Lição 12 O Messianismo (II) - O Messias Redentor Texto Básico: Isaías 52.13; 53.12. Introdução: A manifestação histórica do Messias (sua encarnação Jo 1.14; Fp 2.5-11) foi mais uma etapa do trabalho de Deus na história para consumar o seu propósito. As profecias do Antigo Testamento sempre apontam para novas operações de Deus no prosseguir de sua atuação no tempo: eis que vêm os dias que. A afirmação de Paulo em Gálatas 4.4,5; de Lucas 1.5; 2.1; 2.6; de Jesus, em João 5.25,28,29 mostram o fluir do tempo e os fatos acontecendo. Ora, Deus, para alcançar seu propósito como revelado nas Escrituras, realizaria a obra expiatória do pecado, para reconciliar a raça humana consigo * (2Co 5.18-21; Ef 2.13-19; Rm 5.8-11). O tempo apropriado para tal realização chegou. O Messias (o reconciliador, o Emanuel) estava no mundo (Jo 1.10; 1.26,27; Mc 1.14,15; Jo 1.40,41). O Servo Sofredor veio para realizar essa Obra (Jo 1.29; Jo 6.50-55). A Obra expiatória na pessoa do Messias foi proposta antes da criação (Ef 1.4; 2Tm 1.8-10; 1Pe 1.10,11,19,20; Ap 13.8 ). Era necessário que tudo se realizasse, para que o bendito propósito se efetivasse (Lc 24 44-47). 1-O Messias Age com prudência - Isaías 52.13-15. Nos três versos Jeová mesmo fala do seu servo. Fala de sua humilhação e exaltação. Há uma espécie de contraste entre as duas experiências. O Servo age com prudência pela autoconsciência de que seus sofrimentos são vicários, trazem a salvação ao seu povo, expressão da boa vontade do Senhor. O que poderia ser interpretado como loucura por seus inimigos, perante Deus é descrito como prudência, sabedoria (1Co 1.18-24). Mas Ele será exaltado e mui sublime. O sofrimento do Servo é degradante. Muitos pasmaram à vista dele. A aparência de sua desfiguração causava
espanto. Seu sofrimento ultrapassou o que os próprios inimigos conheciam (Jo 18.1 a 19.37; 1Pe 1.10,11). O próprio Cristo ensinou que quem se humilha será exaltado. Pedro diz no texto acima (1.10) os sofrimentos que viriam e a glória que os seguiria. Paulo, em Filipenses 2.5-11, descreve a humilhação de Cristo voluntariamente aceita por Ele (humilhou-se, servilizou-se)* resultando na sua exaltação; deu-lhe o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho. 2- O Messias, O Homem de Dores - Isaías 53. 1-3. Segundo alguns eruditos (se eles estão certos) o servo descrito no capítulo cinquenta é considerado um mártir, porém, confiante no Senhor, esperando que ele o ajudaria, o recompensaria (50.7,8,9). No texto anterior (52-13-15) Deus fala da humilhação e da exaltação de seu servo (agiu com prudência), sofreu para beneficiar outros. Nestes versos há uma pergunta: quem creu e a quem foi revelado o braço do Senhor? A pergunta parece referir-s ao conteúdo anterior (52.13-15). O relato continua a falar do servo na sua aparência desfigurada, consequência dos sofrimentos que lhe são infringidos. Há alguns dias alguém me fez uma pergunta intrigante sobre a pessoa física de Jesus. Havia ouvido numa certa reunião de estudo bíblico (com base neste texto) que o homem Jesus era pequenino, magro, aparência desagradável, etc. Bem, o melhor é não perder tempo indo ouvir insípidas tolices. O texto é claro ao descrever a aparência desfigurada por causa de castigos aplicados a Jesus (releia novamente Jo 18.1;19.37 e paralelos). Era desprezado, rejeitado um homem de dores como um de quem os homens escondem o rosto. Jesus não era pessoa de aparência repulsiva. Os Evangelhos registram as pessoas se aproximando de Jesus, até disputando para se aproximar d Ele. Os flagelos que lhe foram impostos desde que se entregou no jardim, até a cruz lhe causaram todo esse aspecto desfigurante.
