CONFORMAÇÃO DE CHAPAS POR LINHAS DE CALOR DO AÇO ASTM A 131 GRAU AH36 E SUA CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL.

Documentos relacionados
ESTUDO DA MICROESTRUTURA DO AÇO NAVAL ASTM A-131 GRAU AH36 AQUECIDO ATÉ AS TEMPERATURAS DE CONFORMAÇÃO

3 Material e Procedimento Experimental

INFLUÊNCIA DO CAMINHO DE AQUECIMENTO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UM AÇO 1020 TEMPERADO A PARTIR DE TEMPERATURAS INTERCRÍTICAS

Universidade Estadual de Ponta Grossa/Departamento de Engenharia de Materiais/Ponta Grossa, PR. Engenharias, Engenharia de Materiais e Metalúrgica

4 Resultados e Discussão

3 MATERIAIS E MÉTODOS

CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E MICROESTRUTURAIS E ANÁLISE DAS TENSÕES RESIDUAIS EM TUBOS SOLDADOS DE AÇO P110 E N80Q

SOLDA POR FRICÇÃO EM AÇO CARBONO

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE RECOZIMENTO NA MICROESTRUTURA DO AÇO INOXIDÁVEL FERRÍTICO DURANTE A RECRISTALIZAÇÃO*

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DA JUNTA SOLDADA COM AÇO INOXIDÁVEL MARTENSÍTICO DE BAIXA TEMPERATURA DE TRANSFORMAÇÃO

AVALIAÇÃO DA MICROESTRUTURA DOS AÇOS SAE J , SAE J E DIN100CrV2 APÓS TRATAMENTOS TÉRMICOS*

III metal-base, onde o metal não é afetado pelo processo de soldagem e permanece na mesma condição anterior ao processo.

23º CBECiMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 04 a 08 de Novembro de 2018, Foz do Iguaçu, PR, Brasil

Gilmar Zacca Batista. Curvamento por Indução de Tubo da Classe API 5L X80. Dissertação de Mestrado

5 Discussão dos Resultados

A Tabela 2 apresenta a composição química do depósito do eletrodo puro fornecida pelo fabricante CONARCO. ELETRODO P S C Si Ni Cr Mo Mn

4 Resultados (Parte 01)

Tabela 4. Composição química dos aços API5LX80 (% em peso).

4 Resultados. 4.1.Perfil do cordão de solda

longitudinal para refrigeração, limpeza e remoção de fragmentos de solos provenientes da perfuração, Figura 10.

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL DE JUNTA SOLDADA DE AÇO ASTM A 131M EH-36 UTILIZADO EM TUBULAÇÕES DE PETRÓLEO E GÁS

ESTUDO DA RECRISTALIZAÇÃO DO AÇO ABNT 1010 COM DIFERENTES GRAUS DE DEFORMAÇÃO

Caracterização microestrutural do aço ASTM-A soldado por GMAW.

METALURGIA DA CONFORMAÇÃO MECÂNICA

ANÁLISE MECÂNICA E MICROESTRUTURAL DE UM AÇO BAIXO CARBONO (ABNT 1015), SUBMETIDO À RECRISTALIZAÇÃO TÉRMICA PÓS-DOBRAMENTO.

João Carmo Vendramim 1 Jan Vatavuk 2 Thomas H Heiliger 3 R Jorge Krzesimovski 4 Anderson Vilele 5

CORRELAÇÃO ENTRE PROPRIEDADES MECÂNICAS E MICROESTRUTURAS DE UM AÇO DE MÉDIO CARBONO ESFEROIDIZADO DESTINADO A ESTAMPAGEM

5.3. ANÁLISE QUÍMICA 5.4. ENSAIO DE DUREZA

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO METAL-MECÂNICO APÓS CONFORMAÇÃO A QUENTE

ANÁLISE DE SIMILARES: ESTUDO DE PARAFUSOS M10 CLASSE 8.8*

LEVANTAMENTO DA CURVA DE TEMPERABILIDADE E CARACTERIZAÇÃO METALOGRÁFICA DO AÇO SAE-1140-D

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL E MECÂNICA DO AÇO API 5L X80 COM DISTINTOS PROJETOS DE LIGA*

Avaliação da microestrutura de juntas soldadas com gás acetileno em chapas de aço 1020

