Keywords: Scholars. Nutritional status. Artigo original/original Article

Documentos relacionados
1. Tabela de peso e estatura (percentil 50) utilizando como referencial o NCHS 77/8 - gênero masculino

DIAGNÓSTICO DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE INFANTIL NO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CORNÉLIO PROCÓPIO

ÍNDICE. CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO Introdução Pertinência do trabalho Objectivos e Hipóteses de Estudo...

ÍNDICE GERAL ÍNDICE GERAL ÍNDICE DE TABELAS ÍNDICE DE FIGURAS LISTA DE ABREVIATURAS RESUMO ABSTRACT VII IX X XI XII

PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS EM ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE PIRAQUARA NUTRITIONAL PROFILE OF PUBLIC SCHOOL CHILDREN IN THE TOWN OF PIRAQUARA

Quais os indicadores para diagnóstico nutricional?

RELAÇÃO ENTRE O NOVO ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS. Ivair Danziger Araújo

3. Material e Métodos

FATORES ASSOCIADOS À DESISTÊNCIA DE PROGRAMAS MULTIPROFISSIONAIS DE TRATAMENTO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES

MAGREZA E SOBREPESO EM ESCOLARES DE RIO BRANCO, AC, BRASIL UNDERWEIGHT AND OVERWEIGHT IN SCHOOL CHILDREN FROM RIO BRANCO, ACRE STATE, BRAZIL

UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO MILENA CAROLINA SILVA CASTRO OLIVEIRA

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE CAMBIRA- PR

Manual Básico. Antho WHO

PERFIL NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS QUE FREQUENTAM OS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE JANDAIA DO SUL PR

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DO INTERIOR DE PERNAMBUCO, BRASIL.

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM CRIANÇAS DE UMA CRECHE NA CIDADE DE FORTALEZA UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PRIVADA DE ENSINO, DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA CIDADE DO MEIO OESTE CATARINENSE 1 RESUMO

SOBREPESO E OBESIDADE EM CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES MATRICULADAS EM CINCO CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE BOTUCATU,SP. RESUMO

Professora adjunta da Faculdade de Nutrição/UFPEL Campus Universitário - UFPEL - Caixa Postal CEP

PERFIL ANTROPOMÉTRICO E ALIMENTAR DOS ESCOLARES DE 1 a a 4 a SÉRIES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DA CIDADE DE ARARAQUARA - SP

RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

Ana Paula Aires², Ariane de Oliveira Botega², Flaviana Pedron², Gabriela Pinto², Naiani Ramos², Priscila Pereira² e Ana Lúcia de Freitas Saccol³

PERFIL NUTRICIONAL E CONSUMO DE AÇÚCAR SIMPLES COMO FATOR DE RISCO NO DESENVOLVIMENTO DE OBESIDADE INFANTIL

KARLA DE TOLEDO CANDIDO AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ- ESCOLARES DE CEINFS MUNICIPAIS DE CAMPO GRANDE - MS

Érica Dias de Souza Borher

Índice de massa corporal de adolescentes: comparação entre diferentes referências

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

IMC DOS ALUNOS DO 4º PERÍODO DO CURSO TÉCNICO EM ALIMENTOS DO INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS CAMPI/INHUMAS.

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO

RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL EM ESCOLARES

ISSN Prevalência de excesso de peso infantil... Ribeiro, G. M.; Silva, L. M. L; Ibiapina, D. F. N. PESQUISA

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE ESCOLARES DE 10 A 14 ANOS DA CIDADE DE JOAÍMA, SITUADA NA ZONA DO MÉDIO JEQUITINHONHA - MINAS GERAIS RESUMO

ANÁLISE DO CRESCIMENTO CORPORAL DE CRIANÇAS DE 0 À 2 ANOS EM CRECHES MUNICIPAIS DE GOIÂNIA

Avaliação nutricional e percepção corporal em adolescentes de uma escola pública do município de Barbacena, Minas Gerais

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE ESCOLARES DE SETE A NOVE ANOS DE IDADE DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE MOGI GUAÇU, SÃO PAULO

comparação EnTRE TRÊS critérios de classificação do índice de massa corporal PARA crianças Originais

