da polpa kraft branqueada, um outro importante parâmetro de qualidade é a estabilidade de alvura. Usualmente, denominado por reversão de alvura, a estabilidade é mensurada pelo delta entre a alvura antes e após tratamento térmico em estufa ( R457 %ISO). Polpas branqueadas com alvuras de mercado contêm pequenas quantidade de grupos leucocromóforos. Assim, a estabilidade de alvura depende destes grupos residuais presentes na polpa branqueada, tais como: (1) lignina residual, (2) ácidos hexenuronoxilana (AHex s), (3) carboidratos oxidados, (4) extrativos e (5) metais de transição. Além desses vários fatores que contribuem para a instabilidade de alvura da polpa branqueadas, as principais reações da reversão de alvura não estão ainda bem compreendidas [1]. Portanto, a literatura especializada julga que a estabilidade de alvura da polpa kraft branqueada é resultante de uma matriz de variáveis. Por outro lado, a maior parte dos trabalhos técnicos voltados para otimização das seqüências de branqueamento têm como base de comparação a alvura AD (air dry) e não sua estabilidade. Foi demonstrado que o consumo de dióxido de cloro na seqüência DEDD é devido ao carry over (13,1%), aos AHex s (42,4%), às carbonilas (2,9%) e aos complexos lignina-carboidratos + lignina residual (41,6%). Cada fração do número kappa apresenta uma branqueabilidade diferenciada. Portanto, a variação na qualidade da polpa kraft-o 2 ou mesmo da lavagem da polpa resulta em uma provável instabilidade do branqueamento. Além de afetar o custo operacional, a instabilidade de processo e a qualidade da polpa kraft-o 2 determinam a qualidade do produto acabado [2]. Menciona-se que ao lado da presença de grupos carbonila na polpa, o teor residual de ácidos hexenurônicos é também apontado como uma das principiais razões para a reversão de alvura [3, 4]. O fator kappa () é um parâmetro muito difundido para tal controle, que leva em consideração as variações do número kappa na entrada do branqueamento, permitindo-se dosar com maior eficiência o ClO 2 necessário ao primeiro estágio [5]. Apesar de bem difundidos, alguns fatores dificultam seu uso como maior freqüência das análises de número kappa e condições muito adversas de DQO da polpa kaft-o 2. Uma maior estabilidade do processo pode ser alcançada pelo uso do otimizado. Entretanto, deve-se ressaltar que outras variáveis tais como, DQO, e o conteúdo de metais de transição na polpa Kraft-O 2, também devem ser considerados, já que afetam a branqueabilidade e a estabilidade de alvura da polpa branqueada. Reporta-se que reduzindo-se a dosagem de dióxido de cloro no primeiro estagio de dioxidação, através da redução do se tem menor geração de organoclorados [6]. Porém, esta dosagem somente poderia ser reduzida de forma eficaz se o conseqüente menor decréscimo do # kappa da polpa for compensada por outras alterações no processo tais como: (1) polpação kraft estendida; (2) deslignificação intensiva com oxigênio, (3) incremento da carga de produtos químicos em outros estágios e (4) outras modificações no processo de branqueamento [7, 8]. Esse trabalho teve como objetivo avaliar o efeito, de diferentes cargas de dióxido de cloro proporcionadas por variações do aplicados no primeiro estágio de dioxidação das seqüências D 0 (EP)D 1 P e D hot (EP)D(EP)D, no consumo de dióxido de cloro, custo de reagentes químicos de branqueamento, carga de DQO e AOX geradas nos efluentes, conteúdo de grupos carbonila/carboxila, bem como pela estabilidade de alvura ( R457 %ISO) da polpa kraft branqueada de Eucalyptus spp.