ESTUDO DO DESGASTE ABRASIVO DE AÇO CARBONITRETADO EM DIFERENTES RELAÇÕES AMÔNIA/PROPANO

3 Material e Procedimento Experimental

ESTUDO AVALIATIVO DA TENACIDADE AO IMPACTO DE UM AÇO SAE 1644 SUBMETIDO A TRATAMENTO TERMOQUÍMICO DE CEMENTAÇÃO.

ESFEROIDIZAÇÃO DO AÇO SAE 1080*

ANÁLISE EM AMOSTRA DE CESTO DE CENTRÍFUGA DE AÇÚCAR FRATURADO EM SERVIÇO

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS TRATAMENTOS TÉRMICOS REALIZADOS EM AÇO 8640

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO METAL-MECÂNICO APÓS CONFORMAÇÃO A QUENTE

Análise das regiões de uma junta soldada com e sem adição de calor através do Pré e Pós aquecimento.

3 - Metodologia Experimental

ESTUDO COMPARATIVO DE JUNTAS SOLDADAS DE AÇO NAVAL ASTM A131 GRAU AH36 PELOS PROCESSOS SMAW E FCAW

3 Materiais e Métodos

Brasil 2017 SOLUÇÕES INTEGRADAS EM ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS

COMPARATIVO ENTRE JUNTAS SOLDADAS DE AÇO INOXIDÁVEL DUPLEX (UNS S32304) PELOS PROCESSOS DE SOLDAGEM POR RESISTÊNCIA E TIG*

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO III SOLDAGEM METALURGIA DA SOLDAGEM

Soldabilidade de Aços Resistentes à Abrasão da Classe de 450 HB de Dureza

PRECIPITAÇÃO DA AUSTENITA SECUNDÁRIA DURANTE A SOLDAGEM DO AÇO INOXIDÁVEL DUPLEX S. A. Pires, M. Flavio, C. R. Xavier, C. J.

3- Materiais e Métodos

TENACIDADE AO IMPACTO DO METAL DE SOLDA DO AÇO API X70 SOLDADO COM ARAME TUBULAR AWS E-81T1-Ni1

INFLUÊNCIA DE PARÂMETROS DE SOLDAGEM COMO TENSÃO E CORRENTE NA TAXA DE DEPOSIÇÃO PARA DIFERENTES ESPESSURAS DE CHAPA

Avaliação das propriedades mecânicas em ligas ferríticas com 5% de Mo e diferentes teores de Cr

ANÁLISE METALOGRÁFICA DO AÇO INOX 304 SUBMETIDO A DIFERENTES ESFORÇOS MECÂNICOS

A INFLUÊNCIA DE DIFERENTES MICROESTRUTURAS NA TENACIDADE À FRATURA E NA DUREZA DE UM AÇO LNE 380 TEMPERADO EM DIFERENTES TEMPERATURAS

4 Apresentação e discussão dos resultados

9.1 Medição do hidrogênio difusível pela técnica de cromatografia gasosa

SOLDAGEM DO AÇO API 5LX - GRAU 70 COM ARAME TUBULAR AWS E-81T1-Ni1 E ELETRODO REVESTIDO AWS E-8010-G.

5.1. Morfologia da Microestrutura Austenítica durante a Laminação a Quente

ANÁLISE DA MICROESTRUTURA DE UM AÇO BIFÁSICO TRATADO POR TÊMPERA E PARTIÇÃO

RELAÇÃO ENTRE A ENERGIA CHARPY E A DUTILIDADE ATRAVÉS DA ESPESSURA DO AÇO API 5L X80

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SOLDAGEM NA TENSÃO RESIDUAL DE JUNTAS SOLDADAS PELO PROCESSO GMAW

Modificações nas Propriedades Mecânicas e na Resistência à Fratura do Aço Estrutural R4

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Palavras chave: Aço-carbono, Tratamento Térmico, Propriedade Mecânica.

