André Júnio Andrade Peres 1 ; Luciana Cláudia Toscano Maruyama 2

Documentos relacionados
Revista Agrarian ISSN:

Níveis de infestação e controle de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) no município de Cassilândia/MS

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA CURUQUERÊ (ALABAMA ADENSADO DO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO. Daniele Romano 1 ; Paulo Bettini 2.

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

ALGODÃO BOLLGARD (MON 531) NO CONTROLE DOS LEPIDÓPTEROS PRAGA NAS PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS DO BRASIL. Fabiano Ferreira

LEVANTAMENTO POPULACIONAL E ESTUDO DE DIVERSIDADE DE ARTRÓPODES EM TRÊS CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO MUNICÍPIO DE CASSILÂNDIA-MS.

AÇÃO DE INSETICIDAS SOBRE O PERCEVEJO CASTANHO Scaptocoris castanea Perty, 1833 (HEMIPTERA: CYDNIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO *

ESTUDO DE DIVERSIDADE E VARIAÇÃO SAZONAL DE ARTRÓPODES EM PLANTAS DANINHAS E SOQUEIRA DE ALGODOEIRO NA ENTRESSAFRA

Eficiência no controle de pragas e seletividade a predadores de inseticidas utilizados no sistema de produção de soja

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 191

RESPOSTA ECONÔMICA DA CULTURA DO ALGODOEIRO A DOSES DE FERTILIZANTES *

Impacto de diferentes níveis de injúrias sobre a produtividade de cultivares de soja de hábito de crescimento determinado e indeterminado

SELETIVIDADE DE THIAMETHOXAM + PROFENOFÓS, EM TRÊS DOSES, AOS PRINCIPAIS PREDADORES DAS PRAGAS QUE OCORREM EM SOJA

MIP - Unidades de Referência (UR) e Resultados do Monitoramento da Safra Soja 2015/16

EFEITO DE INSETICIDAS/ACARICIDAS NO CONTROLE DE Polyphagotarsonemus latus E Aphis gossypii NA CULTURA DO ALGODÃO.

Cepea avalia retorno econômico do algodão transgênico Bollgard no Brasil

EFICIÊNCIA DE DOSES DO INSETICIDA F WG, APLICADAS ISOLADAMENTE OU EM MISTURA, PARA CONTROLE DE APHIS GOSSYPII

EFEITO DO INSETICIDA ETOFENPROX 100 SC NO CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO

COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis. Boheman, 1843) (*).

EFEITO DE DIFERENTES DOSES DO ÓLEO ESSENCIAL DE AÇAFRÃO NO CONTROLE DO PULGÃO BRANCO (APHIS GOSSYPII) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

ESPAÇAMENTOS REDUZIDOS NA CULTURA DO ALGODOEIRO: EFEITOS SOBRE ALGUMAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS *

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS EM TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO SOBRE O CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii, GLOVER 1877 (HEMIPTERA: APHIDIDAE)

UEMS-Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Rod. MS 306, km 6, , Cassilândia, MS.

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 153

88Efeito de Doses Crescentes de Composto Orgânico na Incidência de Insetos em Minimilho

#$ %& %& ' ( )*+,-#"( ( " -0( ) 112

LEVANTAMENTO POPULACIONAL DE Bemisia sp. NA CULTURA DE MANDIOCA NO MUNICÍPIO DE CASSILÂNDIA-MS

AVALIAÇÃO E MANEJO DE DOENÇAS EM Brachiaria brizantha cv. BRS PIATÃ. Área Temática da Extensão: Tecnologia.

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 869

Condução do manejo integrado de pragas na cultura da soja

SELETIVIDADE DE INSETICIDAS AOS PREDADORES DAS PRAGAS DO ALGODOEIRO 1

ALGODÃO BOLLGARD (MON 531) NO CONTROLE DOS LEPIDÓPTEROS PRAGA NAS PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS DO BRASIL.

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DE Spodoptera eridanea NA CULTURA DO ALGODOEIRO

SELETIVIDADE DO INSETICIDA INDOXACARB SOBRE OS INIMIGOS NATURAIS DE SPODOPTERA FRUGIPERDA

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Bemisia tabaci (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO.

EFICIÊNCIA DE ORTHENE 750 BR (ACEFATO) NO CONTROLE DE Euschistus heros) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) NA CULTURA DA SOJA 1

CONTROLE DA LAGARTA ELASMO (Elasmopalpus lignosellus)

Efeito do inseticida Lorsban na supressão de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) na cultura do milho.

