Como superar a precariedade do emprego feminino Ana Flávia Machado (Cedeplar/UFMG) Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe
Fatos estilizados Radical mudança do papel das mulheres na sociedade Participação no mercado de trabalho Aumento da escolaridade Queda da fecundidade Mudança na composição das famílias e crescente importância da renda do trabalho feminino nos domicílios; Manutenção da divisão tradicional de papéis no MT e na vida doméstica mulheres cuidadoras e a desvalorização do trabalho feminino (discriminação e segmentação ocupacional).
América Latina PEA feminina aumentou de 42% para 52% em áreas urbanas entre 1990 e 2006; Associação fraca entre participação feminina e desenvolvimento econômico entretanto, quanto maior a inserção, mais pobre o país, com exceção do Brasil; Metade das famílias têm mulheres provedoras e a proporção de famílias chefiadas por mulheres cresceu de 23% para 30% no período de 1990 a 2006.
América Latina Forte relação entre nível de escolaridade e participação feminina no mercado de trabalho; A escolaridade média dos homens é inferior a das mulheres em quase todos os países; Expressiva ocupação no setor serviços; Diferencial de salário favorável a homens, ainda que declinante; Desemprego é maior entre as mulheres;
Brasil Gráfico 1 Evolução das taxas refinadas de atividade femininas e masculinas Brasil - 1950 a 2000 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1950 1960 1970 1980 1991 2000 masculinas femininas Fonte: Wajnman, S In MACHADO, A. F. ;OLIVEIRA, A.MH.C; WAJNMAN, Simone. Sexo Frágil? Evidências sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro.
Brasil 8,0 7,5 7,0 6,5 ANOS MEDIOS DE ESTUDO DE HOMENS E MULHERES NO BRASIL 6,0 5,5 5,0 Homens Mulheres 4,5 4,0 3,5 3,0 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 Fonte: Wajnman, S In MACHADO, A. F. ;OLIVEIRA, A.MH.C; WAJNMAN, Simone. Sexo Frágil? Evidências sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro.
Brasil TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL 8 6 4 2 0 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2008 Fonte: Wajnman, S In MACHADO, A. F. ;OLIVEIRA, A.MH.C; WAJNMAN, Simone. Sexo Frágil? Evidências sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro.
Brasil Gráfico 4 - Composição da população de 25 a 60 anos por atividade segundo sexo 120 100 80 60 40 2002 2005 2008 20 0 Mulheres Inativas Ocupadas Desemp Homens Inativos Ocupados Desemp Fonte: PNADs
Composição da PEA urbana com mais de 25 anos para níveis de ensino selecionados por sexo, Brasil Fonte: PNAD s Nível de Ensino X Condição na ocupação (Homens) Ocupado Desocupado Ensino Médio 94.87 5.13 2002 Ensino Superior 96.64 3.36 Ensino Médio 95.04 4.96 2005 Ensino Superior 96.86 3.14 Ensino Médio 96.06 3.94 2008 Ensino Superior 97.46 2.54 Nível de Ensino X Condição na ocupação (Mulheres) Ocupado Desocupado Ensino Médio 90.87 9.13 2002 Ensino Superior 95.95 4.05 Ensino Médio 90.18 9.82 2005 Ensino Superior 95.4 4.6 Ensino Médio 91.55 8.45 2008 Ensino Superior 95.71 4.29
Brasil 2,2000 Evolução dos Diferenciais salariais - PNADs rendimento medio masculino/feminino 2,0000 1,8000 1,6000 1,4000 1,2000 diferenciais 1,0000 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 anos Fonte: Wajnman, S In MACHADO, A. F. ;OLIVEIRA, A.M.H.C; WAJNMAN, Simone. Sexo Frágil? Evidências sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro.
Brasil Proporção de homens e mulheres por tamanho de jornada semanal de trabalho 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% >=40 horas <40 horas 30% 20% 10% 0% homens grupos de horas trabalhadas mulheres Fonte: Wajnman, S In MACHADO, A. F. ;OLIVEIRA, A.MH.C; WAJNMAN, Simone. Sexo Frágil? Evidências sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro.
Brasil Alocação de tempo na jornada semanal por sexo, Brasil Homens Mulheres Mercado de Trabalho 43 35.5 Afazeres Domésticos 4.2 18.5 Jornada Semanal 47.2 54 Fonte: PNAD
Brasil Figura 6 Proporção de mulheres na população ocupada segundo ramos de atividade- PNAD 2003 100,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% ramos de atividade Fonte: Wajnman, S In MACHADO, A. F. ;OLIVEIRA, A.MH.C; WAJNMAN, Simone. Sexo Frágil? Evidências sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro.
