Estudos sobre a morfometria do espermatozoide e características seminais do Pseudoplatystoma corruscans

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Transcrição:

Estudos sobre a morfometria do espermatozoide e características seminais do Pseudoplatystoma corruscans Cristiane Bashiyo-Silva¹; Douglas de Castro Ribeiro¹; Jumma Miranda de Araújo Chagas¹; Raphael da Silva Costa¹; Rosicleire Veríssimo-Silveira¹; Alexandre Ninhaus-Silveira¹ 1 Universidade Estadual Paulista, Laboratório de Ictiologia Neotropical, Departamento de Biologia e Zootecnia, Ilha Solteira, SP. (dcribeiro.bio@gmail.com) INTRODUÇÃO A ictiofauna neotropical possui pouco mais de 2.500 espécies formalmente descritas e catalogadas de peixes de água doce (BUCKUP et al., 2007), porém, apenas 0,7% de todas as espécies brasileiras tiveram qualquer aspecto do sua biologia espermática abordada até agora (VIVEIROS; GODINHO, 2009). A caracterização seminal de uma espécie é fundamental para o conhecimento de sua biologia reprodutiva, fator indispensável para sua produção em cativeiro, com vistas à produção comercial e a conservação da espécie (VIVEIROS; GODINHO, 2009). O Pseudoplatystoma corruscans é uma das maiores espécies dentro da família Pimelodidae. Sua distribuição é restrita a bacia do Rio Paraná e São Francisco, e observa-se que suas populações naturais vêm se reduzindo drasticamente ao longo dos anos (LUNDBERG; LITMANN, 2003). Acerca do exposto este trabalho teve como objetivo avaliar as características seminais, a morfometria e eventuais anomalias do espermatozoide do P. corruscans. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados 12 machos adultos com peso médio de 6,9±1,2 kg e comprimento total de 83,5±4,8 cm, provenientes da Estação Ambiental de Volta Grande/CEMIG, Conceição das Alagoas, MG. O sêmen foi coletado após leve massagem celomática, em tubos plásticos fracionados. As características seminais foram avaliadas por meio dos seguintes parâmetros: volume total, coloração, viscosidade, taxa e duração da motilidade, e concentração espermática. Uma alíquota de sêmen foi fixada em solução formol-salina (1:10000; sêmen:fixador), corado com corante Rosa Bengala (1:1; sêmen:corante) para análises morfometricas e quantificação das anomalias espermáticas. As lâminas histológicas confeccionadas foram analisadas em microscópio de luz acoplado com câmera digital Axiocam MRc5 Zeiss ao seu programa de análise de imagens. Para a determinação da morfometria foram feitas medidas em 15 espermatozoides por macho, sendo avaliados os seguintes parâmetros: comprimento total (CT), comprimento da cabeça (CC), diâmetro da cabeça (DC), largura da peça intermediaria (LPI), comprimento do flagelo (CF) (Fig. 1).

Diâmetro da cabeça (DC) Diâmetro da Comprimento da cabeça (CC) Figura 1 Esquema do espermatozoide de P. corruscans, apontando as medidas avaliadas. Na análise das anomalias, foram avaliados cerca de 100 espermatozoides por macho, sendo identificadas as seguintes alterações: cabeça isolada (ci), macrocefalia (mac), cauda enrolada (ce), cauda dobrada (cd), cauda quebrada (cq). RESULTADOS O volume seminal médio coletado foi de 7,1 ml (±3,6), de aspecto denso e coloração variando de branco leitoso a levemente amarelado. A taxa e duração da motilidade do sêmen fresco foi em média 42,2±14,8% e 80,4±21 s, respectivamente. A densidade espermática apresentou valores de 1,2±0,73x10 9 espermatozóides por ml -1 (Tab. 1).

Tabela 1 Dados individualizados de peso (K); tamanho (cm); volume seminal (ml); motilidade espermática (%); tempo de motilidade (s); concentração espermática (ml) e viabilidade (%), com seus respectivos valores médios e desvios padrão do sêmen do P. corruscans. O espermatozoide de P. corruscans, apresentou tamanho total médio de 34,04±1,85 µm, morfologicamente apresenta cabeça arredondada (DC=3,63±0,26 µm e CC=4,87±0,40 µm), peça intermediária com formato de meia lua (LPI=2,57±0,45 µm) e flagelo com comprimento de 29,17±1,75 µm. O numero de anomalias morfológicas encontradas foi em média 53,9±10,54 %, em relação aos espermatozoides normais. Dentre elas verificou-se que cerca de 20,5±12,0% apresentaram ci; 0,8±1,7% mac; 23,7±10,1% ce; 5,6±4,8% cd; 3,3±2,2% cq, (Fig. 2).

