INFLUÊNCIA DA LAMINAÇÃO ASSIMÉTRICA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO ALUMÍNIO AA 1050

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Figura 4.1: a)elemento Sólido Tetraédrico Parabólico. b)elemento Sólido Tetraédrico Linear.

Transcrição:

INFLUÊNCIA DA LAMINAÇÃO ASSIMÉTRICA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO ALUMÍNIO AA 1050 Bianca D. Zanchetta¹*, Vanessa K. da Silva 3, Andrea K. Madeira¹, José B. Rubert² 1 *. Universidade Federal de São Carlos UFSCar, campos de Sorocaba SP.. Universidade Federal de São Carlos UFSCar, campos de São Carlos SP. Bianca Delazari Zanchetta Rua: Humberto Notari, n 06, Apto. 85B. Jd. Gonçalves. Sorocaba São Paulo CEP: 18.016-430 delazaribd@gmail.com RESUMO Chapas de Alumínio são produzidas pelo processo twin roll caster, ao serem submetidas a estampagem profunda apresentam problemas de orelhamento, devido a sua alta anisotropia plástica. O objetivo geral deste trabalho é verificar que parâmetros da laminação assimétrica modificam com maior intensidade a conformabilidade do alumínio AA1050. Após a laminação convencional e o recozimento a principal textura obtida é a cúbica {001} <100>, esta textura é reconhecida como sendo a causadora da má estampabilidade. A textura obtida por laminação convencional pode ser alterada quando aplicado cisalhamento no processo de deformação. Na laminação assimétrica utilizou-se a relação entre cilindros de 1.5 e.0. Utilizou-se o software DEFORM, para análise de elementos finitos, também foi realizado ensaio de tração, microdureza Vickers e análise por EBSD. ABSTRACT Aluminum plates are produced by the process "twin roll caster" by being subjected to deep drawing present earing problems due to its high plastic anisotropy. The aim of this study is to verify which parameters of asymmetric rolling change with greater intensity the formability of AA1050 aluminum. After conventional rolling and annealing the main texture obtained is cubic {001} <100>, this texture is recognized as being the cause of poor formability. The texture obtained by conventional rolling could be changed when shear deformation is applied in the process. In the asymmetric rolling was used the relation 1., 1.5 and.0 between cylinders. Then the material was annealing at 350 C for 5, 10, 15, 0 and 60 minutes in a muffle furnace. We used the DEFORM software for finite element analysis, was also carried out tensile test, Vickers hardness and EBSD analysis. Palavras Chave: Alumínio AA1050, Laminação assimétrica, Simulação numérica, Textura cristalográfica, Conformabilidade. 6143

INTRODUÇÃO Chapas de Al são produzidas pelo processo convencional de laminação e recozimento, ao serem submetidas a estampagem profunda apresentam problemas de orelhamento, o que gera perdas ao processo. Durante a laminação desenvolve-se uma textura que têm como principais componentes as orientações Cu {11} <111> e Latão {110} <11>, eventualmente Goss {011}<100> e S {13}<634>. Durante o recozimento a principal textura é cúbica {001} <100>, Sabe-se que a textura cristalográfica é a principal causa do orelhamento. O orelhamento a 45 é resultado da textura de laminação latão {110} <11>, a componente intermediária S e finalmente a {11} <111> orientação cobre. O orelhamento a 0/90 é associado à textura cúbica {100} <001> e até certo ponto a {110} <001> orientação goss.( JAHAZI; GOUDARZI, 1997). Esta última textura é reconhecida como sendo a causadora da má estampabilidade. A orientação cubo é favorecida por dois efeitos opostos: i) pela nucleação rápida devido a sua recuperação preferencial, e ii) a sua ótima condição de crescimento. A orientação cubo prevalece a baixas deformações e baixa temperatura de recozimento, nas quais a nucleação é geralmente retardada (ENGLER; VATNER; NES, 1996). Na Laminação convencional a velocidade dos rolos é maior que a velocidade de entrada da chapa, e menor que a de saída da mesma, o que pode gerar tensão de cisalhamento. A estampagem profunda em chapa de alumínio comercialmente puro é aprimorada introduzindo a textura {111} no plano superficial da chapa. Para que a textura {111} seja obtida ENGLER, KIM, HUH, (001) introduziram uma etapa adicional de laminação morna entre a laminação a quente e a laminação a frio seguida de recozimento final. Após a recristalização a textura {111} prevalecia à custa de outro componente da textura de cisalhamento, especialmente a {001} <110>. Entre os componentes resultantes da textura de deformação a orientação {111} se destaca pelo seu nível de energia mais elevado. Conseqüentemente, a orientação {111} sofre nucleação mais rápida e cresce consumindo os componentes concorrentes da textura de cisalhamento, incluindo {001} <110>. As texturas de deformação podem ser modificadas para <111>//ND com a aplicação de cisalhamento durante o processo de deformação e no recozimento podem se tornar mais aleatórias, reduzindo a anisotropia (CHEON, 011, VEGA 014). Uma alternativa de deformação por cisalhamento que gera uma rotação da 6144

