Efeito da Inoculação de Plantas de Milho com Isolados Geográficos de S. kunkelii no Teor de Macronutrientes

Documentos relacionados
Transmissão de um Isolado do Maize rayado fino virus por Daubulus maidis

Síntese de Fotoassimilados e Proteínas em Cultivares de Milho Inoculadas com Molicutes

Influência da Temperatura nos Sintomas Causados pelo Enfezamento Pálido do Milho

CULTIVO DE ISOLADOS GEOGRÁFICOS DE Spiroplasma kunkelii WHITCOMB in vitro

1 Medidas possíveis de serem utilizadas visando minimizar a incidência dos

Identificação de Níveis e de Fontes de Resistências aos Enfezamentos em Milho

Processos para Avaliação da Resistência Genética de Genótipos de Milho aos Enfezamentos Causados por Molicutes

AVALIAÇÃO DE HÍBRIDOS INTERPOPULACIONAIS E POPULAÇÕES DE MILHO QUANTO À RESISTÊNCIA AOS ENFEZAMENTOS

Diversidade Genética de Isolados Geográficos de Spiroplasma kunkelii

Cartilha. Cenário e Manejo de Doenças Disseminadas pela Cigarrinha no Milho

Cultivo do Milho. Sumário. Doenças. Rayado Fino Virus)

Enfezamentos e viroses do milho

6º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica - CIIC a 15 de agosto de 2012 Jaguariúna, SP

Capítulo 7. Enfezamentos e Viroses no. Introdução

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

7.6. PRINCIPAIS DOENÇAS DO MILHO E SEU CONTROLE

TEOR E EXTRAÇÃO DE NPK EM DOIS GENÓTIPOS DE MILHO SAFRINHA SOLTEIRO E CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

EXTRAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE NUTRIENTES PELA CULTURA DO SORGO FORRAGEIRO. C. A. Vasconcellos, J. A. S. Rodrigues, G.V.E. PITTA e F.G.

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

Avaliação de Dez Cultivares de Sorgo em Dois Níveis de Fósforo em Solo de Cerrado em Casa de Vegetação

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

CARACTERIZAÇÃO DE GRUPOS DE GENÓTIPOS DE MILHO SAFRINHA AVALIADOS EM DOURADOS, MS

Controle químico de doenças fúngicas do milho

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

Boletim de Pesquisa 120 e Desenvolvimento

ALTERAÇÕES NOS NÍVEIS RELATIVOS DE AÇÚCARES SOLÚVEIS TOTAIS E DE PROTEÍNAS EM PLANTAS DE MILHO INFECTADAS COM MOLICUTES 1

INJÚRIAS CAUSADAS PELA DERIVA DE HERBICIDAS NA FASE INICIAL DA CULTURA DO MILHO.

INCIDÊNCIA DE ENFEZAMENTO E DANOS À PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES SUPERPRECOCES DE MILHO SAFRINHA NO ESTADO DE SÃO PAULO

Resposta de Cultivares de Milho à Adubação Nitrogenada em Cobertura

Composição Bromatológica de Partes da Planta de Cultivares de Milho para Silagem

Insecticides efficiency in treatment of corn seeds to control leafhopper Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae) in greenhouse - NOTA -

REAÇÃO À BRUSONE DE GENÓTIPOS DE TRIGO NO ESTÁDIO DE PLÂNTULA

Transmissão dos Agentes Causais de Enfezamentos Através da Cigarrinha Dalbulus maidis, em Milho

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

Monitoramento da Incidência de Enfezamentos Causados por Molicutes e de Cigarrinhas na Cultura de Milho no Estado de Sergipe

13 AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO VIA

Resposta da Cultura do Milho Cultivado no Verão a Diferentes Quantidades de Calcário e Modos de Incorporação

Avaliação agronômica de acessos de milho da coleção núcleo com grãos dentados e semidentados de milho

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Sobrevivência da Cigarrinha Dalbulus maidis (Hemiptera Cicadelidae) em Espécies de Plantas da Família Poaceae