3- O Messias é Nosso Substituto - Isaías 53. 3-6. O profeta apresenta o Messias, o Redentor, o Servo Sofredor, o Homem de Dores, como nosso substituto.neste conjunto de expressões há uma sequência contínua : Ele e nós. Ele agindo e nós recebendo as bênçãos. Vejamos em destques: Verdadeiramente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades (53. 4a). Devese entender aqui o sentido moral também, e não apenas físico; E carregou com as nossas dores (53. 4b);* E nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido... Os receptores da profecia consideravam o sofrimento como punição de pecados (os amigos de Jó); Mas Ele foi traspassado por causa das nossas transgressões (53. 5a); E esmagado (moído) por causa das nossas iniquidades (53. 5b); O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele (53.5c); E pelas suas pisaduras (feridas) fomos sarados; Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho (53.6a); Mas o Senhor fez cair sobre Ele as iniquidades de todos nós (53. 6b). A morte de Cristo foi uma obra efetiva, substitutiva e universal (Jo 19.30; 2Co 5.14.15; 1Jo 2.2). 4- O Servo Aceitou Voluntariamente Seu Sofrimento - Isaías 53. 7-9. Seria inaceitável pensar aqui do servo como sendo Israel. O servo é descrito como pessoa, como indivíduo. A leitura do aprisionamento do Senhor Jesus, de seu julgamento, sua crucificação é a melhor interpretação e constatação de que este conteúdo se refere especificamente ao Senhor Jesus, o Messias Redentor (Mt 26.36-56; 57-68; 27.11-61). Filipe interpreta este mesmo texto como se referindo a Jesus (At 8.29-35).
Estes versos encerram a narração das afrontas que o Messias sofre de seu próprio povo. Todas as acusações são injustas, são falsas. Mansamente suporta toda a pressão, sofre sem queixas, sem ameaças... No auge do sofrimento intercede pelos seus inimigos (53.12; Lc 23.34; 1Pe 2. 22,23). 5- O Sofrimento do Messias Estava nos Planos do Senhor - Isaías 53.10. O fato em referência não foi um acontecimento ocasional. Não foi uma solução de emergência. Os horrores, as dores, a moedura (esmagamento) do Servo compunha o conjunto dos recursos de Jeová para consumar seu propósito. Quando na sua presciência (onisciência absoluta) nos elegeu em Cristo, nos chamou (Ef 1.4; 1Pe 1.1,2; 5.10; 1Tm 6.12; 1Ts 2.12; 1Co 1.9) para sermos filhos e herdeiros (Rm 8.16,17), o Messias já era o Servo Sofredor (Ap 13.8), no propósito (nos planos) de Deus (Ef 3.10,11). Foi do agrado (da vontade) do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar (3.10). O homem imagem e semelhança do Criador pecaria, não preencheria as expectativas de Deus quanto ao seu propósito. Lá estava o Messias (Is 42.1; Mt 3.17; 12.15-21; 17.5; Lc 3.22; 9.35). O Messias, conhecido na eternidade, manifestou-se na temporalidade, preencheu as expectativas de Jeová, foi moído, consumou sua obra, saiu da temporalidade entrou na eternidade, cheio de gozo, por ver o fruto do trabalho de sua alma, outorgando-nos, assim, o seu Reino Messiânico (glorioso, perfeito, eterno), o propósito eterno de Jeová. APLICAÇÕES 1- A mensagem dada nos dias de Isaías sobre a esperança messiânica, isto é, que Deus no tempo próprio por intermédio dele restauraria Israel, cumpriu-se na Obra do Cristo. Hoje vivemos a Esperança da manifestação do Reino em plenitude. Devemos vivê-la de maneira digna do Messias apontando a
necessidade do arrependimento e conversão de nossos contemporâneos (At 3. 18-21). 2- Precisamos considerar com temor e quebrantamento a bondade de Deus, que nos amou sempre (desde a eternidade) concedendo-nos em Seu Filho a graça da salvação (2Tm 1.8-10). Sua fidelidade se mantém em todo o processo da história, em coerência perfeita, prosseguindo em seu objetivo geração após geração (Sl 100.5). GLOSSÁRIO E NOTAS EXPLICATIVAS Reconciliar Consigo a Raça - A verdade bíblica é: Todos pecaram. Logo todos estão separados de Deus (Rm 3.23, Sl 14 e 53). A Bíblia nos permite afirmar: toda a Revelação registrada nos dois Testamentos é a Revelação da sua bondade, de seu amor para conosco. O fruto desse amor é o Messias. Por meio dele, de sua obra redentora nos chama a todos para o restabelecimento de relações adequadas com Ele. A proposta de reconciliação é universal (2Co 5.14,15). Só fica na perdição quem não recebe a mensagem, ou a recebe e rejeita. Servilizar-se = tornar-se servo ou fazer-se servo (Fp 2.7). Em muitas construções gramaticais, especialmente quando trabalhamos na voz reflexiva, podemos recorrer à supressão de verbos auxiliares. Este é um caso característico: Veja como fica mais fácil e preciso. Jesus se fez ou fez-se servo. Usando o recurso, diz-se Jesus servilizou-se. LEITURAS DIÁRIAS: segunda-feira Is 42.1-13 terça-feira Is 45.14-25
quarta-feira Is 50.1-11 quinta-feira Jr 8.4-22 sexta-feira Ez 20.33-39. sábado Ez 36.16-38 domingo IS 52.13-53.12