Study of sound absorption of wools composed by PET waste products

Documentos relacionados
Teste de Coeficiente de Absorção em Câmara Reverberante

Sound insulation field measurements of Brazilian traditional internal horizontal partition systems

ESTUDO DA ISOLAÇÃO SONORA EM PAREDES E DIVISÓRIAS DE DIVERSAS NATUREZAS

Case study of acoustic performance of corrections in junctions of internal wall and curtain wall façade

ESTUDO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA USO EK ABSORÇÃO ACÚSTICA

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE GARRAFAS DO TIPO PET COMO ABSORVENTES ACÚSTICOS

Tabela 1 Identificação das amostras ensaiadas. Espessura (mm) 01 Manta PISO EBIOS AM A 10 Referência Laje+contrapiso+porcelanato 170

Sound insulation comparative study on ceramic masonry with mortar or plasterboard coating

DESEMPENHO DE PISOS FLUTUANTES COM APLICAÇÃO DE CARGA ESTÁTICA. Silva E. L. 1, Patrício J. V. 2

EFEITO DO TAMANHO DA AMOSTRA EM ENSAIOS LABORATORIAIS DE ABSORÇÃO SONORA

Influence of the compression conditions in the acoustic performance of resilient layers of floors

ESTUDO DA POTENCIALIDADE ACÚSTICA DA BUCHA VEGETAL COMO ABSORVENTE SONORO

Palavras-chave: Isolamento sonoro. Parede em light steel frame. Banda acústica. Barra resiliente. Índice de redução sonora ponderado (Rw).

Characterization of resilient material used in floating floor systems

DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ABSORÇÃO SONORA

Análise da eficiência acústica de diferentes materiais em enclausuramentos de grupos geradores

BANDA ACÚSTICA FIXADA EM GUIAS E MONTANTES PROMOVE AUMENTO DO ISOLAMENTO SONORO EM PAREDE DE LIGHT STEEL FRAME. Graziella Ferrer Radavelli

Uncertainty in measurement determination in the sound reduction index in laboratory

ÁREA DE ENSAIOS ACÚSTICA RELATÓRIO DE ENSAIO Nº Amostra nº: S0615 Data de entrada: 16 / 06 / 2015

Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Tecnologia da Arquitetura

ACÚSTICA DA EDIFICAÇÃO

RELATÓRIO DE ENSAIO Nº

A Tabela 2 apresenta os valores médios de porosidade e o desvio padrão para as amostras dos Painéis de Fibra de Coco definidos nesta etapa.

Pavimentos e revestimentos de pavimentos, isolamento a sons de percussão ÍNDICE

Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Tecnologia da Arquitetura

Existe uma maneira melhor de você reduzir os ruídos.

Linha ar-condicionado. Soluções para sistemas de ar-condicionado

Materiais. Conceitos para acústica arquitetônica. Marcelo Portela LVA/UFSC

ACÚSTICA DA EDIFICAÇÃO

Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Tecnologia da Arquitetura

ESTUDO DO ISOLAMENTO SONORO DE VIDROS DE DIFERENTES TIPOS E ESPESSURAS, ENSAIADOS INDIVIDUALMENTE E FORMANDO VITRAGEM DUPLA

Quimicryl S/A. Empreendimento Veredas de Itaquá Rua Netuno, 222 Itaquaquecetuba/SP

DETERMINAÇÃO DOS COEFICIENTES DE ABSORÇÃOACÚSTICA DE PLACAS CONFECCIONADAS COM MATERIAL RECICLADO

ESTIMATIVA DA REDUÇÃO A SONS DE IMPACTO: DETERMINAÇÃO DA RIGIDEZ DE MATERIAIS RESILIENTES

Projeto de condicionamento acústico do Sesc Cine Boulevard Belém/PA.

ANALISE DE ATENUAÇÃO DE RUÍDO DE IMPACTO EM PISO DE EDIFICAÇÕES ESTUDO DE CASO

Universidade de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Tecnologia da Arquitetura

Primeiros Ensaios para a Determinação de Nível de Potência Sonora de Furadeiras no Brasil

44º CONGRESO ESPAÑOL DE ACÚSTICA ENCUENTRO IBÉRICO DE ACÚSTICA EAA EUROPEAN SYMPOSIUM ON ENVIRONMENTAL ACOUSTICS AND NOISE MAPPING

Isolamento acústico conferido por divisórias leves em gesso cartonado. Resultados experimentais versus teóricos.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO NUMÉRICO-EXPERIMENTAL DE QUALIDADE ACÚSTICA DE AUDITÓRIOS