Avaliação de híbridos eficientes e ineficientes no uso de Nitrogênio no solo

EFEITO DO TAMANHO DO VASO E DA ÉPOCA DE CORTE DE PLANTAS DE TRIGO NO ESTUDO DA AÇÃO DOS NUTRIENTES N, P e K ( 1 )

SUSCETIBILIDADE DE DIFERENTES POPULAÇÕES DE SPODOPTERA FRUGIPERDA A INSETICIDAS QUÍMICOS

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

Análise Comparativa de Métodos de Extração de Nutrientes de Tecidos Vegetais

Normas Dris para Avaliação do Estado Nutricional de Cultivares de Soja Convencional e Transgênica

Avaliação Preliminar de Híbridos Triplos de Milho Visando Consumo Verde.

Acúmulo e exportação de nutrientes em cenoura

Correlações entre Caracteres de Milho Tropical sob Estresse por Deficiência de Fósforo

Epidemias Severas da Ferrugem Polissora do Milho na Região Sul do Brasil na. safra 2009/2010

PRODUÇÃO DE MILHO VERDE NA SAFRA E NA SAFRINHA EM SETE LAGOAS MG

O presente estudo foi instalado no município de Alfenas-MG, a 900 m de altitude. Rodolfo Carvalho Cesar de San Juan 1

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA LAGARTA-DO-CARTUCHO NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SISTEMA ORGÂNICO

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

Adaptabilidade e Estabilidade de Cultivares de Milho na Região Norte Fluminense

Sintomas de deficiência de alguns nutrientes na cultura do milho

l«x Seminário Nacional

EFEITO DA DESFOLHA DA PLANTA DO MILHO NOS COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE

DOSES DE FERTILIZANTES PARA O ABACAXIZEIRO PÉROLA NA MESORREGIÃO DO SUL BAIANO

RESISTÊNCIA DE CULTIVARES PRECOCES DE MILHO SAFRINHA AO ENFEZAMENTO E À RISCA E EFEITO NA PRODUTIVIDADE NO ESTADO DE SÃO PAULO

Resistência de híbridos de sorgo à Antracnose em Itumbiara-GO e Vilhena-RO

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

INOCULAÇÃO COM Azospirillum brasilense E BIOATIVADOR: INCIDÊNCIA DE ENFEZAMENTO E PRODUTIVIDADE EM MILHO SAFRINHA

USO DE FONTES MINERAIS NITROGENADAS PARA O CULTIVO DO MILHO

DESEMPENHO DE NOVAS CULTIVARES DE CICLO PRECOCE DE MILHO EM SANTA MARIA 1

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS

José Magid Waquil (\Elizabeth Oliveira (1) e Nicésio F.J.A. Pinto (1)

CONCENTRAÇÃO MINERAL DE GENÓTIPOS DE

ENSAIO ESTADUAL DE CULTIVARES DE TRIGO DO RIO GRANDE DO SUL REAÇÃO AO BYDV

RESULTADOS DO ENSAIO NACIONAL DE MILHO EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA, EM MATO GROSSO DO SUL, 2008

EFEITO DO TEOR DE UMIDADE DAS SEMENTES DURANTE O ARMAZENAMENTO NA GERMINAÇÃO DE MILHO CRIOULO

ESTRATÉGIAS PARA O APROVEITAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NO MILHO EM PLANTIO DIRETO.

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

Avaliação de Cultivares de Milho na Região Central de Minas Geraisp. Palavras-chave: Zea mays, rendimento de grãos, produção de matéria seca, silagem

Variabilidade espacial da produtividade de milho cultivado em um LATOSSOLO VERMELHO

DESEMPENHO DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA E POPULAÇÕES DE PLANTAS, EM DOURADOS, MS

RESISTÊNCIA NATIVA DE HÍBRIDOS DE MILHO À Spodoptera frugiperda

Termos para indexação: nitrogênio, matéria seca, Brachiaria decumbens, recuperação, acúmulo