2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Materiais Foram amostradas três polpas kraft-o 2 nas linhas de fibra 1 e 2, denominadas S, P e Q, conforme listado no Quadro 1. Quadro 1 Principais características das polpas amostradas no processo CENIBRA Principais Parâmetros Linha 1 Linha 2 kraft-o 2 (S) Kraft O 2 (P) Kraft-O 2 (Q) Número Kappa 9,0 11,6 9,3 Alvura, % ISO 44,5 43,8 56 Viscosidade, mpa.s 22,4 27,8 18,7 Metais, g/t Ca 376 862 764 Mg 26,3 35,2 26,7 Mn 11,4 12, 3,50 Fe 6,9 6,6 23,2 Cu 0,05 0,0 0,26 Co - - 0,21 2.2. Método O Quadro 2 mostra os principais parâmetros analisados utilizados no trabalho bem como seus respectivos procedimentos analíticos. Quadro 2 Principais parâmetros analisados Parâmetros Analisados Método Confecção de Folhas TAPPI 205 Número Kappa TAPPI 236 Viscosidade TAPPI 230 Teor de Cinza TAPPI 211 Conteúdo de Metais TAPPI 266 Alvura ( air dry AD) (a) ABNT 14529, baseado TAPPI 260 Alvura Revertida (oven dry - OD) (a) Método Cenibra P0576, Baseado ABNT 14530 (a) Reversão de alvura ( R457% ISO) obtida pela diferença entre alvura AD e alvura OD. 2.2.1. Metodologia do teste de reversão de alvura Previamente, foi realizado testes para validação do tempo de permanência do teste de reversão de alvura. As principais condições do teste de reversão de alvura realizado na polpa branqueada foram consistência, ph e temperatura ajustados, respectivamente para 92 ± 1%, 6 ± 0,5 e 105 ± 3ºC. Foram avaliados tempos de permanência em estufa de 1 até 36h para 4 polpas branqueadas em diferentes alvuras iniciais (88, 89, 90 e 91 %ISO). Os resultados mostram que os valores da taxa de incremento da reversão de alvura em função do tempo de permanência em estufa (dr457/dt) apresentaram-se estatisticamente iguais para as quatro polpa avaliadas a partir de 18h em estufa. O procedimento interno CENIBRA P0576 baseado na ABNT recomenda para metodologia de reversão de alvura a permanência em estufa de 18h, pois minimiza variações devido ao tempo de permanência. [9]

2.2.2. Otimização do fator kappa () nas seqüências D 0 (EP)D 1 P e D hot (EP)D 1 PD 2 Com a finalidade de otimizar o consumo de ClO 2 na seqüência D 0 (EP)D 1 P e D hot (EP)D 1 PD 2, baseando-se na minimização do parâmetro reversão de alvura, verificou-se o efeito do. Neste experimento foram utilizadas as polpas S e Q, respectivamente para as seqüências D hot (EP)D 1 PD 2 e D 0 (EP)D 1 P. As principais características das polpas kraft-o 2 estão listadas no Quadro 1. O carry over das polpas S e Q foram ajustadas para valores médios da demanda química de oxigênio, respectivamente da linha 1 de 0,2 kg O 2 /tsa e da linha 2 de 8,8 kg O 2 /tsa. As principais condições de ambas as seqüência de branqueamento podem ser notadas no Quadro 3. Quadro 3 Principais condições das seqüências D 0 (EP)D 1 P e D hot (EP)DPD Estágios das Seqüência de Branqueamento ECF (a) Condições D 0 D hot (EP) D 1 P D 2 Consistência, % 10 10 10 10 10 10 Tempo, min 40 130 55 63 110 150 40 150 150 Temperatura, C 75 90 80 82 75 82 82 ClO 2, kg/tsa 5,70 10,84 (b) 5,55 10,46 (c) - 3,8 7,60 - - H 2 O 2, kg/tsa - - 3-3 3 H 2 SO 4, kg/tsa 2 7 2 6 - - - - NaOH, kg/tsa - - 9 10 1,1 5 6 6 (a) Lavagem da polpa entre os estágios realizada em escala laboratorial com aproximadamente 7,5 m 3 /tsa; (b) Fator kappa / 0,22/ 0,26/ 0,30/ ; (c) Fator kappa / 0,26/. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1. Otimização do fator kappa () nas seqüências D 0 (EP)D 1 P e D hot (EP)D 1 PD 2 Neste experimento para otimização do da seqüência D 0 (EP)D 1 P utilizou-se a polpa kraft- O 2 identificada pela letra P (Quadro 1). As Figuras 1 e 2 mostram, respectivamente, as relações de decréscimo do número kappa com o ganho de alvura e perda de viscosidade, ambos em função do incremento do para as polpas D 0 (EP). Como esperado, o incremento do fator kappa () resultou em reduções de número kappa e ganhos de alvura. A seletividade ( Kappa/ Viscosidade) também decresce em função do incremento do e tende a estabilizar em valores próximos de 1,1 unidade de número kappa/unidade de viscosidade perdida. Alvura D 0 (EP), %ISO 78 77 76 75 74 = y = -1,3408x 2 + 5,4298x + 71,658 R 2 = 0,9356 = 0,30 = 0,26 = 0,22 = 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 # Kappa D 0 (EP) Figura 1 Correlação entre o # kappa e a alvura da polpa D 0 (EP) em função do incremento do.