Formalização das relações de trabalho por sexo, Brasil Mulheres Homens 1992 40.8 50 2001 43.1 46.6 2008 46.5 51.6 Fonte: PNADs
Discriminação ou autoseleção? Diferencial salarial por sexo segundo condição na família - PNAD 2003 1,80 rendimento medio masculino/feminino 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 com filho sem filho com filho sem filho sem filho casados solteiros filhos Fonte: Wajnman, S In MACHADO, A. F. ;OLIVEIRA, A.MH.C; WAJNMAN, Simone. Sexo Frágil? Evidências sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro.
Trajetórias ocupacionais de jovens no Brasil metropolitano segundo sexo (MACHADO, MELO e PENIDO, 2009) Investigar as trajetórias ocupacionais, identificando diferenças por sexo, no Brasil metropolitano, em uma faixa etária, 20 a 30 anos, em que ocorrem importantes decisões individuais. Responder à pergunta: quais são as trajetórias ocupacionais típicas de homens e mulheres jovens adultos nas grandes metrópoles brasileiras?
Análise das características diferenciais dos Perfis Perfil 1: composto por mulheres; mais jovens; com baixa escolaridade; não ocupados; pertencentes a famílias pobres. excluídos do trabalho. Perfil 2: composto por homens; chefes de domicílio; ocupados vulneráveis, considerando escolaridade e posição na ocupação; pertencentes a famílias relativamente pobres. ocupados em situação precária.
Análise das características diferenciais dos Perfis Misto 2 e 3: composto por homens; perfil educacional médio; ocupados; pertencentes a famílias com renda abaixo da mediana. ocupados vulneráveis. Misto 3 e 2: composto por homens; escolaridade média alta; ocupados; pertencentes a famílias com renda superior à mediana. esforçados no trabalho.
Análise das características diferenciais dos Perfis Puro 3: composto por filhos; ocupados; no setor formal; com elevada escolaridade; e renda familiar per capita; sem distinção de sexo. jovens promissores.
Análise das características diferenciais dos Perfis Gráfico 1- Composição das categorias por sexo % 100.00 90.00 80.00 70.00 60.00 50.00 40.00 30.00 20.00 10.00 0.00 homem mulher 1 2 misto 2 e 3 misto 3 e 2 3 Fonte: elaboração própria a partir da PME/IBGE, 2002 a 2007.
Transições mês a mês Excluídos do trabalho : mulheres transitam menos; trânsito feminino para a inatividade; trânsito masculino para a ocupação. Ocupados em situação precária : mulheres transitam mais; e trânsito feminino da ocupação para a inatividade. Ocupados vulneráveis : não há muita diferença entre mulheres e homens; e no primeiro mês, trânsito feminino da ocupação para a inatividade. Esforçados no trabalho : não há muita diferença entre mulheres e homens. Jovens promissores : configuração de transições de mulheres e homens praticamente idêntica.
Considerações Tais resultados sugerem que os jovens economicamente ativos com características socieconômicas mais favoráveis tendem a ser mais parecidos, pelo corte de gênero, do que aqueles em situação mais vulnerável e precária. Entre esses mais fragilizados, as trajetórias femininas são mais desfavoráveis na perspectiva da inserção ocupacional.
Qualificação profissional Suplemento PNAD 2007: as mulheres são as que mais freqüentam cursos de educação profissional; 4,31% das mulheres contra 3,78% dos homens; 3,023 milhões de mulheres contra 2,515 milhões de homens.
Qualificação profissional Relação dos brasileiros que cursam educação profissional por sexo Curso de educ profissional Mulher Homem Qualificação profissional 82,12 78,68 técnico nível médio 16,44 19,53 graduação tecnológica 1,44 1,78 Total 100,00 100 Fonte: PNAD 2007. Elaboração própria
A serem incluídos na agenda de políticas sociais de gênero: Supervalorização dos cuidados com as crianças pequenas expansão dos serviços sociais, com ênfase em creches, educação infantil, escolas em tempo integral e escolas socialmente mistas; Políticas de educação e saúde combinadas a políticas de incentivo à participação das mulheres no mercado de trabalho; Re-divisão do trabalho doméstico (autonomia*bemestar da família)???
A serem incluídos na agenda de políticas sociais de gênero: Coordenação programática e institucional entre transferência de renda e ativação: o acesso e opção a programas de qualificação, requalificação e inserção no mercado de trabalho; políticas de emprego/mercado de trabalho (emprego público e/ou ativação); Formalização das comunidades informais; Incentivo a atividades associadas a criatividade artística