Caracterização Microestrutural, Mecânica e Simulação Física da ZTA em Aço API X80

SOLDAGEM TIG. Prof. Dr. Hugo Z. Sandim. Marcus Vinicius da Silva Salgado Natália Maia Sesma William Santos Magalhães

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO PROCESSO DE FORJAMENTO A QUENTE DE BARRAS DE UM AÇO MICROLIGADO PARA UTILIZAÇÃO NA INDÚSTRIA PETROQUÍMICA RESUMO

Simulação de Diferentes Tratamentos Térmicos na Aceitação do Aço 2,25Cr-1Mo Adotado em Equipamentos para Hidrotratamento de Derivados de Petróleo

NOÇÕES DE SOLDAGEM. aula 2 soldabilidade. Curso Debret / 2007 Annelise Zeemann. procedimento de soldagem LIGAS NÃO FERROSAS AÇOS.

LAMINAÇÃO EM UM E DOIS PASSES DA LIGA AA1100 PARA FABRICAÇÃO DE EVAPORADORES ROLL BOND. Fernando Frias da Costa, Kátia Regina Cardoso

EFEITO DO CICLO TÉRMICO NAS TRANFORMAÇÕES DE FASE DE UM AÇO CARBONO COM MICRO ADIÇÃO DE NIÓBIO E MOLIBDÊNIO*

RECRISTALIZAÇÃO EM AÇO C Mn LAMINADO A FRIO COM 10% DE REDUÇÃO NA ESPESSURA*

LAMINAÇÃO EM UM E DOIS PASSES DA LIGA AA1100 PARA FABRICAÇÃO DE EVAPORADORES ROLL BOND

Estudo de três distintas rotas de têmpera a vácuo e revenimento para o aço AISI H13

EFEITO DA TEMPERATURA DE RECOZIMENTO SOBRE A MICROESTRUTURA E AS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO ARBL MICROLIGADO NBR 6656 LNE 380

Estudo de falha do eixo de correia transportadora de Minério

A composição química das amostras de metal solda, soldadas a 10 m de profundidade, está listada na Tabela 2.

5 Resultados (Parte 02)

TM229 Introdução aos Materiais CONFORMABILIDADE

Influência do grau de dureza da matéria-prima e da temperatura do processo na laminação de fios de cobre

3. MÉTODOS EXPERIMENTAIS

11 Resultados (Parte 08)

Frederico A.P. Fernandes

7 Resultados (Parte 04)

3 Materiais e Métodos

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA INTERCRÍTICA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E TRIBOLÓGICAS DE UM AÇO 0,2%C-1,5%Mn-1,35%Si MUTICONSTITUÍDO COM EFEITO TRIP

CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA E MICROESTRUTURAL DE AÇO BAIXO CARBONO TEMPERADO DA ZONA CRÍTICA

22º CBECiMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 06 a 10 de Novembro de 2016, Natal, RN, Brasil

Engenheiro Metalurgista, Mestrando em Engenharia Metalúrgica, Assistência Técnica, Usiminas, Ipatinga, MG, Brasil. 2

Doutor, Professor, Propemm, Instituto Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil. 3

INFLUÊNCIA DE UM TRATAMENTO TÉRMICO DE RESSOLUBILIZAÇÃO ANTES DA LAMINAÇÃO DE UMA LIGA DE ALUMÍNIO 7475-T7351*

Capítulo Tabela 4.1 Características mecânicas do ferro fundido nodular ferrítico.

DETERMINAÇÃO E AVALIAÇÃO DA DUREZA E DA MICROESTRUTURA DO AÇO AISI 5160 NA CONDIÇÃO PADRÃO E ESFEROIDIZADO.