Posicionamento de Cultivares Convencionais

RESPOSTAS A COMBINAÇÕES DE ADUBAÇÃO DE BASE E DE COBERTURA PELA CULTURA DO MILHO 1

Produção e Composição Bromatológica de Cultivares de Milho para Silagem

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM GRÃOS DE SOJA E FEIJÃO CULTIVADOS EM SOLO SUPLEMENTADO COM LODO DE ESGOTO

MOLICUTES E VÍRUS EM MILHO NA SAFRINHA E NA SAFRA DE VERÃO

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

Diversidade Genética no Germoplasma de Milho Avaliado em Janaúba Pelo Latin American Maize Project (LAMP)

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Avaliação da eficiência agronômica de inoculante líquido contendo bactérias do gênero Azospirilium

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

88Efeito de Doses Crescentes de Composto Orgânico na Incidência de Insetos em Minimilho

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

Manejo da adubação nitrogenada na cultura do milho

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Transcrição:

Efeito da Inoculação de Plantas de Milho com Isolados Geográficos de S. kunkelii no Teor de Macronutrientes ANA LUIZA M. CASTANHEIRA 1, ISABEL R.P. DE SOUZA 2, ELIZABETH DE OLIVEIRA 2, CHARLES MARTINS DE OLIVEIRA 2, EDILSON PAIVA 2, PAULO CÉSAR MAGALHÃES 2 1 Universidade de Cuiabá 78010-480 Cuiabá/MT; 2 Embrapa Milho e Sorgo, CP. 151, 35701-970, Sete Lagoas/MG; analuiza@unic.br Palavras-chave: Enfezamento pálido, espiroplasma, macronutrientes INTRODUÇÃO O enfezamento pálido do milho é uma doença sistêmica causada pelo S. kunkelii (Whitcomb et al., 1986), o qual é transmitido pela cigarrinha D maidis (Nault, 1980). Essa doença possui grande potencial destrutivo, causando prejuízos econômicos por perda parcial ou total da produção (Massola Jr., 1998). O emprego de cultivares resistentes no controle do enfezamento pálido é uma estratégia eficiente, mas o estabelecimento de um programa de melhoramento visando resistência a doenças envolve várias etapas, como a identificação de fontes de resistência, a elucidação do controle genético da resistência e estratégias para transferência dos alelos de resistência (Souza et al., 2004). A eficácia do melhoramento para resistência a doenças também envolve outro organismo vivo, variável e que interage com a planta hospedeira, o patógeno. Desta forma, estudos envolvendo o patógeno, para determinar sua variabilidade, são ferramentas importantes na obtenção de cultivares resistentes. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de determinar se diferentes isolados de espiroplasma afetam os teores de macronutrientes em plantas de milho de maneira diferenciada. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas MG. Foram utilizados 8 genótipos de milho, sendo 4 linhagens e 4 híbridos. Os tratamentos constituíram-se de 4 isolados de espiroplasma, sendo identificados de acordo com sua proveniência geográfica: Dourados (D), Sete Lagoas (S), Itumbiara (I), Uberlândia (U) e um controle, tratamento sem inóculo, denominado (TC). O experimento foi conduzido em 1

vasos distribuídos em 4 blocos no espaço do viveiro telado, perfazendo um total de 160 vasos com duas plantas cada. Ninfas sadias de D. maidis foram colocadas para se alimentar em plantas de milho infectadas por espiroplasma durante um período de cinco dias. Após esse período, as ninfas foram colocadas em gaiolas de criação, onde permaneceram até completarem o período latente. A inoculação foi feita no 9º dia após a germinação, quando as plântulas apresentavam-se em estádio V4 (Fancelli & Netto, 2000). Cada plântula foi coberta por uma gaiola de confinamento, e recebeu duas cigarrinhas infectantes, que permaneceram alimentando-se nas plântulas de milho por um período de sete dias. O experimento foi conduzido de acordo com as recomendações técnicas, recebendo irrigação e adubação adequadas. A colheita teve início após o período de maturação dos grãos, sendo selecionada uma planta por vaso, aleatoriamente. Essa planta foi cortada na altura do solo e pesada. As espigas foram colhidas e debulhadas, os sabugos foram pesados, e os grãos foram contados e pesados. Todas as plantas colhidas, um total de 160, foram levadas para a estufa com ventilação a 75ºC, e após quatro dias foram pesadas, obtendo-se assim seu peso seco. Esse material seco foi utilizado para a análise dos nutrientes. Foram determinados os macronutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), magnésio (Mg), cálcio (Ca) e enxofre (S). Os dados de macro e micronutrientes, foram estatisticamente comparados empregando-se o Programa Sisvar (Ferreira, 2004). RESULTADOS Na parte aérea das plantas, para os nutrientes N, P, K, Ca e S, não foram observadas diferenças significativas entre os isolados de espiroplasma, mas observou-se que os genótipos inoculados apresentaram teores mais elevados do que o tratamento controle (TC). Os resultados dos teores de Mg mostram que os isolados tendem a apresentar teores iguais ao do TC (Tabela 1). 2