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE ADOLESCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE MUNICIPAL DA CIDADE DE MARINGÁ PR, NO ANO DE 2012

O CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL¹

SAÚDE E MOVIMENTO: Análise do Comportamento alimentar e físico em adolescentes RESUMO

Autor: Lucas Nogueira de Alcântara Orientador: Prof. Msc. Rolando José Ventura Dumas Pró-Reitoria de Graduação

Avaliação antropométrica de crianças

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: RELAÇÃO ENTRE INATIVIDADE FÍSICA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS DA REDE MUNICIPAL DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO PE.

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

A AMAMENTAÇÃO PODE PREVENIR A OBESIDADE INFANTIL?

AVALIAÇÃO DO PESO E ESTATURA PARA IDADE DE ADOLESCENTES DE 15 E 16 ANOS DE IDADE DE UMA ESCOLA PUBLICA DA CIDADE DE PONTA GROSSA-PR: BRASIL

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS FREQUENTADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

AVALIAÇÃO DO PESO E ESTATURA PARA IDADE DE ADOLESCENTES DE 15 E 16 ANOS DE IDADE DE UMA ESCOLA PUBLICA DA CIDADE DE PONTA GROSSA-PR: BRASIL

AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL EM UMA CRECHE PARTICULAR¹

Laboratório de Avaliação Nutricional de Populações LANPOP/HNT/FSP/USP

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PÚBLICA. RESUMO

DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

Avaliação do estado nutricional de escolares segundo três referências

SANTUZZA ARREGUY SILVA VITORINO ANÁLISE DE EQUAÇÕES PARA ESTIMATIVA DE ESTATURA E PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL EM CRIANÇAS DE 6 A 10 ANOS

Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento ISSN versão eletrônica

prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes da cidade de maceió

XX Encontro Anual de Iniciação Científica EAIC X Encontro de Pesquisa - EPUEPG

ESTUDO DO CRESCIMENTO FÍSICO DAS CRIANÇAS DAS CRECHES PARTICULARES DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON/PR.

Keywords: Body Weight. Height. Body Mass Index. Anthropometry. Artigo original/original Article

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE CRIANÇAS DE MESES, A PARTIR DO USO COMPARATIVO DAS REFERÊNCIAS DE CRESCIMENTO CDC 200 E OMS 2005

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM CRIANÇAS MATRICULADAS EM UMA CRECHE DE BRASÍLIA-DF

ESTADO NUTRICIONAL E ADIPOSIDADE DE ESCOLARES DE DIFERENTES CIDADES BRASILEIRAS

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO RISCO CARDIOVASCULAR DA CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS DE MARINGÁ/PR

Laboratório de Avaliação Nutricional de Populações LANPOP/HNT/FSP/USP

Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento ISSN versão eletrônica

PALAVRAS-CHAVE Desenvolvimento motor. Flexibilidade. Resistência abdominal.

COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ESCOLARES DA REDE DE ENSINO PÚBLICA E PRIVADA EM UMA CIDADE DA REGIÃO NORTE RESUMO

TÍTULO: OBESIDADE INFANTIL NAS ESCOLAS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: ENFERMAGEM

V CONGRESSO SUDESTE DE CIÊNCIAS DO ESPORTE

Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento ISSN versão eletrônica

ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA

APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE RISCO NUTRICIONAL (IRN) E AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM IDOSOS. Kiss, S. A., Caselato de Sousa, V.M. 1

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

ESTADO NUTRICIONAL DE MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 2017 E NUTRITIONAL STATUS OF WOMAN IN THE CLIMATERIC PERIOD 2017 E 2018

Revista Paulista de Pediatria ISSN: Sociedade de Pediatria de São Paulo Brasil

Incorporação das novas curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde na Vigilância Nutricional

A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO E DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: UM RELATO DE CASO

ANÁLISE COMPARATIVA DE SOBREPESO E OBESIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA PARTICULAR E UMA ESCOLA PÚBLICA DE FORTALEZA.

