Qualidade do Plantio na Cultura do Milho (Zea mays L.) na região do Vale do Médio Paranapanema - SP

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Transcrição:

Qualidade do Plantio na Cultura do Milho (Zea mays L.) na região do Vale do Médio Paranapanema - SP Edson M. Tanaka 1, Patrick P. Sant ana 1, Diego L. Franco 2, Edson Kolachinski 1 e Gilmara B. Santos 1 1 Departamento de Ciências Físicas, Matemáticas e Engenharia Rural da ESAPP. Rua Prefeito Jaime Monteiro, 794. CEP. 19700-000;emtsp2003@hotmail.com; 1 Secretaria de Agricultura da Prefeitura Municipal de Pedrinhas Paulista-SP Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade das operações de plantio na cultura do milho de segunda safra em oito propriedades rurais localizadas na região do Vale do Médio Paranapanema SP. Para tanto, foram acompanhadas as diversas operações realizadas pelos produtores na segunda safra de 2008. Foram avaliadas as velocidades de trabalho nas operações realizadas, o número de plantas falhas e duplas, a profundidade de plantio, a porcentagem de cobertura antes e após a semeadura, bem como a variação no índice de cobertura após a operação de plantio e o índice de sobrevivência das plântulas. Após as análises os dados obtidos foram confrontados com os padrões estabelecidos pela literatura e as variáveis estudadas foram classificadas como boas, regulares ou ruins. Pode-se concluir com o presente trabalho que muitos produtores não estão realizando o plantio na palha, há diminuição na cobertura do solo e mesmo antes das operações a porcentagem de palha é pequena. As deficiências observadas nas propriedades estudadas devem servir para correções dos problemas técnicos, aumentando assim a eficiência e conseqüentemente a produtividade. Palavras-chave: cobertura do solo, plantio direto, semeadora, Zea mays L. Sowing Quality of Corn Crop (Zea mays L.) in the Region of Vale do Médio Paranapanema SP Abstract: The aim of this study was to evaluate the quality of planting operations in corn crop, at the second harvest, in eight farms located in the Vale do Médio Paranapanema - SP. The speed of work in operations, the number of double faults and plants, planting depth, the percentage of coverage before and after sowing, as well as the change in their coverage after the planting operation and survival seedling were evaluated. After the analysis, the data obtained were compared with the standards established by the literature and the variables studied were classified as good, fair or bad. It can be concluded with this work that many producers are not doing the planting in straw, there is a reduction in ground cover and even before planting, the percentage of straw was small. The deficiencies observed in the studied properties should serve to correct technical problems and therefore increase efficiency and productivity. Key-words: no tillage, soil cover, seeding machine, Zea mays L. No Brasil, de todo o milho produzido, a safrinha corresponde a cerca de 30%. Cultivada do Norte do Paraná ao Oeste da Bahia, em seqüência à colheita da soja e de outras opções de verão, é cada vez mais vital para o abastecimento nacional e para auto-suficiência na produção deste grão. Insumo decisivo para alimentação direta ou na formulação de rações que abastecem importantes cadeias produtivas, como avicultura, suinocultura e bovinocultura de corte e de leite, 2383