orientação cristalográfica com relação à típica de laminação e tem forma de processamento mais apropriada para a produção de chapas é a laminação assimétrica (LA). Esse processo necessita de um laminador especial com rolos girando com velocidades diferentes, ou como neste estudo dotado de rolos com diâmetros diferentes. Foi estudada a influência da relações de diâmetro de 1.5 e.0 na distribuição da deformação e na textura de chapas do alumínio AA1050. MATERIAIS E MÉTODOS Da mecânica elasto-plástica a deformação equivalente é dada por (1) Durante a laminação convencional o modo de deformação é planar, ou seja, x=z, y=0, xy=zy=xz=0. Sendo assim a deformação equivalente pode ser descrita por () Onde h e h0 sendo a espessura final e inicial da chapa. Já na LA o grau de deformação equivalente teórico da laminação assimétrica por diferentes diâmetros de rolos pode ser calculado conforme a equação (3) (Sidoret al., 008) (3) eq hi hf 6[ln(1 )] 3 hi 6 ( hi hf ) R1cos 1 R1 ( hi hf ) ( ) R cos R1 1 R ( hi hf ) ( )] R 1/ Onde hi representa a espessura inicial da chapa, hf espessura final, R1 e Ros raios dos rolos de laminação. A deformação pode ser também medida a partir do ângulo θ da deformação de cisalhamento, a deformação equivalente pode ser obtida pela equação (4): 1/ 1 (1 r) eq ln( ) 1 tan (4) 3 1 r ( ) r r 6145

Onde As deformações estimadas pela equação (3) e a medida pela equação (4) foram utilizadas para validar a análise de elementos finitos realizada com o software DEFORM-3D. A geometria da malha da chapa possui 4.884 nós e 3.456 elementos, é formado pelo elemento sólido 3D hexaédricos de oito nós. O material utilizado neste trabalho foram chapas de alumínio liga AA1050, produzidas pelo processo TRC (twin roll caster) pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). Após a LA as chapas foram cortadas no sentido de laminação para análise de textura. A Laminação assimétrica foi realizada em um laminador da marca Coelho, modelo LE00 modificado, localizado DEMa UFSCAR com relação entre os diâmetros dos rolos de laminação de,0 e 1,5 conforme esquema da FIGURA 1. A laminação foi realizada seguindo sempre o mesmo sentido por dois esquemas, redução de 10% e 5% por passe, até que a chapa atingisse uma redução total de 50%. FIGURA 1-Desenho da adaptação do laminador. 6146

O Laminador Convencional (simétrico) utilizado para a laminação de referência é da marca FENN, modelo 051, número de série 51019. Localizado no DEMa UFSCar. As chapas passaram por redução de 70% da espessura inicial, com 10% de redução por passe. As amostras foram nomeadas segundo um código: L indica lamianção convencional, LA laminação assimétrica, os quatro números seguintes indicam a relação entre rolos, podendo ser,0 (0) ou 1,5 (15). O 3 e 4 algarismos representam a redução por passe, que pode ser de 5% (05) ou 10% (10). As amostras foram identificadas com os códigos listados abaixo. LA010 LA 1510 LA005 LA1505 L TABELA 1-Relação dos códigos de identificação das amostras trabalhadas. Para a análise metalográfica, polidas até acabamento final com solução de sílica coloidal (30%Sílica + 70% água destilada), em politriz semi-automática da marca Buehler, modelo Minimet 1000 (UFSCAR Sorocaba LECMAT). As amostras foram lixadas e polidas para que fosse analisada a textura da região próxima à superfície das chapas. As as figuras de polo (111), (00) e (0) foram obtidas em um difratômetro Pananalytical X-pert pro MPD com radiação CuKlocalizado no LNNano - CNPEM Campinas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Análise de deformação A deformação experimental foi comparada a simulação de elementos finitos utilizando o software DEFORM. A FIGURA ilustra a comparação entre a marcação experimental e a simulação numérica. 6147