D 0 (EP), Delta #K/delta visc 1,8 1,5 1,3 1,59 1,3 6 1,16 y = 2 5,8 79 x 2-16,609x + 3,749 R 2 = 0,9948 1,0 0,16 0,20 0,22 0,24 0,26 0,28 0,30 0,32 0,36 Figura 2 Correlação entre a seletividade ( Kappa/ Viscosidade) da polpa D 0 (EP) e o incremento do do estágio D 0. A Figura 3 mostra a reversão de alvura estimada para alvura AD de 89% ISO em função do usado no primeiro estágio da seqüência D 0 (EP)D 1 P. Observa-se que os menores valores de reversão (1,4 %ISO) foram obtidos com o de 0,26. As dosagens de dióxido de cloro e custo de reagentes químicos da seqüência D 0 (EP)D 1 P são apresentados nas Figuras 4 e 5, respectivamente, tendo como base a alvura AD (89% ISO) e a alvura OD (85% ISO). Considerando-se esse critério, observa-se que o 0,26 apresenta a menor carga de dióxido de cloro, bem como o menor custo dos reagentes químicos de branqueamento. 1,11 1,0 9 Revesão, %ISO 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 3,0 2,4 1,4 2,6 2,6 0,22 0,26 0,30 Figura 3 Reversão de alvura ( R457 %ISO) em função do da seqüência D 0 (EP)D 1 P. 25 Alvura AD (89% ISO) Alvura OD (85% ISO) 22,8 Carga ClO 2, kg/tsa 20 15 16,5 19,4 15,1 18,3 16,4 14,0 14,2 20,5 15,1 10 0,22 0,26 0,30 Figura 4 Carga de dióxido de cloro utilizado na seqüência D 0 (EP)D 1 P para alvura AD de 89% ISO e alvura OD de 85% ISO em função do.

Custo relativo, % 120 115 110 105 95 110 109 106 104 Alvura AD (89% ISO) Alvura OD (85% ISO) 111 103 117 90 0,22 0,26 0,30 Figura 5 Custo dos reagentes químicos utilizados na seqüência D 0 (EP)D 1 P para alvura AD de 90% ISO e alvura OD de 85% ISO em função do. Para otimização do na seqüência D hot (EP)D 1 PD 2 utilizou-se a polpa S (Quadro 1). Na Figura 6 verifica-se o comportamento das alvuras AD e OD para três diferentes valores de em função da carga total de dióxido de cloro consumido nesta seqüência. Os resultados mostram que o 0,26 resultou em maiores alvuras, seja AD ou OD, para uma mesma dosagens total de dióxido de cloro na seqüência. Alvura AD e OD, %ISO 92 91 90 89 88 87 86 = = 0,26 = 14 16 18 20 22 Carga Total, kg ClO 2 /tsa AD OD Figura 6 Correlação entre a alvura AD e alvura OD com a carga de dióxido de cloro consumido na seqüência D hot (EP)D 1 PD 2 para diferentes. Nota-se nas Figuras 7 e 8 que em escala laboratorial o 0,26 minimiza a carga total de dióxido de cloro e o custo dos reagentes químicos consumidos na seqüência D hot (EP)D 1 PD 2, respectivamente. Esta otimização do consumo de dióxido de cloro nas seqüências em função do do primeiro estágio de dióxido de cloro (D 0, D hot ) mostra claramente que a carga deste passa por um ponto que maximiza a estabilidade de alvura da polpa branqueada. A Figura 9 ilustra os valores de reversão de alvura das linhas de fibra 1 e 2. Nota-se, em escala industrial que a estabilidade de alvura da polpa branqueada aumentou devido a inclusão do estágio D hot na linha 1, bem como pela adoção do 0,26 em ambas as linhas de fibra. 22 21 20,4 AD (90% ISO) OD (87% ISO) kg ClO 2 / tsa 20 19 18 17 19,7 17,2 16,9 18,9 19,4 16 15 0,26 Figura 7 Carga de dióxido de cloro utilizado na seqüência D hot (EP)D 1 PD 2 para alvura AD de 90% ISO e alvura OD de 87% ISO para diferentes.