Ensaio para avaliação do controle químico do curuquerê (Alabama argillacea) na cultura do algodão. RESUMO

AVALIACAO DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO PARA O CERRADO DE RONDÔNIA

TÍTULO: CONTROLE DE ALABAMA ARGILLACEA E PSEUDOPLUSIA INCLUDENS COM METOMIL, LAMBDA-CIALOTRINA E CLORANTRANILIPROLE NA CULTURA DO ALGODOEIRO

EFEITO DE DOSES REDUZIDAS DE PIRITIOBAQUE-SÓDICO (STAPLE) NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Efeito do Inseticida Match no Controle de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) na Cultura do Milho.

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA LAGARTA-DO-CARTUCHO NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SISTEMA ORGÂNICO

AMOSTRAGEM DE PRAGAS EM SOJA. Beatriz S. Corrêa Ferreira Entomologia

Densidade de pragas e inimigos naturais em resposta ao tratamento de sementes de soja com inseticidas.

INFESTAÇÃO DE Alabama argillacea NA VARIEDADE NuOPAL (BOLLGARD I) E EM OUTRAS SETE VARIEDADES COMERCIAIS DE ALGODÃO EM JABOTICABAL,SP

CONTROLE QUÍMICO DO PERCEVEJO Piezodorus guildinii (Westw.) NA CULTURA DA SOJA

RESUMO. Palavras-chave: Triticum aestivum; Inseticidas; Praga de solo; Pão -de -galinha.

POPULAÇÃO DE PLANTIO DE ALGODÃO PARA O OESTE BAIANO

EFEITO DA ISCA CARTAP + AÇÚCAR SOBRE ADULTOS DA LAGARTA ROSADA, Pectinophora gossypiella (SAUNDERS, 1844) (LEPIDOPTERA: GELECHIIDAE)

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 82

EFICIÊNCIA DE PARASITISMO DE Trichogramma sp. EM LAVOURAS ALGODOEIRAS DO MATO GROSSO *

Potencial do uso de entomopatógenos no controle de pragas da soja e seletividade de agrotóxicos para fungos entomopatogênicos

DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DE PULGÕES Aphis gossypii (GLOVER,1877) EM PLANTAS DE ALGODOEIRO

Manejo Integrado de Pragas da Soja

CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS NA BATATA

Viabilidade do Biocontrole de Pragas em Sistemas Integrados. Sergio Abud Biólogo Embrapa Cerrados

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DO CULTIVAR EM CHAPADÃO DO SUL - MS 1. Priscila Maria Silva Francisco

Guilherme dos Reis Vasconcelos Engenheiro Agrônomo Professor; Consultor em MIP e Agricultura Sustentável; Horticultor.

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DE Heliothis virescens NA CULTURA DO ALGODOEIRO

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Heliothis virescens (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Coord. Grupo de Estudos em Manejo Integrado de Pragas - GEMIP

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE ESPAÇAMENTO X POPULAÇÃO DE PLANTA X NÍVEL DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO E RENDIMENTO DO ALGODOEIRO

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

Eficiência de inseticidas no controle de tripes (Frankliniella spp.) em mangueira e seletividade para inimigos naturais

VARIABILIDADE DAS ESTIMATIVAS DE ESTATÍSTICAS DE PRECISÃO EXPERIMENTAL EM FUNÇÃO DO TAMANHO DE AMOSTRA E DO NÚMERO DE REPETIÇÕES

LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES DE LAGARTAS DESFOLHADORAS DA CULTURA DA SOJA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (2011) 1

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DO ALGODOEIRO NO NORDESTE BRASILEIRO: QUADRO ATUAL E PERSPECTIVAS

CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO RECOMENDADAS PARA OS CERRADOS DO MEIO- NORTE DO BRASIL

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS SISTÊMICOS APLICADOS À SEMENTE DE TRIGO PARA CONTROLE DO PULGÃO Schizaphis graminum. Resumo

FiberMax. Mais que um detalhe: uma genética de fibra.

Estimativa do Custo de Produção de Milho para a safra 2008/09 em Mato Grosso do Sul

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO DE FIBRAS MÉDIAS E LONGAS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA

CULTIVARES DE ALGODOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES LOCAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2007/08 1. INTRODUÇÃO

Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado Comissão Técnica Sul-Brasileira de Arroz CTAR-1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MA TO GRO S SO DO SUL

Ensaio de tratamento de sementes de algodoeiro visando o controle das pragas iniciais (pulgão Aphis gossypii e tripes Frankliniella spp.).