entre outras. Além do seu aproveitamento no consumo humano, o cereal é estratégico para a segurança alimentar e também para os índices positivos na balança comercial brasileira. O estado de São Paulo encontra-se como um dos mais importantes estados produtores de milho do Brasil, possui uma produtividade média na safrinha 2007/2008 de 3550 kg/ha (ANUÁRIO BRASILEIRO DO MILHO, 2009). A produção na segunda safra mostra-se inferior à primeira e vários são os fatores que contribuem para baixa produtividade, como a utilização de pouca ou nenhuma tecnologia, e a utilização inadequada de época e densidade de semeadura (Portella, 1997). Considerando-se todas as operações de plantio e insumos utilizados, pode-se afirmar que na semeadura é investido 50% do custo de produção da lavoura. A aplicação de corretas tecnologias de plantio como redução do espaçamento poderão garantir altas produtividades finais (Vieira & Reis, 2001). Um fator ligado à produtividade da cultura é a velocidade de semeadura que interfere na uniformidade e profundidade, assim como na distribuição das sementes. Para semeadoras a disco a velocidade varia em torno de 4 a 6 km h -1. Para semeadoras a dedo e a vácuo a velocidade pode chegar até 10 km h -1 (EMBRAPA, 1993). O aumento da velocidade de semeadura de 5 para 10 km h -1 pode implicar em perdas de até 12% na lavoura de milho (Vieira & Reis, 2001). Estas perdas podem ser tanto quando há ausência de plantas em determinado espaçamento quanto quando há a presença de plantas duplas ou múltiplas, ou seja duas ou mais plantas juntas ou com espaçamento menor que o recomendado. O plantio deve ser superficial em torno de 3 a 5 cm em solos mais pesados, e em torno de 5 a 8 cm em solos mais leves, aproveitando-se a umidade (EMBRAPA, 1993). Segundo Castro (1990), os agricultores estão se preocupando mais em reduzir o número de operações de preparo de solo, reduzindo tempo, trabalho, combustível, controlando a erosão, mudando o sistema de manejo intensivo, para sistemas conservacionistas como plantio direto. Tourino (1993), afirmou que a distribuição espacial de plantas de milho pode ocasionar perdas de até 15% ou mais na produtividade de grãos. Neste contexto, a regulagem das semeadoras é de grande importância para se determinar uma boa semeadura. O primeiro passo é a escolha dos discos e anéis que serão utilizados, em seguida é na própria área de semeadura que se faz verificação da regulagem final. Segundo Siqueira & Casão Jr (2002) as máquinas semeadoras, em função do nível operacional e características por elas exercidas, são classificadas em três tipos: Bons (B), Regulares (Re) e Ruins (Ru). Velocidade de trabalho: BOM: velocidade maior que 4 a 5 km.h -1 ; REGULAR: velocidade entre 3,0 a 4,0 km.h -1 e de 5 a 6 km.h -1 ; RUIM: velocidade menor que 3,0 km.h -1 e maior que 6 km.h -1. Profundidade de sementes: BOM: entre 4 e 5 cm; REGULAR: 3 e 4 ou 5 e 6 cm e RUIM: menores que 3 e maiores que 6 cm. Percentagem de emergência: BOM: quando a % de emergência for maior que 90% REGULAR: quando a % de emergência estiver entre 80% e 90% e RUIM: quando a % de emergência for menor que 80%. Qualidade de cobertura com palha: BOM: menos que 15% de redução; REGULAR: entre 15% e 30% de redução e RUIM: mais de 30% de redução. Dosagem de sementes: BOM: desvio menor que 10% da recomendação REGULAR: entre 10% e 20% da recomendação e RUIM: desvio maior que 20% da recomendação. Neste sentido, com objetivo de se verificar os aspectos de qualidade de semeadura buscou-se por meio de análise descritiva avaliar a eficiência da distribuição de sementes e fertilizantes, porcentagem de sobrevivência das plântulas, índice de cobertura do solo e 2384

velocidades de descolamento de semeadoras adubadoras no milho de segunda safra de 2008 na região do Vale do Médio Paranapanema SP. Material e Métodos O presente trabalho foi conduzido em oito propriedades na região do Médio Paranapanema SP, na segunda safra de 2008. No momento em que o produtor efetuou a semeadura da cultura, foram marcados 50 metros na própria área de plantio e foi coletado o tempo que a máquina gastou para percorrer esta distância. Para determinação do número de sementes/m foi realizado o fechamento do ducto que deposita a semente no solo, o operador percorreu 20 metros, depois se fez a coleta e contagem das sementes, elaborando assim o ajuste de acordo com o número de sementes coletadas, dividindo-se pelo espaço percorrido pela máquina. Para determinação da porcentagem de cobertura seguiu-se a metodologia descrita por Laflen et al. (1981), fazendo-se a contagem nas direções diagonais de cada área experimental, antes e após a semeadura. Para se obter o percentual de cobertura vegetal, fez-se a contagem dos pontos sem cobertura vegetal e subtraiu-se de 100. Essa percentagem será obtida pela equação: PMC= PC ds *100 PC as Em que: PMC= percentagem de manutenção de cobertura na superfície do solo ( %); PC ds = percentagem de cobertura na superfície do solo depois da semeadura (%); PC as = percentagem de cobertura na superfície do solo antes da semeadura (%); O índice de sobrevivência Is (%) médio correspondeu à proporção média de plantas que atingiram sua maturação, em relação ao estande médio de plantas, foi obtido pela equação: IS= P f *100 P i Em que: IS = índice de sobrevivência médio de plantas de milho (%) P f = estande médio final de plantas de milho (plantas ha) P i = estande médio inicial de plantas de milho (plantas ha) Resultados e Discussão Na tabela 1 são encontrados os dados referentes às velocidades médias de trabalho executadas pelos produtores bem como o número médio de plantas falhas obtidas, duplas e normais nas 8 propriedades estudas. De acordo com o que estabelece a literatura, todos os produtores executaram o plantio dentro da faixa de velocidades considerada aceitável. Apesar disto verifica-se que o maior número de plantas falhadas e plantas múltiplas ocorreu nas propriedades em que se trabalhou sob condições de velocidades maiores. Somente duas das oito propriedades avaliadas apresentaram ausência de plantas. Porém, ocorreram plantas duplas em 7 das oito propriedades estudadas, o que pode provocar perdas ao produtor, pela competição entre as plantas. 2385