Figura. Comparação entre o marcador da laminação experimental e a inclinação da malha de elementos finitos utilizada durante a simulação numérica: LA 010. A TABELA resume os resultados obtidos pelo cálculo da equação (3), o medido e calculado pala equação (4) e o obtido pela distorção da malha no DEFORM. Marcador Malha obtida na simulação eq eq L LA1510 40,0 0,6 9,33 0,53 0,54 LA1505 51,00 0,8 33,56 0,49 0,46 LA010 61,30 0,9 39,10 0,57 0,6 LA 005 60,70 0,89 9,93 0,47 0,54 eq calculada(3) FIGURA 1 - Comparação entre marcadores e malha após 30% de redução, gerada pelo software DEFORM. A análise de textura foram obtidas figuras de pólo para os planos 111, 00 e 0 da amostra laminada simetricamente (L) e das amostras laminadas assimetricamente (LA1505, LA1510, LA005 e LA010), com a direção de laminação (DL) paralela ao eixo y e a direção transversal (DT) paralela ao eixo x. 6148

CONCLUSÃO Neste trabalho estão sendo estudadas algumas combinações de laminação assimétrica, porcentagem de redução por passe e tratamento térmico com o objetivo de melhorar a estampabilidade da chapa de alumínio AA1050. Foram comparados três relações de laminação 1., 1.5 e.0, duas reduções 5% e 10% por passe e cinco tempos de tratamento térmico (5, 10, 15, 0 e 60 minutos) a 350 C. Com os resultados obtidos até o presente momento podemos verificar um tamanho de grão resultante similar entre os processos 151060 e 01060. Nos resultados do ensaio de dureza ocorreu no tempo de 10 minutos de tratamento, no qual a amostra 005 apresentou 6HV a 1510 HV e as amostras 1505 e 010 apresentação comportamento semelhante em todos os tempos, apresentando ambas 0HV em 10 minutos de tratamento. O estudo comparativo entre a deformação experimental e a do software DEFORM, apresentou resultados semelhantes, em ambos fica visível a diferença de deformação entre a superfície e o interior da chapa laminada, visto o maior cisalhamento imposto na superfície da chapa pelos cilindros. Avaliando a evolução da textura, temos que a laminação simétrica provocou orientação preferencial dos grãos e produziu texturas características, como latão e cobre. A amostra 105 apresenta uma transição da textura de laminação para texturas de cisalhamento, de cubo e {01}<1>. Já a amostra 1505, apresenta apenas texturas características de cisalhamento de orientação <001>// DN, indicando que a laminação assimétrica com 5% de redução por passe e razão 1.5 entre os raios dos cilindros, provocou desorientação dos grãos de forma eficiente. Da mesma forma, a amostra 005, relação de assimetria de.0, apresenta apenas texturas características de cisalhamento de orientação <001>// DN. O aumento da compressão em relação ao cisalhamento, com taxa de redução por passe de 10%, modifica sensivelmente a orientação cristalográfica, com as principais orientações resultantes da amostra 1510 indo de {01}<1> a {01}<11> provenientes da rotação da orientação latão ao redor da DT, enquanto a amostra 010, apresenta texturas de cisalhamento de orientação <001>// DN e textura de orientação {03}<3>. 6149

REFERENCIA 1 CHEON, B. H.; KIM, H. W.; LEE, J. C. Asymmetric Rolling of strip-cast Al- 5.5 Mg 0.3 Cu alloy sheet: Effects onthe formability and mechanical properties. Materials Science & Engineering A, v. 58, p. 53-57, 011. VEGA, M. C. V. Estudo da influência da deformação por cisalhamento extrusão em canal angular e laminação assimétrica nas propriedades mecânicas do alumínio AA 1050. 014. 17f. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Materiais) Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba. 014. PADILHA, A. F.; SICILIANO JR., F. (1995). Encruamento, recristalização, crescimento de grão e textura. 3.ed.rev. e ampl. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 3p, 005. 6150