DIFERENTES NÍVEIS DE ADESÃO AO PLANO ESTRATÉGICO DE CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis) NAS REGIÕES DE IPAMERI E SILVÂNIA-GO 1

Flutuação Populacional de Artrópodes no Milho em Áreas de Transição Para Produção Orgânica

ARRANJO DE PLANTAS PARA LINHAGENS E CULTIVAR DE ALGODOEIRO NO ESTADO DE GOIÁS

CUSTO DE PRODUÇÃO DE ALGODÃO, SAFRA 2004/05, PARA MATO GROSSO DO SUL E MATO GROSSO

MÉTODOS ALTERNATIVOS E CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS DO ALGODOEIRO APLICADOS A AGRICULTURA FAMILIAR NO NORTE DE MINAS GERAIS 1

Manejo da Mosca-branca na Soja. Eliane D. Quintela Embrapa Arroz e Feijão

CONTROLE DO PERCEVEJO CASTANHO (Scaptocoris castanea)

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

Controle Químico de Pragas

INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA MILITAR SPODOPTERA FRUGIPERDA (J.E. SMITH, 1797) NO ALGODOEIRO

ADUBAÇÃO NITROGENADA E QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E SEUS EFEITOS NA PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO *

DESEMPENHO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NAS CONDIÇÕES DO CERRADO RESUMO

EFEITO DE DOSES DE FERTILIZANTES NA CULTURA DO ALGODOEIRO SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO EM MATO GROSSO DO SUL (*)

AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO PARA LANÇAMENTO DE CULTIVARES, SAFRA 2008/09. 1 INTRODUÇÃO

DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS E AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE MELANCIA NO TOCANTINS

INFLUÊNCIA DA DENSIDADE DE INÓCULO DE Rhizoctonia Solani NA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODÃO COM FUNGICIDAS NO CONTROLE DO TOMBAMENTO *

EFEITO DO ÓLEO DE NIM INDIANO E EXTRATOS AQUOSOS DE FOLHAS DE CINAMOMO E DE NIM INDIANO SOBRE O PULGÃO BRANCO DO ALGODOEIRO (Aphis gossypii).

WORKSHOP DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DE PESQUISAS SAFRA 2014/2015 AVALIAÇÃO DE CULTIVARES NO CERRADO DA BAHIA RESULTADOS - SAFRA 2014/2015

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA REGIÃO SUL

Transcrição:

IMPCTO DE DIFERENTES MNEJOS QUÍMICOS NO CONTROLE DE PRGS E ÇÃO SORE INIMIGOS NTURIS N CULTUR DO LGODOEIRO NS REGIÕES DE CSSILÂNDI E CHPDÃO DO SUL/MS ndré Júnio ndrade Peres 1 ; Luciana Cláudia Toscano Maruyama 2 1 Estudante do Curso de gronomia da UEMS, Unidade Universitária de Cassilândia; E- mail: ajaperes@hotmail.com; 2 Professora do Curso de gronomia da UEMS, Unidade Universitária de Cassilândia; E-mail: lucianaclaudiatoscano@hotmail.com. Resumo O objetivo foi avaliar o impacto de diferentes manejos químicos no controle de pragas e ação sobre inimigos naturais na cultura do algodoeiro nas regiões de Cassilândia e Chapadão do Sul/MS e o Custo Operacional Efetivo do sistema adotado. Em Cassilândia/MS foi montado o delineamento experimental em blocos ao acaso, no sistema fatorial 2 x 3 (duas cultivares: Fiber Max 993 e Fiber Max 966 e três manejos: testemunha, padrão produtor e padrão MIP) com quatro repetições. Os tratamentos foram: T1 testemunha (sem aplicação de inseticida); T2 padrão produtor (inseticidas menos seletivos a inimigos naturais) e T3 padrão MIP (inseticidas mais seletivos a inimigos naturais). Em Chapadão do Sul/MS foi montado delineamento em faixas, com cinco manejos (testemunha, padrão 1, padrão 2, padrão 3 e padrão 4) e quatro repetições. s aplicações foram em função das pragas atingirem o nível de controle. Em Cassilândia/MS as aplicações para o controle do pulgão, não apresentaram diferença entre os dois manejos. O manejo MIP apresentou controle natural de lagartas, pela maior presença de inimigos naturais. O Custo Operacional Efetivo foi maior no manejo MIP. Em Chapadão do Sul/MS, os manejos padrão 1 e padrão 2 apresentaram maiores eficiências no controle de pragas sugadoras. O manejo padrão 4 apresentou maior eficiência no controle de lagartas. mortalidade de inimigos naturais foi igual nos manejos. O manejo padrão 4 apresentou o maior Custo Operacional Efetivo. Palavras-chave: Sistema de produção. Flutuação populacional. Seletividade. Introdução Para o Mato Grosso do Sul a cultura do algodoeiro apresenta destacada importância sócio-econômica para o meio rural, sendo praticada por pequenos, médios e grandes produtores (FERRZ e LMS, 1996), sendo o 4 produtor nacional. O

