Nomenclatura biológica
O que é Sistemática? Ciência da diversidade Quais os objetivos da sistemática? Descrever a diversidade existente Formar um sistema geral de referência (que reflita relações evolutivas entre os grupos) Compreender a diversidade Prever características nos organismos Nomear Ciência de síntese com caráter fortemente multidisciplinar
Nomes vernaculares Por que não empregar? - Nomes em línguas comuns não são universais; - Mesmo nome pode ser utilizado para mais de uma espécie; - Uma espécie pode ter m a i s d e u m n o m e vernacular, em localidades diferentes. pinhão-roxo,pinhão-de-purga, pinhãoparaguaio, pinhão-bravo, pinhão, pião, pião-roxo, mamoninho, purgante-decavalo Jatropha curcas L. (Euphorbiaceae)
Chá-de-bugre / Porangaba Cordia ecalyculata Vell. (Boraginaceae) Casearia sylvestris Sw. (Flacourtiaceae)
O que é Nomenclatura? Nas Ciências Biológicas a nomenclatura trata da aplicação dos nomes às entidades biológicas, organizados sistematicamente (=classificação) em uma hierarquia de classes (=táxons). Estabilidade e universalidade dos nomes Indexação do conhecimento
Sistema binomial Linnaeus fixou a utilização do sistema binomial, aplicada até hoje. - Systema naturae (1735) - Species Plantarum (1753) Nomes científicos* - Plantas: Gênero + epíteto específico, seguido do autor Rosa canina L. - Animais: Gênero + epíteto específico Musca domestica * Devem sempre ser destacados do texto
Algumas regras da nomenclatura: - Todo ser vivo possui um nome científico; - Todo nome científico é composto por duas palavras. A primeira se refere ao gênero da espécie, e o segundo, ao epíteto (ou nome) específico, que é o que caracteriza a espécie em questão - O epíteto específico pode se referir a uma característica própria daquele indivíduo, como a sua localização, organização corporal, dentre outros; ou mesmo uma homenagem a algum cientista, personagem, etc.; - Os nomes científicos, quando escritos, devem estar destacados em itálico. Em casos em que os nomes estejam sendo redigidos à mão; ou em outras situações nas quais utilizar o itálico se apresente inviável, tais nomenclaturas devem estar grifadas; - A primeira letra do nome científico deve ser apresentada em maiúsculo e a primeira letra do epíteto específico, em minúsculo; Homo sapiens
- A partir da segunda vez que se escreve o nome de determinada espécie, o gênero pode se apresentar abreviado. Ex: Cachorro - Canis familiaris - C. familiaris. - Em algumas situações, quando o cientista não conseguiu, ainda, identificar a que espécie um determinado indivíduo pertence, ou quando não é de interesse que esta seja explicitada; ele utiliza, após o nome do gênero, o termo sp. Tanto um como outro não devem ser colocados em itálico, ou mesmo sublinhados; e devem estar acompanhados de um ponto final: Hypsiboas sp. (perereca pertencente ao gênero Hypsiboas). - A abreviatura cf. é utilizada quando a identificação da espécie requer confirmação por ser incerta ou estar a ser citada através de uma referência secundária não verificável. Ex: Corvus cf. corax indica "um pássaro similar corvo comum mas não identificado com segurança como sendo da espécie.
Regras Nomenclaturais: Códigos CÓDIGO: sistema de regras e recomendações que regulam a nomenclatura de organismos vivos e fósseis. 1. Código internacional de Nomenclatura Botânica (ICBN); 2. Código internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN); 3. Código internacional de Nomenclatura de Bactéria (ICNB); 4. Código internacional de Classificação e Nomenclatura de Vírus; 5. Código internacional de Nomenclatura para Plantas Cultivadas (ICNCP); 6. Filocódigo Importante: não interferem na liberdade do pensamento biológico
A estrutura do código PRINCÍPIOS base do sistema de nomenclatura PROVISÕES Regras Colocar a nomenclatura do passado em ordem e prover para a do futuro Nomes contrários a uma regra não podem ser mantidos Recomendações uniformidade e clareza, abordando pontos subsidiários Nomes contrários a uma recomendação não são exemplos a serem seguidos Anexos Lista de nomes conservados e rejeitados As regras e recomendações são aplicadas a todos os organismos tradicionalmente tratados como plantas, fósseis ou não.
Princípio I A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura zoológica. Botânica Zoologia Cecropia embaúbas mariposas Cereus cactos anêmonas Colocasia inhame mariposas Dracaena dracenas lagartos Ficus figos moluscos Morus amoras mergulhões
Princípio II A aplicação de nomes de grupos taxonômicos é determinada por meio de tipos nomenclaturais. Elemento ao qual o nome de um táxon está permanentemente vinculado. MATERIAL-TESTEMUNHO de um táxon O tipo de uma espécie é um ESPÉCIME (ou ilustração de um). O tipo de um gênero é uma ESPÉCIE. O tipo de uma família é um GÊNERO.
