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Transcrição:

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Ser catequista paroquial não é um passatempo para mães donas de casa desempregadas ou para avozinhas que já se não devem ocupar dos netinhos. A catequese exige um profundo respeito e sentido de conhecimento do que a Igreja vos chama a fazer. Vocês são os Têm de fazer nascer, nas criancinhas que vos são confiadas, precisamente o mesmo desejo de receber o testemunho que os atletas têm quando esperam que o companheiro se junte a eles para poderem partir. Ser catequistas significa a destinatários que muitas vezes não lhe reconhecem o valor e, até, vivem a catequese como uma obrigação fastidiosa que têm de pagar para receberem algum sacramento. Como catequistas, são as primeiras responsáveis, juntamente com o pároco, pelo entusiasmo com que se vive a amizade com Jesus na própria comunidade paroquial. Caso contrário, nebulosidade, enfado e sentido de velharia serão as tintas dominantes de uma atividade que os jovens a todo o custo evitarão pelo mau cheiro a mofo fechado e morto... sendo assim impossível pregar a Ressurreição e a vida. 10

O termo catequese deriva do grego katechéo, instrução oral, mas no mundo eclesial assume sobretudo o sentido de devendo algumas ser de exemplo às crianças na fé professada, na caridade exercida, no estilo de vida pleno de esperança, e por isso de alegria, com que nos apresentamos. Há de que nos devemos proteger para poder desempenhar com serenidade o ministério de introdução à vida de fé em relação! aos irmãos que a Igreja vos! confia. Isto significa que pessoalmente pode ter todas as dúvidas possíveis sobre a fé e a doutrina, e é bom que fale disso com o pároco ou com um diretor espiritual e aprofunde, precisamente devido a isso, o seu estudo e a sua preparação. Mas em público ela vende um produto muito específico. Não uma coisa qualquer. Os jovens, as crianças, não são o teatro recomendado para revelar as próprias dificuldades. Os pais mandam os filhos para a piscina para aprenderem a nadar, e não para depararem com o terror da água que o instrutor tem. Caso contrário, acabariam por perguntar porque escolheu aquela profissão. 11

Da mesma maneira, espera-se de uma catequista católica um e um uma vez que até se propôs transmiti-la aos outros. Se falta esta paixão, é como ter um vegetariano a vender salsichas. Não é apenas uma questão de falta de coerência pessoal, mas é até uma chave que encrava na engrenagem. Imaginem uma paragem técnica de Fórmula 1. Quando todos estiverem prontos a fazer o seu trabalho em poucos segundos para colocar de novo a máquina em marcha, um dos técnicos chega-se à frente e diz: «Eh, rapazes... eu penso que este desporto é pouco seguro... Porque não falar um pouco sobre isto?» Ótimas intenções, certamente, mas péssima oportunidade e sobretudo péssima ocasião e modo de o conseguir. O mesmo se passa com a catequista, antes de começar plena de entusiasmo e ir falar com o # $ " # sacerdote, desejosa de ter uma turma para orientar, deve perguntar %! a si própria: Será que posso ainda aprender, E isto é a Se acredito ter muitas coisas para contestar (os 12

cristãos maduros passaram a ser uma moda cómoda e justificante) à Igreja, devo aprender a colocar estas dúvidas legítimas nos locais próprios, como a própria consciência, o debate entre adultos, o estudo e a oração pessoal; e não à hora da catequese, quando crianças inocentes não sabem avaliar com honestidade intelectual e objetividade as emoções que de momento sentimos. Conheço pessoas já adultas que sabem identificar bem a oportunidade do próprio desafogo pessoal. São críticas nas sedes oportunas, mas também respeitadoras da Igreja que de algum modo confiou nelas e lhes incumbiu uma tarefa delicada como a introdução e o crescimento na fé das almas mais simples e inocentes. Do mesmo modo, precisamente para respeitarmos a & fé que se transmite, a lição de catecismo não se deve transformar num laboratório de experimentação para pessoas que sonham brincar às professoras. O programa é o amor pelo Evangelho que se deve conhecer e experimentar viver, e não um 13

curso académico de ciência cristã ou uma réplica de uma hora de aulas de Religião e Moral na escola pública. É por isso que a catequista católica não desperdiça encontros preciosos para falar do budismo. Contra o qual não temos mesmo nada a dizer, mas nada tem a ver com a evangelização cristã. Nem mesmo que as crianças ou os pais o pedissem. Esta é a razão por que uma catequista católica não segue um manual, o catecismo da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), como se isso fosse o Evangelho, ou, pior ainda, um programa ministerial que se deve seguir em qualquer unidade a todo o custo, folheando a lição e dando depois os trabalhos para levar para casa (os famigerados cadernos de apoio). Estas coisas são boas em si e servem somente na medida em que são um apoio a uma simpática e convincente apresentação da mensagem de Jesus. Quando os nossos meninos entram na catequese, já vêm saturados das várias aulas que têm na escola. E depois esperam por eles os desportos escolhidos ou impostos pelos pais e os trabalhos para o dia seguinte: que a paróquia lhes dê Até porque a catequese será, mais tarde, a primeira atividade que escolherão deixar de frequentar, pelo que muitas crianças depois do Crisma não vêm pedir nenhum suplemento daquilo que 14

escolar. deveria ser a da vida, matéria que nunca nos deveríamos cansar de aprender e de conhecer, se até a queremos tratar dentro de um currículo Exercer um controlo de professora improvisada sobre a turma, recuperando assim um velho sonho que a vida não nos concedeu, com atitudes despóticas, de preferência com algumas crianças, com a severidade que seria certamente rejeitada em qualquer contexto ' educativo moderno, são golpes à sensibi- ( lidade das crianças e até à riqueza do Evangelho. ( ( A outra face desta moda miserável é que a catequista nem sequer é a amigalhaça que se apercebe da sua escassa preparação e competência ou da dificuldade do encontro que se deve preparar com as crianças, e por isso transforma o encontro da catequese numa (de preferência): ocasião para fazer os deveres de casa (o mesmo sucede em muitas aulas de religião na escola, infelizmente); numa hora de recreio (entre a merenda, o alinhamento, tomar banho, contar o que se passou durante o dia... para o catecismo ficam apenas 15