USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA MICROBACIA CÓRREGO DO PORTO-TRÊS LAGOAS MS SILVA, Laís C.N. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul- UFMS lais_cns@yahoo.com.br DELGADO, Valeria P. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS leladelgado@yahoo.com.br RESUMO OLIVEIRA, Wallace Universidade Federal de Mato Grosso do Sul wallace@ceul.ufms.br O presente faz parte de um projeto de pesquisa financiado pela FAPEMAT vinculado ao Curso de Geografia Bacharelado da UFMS, que tem como objetivo identificar o uso e ocupação do solo e da cobertura vegetal das Bacias do Município de Três Lagoas este trabalho individualizou uma dessas bacias denominada de Córrego do Porto, Três Lagoas MS, e analisou alguns dados de ordem uso e ocupação do solo,utilizando as técnicas de geoprocessamento digital de imagens de satélite no software Spring 4.2, imagens de satélite Landsat TM5 e CBERS 2, e cartas topográficas do IBGE (ano 1972), na escala de 1:100000. Palavras chaves: sensoriamento remoto, uso do solo, cobertura vegetal. INTRODUÇÃO O sensoriamento remoto é uma tecnologia fundamental na manutenção de registros do uso e ocupação do solo e cobertura vegetal ao longo do tempo. Ela é uma ferramenta importante para planejadores e legisladores no uso e ocupação do solo, pois permite elaborar planos de desenvolvimento de área, cuja exploração seja racional e se conserve os recursos naturais. O conceito de sensoriamento remoto, segundo Rosa & Brito (1995) é uma forma de se obter informações de um objeto ou alvo, sem que haja contato físico com este, através de radiação eletromagnética geradas por fonte naturais ou artificiais. Assim, o presente trabalho tem como objetivo elaborar um mapa de uso e ocupação do solo e da cobertura vegetal da microbacia Córrego do Porto, utilizando as técnicas do processamento digital de satélite, disponíveis no software Spring 4.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A área de estudo corresponde a bacia do Córrego do Porto, totalizando aproximadamente 200km² de área, estando localizada entre as coordenadas geográficas
20º 45 27.20 a 20º 58 49.37 latitude Sul e 52º 04 54.93 a 52º 16 24.36 de longitude oeste e, ficando a maior porção no oeste do município de Três Lagoas MS. METODOLOGIA O geoprocessamento são técnicas fundamentais para a análise de registros do uso da terra ao longo dos anos, pois permite comparar as transformações ocorridas, comparando a extensão de cobertura vegetal em cada momento, isto é, fazendo uma análise multitemporal das imagens. Para tal comparação entre os anos estudados, foi utilizada a carta topográfica de Arapuá MI-2592, folha SF.22.V-B-IV, na qual a microbacia do Córrego do Porto foi digitalizada com o auxílio do software Corel Draw 12. As imagens de satélite referentes a 2001, correspondem a uma imagem de Landsat TM5 canais 345-30m de resolução espacial. As imagens de satélite referentes a 2006, correspondem a imagens CBERS 2, canais 2,3,4-20m de resolução. Essas imagens foram importadas e georreferenciadas por meio de pontos de controle passíveis de identificação na imagem e na carta topográfica. Também foi feita a edição vetorial da área de estudo. Tais métodos foram executados no SIG (Sistema de Informação Geográfica) SPRING 4.2, software elaborado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Após o georreferenciamento da imagem, o próximo passo seria a classificação supervisionada, na qual não foi realizada até o presente momento, sendo feita uma análise visual. A análise visual das imagens teve como base as seguintes características: forma, textura, e tonalidade (ROSA, 1995), na qual é possível relacionar na área de estudo: Forma- forma e o tamanho são usados para identificar feições individuais. Quando relacionados a ações antrópicas apresenta-se e forma regular, com formas geométricas. Textura- é o padrão de arranjo espacial dos elementos texturais (ROSA, 1995). A textura pode parecer homogênea ou heterogênea, ou seja, rugosa, lisa, etc. Tonalidades- variação de níveis de cinza de uma fotografia monocromática (OLIVEIRA, 2005) DESENVOLVIMENTO O Uso Do Solo Na Microbacia Córrego Do Porto A análise têmporo-espacial do uso e ocupação do solo no Córrego do Porto, foi analisada sob divisão de unidades de paisagem, como florestas, áreas agrícolas, corpos aquosos e superfícies artificiais, onde será detalhada a seguir.