115 AD (90% ISO) Custo, R$/ tsa 110 105 107 110 OD (87% ISO) 104 106 95 0,26 Figura 8 Custo dos reagentes químicos utilizados na seqüência D hot (EP)D 1 PD 2 para alvura AD de 90% ISO e alvura OD de 87% ISO para diferentes. 5,0 Linha 1 - Dhot(EP)DPD Linha 2 - D0(EP)D1P Reversão, % ISO 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 D hot =0,26 2,0 jun/01 ago/01 out/01 dez/01 fev/02 abr/02 jun/02 ago/02 out/02 dez/02 fev/03 abr/03 jun/03 Figura 9 Comportamento da reversão de alvura da polpa branqueada nas linhas 1 e 2 da CENIBRA. 3.2. Efeitos do na qualidade do efluente e da polpa branqueada Com finalidade de avaliar o efeito do fator kappa em alguns dos principais parâmetros de qualidade do efluente e da qualidade da polpa, coletou-se outra amostra de polpa kraft-o 2 identificada pela letra P (Quadro 1). Nota-se na Figura 10 e 11 a geração de DQO e AOX nos efluentes da seqüência D 0 (EP)D 1 P em função do. Observa-se que o 0,26 minimiza as cargas destes poluentes gerados na seqüência de branqueamento. A carga de dióxido de cloro usada na seqüência foi otimizada para se obter 87%ISO de alvura OD. Como mostrado anteriormente para a polpa Q (Figura 7) o 0,26 minimiza a carga de dióxido de cloro na seqüência D 0 (EP)D 1 P, também para a polpa P (Figura 12). Consequentemente, o 0,26 minimiza a geração in situ de espécies de cloro elementar durante a dioxidação da polpa nos dois estágios em questão da seqüência D 0 (EP)D 1 P. Esse fato explica, a menor geração de carga orgânica vinda da degradação da polpa, bem como a menor formação de organoclorados nos efluentes do branqueamento. DQO, kg/tsa 9,5 9,0 8,5 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 9,23 8,29 7,57 8,47 8,5 0,22 0,26 0,30 Figura 10 Formação de DQO nos efluentes da seqüência D 0 (EP)D 1 P em função do para alvura OD de 87% ISO.

AOX, g/tsa 250 240 230 220 210 200 190 233 226 208 241 246 180 0,22 0,26 0,30 Figura 11 Formação de AOX nos efluentes da seqüência D 0 (EP)D 1 P em função do para alvura OD de 87% ISO. ClO 2, kg/tsa 18 17 16 15 14 13 12 11 10 14,8 14,0 Alvura AD (90% ISO) Alvura OD (87% ISO) 15,5 15,8 14,9 14,4 13,6 11,9 0,22 0,26 0,30 16,8 16,0 Figura 12 Carga de dióxido de cloro utilizado na seqüência D 0 (EP)D 1 P para alvura AD de 90% ISO e alvura OD de 87% ISO em função do. Além da menor geração de DQO e AOX observa-se para o 0,26 menores valores de carbonila ( Nº Cobre) e carboxila presentes na polpa, respectivamente mostrados na Figura 13 e 14. Este fato está de acordo com o exposto na literatura na qual existem duas fontes da instabilidade de alvura. Provavelmente, num primeiro momento, para mais baixos deixa-se na polpa um maior conteúdo de grupos leucocromóforos (AHex's), bem como estruturas de lignina residual [10]. Por outro lado, para mais elevados tem-se a formação em maior intensidade de grupos carbonila na polpa branqueada [11, 4]. Consequentemente, a estabilidade de alvura da polpa branqueada (Figura 15) é resultante apenas do conteúdo de grupos carbonila presentes na mesma (Figura 16). O de 0,26 mostra ser um ponto no qual sob as condições expostas no experimental minimiza a formação de grupos carboxila e, principalmente, de grupos carbonila resultando em maior estabilidade de alvura. 2,0 1,80 Nº de cobre, g CuO 2 /kg 1,5 1,0 0,5 1,21 0,67 1,21 1,13 0,0 0,22 0,26 0,30 Figura 13 Conteúdo de carbonilas expresso pelo número de cobre das polpas branqueadas na seqüência D 0 (EP)D 1 P em função do.