TABELA 1. Teores dos macronutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), magnésio (Mg), cálcio (Ca) e enxofre (S), na parte aérea de plantas de milho submetidas à inoculação com isolados geográficos de S. kunkelii. D = Dourados; I = Itumbiara; S = Sete Lagoas; U = N 2,01 2,05 1,88 2,02 1,72 P 0,19 0,21 0,18 0,20 0,10 K 0,18 0,21 0,18 0,18 0,10 Mg 0,28 0,27 0,28 0,27 0,27 Ca 0,71 0,72 0,74 0,79 0,57 S 0,23 0,23 0,22 0,29 0,15 Nos sabugos, os nutrientes N, P, K, Mg e Ca mostraram diferenças entre os isolados, mas foi possível observar uma tendência dos isolados apresentarem teores mais altos que o TC (Tabela 2). Para o nutriente Mg, apenas o isolado de Itumbiara apresentou teor médio maior do que o TC, indicando que o patógeno interfere na translocação desse nutriente. Para os teores de Ca os isolados de Itumbiara e Uberlândia apresentaram teores maiores que o TC. TABELA 2. Teores dos macronutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), magnésio (Mg), cálcio (Ca) e enxofre (S), nos sabugos de plantas de milho submetidas à inoculação com isolados geográficos de S. kunkelii. D = Dourados; I = Itumbiara; S = Sete Lagoas; U = N 1,99 C 1,55 B 1,39 A 2,26 D 1,11 P 0,12 B 0,16 D 0,08 A 0,15 C 0,07 K 0,74 B 0,91 C 0,69 A 1,01 D 0,46 Mg 0,043 B 0,058 C 0,03 A 0,045 B 0,053 Ca 0,040 A 0,05 B 0,038 A 0,05 B 0,043 S 0,110 0,153 0,104 0,104 0,054 Médias seguidas de mesma letra maiúscula nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05) Para os teores nos grãos, todos os nutrientes mostraram diferenças entre os isolados, mas pode-se observar uma tendência a que todos os isolados apresentem teores mais altos que o TC (Tabela 3).. Para os teores de P e Mg, apenas o isolado de Uberlândia apresentou teor médio menor do que o TC. Para os teores de Ca o isolado de Uberlândia apresentou o mesmo teor que o TC. 3