Variação temporal na prevalência do excesso de peso e obesidade em adultos: Brasil, 2006 a 2009

Palavras-Chave: Obesidade; Educação Nutricional; Avaliação Nutricional

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE CRIANÇAS DO ENSINO PRÉ-ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DA AZAMBUJA

AUTOR(ES): LUIS FERNANDO ROCHA, ACKTISON WENZEL SOTANA, ANDRÉ LUIS GOMES, CAIO CÉSAR OLIVEIRA DE SOUZA, CLEBER CARLOS SILVA

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS NOS ESF DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO NO ANO DE 2007

Crescimento físico e estado nutricional de crianças e adolescentes da região de Cotinguiba, Sergipe

Campus Universitário Caixa Postal 354 CEP INTRODUÇÃO

Avaliação Nutricional

TÍTULO: PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES DE ESCOLAS MUNICIPAIS DA ZONA SUL DE SÃO PAULO

Relação entre três métodos indicadores de estado nutricional em escolares

Índice. Índice de Figuras. Índice de Tabelas. Lista de Abreviaturas. Resumo e Palavras-chave. 1. Introdução Objetivos 6

Apostila de Avaliação Nutricional NUT/UFS 2010 CAPÍTULO 3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ADULTOS

Diferenças no crescimento e na composição corporal entre escolares de origem germânica e brasileira

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DE ALUNOS DO PROJETO ESCOLA DA BOLA COM BASE NOS TESTES DA PROESP-BR

SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE

Enquanto isso, o texto desta semana trata da avaliação do estado nutricional de escolares. Os professores costumam nos perguntar como se faz para

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL-PR

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

PROMOÇÃO DA SAÚDE NUTRICIONAL DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU-PR.

Transcrição:

Artigo original/original Article Estado nutricional de crianças de 7 a 10 anos freqüentadoras da Escola de Aplicação Faculdade de Educação/USP Evaluation of the nutricional status of school children of 7 to 11 years of Escola de Aplicação Faculdade de Educação/USP ABSTRACT CARATIN, C. V. S.; SILVA, A. C. F.; SILVA, M. E. M. P. Evaluation of the nutricional status of school children of 7 to 11 years of Escola de Aplicação Faculdade de Educação/USP. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 31, n. 2, Development during childhood depends on several factors that may influence growth. Currently, we experience a nutritional transition from malnutrition to obesity and both are known to cause deleterious effects on health. Due to this transition, follow-up on the nutritional status of the population, specially among children, is of great importance. In order to evaluate and to follow the nutritional assessment, the NCHS (National Center of Health Statistics) currently advises the use of Body Mass Index (BMI) for assessment of the nutritional status of children older than 2 years. The aim of this work was to evaluate the nutritional status of 7 to 10 year-old children attending the 1st to 4th grades of an elementary school of São Paulo City. The sample was comprised of 212 children, aged 7-10 years. The anthropometric variables used for calculating BMI were: weight and height. BMI was classified according to the NCHS (2000) standards. According to the present study, 3.3% of the children met criterion for undernutrition (percentile<5), 18.9% were at risk of overweight (between percentile 85 and 95), and 11.8% were obese (percentile> 95). Boys predominated among obese children and no differences were found when the genders were compared among the children at a normal weight. Keywords: Scholars. Nutritional status. CARLA VANESSA DE SOUSA CARATIN 1 ; ANA CAROLINA FELDENHEIMER DA SILVA 2 ; MARIA ELISABETH MACHADO PINTO E SILVA 3 1 Nutricionista, Mestre em Saúde Pública Área de Concentração: Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública/USP. 2 Nutricionista, Mestranda em Saúde Pública Faculdade de Saúde Pública/USP. 3 Professora Doutora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública/USP. Endereço para correspondência: Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Nutrição. Av. Dr. Arnaldo, 715, Cerqueira César, São Paulo-SP e-mail: cacaratin@usp.br Apoio econômico: Durante o mestrado a autora contou com a bolsa de estudos da FAPESP. Agradecimentos: À Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP pela possibilidade de realização do trabalho. À Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela bolsa concedida e ao Laboratório de Análise Nutricional de Populações (LANPOP-FSP/USP) pelo empréstimo do material para a coleta de dados. 53