Tabela 1 - Velocidade média de trabalho na semeadura de milho e número de plantas falhas, duplas e normais na cultura do milho em oito propriedades rurais do Médio Paranapanema. Propriedades Velocidades Plantas (km/h) Plantas falhas duplas Plantas normais 1 5,0 0 2 4 2 5,1 0 0 5 3 4,1 0 1 4 4 5,6 1 2 2 5 5,8 0 2 3 6 4,1 0 1 4 7 4,6 0 1 4 8 6,2 1 2 2 Média 5,1 0,3 1,4 3,5 Na figura 1 são encontradas as profundidades que os produtores estavam semeando. Podese observar que as profundidades de semeadura encontram-se próximas às profundidades esperadas. Pode-se ainda destacar que a temperatura, umidade e o tipo de solo são fatores que condicionam a profundidade de plantio. O fato de a semente ser colocada em profundidades diferentes não interfere no sistema radicular definitivo, mas o plantio deve ser superficial ao redor de 3 a 5 cm, deposições profundas podem impedir a emergência das plântulas. 6 Profundidade (cm) 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Prof. esperada Profundidade real Figura 1. Profundidade de semeadura real e esperada do milho em 8 propriedades rurais do Médio Paranapanema SP. Na Tabela 2 encontramos a variação de cobertura do solo antes e depois da semeadura. Pode-se constatar que todas as propriedades estão fora do padrão de qualidade e em algumas delas já existe baixa porcentagem de palha antes das operações de plantio, levando à conclusão de que muitos produtores podem não estar realizando o plantio na palha. As operações de 2386

semeadura estão reduzindo siguinificativamente a cobertura morta do solo. Em todas as propriedades estudadas pode-se verificar a diminuição da porcentagem de cobertura em mais de 29%. Tabela 2 Índice de cobertura do solo (Cob.) antes e após a semeadura e variação na cobertura devido à operação do plantio. Propriedades Cob. Antes semeadura (%) Cob. Após semeadura (%) Variação (%) 1 48 30-37 2 63 43-32 3 59 38-35 4 64 46-29 5 65 33-50 6 70 50-29 7 57 32-43 8 88 56-37 Média 64 41-36 Na Tabela 3 são encontrados os dados referentes ao índice de sobrevivência de plantas nas oito propriedades estudadas. O índice de sobrevivência de plantas da avaliação está dentro do padrão aceitável pela literatura. Tabela 3 Índice de sobrevivência de plantas das propriedades avaliadas. Propriedades IS (%) 1 80 2 81 3 85 4 88 5 88 6 88 7 88 8 85 Média 85 De acordo com as variáveis estudadas, pôde-se obter a tabela 4 que resume as classificações das operações executadas no presente trabalho para as oito propriedades em estudo. Apenas dois produtores se enquadraram como regulares quanto à velocidade de trabalho, sendo os outros considerados bons. Quanto à profundidade de semeadura todos foram considerados bons e quanto à cobertura do solo todos foram considerados ruins. O índice de sobrevivência foi considerado bom em todas as propriedades. 2387

Tabela 4 Classificação das operações nas avaliações nas propriedades visitadas na região do vale do médio Paranapanema. Propriedades Velocidade Trabalho Prof. semeadura Cob.solo(%) IS(%) 1 B B R B 2 B B R B 3 RE B R B 4 B B R B 5 B B R B 6 RE B R B 7 B B R B 8 B B R B B Bom; Re Regular; R Ruim Conclusão As velocidades de semeadura encontram-se dentro da recomendada para semeadura do milho, as profundidades de trabalho também se apresentam como boas. Os produtores não estão executando o chamado plantio direto, visto que todas as propriedades se encontram em um padrão ruim quanto à cobertura do solo. O índice de sobrevivência foi classificado como bom. Pode-se concluir que a diferenciação de produtores é importante, pois desta forma é possível identificar as propriedades que apresentam problemas e informar aos técnicos quais as propriedades que apresentam erros na semeadura, para que possam resolver os problemas e ajudar os produtores a aumentarem a produtividade de suas culturas. Literatura Citada ANUARIO BRASILEIRO DO MILHO, Anuário da Agricultura Brasileira, Gazeta Grupo de Comunicações, 2009. 128 p. CASTRO,O.M. Avaliação de sistemas de manejo de solo. In: SILVEIRA, G. M. Vl Ciclo de Estudos Sobre Mecanização Agrícola. Jundiaí: Fundação Cargil, 1990, p.35-8. EMBRAPA. Recomendações técnicas para o cultivo do milho. Brasília, 1993. 204 p. HENTSCHKE,C.;DINIZ,J. Adequação de populações de plantas e redução do espaçamento entre linhas na safrinha. Informativo Pioneer. Santa Cruz do Sul. 2005. n.19, 15 p PORTELLA, J. Mecanismos dosadores de sementes e de fertilizantes em máquinas agrícolas. Documentário Centro Nacional Pesquisa Trigo/EMBRAPA. n. 41, p.1-40, 1997. TOURINO, M. C. C. Influência da velocidade tangencial dos discos de distribuição e dos condutores de sementes de soja na precisão de semeadura. Campinas, 1993. 98p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas. VIEIRA, L. B.; REIS, E. F. Máquinas para o plantio direto. Marechal Cândido Rondon PR. Informativo Agropecuário. v. 22, n. 208, p. 43-48, 2001. 2388