Pátio da escola
Num bonito dia de inverno, um grupo de crianças brincava no recreio da sua escola, quando começara a cair encantadores flocos de neve. Entre eles estava o Bernardo, um menino muito curioso e brincalhão. Ao ver o fenómeno, saltou de alegria dando início a uma autêntica festa. Lançaram bolas de neve, fizeram anjinhos deitados no chão e até um lindo boneco de neve apareceu por ali. Logo lhe foram colocar um nariz de cenoura, uns ramos de árvore para os braços, três botões, um chapéu e um cachecol. Entretanto soprara um estranho vento, que parecia cantar com o som da sua brisa repentinamente o boneco ganhou vida.
Bernardo ficou surpreendido e dirigiu-se ao novo elemento da escola, seguido de imediato pelos restantes meninos, que logo quiseram brincar com ele. No fim do dia, levou-o para casa, para brincar com os seus brinquedos, ficando maravilhado com a experiência. A partir daí, todos os meninos o quiseram levar. Desde então o boneco de neve, todas as noites foi para a casa de um menino diferente, brincando toda a noite com os seus brinquedos.
Todos os alunos estavam a gostar muito do boneco. Passado algum tempo, surgiram relatos de que os seus pais se estavam a chatear, porque o boneco de neve largava pedaços, originando pequenas poças de água. O Bernardo começou a ficar preocupado com o seu amigo branquinho. A meio da primavera chegaram novos passarinhos, trazendo com eles raios de sol mais quentes. Ele não resistiu muito mais e começou a derreter bem depressa. Em pouco tempo só restavam memórias do amigo feito de neve. Todos ficaram tristes, nos dias seguintes todo o pátio da escola estava muito silencioso, até o brincalhão do Bernardo estava apático.
O cachecol, os ramos e os botões abandonados pelo branquinho, eram uma imagem que lhes trazia tristeza, então o Bernardo teve uma grande ideia. Agarrou neles e construiu ninhos para os passarinhos. Os passarinhos, a quem davam comida e água eram agora a grande atração. Com o passar dos dias as brincadeiras regressaram ao pátio da escola, assim como a alegria. A primavera foi aquecendo, o verão estava a chegar e as férias também.
Outro inverno chegou e com os primeiros flocos de neve construíram logo outro boneco, mas este nunca mais se desmanchou, nem com os raios de sol quente, trazidos pelos passarinhos. Os quais, ficaram encantados com o boneco, passando o tempo nos seus braços feitos de ramos de árvores, que lhes eram tão familiares.
Bernardo conquistou a amizade de um pássaro, até o batizou de Alex. Ele era muito bonito, as suas penas eram castanhas e brancas. Logo lhe fizeram um ninho para os ovinhos que aí vinham, pois estávamos na primavera. A passarinha que ia ser mãe, não demorou a ir lá pôr os ovinhos. O pátio estava agora cheio de vida. Bem próxima do ninho estava uma bonita árvore, cheia de folhas verdes, daquelas que não caem com o frio do inverno, onde vivia a avó passarinha, que os visitava a toda a hora. Na mesma árvore havia um buraco onde vivia um engraçado casal de esquilos. O Bernardo, todos os dias regava essa árvore. Ela cresceu ainda mais e os meninos aproveitaram para construir um belo ninho para os passarinhos. Os esquilos que lá viviam logo ficaram seus amigos. Encheram a casa de bolotas, nozes e minhocas e fizeram um grande banquete juntamente com os pássaros.
A vida no pátio continuou a fervilhar, o Bernardo era agora um menino mais crescido e melhor preparado para as dificuldades da vida. Percebeu que perante os obstáculos, deve sempre procurar uma solução. Foi assim que ultrapassou a tristeza da partida do Branquinho, transformando-a num aconchego para os novos passarinhos que tanta alegria trouxera ao pátio da escola. As aventuras do Bernardo continuaram sem fim, continuando a viver momentos incríveis de aventuras reais ou fruto da sua imaginação. Ele aprendeu que depende muito dele, o dia seguinte ser cheio de sol brilhante ou triste e chuvoso.