RESUMEN RESUMO Diversos factores afectan el desarrollo infantil y repercuten en el crecimiento. Actualmente vivimos la transición nutricional de la desnutrición para la obesidad y es sabido que ambos estados son perjudiciales a la salud. Esta situación determina que el acompañamiento del estado nutricional de grupos poblacionales, principalmente de niños, sea extremamente importante. Para la evaluación y acompañamiento del estado nutricional de niños con más de 2 años de edad, actualmente el NCHS (National Center of Health Statistics) recomienda el uso del IMC (Índice de Masa Corporal). El objetivo del presente trabajo fue evaluar el estado nutricional de niños de 7 a 10 años cursando entre la 1ª y la 4ª serie de la enseñanza fundamental de una escuela de la ciudad de São Paulo. La muestra fue compuesta por 212 niños con edades entre 7 y 10 años. Las variables antropométricas utilizadas fueron peso y estatura para el cálculo del IMC. El IMC fue clasificado según el patrón de referencia del NCHS (2000). 3,3% de los niños se encontraban desnutridos (percentil< 5), 18,9% presentaban un riesgo de exceso de peso (entre los percentiles 85 y 95) y 11,8% eran obesos (percentil>95). La mayoría de los obesos eran del sexo masculino y entre los niños con peso normal, la distribución fue la misma entre ambos sexos. Palabras clave: Escolares. Estado nutricional. O desenvolvimento infantil depende de diversos fatores e repercute sobre o crescimento infantil. Atualmente vivemos a transição nutricional, ou seja, da desnutrição para a obesidade e é sabido que apresentam efeitos deletérios à saúde. Essa transição faz com que o acompanhamento do estado nutricional de grupos populacionais, principalmente de crianças torne-se de extrema importância. Para a avaliação e acompanhamento, o NCHS (National Center of Health Statistics) atualmente aconselha o uso do IMC (Índice de Massa Corporal) para a avaliação do estado nutricional de crianças acima de 2 anos de idade. O objetivo desse trabalho foi avaliar o estado nutricional de crianças de 7 a 10 anos freqüentadoras da 1ª a 4ª série do ensino fundamental de uma escola do município de São Paulo. A amostra foi composta por 212 crianças de 7 a 10 anos. As variáveis antropométricas utilizadas foram: peso e estatura para a o cálculo do IMC. O IMC foi classificado segundo o padrão de referência do NCHS (2000). De acordo com a avaliação 3,3% das crianças encontravam-se desnutridas (percentil < 5), 18,9% com risco de excesso de peso (entre percentil 85 e 95) e 11,8% com obesidade (percentil>95). Encontrou-se maior número de meninos obesos, e entre os eutróficos, a distribuição foi semelhante entre os sexos. Palavras-chave: Escolares. Estado nutricional. 54