3 MATERIAL E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO REVENIDO E DA TENACIDADE DO AÇO FERRAMENTA H13

MICROESTRUTURA E PROPRIEDADE MECÂNICA DOS AÇOS INOXIDÁVEIS DUPLEX UNS S31803 E UNS S32304 APÓS LAMINAÇÃO A FRIO E RECOZIMENTO*

8 Resultados (Parte 05)

10 Resultados (Parte 07)

Transcrição:

CONFORMAÇÃO DE CHAPAS POR LINHAS DE CALOR DO AÇO ASTM A 131 GRAU AH36 E SUA CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL. Edson F. Pereira 1, Ricardo A. Sanguinetti Ferreira 2, Tiago L. Rolim 3. 1 PE-60, Km 15, Califórnia, Ipojuca, Pernambuco, Brasil. IFPE edsonfernando@ipojuca.ifpe.edu.br 2,3 Departamento de Engenharia Mecânica, programa de pós graduação da UFPE. RESUMO A Conformação de chapas por linhas de calor do aço ASTM A131 grau AH36 foi estudada em função das modificações microestruturais produzidas pelo calor. As chapas da proa e popa dos navios com suas curvaturas complexas são préconformadas por calandras, e em seguida finalizadas por linhas de calor, geralmente por caldeireiros experientes, mas de forma empírica Neste trabalho, uma chapa deste aço foi deformada por linhas de calor e depois de uma preparação metalográfica foi realizada uma macrografia para determinação dos limites das zonas plastificada (aquecida) e intermediária com o metal de base. Aspectos microestruturais destas diferentes zonas foram caracterizadas por microscopia ótica e a composição química foi determinada por espectrometria de emissão. As propriedades mecânicas destas diferentes zonas foram avaliadas por microdureza. Os resultados mostraram os efeitos térmicos sobre a microestrutura na região plastificada (aquecida), com os grãos de ferrita subdividindo-se em sub-grãos devido à recristalização, enquanto a região intermediária perdeu parcialmente os efeitos da textura de laminação. Palavras Chaves: Conformação por Linhas de calor, Caracterização microestrutural, Aço ASTM A 131 Grau AH36. INTRODUÇÃO. O processo de conformação de chapas por linhas de calor consiste de um método que utiliza uma fonte de calor em movimento com o objetivo de provocar na 6439

região aquecida uma dilatação elástica e plástica que resulta em uma deformação permanente de chapas com curvaturas complexas, concavas, sela e reversas, etc. A mecanização do processo de conformação de chapas por linha de calor está representada na Fig. 1, e se baseia na aplicação de uma fonte de calor sobre uma superfície de uma chapa, seguido por um resfriamento. O equipamento é composto por um maçarico, que suporta um bico de chama oxiacetilênica, em movimento uniforme constante e que, à medida que esta fonte de calor se desloca a chapa se deforma, devido a um gradiente de temperatura e à expansão térmica não uniforme na chapa. Logo, em seguida, a região aquecida recebe um jato de água de resfriamento à temperatura ambiente, proveniente de uma tubulação afixada ao conjunto de maçarico que mantém a mesma velocidade da chama, produzindo esse resfriamento, uma deformação plástica na chapa (1). Figura 1 - Mecanização da linha de calor. No processo de linhas de calor com o gás acetileno necessita-se de controle das variáveis do processo, que são detalhadas na Fig. 2, onde se destaca a velocidade de deslocamento da tocha e resfriamento. O aumento da velocidade de movimentação da tocha diminui a temperatura de aquecimento da linha de calor. Uma diminuição da velocidade pode ocorrer um aumento de temperatura muito acima da temperatura de transformação gerando micro estruturas martensita na região aquecida/resfriada (2). O resfriamento da linha de calor por água pode rebaixar a temperatura de 600ºC a 100ºC num intervalo de tempo de 8 segundos (2). Em geral, no ensaio de impacto Charpy, as amostras de chapas navais, após aplicação do processo de linhas de calor, apresentam uma diminuição da energia absolvida em relação à condição da chapa como recebida. Na temperatura de 20ºC 6440