PROPOSTA DE CORREÇÃO ACÚSTICA DO AUDITÓRIO CENTRAL DO CAMPUS PALMAS DO IFTO 1

MEDIÇÃO DO ISOLAMENTO SONORO A SONS DE CONDUÇÃO AREA E DE PERCUSSÃO. ENSAIO DE COMPARAÇÃO LABORATORIAL

CÂMARAS MÓVEIS ITeCons PARA A REALIZAÇÃO DE ENSAIOS ACÚSTICOS: PARTE III PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS CÂMARAS VERTICAIS

ACÚSTICA DA EDIFICAÇÃO

MEDIDAS ACÚSTICAS EM MATERIAIS DE REVESTIMENTO: CONSTRUÇÃO E TESTE DE UM EQUIPAMENTO SIMPLES PARA INVESTIGAÇÕES INICIAIS

Avaliação experimental da absorção sonora em painéis de madeira

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ACÚSTICA PRÉ-OCUPAÇÃO PARA O SISTEMA DE PISO EM AMBIENTE CONSTRUÍDO DE UM APARTAMENTO RESIDENCIAL EM NITERÓI-RJ

44º CONGRESO ESPAÑOL DE ACÚSTICA ENCUENTRO IBÉRICO DE ACÚSTICA EAA EUROPEAN SYMPOSIUM ON ENVIRONMENTAL ACOUSTICS AND NOISE MAPPING

CÂMARAS MÓVEIS ITeCons PARA A REALIZAÇÃO DE ENSAIOS ACÚSTICOS: PARTE II PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS CÂMARAS HORIZONTAIS

MELHORIA DO DESEMPENHO ACÚSTICO DE UMA SALA DE AULA COM MATERIAIS DE DESPERDÍCIO

Acústica nos edifícios. Acústica nos edifícios. Acústica nos edifícios. Som directo. Som reflectido. 6dB, quando se (2X) a distância à fonte

ESTUDO DO DESEMPENHO ACÚSTICO DE LAJES E PISOS SUBMETIDOS A RUIDO DE IMPACTO

ABSTRACT. Palavras-chave: Ruído de impacto, laje flutuante, piso flutuante.

AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE ISOLAMENTO ACUSTICO DE MODELO DE CASA POPULAR BRASILEIRA

ESTUDO DE CONTRAPISOS LEVES A BASE DE EVA (ETILENO ACETATO DE VINILA) PARA DESEMPENHO ACÚSTICO E REDUZIDAS CARGAS PERMANENTES

ANÁLISE ENTRE SISTEMAS DE PISOS FLUTUANTES DE MADEIRA NATURAL QUANTO AO RUÍDO DE IMPACTO

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ACÚSTICO DE PAINÉIS FABRICADOS A PARTIR DE FIBRAS VEGETAIS EM CÂMARA REVERBERANTE EM ESCALA REDUZIDA

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA ACÚSTICA DE UM EDIFÍCIO MBT

Código: MS Revisão: 01 Data: Página 1 de 9. Laudo Técnico

Comunicado de Imprensa Ganhar em luminosidade com tetos OPTIMA Baffles da Armstrong

Código: MS Revisão: 01 Data:04/04/2016. Página 1 de 8. Laudo Técnico


RUÍDO DE IMPACTO EM LAJES: Análise comparativa entre desempenho de modelos computacionais e ensaios de campo

Acústica em Reabilitação de Edifícios

FMF Indústria e Comércio de Esquadrias Ltda - Rua: Pedro Ripoli, Barro Branco - Ribeirão Pires - SP

XIV CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA MECÂNICA Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Mecânica

TRANSMISSÃO DO SOM TRANSMISSÃO DO SOM TRANSMISSÃO DO SOM 1º MODO DE VIBRAÇÃO ESTRUTURAL ÍNDICE DE REDUÇÃO SONORA DE ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO

AVALIAÇÃO DA ISOLAÇÃO SONORA DE PAREDES DE ALVENARIA USADAS COMO DIVISÓRIAS INTERNAS EM HABITAÇÕES

DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA ABSORÇÃO SONORA DE MATERIAIS UTILIZANDO AMOSTRAS DE DIMENSÕES REDUZIDAS

LINHA OPTIMA 4+ Tratamento térmico e acústico de ambientes

Painéis absorvedores sonoros

44º CONGRESO ESPAÑOL DE ACÚSTICA ENCUENTRO IBÉRICO DE ACÚSTICA EAA EUROPEAN SYMPOSIUM ON ENVIRONMENTAL ACOUSTICS AND NOISE MAPPING

FICHA TÉCNICA. Resistência à tração > 132,7 kpa ISO 1798 Alongamento na rutura > 75,4 % ISO 1798 ILD25% 402,6 ±15% N ISO 2439

FMF Indústria e Comércio de Esquadrias Ltda - Rua: Pedro Ripoli, Barro Branco - Ribeirão Pires - SP

CONTRIBUIÇÃO DE CORTINAS BLACK-OUT NO ISOLAMENTO SONORO DE FACHADAS

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO ACÚSTICO DE PAINÉIS RESSONANTES INCORPORANDO TELAS ACÚSTICAS

Conforto Ambiental I I Aula 04 Tratamento Acústico

FICHA TÉCNICA. Meias canas para isolamento de tubagens, com diâmetros variáveis.