ecossistema algodoeiro inclui ampla variedade de artrópodes, e os levantamentos dessa fauna na cultura, realizados mundialmente, indicam que o número de espécies encontrado pode variar desde algumas poucas centenas a mais de mil (LUTTREL et al., 1994). É necessária a adoção de práticas que conservem o ecossistema, mantendo as populações de inimigos naturais, porém, tendo um controle eficiente das pragas. O presente trabalho teve por objetivo: a) valiar o impacto de diferentes manejos químicos no controle de pragas; b) verificar a ação sobre inimigos naturais na cultura do algodoeiro; c) e o Custo Operacional Efetivo do sistema adotado. Material e métodos Os experimentos foram conduzidos na safra 9/1 em duas regiões, na área experimental da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), no município de Cassilândia/MS, e na área experimental da Fundação de poio à Pesquisa gropecuária de Chapadão (Fundação Chapadão), no município de Chapadão do Sul/MS. No município de Cassilândia foram utilizadas as cultivares Fiber Max 993 e Fiber Max 966. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com quatro repetições, em esquema fatorial 2x3, com duas cultivares e três manejos: T1 testemunha (sem aplicação de inseticida); T2 padrão produtor (inseticidas menos seletivos a inimigos naturais) e T3 padrão MIP (inseticidas mais seletivos a inimigos naturais). s aplicações foram realizadas quando a quantidade de pulgão atingiu nível de controle, realizando duas aplicações, aos 89 e 117 dias após a emergência (). Utilizou o inseticida Mospilan no manejo MIP e o inseticida Marshal no manejo padrão produtor. No município de Chapadão do Sul utilizou-se a cultivar FM 993. O ensaio foi montado em delineamento em faixas, com cinco manejos: testemunha, padrão 1, padrão 2, padrão 3 e padrão 4, com quatro repetições. Foi feito aplicações seqüenciais de inseticidas, não observando o nível de controle. Foram realizadas cinco aplicações (47, 6, 82, 98 e 113 ), os inseticidas utilizados foram: padrão 1 (Mospilan, Certero, Thiodan, Rimon e Saurus); padrão 2 (Methomex, Marshal, Ferus e Laser); padrão 3 (ctara, Dimilin, Thiodan, elt, Movento Plus, Nomolt e Pirate) e padrão 4 (Premio, Thiodan e Saurus). Para representar os resultados foram realizados dois grupos dos insetos-pragas amostrados: sugadores e desfolhadores. Dentre os sugadores destacam-se pulgão, mosca-branca e cigarrinha e os desfolhadores: curuquerê, falsa-medideira e Spodoptera

sp. O terceiro grupo foi representado pelos inimigos naturais: bicho lixeiro, joaninha e aranha. Resultados e Discussão Cassilândia: observa-se na Figura 1 que após as pulverizações, a quantidade de pragas sugadoras encontradas na testemunha e nos dois manejos diminuiu significativamente tanto na cultivar FM 993 quanto na cultivar FM 966. diminuição de insetos apresentado nos manejos padrão e MIP foi devido à ação dos inseticidas. Já a diminuição de insetos apresentado na testemunha foi devido à presença de grande número de inimigos naturais. ssim como constatou zevedo e Vieira (2) que no período das avaliações do ensaio que conduziram, a grande densidade de pulgão foi reduzida drasticamente em virtude da presença ativa de joaninhas. Pragas sugadoras (FM 993) Pragas sugadoras (FM 966) Testemunha (FM 993) Padrão (FM 993) MIP (FM 993) Testemunha (FM 966) Padrão (FM 966) MIP (FM 966) Nº total de insetos 9 8 7 6 3 1 3 4 4 61 67 82 92 99 16 113 1 124 131 Nº total de insetos 7 6 3 1 3 4 4 61 67 82 92 99 16 113 1 124 131 Figura 1. Número total de pragas sugadoras na cultivar FM 993 () e na cultivar FM 966 () nos três manejos. UEMS. Cassilândia/MS. 1. nalisando a Figura 2, nota-se que as amostragens realizadas após a primeira aplicação, ou seja, aos 92 até a última amostragem aos 131, a testemunha das duas cultivares apresentou uma maior quantidade de inimigos naturais em relação aos manejos padrão e MIP. menor quantidade de inimigos naturais apresentada nestes manejos se deve às aplicações de inseticidas para o controle de pulgão, notando o efeito nocivo destes produtos aos inimigos naturais. Inimigos Naturais (FM 966) Ininimigos Naturais (FM 993) Testemunha (FM 966) Padrão (FM 966) MIP (FM 966) Testemunha (FM 993) Padrão (FM 993) MIP (FM 993) Nº total de inimigos naturais 4 3 1 3 4 4 61 67 82 92 99 16 113 1 124 131 Nº total de inimigos naturais 3 1 3 4 4 61 67 82 92 99 16 113 1 124 131 Figura 2. Número total de inimigos naturais nas duas cultivares ( e ) e nos três manejos. UEMS. Cassilândia/MS. 1.