INTRODUÇÃO O desenvolvimento e crescimento da criança dependem da carga genética, do meio e da alimentação (WACHS; CABE, 1998). A alimentação adequada ajuda o organismo a resistir e se recuperar, sendo um fator determinante do estado nutricional, repercurtindo sobre o crescimento infantil (WHEELER, 1985). A desnutrição energético-protéica, que engloba condições patológicas resultante da falta concomitante de calorias e proteínas, constitui um dos problemas que mais afetam as crianças, com efeitos negativos sobre o seu crescimento e desenvolvimento neurológico (WORLD HEALTHY ORGANIZATION, 1995). A obesidade, definida como uma condição caracterizada pelo depósito excessivo de gordura corporal, conseqüência de um desequilíbrio energético no qual o consumo de energia excede o gasto (MONTEIRO; CONDE, 2000; OBREBOWSKI OBREBOWSKI- KARSZNIA; GAWLINSKI, 2000), é atualmente um dos problemas de saúde mais importantes entre crianças e adolescentes, não apenas nos países desenvolvidos, mas nos em desenvolvimento, nos quais a transição epidemiológica aponta a queda dos índices de desnutrição e doenças infecciosas e aumento nas taxas de obesidade e doenças crônicodegenerativas (MONTEIRO; CONDE, 2000). Desta forma, evidencia-se a importância da avaliação e acompanhamento do estado nutricional, sendo a antropometria, avaliação das dimensões físicas e da composição global do corpo humano, essencial para este fim. Os gráficos de crescimento são amplamente utilizados como ferramentas para avaliar o estado nutricional, estado geral de saúde e bem-estar de bebês, crianças e adolescentes (NATIONAL CENTER FOR HEALTHY STATISTICS, 2000). Os gráficos desenvolvidos em 1977 pelo National Center of Health Statistics (NCHS) foram adaptados pela Organização Mundial da Saúde e são utilizados mundialmente (NATIONAL CENTER FOR HEALTHY STATISTICS, 2000). A partir de 1985, o NCHS começou a revisá-los através de procedimentos estatísticos mais adequados e da incorporação de dados do segundo e terceiro National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), pesquisas de âmbito nacional nos Estados Unidos. As versões revisadas foram apresentadas em 2000 (FLEGAL; WEI; OGDEN, 2002; NATIONAL CENTER FOR HEALTHY STATISTICS, 2000). Para a avaliação do crescimento de crianças maiores de dois anos e adolescentes (até 20 anos) foram adicionadas curvas de índice de massa corporal para idade (NATIONAL CENTER FOR HEALTHY STATISTICS, 2000). Recentemente, o IMC também vem sendo utilizado para avaliar crianças, nesse caso, este índice é ajustado pela idade, possibilita a comparação de crianças de mesma idade e altura variável (FLEGAL; WEI; OGDEN, 2002). O IMC para a idade pode ser utilizado para identificar crianças e adolescentes com excesso de peso (>p95) ou com 55

risco de sobrepeso (entre p85 e p95), pontos de corte recomendado por especialistas (NATIONAL CENTER FOR HEALTHY STATISTICS, 2000). Freedman et al. (2004a) estudando a relação entre IMC e altura na infância e obesidade no adulto, concluíram que esse é o melhor índice peso-altura porque reflete uma associação positiva entre altura e adiposidade entre crianças. Esta classificação diferencial de excesso de peso é apropriada e reflete a associação entre altura e adiposidade entre crianças antes dos 12 anos de idade (FREEDMAN et al., 2004b). OBJETIVO Identificar o estado nutricional das crianças de 7 a 10 anos, estudantes da 1ª a 4ª série da Escola de Aplicação da Faculdade de Educação/Universidade de São Paulo. METODOLOGIA O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Saúde Pública USP e teve o consentimento da Instituição de ensino e dos responsáveis pelas crianças. POPULAÇÃO DE ESTUDO A amostra do estudo é composta de todas as 212 crianças de 7 a 10 anos, de ambos os sexos, freqüentadoras das 1ª s as 4ª s séries da Escola de Aplicação - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Considerando a importância da qualidade das medidas antropométricas para a avaliação do estado nutricional, as pesquisadoras participaram de um treinamento nas técnicas de mensuração, com padronização e controle de qualidade destas medidas, realizado no Laboratório de Avaliação Nutricional de Populações (LANPOP) do Departamento de Nutrição F.S.P./Universidade de São Paulo. Durante o treinamento, a qualidade das medidas antropométricas foi avaliada através da diferença das médias das medidas do antropometrista e das pesquisadoras, segundo a metodologia proposta por Bland e Altman (1986). VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS Para avaliar o estado nutricional da população de estudo foram realizadas as medidas de peso e estatura das crianças. Estas medidas foram tomadas em duplicata, utilizando-se a média para o cálculo do índice de massa corporal (IMC) (GORDON; CHUMLEA; ROCHE, 1988). 56