ESTUDO DA REDUÇÃO SONORA DO NPS ATRAVÉS DA INTRODUÇÃO DE CORTINAS VINÍLICAS COMO COMPONENTES NO ISOLAMENTO ACÚSTICO DE FACHADAS

A INFLUÊNCIA DA ARGAMASSA NO DESEMPENHO ACÚSTICO DE PAREDES DE VEDAÇÃO COM BLOCOS CERÂMICOS

RELATÓRIO TÉCNICO N O RT0112/12 Isolação sonora de parede Drywall e mantas de fibra plástica

ELECTRA. Informações técnicas. Produto em estoque

A utilização de Argamassas Leves na minimização da Transmissão de Ruídos de Impacto em Pavimentos

PAINÉIS ACÚSTICOS DE DESIGN INOVADOR

MÉTODOS PARA MEDIÇÃO DO COEFICIENTE DE ABSORÇÃO SONORA

44º CONGRESO ESPAÑOL DE ACÚSTICA ENCUENTRO IBÉRICO DE ACÚSTICA EAA EUROPEAN SYMPOSIUM ON ENVIRONMENTAL ACOUSTICS AND NOISE MAPPING

Sistemas C.A.T 3 C.A.T 3 C.A.T 7

CARACTERISTICAS ABSORVEDORAS DE UM PROTÓTIPO SUSTENTÁVEL FABRICADO EM FIBRA DE COCO E REVESTIDO EM PALHA DE BANANEIRA

Construção de câmara reverberante em escala para realização de ensaios acústicos

LINHA DE FORROS ISOVER. IDEAL PARA AMBIENTES QUE PRECISAM DE RESISTÊNCIA ACIMA DE TUDO.

COMPARAÇÃO ENTRE MODELOS DE PREVISÃO DE ISOLAMENTO SONORO A SONS DE CONDUÇÃO AÉREA DE ELEMENTOS CONSTRUTIVOS

FICHA TÉCNICA. Meias canas para isolamento de tubagens, com diâmetros variáveis.

Evaluation of the acoustic performance of systems of walls and floors for verifying compliance with standard

FMF Indústria e Comércio de Esquadrias Ltda - Rua: Pedro Ripoli, Barro Branco - Ribeirão Pires - SP

Marcetex Soluções Ltda - Estrada Ernestina Vieira, 345 Carapicuiba SP

Conforto e eficiência: A importância do sistema de Isolamento Térmico.

K-FLEX K-FLEX K-FONIK SYSTEM 58 UMA NOVA GERAÇÃO DE MATERIAIS DE ISOLAMENTO

FMF Indústria e Comércio de Esquadrias Ltda - Rua: Pedro Ripoli, Barro Branco - Ribeirão Pires - SP

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS MODERNAS COMPOSIÇÕES DE PISOS FLUTUANTES QUANTO AO DESEMPENHO NO ISOLAMENTO AO RUÍDO DE IMPACTO

Transcrição:

PROCEEDINGS of the 22 nd International Congress on Acoustics Architectural Acoustics Room and Building Acoustics: Paper FIA2016-45 Study of sound absorption of wools composed by PET waste products Sérgio Klippel Filho (a), Josiane Reschke Pires (b), Henrique Souza Labres (c), Maria Fernanda de Oliveira Nunes (d) (a) itt Performance/Unisinos, Brasil, sergioklip@unisinos.br (b) itt Performance/Unisinos, Brasil, josianerp@unisinos.br (c) itt Performance/Unisinos, Brasil, hslabres@gmail.com (d) itt Performance/Unisinos, Brasil, mariaon@unisinos.br Abstract The pursuit for recycled materials is in consistent extension, since the environmental damage caused by not biodegradable materials need extremely concern when discarded in an incorrect way. The high period needed those materials to degrade in a spontaneous way or the outgassing descendant of the burn process when they are incinerate. Among the diversity of waste materials, we meet the PET (Polyethylene terephthalate) waste, used in large scale in the worldwide. The reuse of those materials are of extreme significance for the circularity of their proposes. Since this, a wool for use in sound absorption proposes in room acoustics was developed using PET waste. The purpose of this article is to investigate the use of these PET wools in different thickness and densities, analyzing their sound absorption capacity and comparing the different compositions of wools in a manner to determine the highest sound absorption composition. For this, the test method used was described by ISO 354:2003, that determine the mounting types for this type of material as well as the sound absorption test procedure, as well as ISO 11654:1997 to calculate the weighted sound absorption coefficient. For the tests, the wools were placed directly to the floor of the reverberant room as well as placed with an air coating of 5 cm underneath them. The results had shown that the wools with more thickness and density had a better sound absorption coefficient compared to the others, so as the mounting type has significant gains and losses to the sound absorption capability of every PET wool tested. Keywords: PET; acoustic absorption, reverberation room, waste materials.