população de lagartas se manteve em níveis baixos, provavelmente pela presença de inimigos naturais, principalmente ao grande número de aranhas. Chapadão do Sul: nota-se na Figura 3 que nas últimas amostragens o manejo padrão 2 apresentou menores quantidades de pragas sugadoras, obtendo a melhor eficiência no controle de pulgão. O grande número de pragas sugadoras observado aos 72 e 79 se deve a altas populações de mosca-branca. Pragas sugadoras Pragas sugadoras 16 6 1 1 1 8 6 3 1 3 39 49 4 61 72 79 89 16 113 1 127 Figura 3. Número total de pragas sugadoras nos diferentes manejos. Fundação Chapadão. Chapadão do Sul/MS. 1. Na Figura 4, as amostragens antes da primeira aplicação, ou seja, aos 3 e 39, a quantidade de lagartas mantinha-se no mesmo nível em todos os tratamentos. pós iniciar a seqüência de aplicações, a flutuação da população foi notável. Segundo leicher (1) a aplicação de agroquímicos pode causar efeitos imediatos na fauna artrópode, havendo de imediato a mortandade de predadores, parasitóides e entomopatógenos, que são, no geral, mais sensíveis aos agroquímicos de largo espectro do que os fitófagos, sendo que a conseqüência da mortalidade desses inimigos naturais dos artrópodes-pragas é a ressurgência destas pragas, o que implica na repetição do controle químico, levando quase sempre ao aumento da sua dose e freqüência de aplicação. Observa-se que o manejo padrão 4 obteve melhor eficiência no controle de lagartas.

Pragas desfolhadoras Pragas desfolhadoras 6 3 1 3 39 49 4 61 72 3 1 79 89 16 113 1 127 Figura 4. Número total de pragas desfolhadoras nos diferentes manejos. Fundação Chapadão. Chapadão do Sul/MS. 1. Em Cassilândia/MS, o manejo MIP apresentou uma diferença de R$ 1, a mais no Custo Operacional Efetivo, em comparação ao manejo padrão produtor. Em Chapadão do Sul/MS, o manejo padrão 4 apresentou o maior Custo Operacional Efetivo, com um custo de R$ 3, dos inseticidas utilizados. Segundo Richetti (7) os custos e a produtividade podem ser diferentes em cada propriedade, ocasionando maior ou menor lucratividade. Sendo assim, cada situação tem que ser analisada, verificando se a produtividade alcançada compensa os custos obtidos. gradecimentos o CNPq e à UEMS. Referências ibliográficas ZEVEDO, F. R. de; VIEIR, F. V. Levantamento populacional de pragas do algodoeiro em condições de sequeiro. Ciência gronômica, v. 33, n. 1, 2, p. -19. LEICHER, E. Efeitos dos agroquímicos no controle biológico natural e aplicado. Disponível em: <http://www.cnpa.embrapa.br/produtos/algodao/ publicacoes/trabalhos_ cba4/1.pdf> cesso em: 1/7/1. FERRZ, C.T.; LMS, F. M. spectos importantes na cultura do algodoeiro em Mato Grosso do Sul. (EMPER-MS. Circular Técnica, 6), 16p., 1996. LUTTRELL, R. G.; FITT, G. P.; RMLHO, F. S.; SUGONYEV, E. S. Cotton pest management: Part 1. worldwide perspective. nnu. Revista Entomology, v. 39, p. 17-26, 1994. RICHETTI,. Estimativa do custo de produção de algodão, safra 7/8, para Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Comunicado Técnico, 136. Dourados: Embrapa gropecuária Oeste, 7. 14 p.