PESO O peso foi coletado utilizando-se balança digital, com bateria solar, capacidade de 150kg e precisão de 200g. Considerando que as medidas antropométricas foram realizadas durante a aula de educação física, foi permitida a utilização de bermuda e camiseta pelas crianças para a tomada do peso (padronização). ESTATURA A estatura foi coletada utilizando estadiômetro com precisão de 0,1cm desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (NUPENS/USP). Para a obtenção deste dado solicitou-se que a criança encostasse os calcanhares, panturrilha, glúteos e ombros à parede. A cabeça foi posicionada de acordo com o plano de Frankfurt (GORDON; CHUMLEA; ROCHE, 1988). ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) Para a classificação do estado nutricional da população de estudo foi utilizada a distribuição, em percentis, do índice de massa corporal (IMC) ajustado para a idade e sexo, segundo a referência antropométrica, do National Center for Healthy Statistics (2000). O Índice de Massa Corporal (IMC), calculado dividindo o peso em quilos pelo quadrado da altura em metro. As crianças abaixo do percentil 5 desta distribuição foram classificadas como desnutridas, quando igual ou superior ao percentil 85 e menor que o percentil 95 como risco de sobrepeso e IMC para idade maior ou igual ao percentil 95 como excesso de peso ou obesidade (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 2003). RESULTADOS E DISCUSSÃO DESCRIÇÃO DA AMOSTRA A amostra constituiu-se de 212 crianças, 47,2% (n=100) do sexo masculino e 52,8% (n=112) do feminino. A distribuição das crianças segundo faixa etária e sexo apresenta-se na tabela1 a seguir. A média de idade da amostra é de 9,18 anos (dp=1,16), sendo a menor idade encontrada foi 7,05 anos e a maior, 10,97 anos. Nota-se que a maior concentração de crianças está na faixa dos 10 anos de idade (n=68, 32,1%), e entre as crianças de 8 anos, verifica-se uma porcentagem superior de meninas (66,0% e 34,0%), a distribuição de acordo com o sexo é homogênea (p=0,13). 57

Tabela 1 Distribuição das crianças segundo sexo e idade (anos), em número e porcentagem. Escola de Aplicação Faculdade de Educação/Universidade de São Paulo, 2003 Idade (anos) Feminino Masculino Total n % n % n % 7 23 20,5 20 20,0 43 20,8 8 33 29,5 17 17,0 50 23,6 9 26 23,2 25 25,0 51 24,1 10 30 26,8 38 38,0 68 32,1 Total 112 100 100 47,2 212 100 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL A média de altura desta população é de 1,35m (d.p.=0,096m), variando de 1,12m a 1,62m. A média do peso é de 33,48kg (d.p.=9,05) (19,60 a 66,50kg). Estas variáveis não apresentam diferença estatisticamente significativa (p=0,05) entre os sexos. O IMC apresenta média de 18,09kg/m 2 (d.p.= 3,20kg/m 2 ), e a distribuição segundo sexo e idade (anos) está apresentada no gráfico abaixo (Gráfico 1): Gráfico 1 - Distribuição do Índice de Massa Corporal (IMC) segundo sexo e idade (anos). Escola de Aplicação FE/USP, 2003 58

Observa-se que, apesar de 1 menina apresentar índice superior as demais crianças, a distribuição deste mostra-se bastante semelhante, não apresentando diferença (p 0,05) entre os sexos e entre a idade (anos). Analisando os valores de IMC para a idade, segundo o National Center for Healthy Statistics (2000), encontra-se 3,30% (n=7) de crianças desnutridas (percentil <5), 18,9% (n=40) com risco de sobrepeso (entre percentil 85 e 95) e 11,8% (n=25) com excesso de peso (obesidade) (percentil >95), de acordo com a distribuição abaixo (Tabela 2). Tabela 2 Distribuição das crianças segundo estado nutricional e sexo, em número e porcentagem. Escola de Aplicação FE/USP, 2003 (NCHS, 2000) Estado Nutricional Feminino Masculino Total n % n % n % Desnutrido 3 2,68 4 4,00 7 3,30 Eutrófico 76 67,86 64 64,00 140 66,04 Risco de sobrepeso 24 21,43 16 16,00 40 18,87 Obesidade 9 8,03 16 16,00 25 11,79 Total 112 100 100 100 212 100 Não teve associação entre estado nutricional e sexo (p=0,25), ou seja, o estado nutricional não está associado ao gênero feminino ou masculino. Observa-se maior porcentagem de meninos obesos, sendo que este valor corresponde ao dobro do observado entre as meninas (16,00% e 8,03%, respectivamente). O oposto acontece com as crianças com risco de sobrepeso, com maior freqüência para o sexo feminino (21,43% e 16,00%). Entre os desnutridos e eutróficos, os resultados obtidos são semelhantes entre os sexos, não havendo diferença estatisticamente significativa (p=0,05). CONCLUSÕES Os resultados encontrados mostram que o número de crianças com baixo peso (percentil <5) é baixo (cerca de 3%), enquanto a porcentagem de crianças com risco de sobrepeso e excesso de peso ou obesidade (percentil >85) é de 30,84% do total e sem associação ao sexo. Resultados que confirmam a transição nutricional referida em pesquisas populacionais. Esses valores devem servir de alerta para pais, educadores e profissionais da saúde para o controle desse quadro e o estabelecimento de futuras intervenções. Confirma-se a 59