temos as energias absorvidas de 16,0 Kgm; 11,0 Kgm; 14,0 Kgm, para as condições: como recebida, com resfriamento a 700 C e com resfriamento a 500 C respectivamente (2). Figura 2 - Variáveis dos Processos A deformação angular de chapas navais por linhas de calor dependem diretamente das espessuras, do aporte térmico absorvido, da temperatura, da velocidade de movimentação da tocha, entre outras condições, mas em geral a temperatura máxima de inicio de resfriamento influencia. Por exemplo, uma chapa naval com espessura de 12,7 mm, a deformação angular máxima é atingida numa temperatura de 600 C, atingindo um valor de 0,020 rad., enquanto que, na temperatura de 500 C e 800 C atinge 0,014 rad. e 0,08 rad. respectivamente (2). A dureza em Vickeres, analisadas com carga de 10,0 Kg, numa chapa naval é influenciada pelas condições de aplicação da linha de calor quanto ao aquecimento e resfriamento. Em geral, a dureza nas regiões das superfícies aquecida são maiores que as mais afastadas, em torno de 5,0mm de profundidade. Quanto mais elevada for a temperatura do inicio do resfriamento maiores serão as diferenças de valores de dureza entre a superfície aquecida a as mais afastadas (2). MATERIAIS E MÉTODOS. Materiais 6441

As amostras do aço naval foram com espessuras de 12,7 e 16,0 mm, norma ASTM A131 gr. AH-36 (2007), laminadas pelo processo de laminação controlada (TMCP), onde apresentou uma tensão de escoamento 412,2 Mpa; tensão de ruptura 514,4 alongamento 26,5% emitidos pelo certificado de qualidade. Foi realizado um ensaio em microscopia ótica de uma amostra de chapa, para caracterização microestrutural na condição como recebida. A tabela 1 apresenta a composição química do aço, levantada pelo ensaio da espectrometria de emissão para o aço naval norma (ASTM-A131-grau-AH36, 2007). Tabela 1 Composição química da amostra do aço ASTM-A131-gra-AH36 (2007) Na Fig. 3 apresenta um detalhe do ensaio de microscopia ótica, com ataque na solução Nital a 2%, onde confirma que as amostras foram originadas de um processo termomecânico controlado (TMCP). (A) (B) Figura 3 - Ensaio de espectrometria (A) Aumento de 100x, (B) aumento de 400x. Método Os experimentos foram elaborados em três etapas básicas: Primeira etapa: Compreendeu a análise da fonte de calor para se determinar a quantidade de calor liberada pela fonte oxiacetilênica utilizada. Abrangeu a 6442

calibração da fonte de calor, a regulagem da vazão dos gases e intensidade da chama, ajuste da velocidade do deslocamento da fonte de calor e análise da distribuição de calor na amostra. Segunda etapa: Foi aplicada a linha de calor nas amostras, utilizando o protótipo de máquina de aplicação de linha de calor, para controle dos parâmetros e acompanhamento das evidências durante o experimento. Nesta etapa, registraramse os valores transmitidos dos termopares para levantamento de dados da temperatura em função do tempo, e também observar as variações dimensionais, em tempo real, pela indicação relógio comparador. Terceira etapa: Foram realizadas em dois momentos; uma analise das deformações dimensionais e outros realizados ensaios de macrografia, micrografia e microdureza, nas amostras, conforme procedimentos internos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Fig. 4, apresenta um esquema das áreas observadas na macrografia e micrografia, a área aquecida região próxima da aplicação da linha de calor, uma área intermediária e o metal base. A solução Nital 5% foi utilizada para o ataque para melhoar a visulização. Figura 4 Áreas observavadas no ensaio macrografico e micrográfico. Macrografia A região aquecida (zona de deformação residual) não atingiu a temperatura de transformação de fase por ser inferior à mínima na zona crítica 996K [723 C]. A região em destaque, do ensaio de macrografia, mostrada na Fig. 5, correponde à zona de deformação residual, onde se observa a geometria dos efeitos da plastificação em áreas distintas produzido pela linha de calor. 6443