Florestas, áreas semi- naturais Nota-se que a vegetação em 1972, era composta principalmente por cerrado, macega, mas possuindo uma porção considerável de floresta, mata e bosque. A partir de 2001, como a imagem Landsat TM5 demonstra, a região de vegetação de cerrado ( antes predominante) foi totalmente removida, junto com a floresta, mata e bosque, restando somente alguns resquícios da vegetação original, identificadas em manchas esparsas.a mata ciliar acompanha todos os cursos d água. Pouco se alterou na imagem CBERS 2 2006, havendo um pequeno decréscimo na mata ciliar. A pastagem se encontra no tom de marrom e verde claro rugoso, e a mata em tons de verde mais escuro rugoso. Áreas agrícolas Em 1972, a carta topográfica demonstra que a área da microbacia não possue áreas agrícolas, pois só representam vegetação de florestas e cerrados. Porém, dar-se-á foco nas áreas de reflorestamento e pastagem. A imagem Landsat 2001, mostra que na microbacia existem áreas de plantação de eucaliptos, sendo possível analisar também na imagem CBERS 2 2006, onde as áreas de reflorestamento são representadas pela tonalidade verde homogêneo com forma geométrica, e as áreas de pastagem em tons de rosa e verde claro também. É possível identificar uma área de rebrotagem de eucaliptos, na área de plantação.
Corpos Aquosos Em 1972, é demonstrado na tonalidade azul, o Rio Verde, que está localizado a sudoeste da microbacia, entre as coordenadas S20º 58 17.31 e W52º 14 29.01. De acordo com as informações dadas na carta topográfica, visualiza-se 15 cursos d água de 1ª ordem e apenas 1 de 2ª ordem, no qual é o curso principal. A essa hierarquia fluvial, a metodologia utilizada é a de Horton apud Christofoletti (1980), onde canais de 2ª ordem recebem de canais de1ª, e os canais de 3ª ordem recebem de 1ª e de 2ª e assim sucessivamente, os canais de maior ordem receberão os de menor ordem. A grande maioria dos cursos d água foram analisados e por suas formas foram classificados como intermitentes. Superfícies Artificiais Rodovias e locais construídos Destaca-se na carta topográfica de 1972, a presença de unidades artificiais na paisagem da área de estudo, como: estrada não pavimentada a rodovia MT-262, (atualmente BR262) a presença da sede da Fazenda Rio Verde e também um campo de pouso. As rodovias, caminhos e estradas pavimentadas, estão representados em linhas pela tonalidade rosa claro, pois apresentam-se como solo nu. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através do método de interpretação visual no Córrego do Porto, é possível identificar transformações no uso e ocupação do solo nos anos de 1972, 2001 e 2006. Em 1972, a cobertura vegetal era predominantemente composta por cerrado, seguida por florestas, matas e bosques. Em pequenas áreas havia campos (IBGE). Nos anos de 2001 e 2006, a cobertura vegetal é composta por pastagem e áreas de reflorestamento, com pequenas manchas esparsas de florestas, matas e bosques. O resultado da pesquisa se revela em análise visual, sendo necessárias ser feita a classificação da imagem para analisar as categorias de uso e ocupação de solo que nela se encontram, a fim de demonstrar com maior cientificidade, as transformações ocorridas na paisagem da microbacia Córrego do Porto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARTA TOPOGRÁFICA ARAPUÁ, Folha SF 22 V-B-IV, MI 2592, Serviço Geográfico do Exército do Brasil, segunda edição, 1980. CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. 2.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1980.
IBGE.Instituto Brasileiro de Geografia e estatística. Geografia do Brasil: região centrooeste, 1988. INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Imagens de satélite Landsat TM 5 2001 e CBERS 2 2006. OLIVEIRA, E.. Caracterização geoambiental e análise do uso do solo na microbacia do Córrego da Moeda Três Lagoas-MS.Três Lagoas. UFMS, 2005 (Monografia) http://www.transportes.gov.br/bit/estados/port/ms.htm. Disponível em 22/02/2006 ROSA & BRITO,. Introdução ao sensoriamento remoto. Uberlândia: EDUFU,1995.