necessidade de monitoramento do estado nutricional dos diversos grupos populacionais, principalmente das crianças pelos seus efeitos deletérios a longo prazo. REFERÊNCIAS/REFERENCES BLAND, J. M.; ALTMAN, D. G. Statistical methods for assessing agreement between two methods of clinical measurement. The Lancet, v. 1, n. 8476, p. 307-310, 1986. FLEGAL, K. M.; WEI, R.; OGDEN, C. Weight-forstature compared with body mass index-for-age growth charts for the United States from the Centers for Disease Control and prevention. Am. J. Clin. Nutr., v. 75, n. 4, p. 761-766, 2002. FREEDMAN, D. S.; KHAN, L. K.; SERDULA, M. K.; DIETZ, W. H.; SRINIVASAN, S. R.; BERENSON, G. S. Inter-relationships among childhood BMI, childhood heigth, and adult obesity: the Bogalusa Heart Study. Int. J. Obesity, v. 28, n. 1, p. 10-16, 2004a. FREEDMAN, D. S.; THORNTON, J. C.; MEI, Z.; WANG, J.; DIETZ, W. H.; PIERSON, R. N. Jr.; HORLICK, M. Heigth and adiposity among children. Obesity Research, v. 12, n. 5, p. 846-853, 2004b. GORDON, C. C.; CHUMLEA, W. C.; ROCHE, A. F. Stature, recumbent length and weight. In: LOHMAN, T. G.; ROGE, A. F.; MANTORELL, R. Anthropometric standartization reference manual. Champaign: Human kinetics Books, 1988. p. 3-8. KREBS, N. F.; JACOBSON, M. S. Policy Statement. Prevention of pediatric overweight and obesity. Pediatrics, v. 112, n. 2, p. 424-430, 2003. NATIONAL CENTER FOR HEALTH STATISTICS. Advance Data from vital and Health Statistics of the Centers for Disease Control and Prevention. December, 2000. p. 1-27. OBREBOWSKI, A.; OBREBOWSKA-KARSZNIA, Z.; GAWLINSKI, M. Smell and taste in children with simple obesity. Int. J. Pediatr. Otorhinolaryngol., v. 55, n. 3, p. 191-196, 2000. WACHS, T. D.; CABE, G. The role of enviroment in human nutritional research an intervention. In: PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION. Nutrition, health and child development research advances and policy recommendations, Whashington, 1998. p 14-31. (Scientific publication, nº 566). WHEELER, E. Realism in nutrition education. In: TURN, A. S.; INGLE, R. B. (Ed.). New developments in nutrition education. Paris: UNESCO, 1985. p. 22-28. (Nutrition education series, 11). WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: the use and interpretation of antropometry. Geneva, 1995. (Technical Report Series, 854). Recebido para publicação em 05/07/05. Aprovado em 15/03/06. MONTEIRO, C. A.; CONDE, W. L. Tendência secular da desnutrição e da obesidade na infância na cidade de São Paulo (1974-1996). Rev. Saúde Pública, v. 34, n. 6, p. 1-4, 2000. 60