Carboxila, meq/kg 76 75 74 73 72 71 70 74,6 75,4 71,6 71,6 71,8 69 0,22 0,26 0,30 Figura 14 Conteúdo de carboxilas das polpas branqueadas na seqüência D 0 (EP)D 1 P em função do. Reversão, % ISO 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 2,87 2,72 1,75 2,88 2,45 0,0 0,22 0,26 0,30 Figura 15 Reversão de alvura ( R457 %ISO) em função do da seqüência D 0 (EP)D 1 P. Reversão, % ISO 3,1 2,9 2,7 2,5 2,3 2,1 1,9 1,7 1,5 = 0,26 = 0,30 = = 0,22 = y = -1,3403x 2 + 4,3098x - 0,5344 R 2 = 0,9363 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 Nº de cobre, g CuO 2 /kg, Figura 16 Correlação entre a reversão de alvura ( R457 %ISO) e o conteúdo de grupos carboxilas em função do da seqüência D 0 (EP)D 1 P. 4. CONCLUSÕES Este trabalho com polpas kraft branqueadas de Eucalyptus spp. amostradas no processo CENIBRA permitiram concluir que: (1) O ideal obtido foi de 0,26 para as seqüências avaliadas, D 0 (EP)D 1 P e D hot (EP)D 1 PD 2, considerando o consumo total de dióxido de cloro e o custo dos produtos químicos de branqueamento, baseando-se tanto na alvura AD, quanto na alvura OD. (2) O de 0,26 gerou menores formações de AOX e DQO nos efluentes da seqüência D 0 (EP)D 1 P. (3) O de 0,26 gerou uma menor formação de grupos carbonila e por conseqüência polpa branqueada de maior estabilidade de alvura.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. TENKANEN M.; FORSSKAHI I.; TAMMINEN T.;RANUA M.; VUORENVIRTA K.; POPPIUS- LEVLIN K. Heat-induced brigthness reversion of ECF-light bleached pine kraft pulp. In: SEVEN EURIPEAN WORKHOP ON LIGNOCELLULOSIICS AND PULP (EWLP), 2002, Turku, Finland. Proceedings..., Finland, August 26-29, 2002, p. 107-110. 2. COSTA, M. M., COLODETTE, J. L. Efeito da composição química da polpa kraft-o 2 na sua branqueabilidade. In: 34 o CONGRESSO ANUAL DE CELULOSE E PAPEL, ABTCP, 2001, São Paulo. Proceedings..., São Paulo, Brasil, 2001. 3. WENNERSTRÖM, M. Decreasing brightness reversion with powerful ozone bleaching. In: TAPPI INTERNATIONAL PULP BLEACHING CONFERENCE, 2002. Proceedings..., p 265-270. 4. SJOSTROM, E. and ERIKKSON, E. The influence of carboxyl e carboxyl groups on the brigtness stability of bleachead pulps. Tappi Journal, v. 51, n. 1, p.16, 1968. 5. TESSIER, P. and SAVOIE, M. Brightness reversion of hardwood and softwood kraft pulps during bleaching. Tappi Journal, v. 1, n. 8, p. 28-32, October 2002. 6. KLEIN, R.J. and STRUNK, W.G. Low kappa factor bleaching A Low capital strategy to achieve EPA guidelines. In: PULP & PAPER INTERNATIONAL NON-CHLORINE BLEACHING CONFERENCE, 1994. Proceedings..., 1994, Session 2.3. 7. BASTA J., HOLTINGER, L., HOOK, J., E LUNDGREN, P. Tappi Journal, v. 73, n. 4, p. 155-160, 1990. 8. SCHANTES, T.A. and MCDOUNOUGH, T.J., Characterization of effluent fractions from ClO2 and Cl2 bleaching of unbleached and O2 bleached softwood kraft pulps. In: APPITA/TAPPI INTERNATIONAL ENVIRONMENTAL CONFERENCE, 1994, Portland. Proceedings..., Portland, 1994, p. 527-551. 9. FONSECA, M.J., COSTA, M.M., FROSSARD,V., AVANCINI, W.. Cenibra primeiro lugar em sucesso e experiência. O Papel, p.45-47, Julho 2003. 10. TRAN A. V. Thermal yellowing of hardwood kraft pulp bleached with a chlorine dioxide based sequence. Journal of Pulp and Paper Science., v. 28, n. 4, p. 115-121, April 2002. 11. CHIRAT, C. and DELA CHAPELLE, V. Heat and light-induced brightness reversion of bleached chemical pulps. J. Pulp Paper Sci., v. 25, n. 6, p.201, 1999.