(A) (B) Figura 5- (A) Região da zona de deformação residual. (B) Medidas geometrica da zona aquecida. Micrografia O microscópio ótico utilizado para a observação foi o Olympus BX51M, qualificado e validado. A amostra ensaiada foi a chapa de aço naval ASTM A131 grau AH36, na espessura 12,7 mm, onde se observa áreas distintas. A microestrutura do metal base, na Fig. 6C é composta basicamente por grãos ferríticos equiaxiais, levemente enriquecidos de pelita nos contornos e ligeiramente alongados no sentido de laminação, devido ao processo termomecânico que este material é submetido durante a sua fabricação. (A). Área aquecida (B) Área intermediária (C) Metal base Figura 6 Microscopia 200x, com uma escala de 100 micros 6444

A microestrutura da área intermediária, na Fig 6B à microestrutura do metal base, porém com o efeito textura atenuado. A região da área aquecida (fig. 6A), que atingiu uma temperatura máxima, seguindo de um resfriamento rapido por água, apresentou uma microestrutura peculiar pode ser explicada pelo efeito da recristalização de subgrãos de ferrita (redução de tamanho) e dispersando melhor o teor de perlita. Microdureza A medição da microdureza da região da linha de calor foi realizada pelo microdurômetro marca Insize modelo ISH TDN 1000. Foi realizada uma sequência de três médias por cada área, a microdureza com valores de dureza Vickeres com carga de 300g por 15 segundos. Foram encontrados para o metal base uma dureza de 146,98 HV, para a região intermediária ZTA = 128,02 HV e na região aquecida = 142,50 HV, conforme indica na Fig. 7. Figura 7 Esquema das áreas observadas no ensaio micrográfico. CONCLUSÕES A aplicação da linha de calor por aquecimento e em seguida resfriamento afeta as propriedades mecânicas e da microestrutura das chapas navais, portanto são fundamentais os controles dos parâmetros de operacionalização para que a temperatura máxima não ultrapasse 650ºC. As regiões aquecida e intermediária apresentam características e comportamento diferenciados evidenciados pela macrogafia, micrografia e microdureza. 6445

AGRADECIMENTOS. Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico) pelo patrocínio, chamada MEC/SETEC/CNPq nº 94/2013 e processo 487258/2013-4. REFERÊNCIAS 1. PEREIRA, E. F. Analise e Inspeção Dimensional das Deformações no Processo de Conformação de Chapas por Linhas de Calor. In: 12ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos, COTEQ, Ipojuca, PE. 2013. Anais do congresso. Disponível em http://abendieventos.org.br/coteq. Acesso em 02/09/2014. 2. KIHARA, H.; SUHARA, J.; KUROKAWA, T.; KATAOKA, S.; NAKALIMA, M; YAJIMA, H. Effect of Fabricating Processo n Notch Toughness of Shipbuilding Steel Plates (Report I)-Effect of Line Heating on Notch Toughness of 50 Kg/mm 2 Class High- tensile steel Plates. Transactions of JWRI Vol3, No. 2, 1974. FORMING LINES OF PLATES IN HEATING STEEL ASTM A 131 GRADE AH36 (2007) AND ITS CHARACTERIZATION MICROSTRUCTURAL ABSTRACT The Conformation of plates by lines of heat steel ASTM A131 Grade AH36 was studied as a function of the microstructural changes produced by heat. The plates of the bow and stern of the ship with its complex curvatures are pre-shaped for rolling, and then finalized by lines of heat, usually by experience workers skill, but empirically this work, a plate of this steel was deformed by heat lines and after a one macrography metallographic preparation was performed to determine the limits of the plasticized zone (heated) and intermediate to the base metal. Microstructural aspects of these different areas were characterized by optical microscopy and the chemical composition was determined by emission spectrometry. The mechanical properties of these different areas were evaluated for hardness. The results showed the thermal effects on the microstructure in the plasticized region (heated) with ferrite grains subdivided into sub-grains due to recrystallization, while the middle area has partially lost the effects of rolling texture. Key words: Forming Lines by heating, micro structural characterization, Steel ASTM A 131 Grade AH36. 6446