Study of sound absorption of wools composed by PET waste products 1 Introdução A nível mundial, ruídos indesejados e, por vezes, potencialmente perigosos estão se tornando cada vez mais comuns e complexos. Assim, a demanda por produtos que melhorem a situação ambiental aumenta - área na qual produtos leves e com grande faixa de absorção sonora são fortemente requisitados [1]. Materiais porosos, com sua estrutura ramificada, aumentam a resistência a vibração do ar, bem como aumento da fricção entre as moléculas de ar e as passagens internas do material [2]. Desta forma, a absorção sonora é obtida através da transformação da energia sonora em dissipação do calor [3]. A absorção sonora em ambientes internos é comumente tratada a partir da instalação de determinados elementos e/ou materiais em suas superfícies. Os materiais porosos e/ou fibrosos possuem elevada capacidade de absorção nas altas frequências e seu comportamento pode ser alterado com diferentes tipos de instalação, como os que considerem a inserção de câmaras de ar no elemento proposto. Sendo um dos principais polímeros produzidos no Brasil, a quantidade de produtos fabricados a partir de resíduos de politereftalato de etileno (PET) aumentou expressivamente nos últimos anos, devido à relação entre as propriedades mecânicas, térmicas e baixo custo de produção deste material [4 e 5]. Apesar do aumento expressivo da reciclagem de matéria PET no país, quase metade do resíduo de PET não é reciclado [6], sendo depositado de forma imprópria, causando transtornos e doenças para a população, bem como afetando a natureza. No Brasil, este resíduo é aplicado principalmente na forma de fibras têxteis. Contudo, poucos estudos são realizados para desenvolver uma aplicação que melhor explore suas propriedades térmicas e mecânicas [4]. O uso de mantas de lã de PET como absorvedores acústicos tem recebido recente interesse, tanto do mercado quanto de pesquisas científicas [7]. Dentro deste cenário, o resíduo de PET pode ser utilizado como matéria prima para condicionar tempos de reverberação de ambientes. Estas mantas fabricadas de PET funcionam como eficientes absorvedores sonoros, além de possuir um atrativo sustentável [8]. Estas podem assumir um papel fundamental como revestimento de superfícies de salas com necessidade de aprimoramento de sua qualidade acústica [9]. O objetivo deste trabalho é avaliar a capacidade de absorção sonora de mantas produzidas a partir do resíduo de PET, em diversas espessuras e densidades, e realizar um estudo comparativo a fim de verificar as características de absorção dos produtos. 2

2 Método Os ensaios foram efetuados de acordo com as requisições da ISO 354:2003 [10], sendo adotado o tipo de montagem A e E-50 da amostra dentro da câmara reverberante. As amostras foram posicionadas diretamente sobre o chão da câmara para o Tipo A, e para o Tipo E-50 foi adotada uma estrutura em madeira, com as laterais da estrutura fechadas, criando um espaço enclausurado de 0,05 m entre as amostras e o piso da câmara. Cada corpo de prova possuía as dimensões de 1,0 x 1,0 m e as amostras foram ensaiadas com uma área de 10 m², dispostas em uma razão de 2:5 (Figura 1). (a) (b) Figura 1: Amostra montada (a) diretamente sobre o piso da câmara (montagem Tipo A) e (b) a 5 cm do piso da câmara (montagem Tipo E-50) Nos casos em que ocorreram frestas nas juntas entre seções das mantas, dispostas lado a lado, foi utilizada fita adesiva para sela-las, impossibilitando, desta forma, a descontinuidade entre as placas. Estão descritas na Tabela 1 as densidades superficiais e espessuras das amostras analisadas. Tabela 1: Amostras de mantas ensaiadas Espessura (mm) 50 75 100 Densidade (kg/m²) 1,0 1,5 2,0 1,15 1,5 2,5 3,0 3,5 Os ensaios foram efetuados em câmara reverberante, construída conforme as requisições normativas da ISO 354:2003 [10]. Os equipamentos utilizados para estas medições foram analisador sonoro Type 2270, fonte sonora Omnipower Type 4292-L, calibrador sonoro Type 4231 e amplificador de potência Type 2734, todos de fabricação da Bruel & Kjaer. Utilizou-se o 3