TABELA 3. Teores dos macronutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), magnésio (Mg), cálcio (Ca) e enxofre (S), nos grãos de plantas de milho submetidas à inoculação com isolados geográficos de S. kunkelii. D = Dourados; I = Itumbiara; S = Sete Lagoas; U = N 2,31 D 2,29 C 2,20 A 2,25 B 2,03 P 0,26 C 0,27 C 0,24 B 0,17 A 0,18 K 0,29 B 0,29 B 0,23 A 0,24 A 0,16 Mg 0,073 B 0,083 C 0,070 B 0,043 A 0,06 Ca 0,0125 B 0,0175 C 0,0126 B 0,0100 A 0,0100 S 0,121 B 0,130 C 0,103 A 0,133 D 0,100 Médias seguidas de mesma letra maiúscula nas linhas não diferem entre si pelo teste de Tukey (P > 0,05) DISCUSSÃO Os resultados indicam que plantas infectadas por espiroplasma tendem a apresentar maiores teores de macronutrientes na parte aérea, o que pode ser conseqüência da redução em desenvolvimento das plantas, levando a maiores concentrações de nutrientes. No caso do Mg, a tendência de plantas sadias apresentarem teores iguais ou menores do que as plantas doentes é um forte indicativo de que o espiroplasma interfere na absorção desse nutriente pelas plantas. Resultados semelhantes a esses foram relatados por Oliveira et al. (2002). Para os teores de macronutrientes nos sabugos, foi possível observar diferenças entre os isolados. De maneira geral, os isolados de Itumbiara e de Uberlândia apresentaram os maiores teores de macronutrientes nos sabugos, indicando a tendência desses isolados em serem mais agressivos que os demais. Os isolados tenderam a apresentar teores de macronutrientes mais altos que o TC, indicando que o espiroplasma interferiu na translocação dos nutrientes para os sabugos. Para os nutrientes N, P, K e S os isolados apresentaram teores mais elevados nos grãos que no TC. Nas plantas infectadas por espiroplasma, os grãos produzidos eram de tamanho menor que nas plantas sadias, o que levou a uma maior concentração de nutrientes. No caso do Mg, onde o isolado de Uberlândia apresentou teor médio mais baixo que o tratamento controle, pode-se inferir que esse isolado afetou a translocação desse nutriente, indicando, mais uma vez, sua tendência a uma maior agressividade. O fato de os grãos, de maneira geral apresentarem teores de N, P e K maiores que a parte aérea das plantas pode estar indicando que o espiroplasma não interfere de maneira severa na translocação de nutrientes para os grãos. No entanto, deve-se levar em conta que os 4

grãos produzidos por plantas com enfezamento pálido são menores que aqueles produzidos por plantas sadias, e os altos teores de nutrientes nos grãos pode estar indicando apenas que a concentração de nutrientes é alta porque os grãos são pequenos. Já no caso dos macronutrientes Mg, Ca e S, é possível inferir que o espiroplasma interfere na translocação de nutrientes para os grãos, uma vez que nestes os teores são bem menores do que na parte aérea. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FANCELLI, A. L.; NETTO, D. D. Produção de milho. Guaíba: Agropecuária, 2000. 360 p. FERREIRA, D. F. Programa Sisvar. exe. Sistema de análises de variância. Versão 4. 6, 2004. MASSOLA JUNIOR, N. S. Avaliação de danos causados pelo enfezamento vermelho e enfezamento pálido na cultura do milho. 1998. 75 p. Tese de Doutorado Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. NAULT, L. R. Maize bushy stunt and corn stunt: a comparison of disease symptoms, pathogen host ranges and vectors. Phytopathology, St. Paul, v. 70, n. 7, p. 659-662, July 1980. OLIVEIRA, E.; MAGALHÃES, P. C.; GOMIDE, R. L.; VASCONCELOS, C. A.; SOUZA, I. R. P.; CRUZ, I.; SHAFERT, R. Growth and nutrition of mollicute infected maize. Plant Disease, St. Paul, v. 86, n. 9, p. 945-949, set. 2002. SOUZA, I. R. P.; SCHUELTER, A. R.; GUIMARÃES, C. T. Genética da resistência a doenças, com ênfase na virose mosaico-comum do Milho. In: Oliveira, E. e Oliveira, C. M. Doenças em milho. Molicutes, vírus, 10 vetores e mancha por Phaeosphaeria. Brasilia, DF, 2004. p. 227-252. WHITCOMB, R. F.; CHEN, T. A.; WILLIAMSON, D. L.; LIAO, C.; TULLY, J. G.; CLARK, T. B.; BOVÉ, J. M.; MOUCHES, C.; ROSE, D. L.; COAN, M. E. Spiroplasma kunkelii sp. nov. : characterization of the etiological agent of corn stunt disease. International Journal of Systematic Bacteriology, Washington, v. 36, n. 2, p. 170-178, 1986. 5