Figura 2-Diferentes defeitos morfológicos encontrados em espermatozoides de P. corruscans. A- Espermatozoide normal; B, C e D -Representa três padrões de cauda enrolada: B- Cauda enrolada em si mesma, C- Cauda espiralada e D- enrolada só na ponta da cauda; E- Cabeça isolada; F e G- Formas encontradas de espermatozoides com cauda dobrada; H- Macrocefalia; I-Espermatozoide com cauda quebrada. Escala: 5 um, Objetiva:100x. Rosa Bengala. DISCUSSÃO Devido à complexidade de se determinar a qualidade espermática, não se deve utilizar uma única característica do liquido seminal para se definir a melhor ou pior qualidade do sêmen (DREANNO et al., 1998; RURANGWA et al., 2004), uma vez que o processo evolutivo fez com que, peixes, de maneira geral, produzam diferentes tipos de espermatozoides e características seminais distintas, por sua intensa interação com outras espécies, evitando os cruzamentos interespecíficos (TABORSKY, 1998). Estudos sobre as características espermáticas vêm demonstrar que alguns parâmetros podem influenciar na capacidade de fertilização do espermatozoide, tais variações ocorrem naturalmente em diferentes espécies (FAUVEL et al., 1999; GEFFEN; EVANS, 2000). Com exceção da taxa de motilidade baixa no sêmen fresco, os parâmetros analisados apresentaram variações normalmente observadas em outros Siluriformes (CAROLSFELD et al., 2003). Mais analises serão realizadas, no intuito de enriquecer o estudo das características seminais do Pintado, e corroborar com eventuais trabalhos realizados dentro do grupo dos Siluriformes e sobre biologia reprodutiva. REFERÊNCIAS BUCKUP, P. A.; MENEZES, N. A.; GHAZZI, M. S. Catálogo das espécies de peixes de água doce do Brasil. Rio de Janeiro: Museu Nacional, 2007. 195p.

CAROLSFELD, J.; GODINHO, H. P.; ZANIBONI-FILHO, E; HARVEY, B. J. Cryopreservation of sperm in Brazilian migratory fish conservation. Journal of Fish Biology, v.63, p. 472-489, 2003. DREANNO, C.; SUQUET, M.; DESBRUYÈRES, E.; COSSON, J.; LE DELLIOU, H.; BILLARD, R. Effect of urine on semen quality in turbot (Psetta maxima). Aquaculture, v.169, p. 247-262, 1998. FAUVEL, C.; SAVOYE, O.; DREANNO, C.; COSSON, J.; SUQUET, M. Characteristics of sperm of captive seabass in relation to its fertilization potential. Journal of Fish Biology, v.54, p.356-369, 1999. GEFFEN, A. J.; EVANS, J. P. Sperm traits and fertilization success of male and sexreversed female rainbow trout (Oncorhynchus mykiss). Aquaculture, v. 182, n. 1, p. 61-72, 2000. LUNDBERG, J. G.; LITMANN, M. W. Family Pimelodidae (long-whiskered catfishes). In: REIS, R. E.; KULLANDER, S.O.; FERRARIS JR., C. J. (Eds.). Check list of the freshwater fishes of South and Central America. Porto Alegre: Edipucrs, p. 432-446, 2003. RURANGWA, E.; KIME, D. E.; OLLEVIER, F.; NASH, J. P. The measurement of sperm motility and factors affecting sperm quality in cultured fish. Aquaculture, v.234, p.1 28, 2004. TABORSKY, M. Sperm competition in fish: bourgeois males and parasitic spawning TREE, v. 13, n. 6, p.222-227, 1998. VIVEIROS, A. T. M.; GODINHO, H. P. Sperm quality and cryopreservation of Brazilian freshwater fish species: a review. Fish Physiology and Biochemistry, v.35, p.137-150, 2007.