Princípio V Nomes científicos de grupos taxonômicos são tratados em latim, independentemente de sua derivação. O uso do latim para designar nomes científicos se origina dos tempos medievais. Até meados do séc. XIX, as publicações botânicas eram, em sua maioria, publicadas integralmente em latim. IDIOMA EM DESUSO = não sujeito a mudanças gramaticais
Novos arranjos taxonômicos Transferência de gênero: v ICZN: o nome do autor original passa a ser citado entre parênteses Ex.: Erodiscos longirostris Faust, 1894, foi transferida para o gênero Sicoderus, por Vanin (1986). Citação correta: Sicoderus longirostris (Faust, 1894). v ICBN: o nome do autor original passa a ser citado entre parênteses seguido do autor da combinação. Ex.: Malva rosea L., foi transferida para o gênero Althea, por Cavanilles (1986). Citação correta: Althea rosea (L.) Cav.
Botânica Zoologia autor sim opcional data não, opcional adjetivos sim sim categorias infra- específicas subsp., var., forma, subforma subesp. combinações (autor) autor (autor, data opcional) Eriotheca roseorum Cuatrec. Apostolepis ammodites Apostolepis ammodites Ferrarezzi, Barbo & Albuquerque, 2010 Combinações: Bombax globosum Aubl. Eriotheca globosa (Aubl.) A. Robyns Clelia montana Franco, Marques & Puorto, 1997 (não há o nome do autor que fez a combinação) Mussurana montana (Franco, Marques & Puorto, 1997)
ü Dinâmico, sendo revisado a cada seis anos. ü Imprescindível à taxonomia, porque norteia a aplicação correta do nome. ü Básico e deve ser difundido por todas as áreas da Biologia. ü Vive na berlinda em decorrência do avanço da sistemática filogenética.
Hierarquia taxonômica (Vanin et al. 2000)
Hierarquia Taxonômica (nomenclatura zoológica) (Vanin et al. 2000)
Hierarquia Taxonômica (nomenclatura botânica) fungos Filo/Divisão Ascomycota Classe Ascomycetes Ordem Saccharomycetales Família Saccharomycetaceae Gênero Candida Espécie Candida albicans (C.P. Robin) Berkhout
Hierarquia Taxonômica (nomenclatura botânica) algas Filo/Divisão Clorophyta Classe Ulvophyceae Ordem Ulvales Família Ulvaceae Gênero Ulva Espécie Ulva lactuca L.
Hierarquia Taxonômica (nomenclatura botânica) outros grupos de plantas Filo/Divisão Magnoliophyta Classe Magnoliopsida subclasse Rosidae Ordem Malpighiales Família Euphorbiaceae subfamília Crotonoideae Gênero Croton Espécie Croton floribundus Spreng.
Aplicação de nomes segundo as premissas da Sistemática Filogenética Sempre que possível a taxonomia deve ser coerente com os padrões de relações históricas (Hennig, 1950; 1966) Filogenia: base para a classificação Considerar apenas grupos monofiléticos Importante: princípio da prioridade
Nomenclatura e cladística A escolha do nome correto deve seguir as diretrizes gerais das classificações, ou seja, o monofiletismo como premissa básica e os quatro critérios secundários acrescidos do princípio da prioridade
Princípios para classificações Princípio primário: MONOFILETISMO Princípios secundários: maximizar: Estabilidade nomenclatural Facilidade de iden@ficação Sustentação do monofile@smo Backlund & Bremer (1988). To be or not to be. Principles of classifica@on and monotypic plant families. Taxon 47 : 391-400
Dipsacales Backlund & Donaghue (1996)- Morfologia Blacklund & Bremmer (1998)- rbcl Caprifoliaceae s. stric. Dipscaceae (Morina) Dipscaceae Dipscaceae (Triplostegia) Valerianaceae
Dipsacales Backlund & Donaghue (1996)- Morfologia Blacklund & Bremmer (1998)- rbcl Caprifoliaceae s. stric. Morinaceae Dipscaceae Dipscaceae (Triplostegia) Valerianaceae monofile@smo
Dipsacales Backlund & Donaghue (1996)- Morfologia Blacklund & Bremmer (1998)- rbcl Caprifoliaceae s. stric. Morinaceae Dipscaceae Triplostegiaceae Valerianaceae monofile@smo
Dipsacales Backlund & Donaghue (1996)- Morfologia Blacklund & Bremmer (1998)- rbcl Caprifoliaceae s. stric. Morinaceae Dipscaceae Valerianaceae Valerianaceae monofile@smo
Dipsacales Backlund & Donaghue (1996)- Morfologia Blacklund & Bremmer (1998)- rbcl Caprifoliaceae Caprifoliaceae Caprifoliaceae Caprifoliaceae Caprifoliaceae Caprifoliaceae s.l.
Na WEB International Commission on Zoological Nomenclature INTERNATIONAL CODE OF ZOOLOGICAL NOMENCLATURE online Index Fungorum