ruído Rosa para estimular o campo sonoro da câmara, efetuando três decaimentos por posição de microfone para medição do tempo de reverberação. Realizou-se três posições de fonte sonora emissora e doze posições de microfone, sendo todos decaimentos medidos em bandas de 1/3 de oitava de 100 a 5000 Hz. A partir dos tempos de reverberação obtidos, juntamente com o volume total da câmara reverberante e a área superficial exposta da amostra, utilizou-se a fórmula de Sabine (Equação 1), obtendo-se então os coeficientes de absorção sonora para cada banda de frequência medida. (1) Onde: αs coeficiente de absorção sonora; V volume da câmara reverberante (m³); S área superficial da amostra (m²); c1 velocidade de propagação do som da câmara vazia (m/s); c2 velocidade de propagação do som da câmara com a amostra (m/s); T1 tempo de reverberação da câmara vazia (s); T2 tempo de reverberação da câmara com a amostra (s); m1 coeficiente de atenuação de potência da câmara vazia; e m2 coeficiente de atenuação de potência da câmara com a amostra. Com os coeficientes de absorção sonora determinados, foram efetuados cálculos de acordo com a ISO 11654:1997 [11], para obter os coeficientes de absorção sonora ponderados (αw) de cada amostra, que possibilitam uma classificação imediata da capacidade de absorção do material e a caracterização de sua eficiência para as baixas, médias e altas frequências. 3 Apresentação e discussão dos resultados Os coeficientes de absorção sonora calculados (Figura 2) para as amostras na espessura de 50 mm no tipo de montagem A mostram que as amostras apresentaram comportamentos similares. A amostra de 1,0 kg/m² apresentou os menores coeficientes de absorção sonora quando comparada às demais testadas, tendo apenas na banda de 100 Hz, uma absorção maior que a amostra de densidade 1,5 kg/m². A amostra de densidade 2,0 kg/m² apresentou-se mais absorvente na maioria das bandas de frequência, exceto nas bandas de baixas frequências 125 e 160 Hz e em 1250 Hz nas altas frequências, para a qual teve absorção igual à de densidade 1,5 kg/m². Quando analisadas no tipo de montagem E-50 (Figura 2), foi observado um comportamento similar dos coeficientes de absorção quando comparados ao tipo de montagem A. A amostra de densidade 1,0 kg/m² teve uma capacidade absorvente inferior às outras duas ensaiadas na maioria das bandas de frequência, salvo nas bandas de 100 e 5000 Hz, onde teve os mesmos coeficientes das demais. Ainda, assim como no tipo de montagem A, a amostra de densidade 2,0 kg/m² teve os maiores coeficientes de absorção sonora na maioria das bandas de 4

frequências, apresentando, somente, nas bandas de frequências de 100, 4000 e 5000 Hz um coeficiente de absorção sonora igual ao da amostra de densidade 1,5 kg/m². Conforme a Figura 2, comparando os ensaios dos dois tipos de montagem, evidenciou-se que para as bandas de 125 a 1000 Hz houve um ganho de absorção quando a amostra foi montada sobre a estrutura de madeira com 5cm de camada de ar entre a amostra e o chão da câmara, tendo uma perda de desempenho nas demais bandas. Coeficientes de Absorção Sonora (αs) 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 5000 Frequência (Hz) 1,0 kg/m² - T. A 1,5 kg/m² - T. A 2,0 kg/m² - T. A 1,0 kg/m² - T. E-50 1,5 kg/m² - T. E-50 2,0 kg/m² - T. E-50 Figura 2: Coeficientes de absorção sonora espessura 50 mm Nas mantas com espessura de 75mm, nos ensaios com montagem do tipo A, apresentados na Figura 3, a amostra de densidade 1,15 kg/m² teve um comportamento semelhante às demais testadas. Contudo, esta amostra obteve coeficientes de absorção sonora menores na maioria das bandas de frequência, tendo maior absorção sonora que a amostra de densidade 1,5 kg/m² nas bandas de 125 e 160 Hz. 5

Nesta espessura, a manta de densidade 2,5 kg/m² apresentou, na maioria das bandas de frequência, maiores coeficientes de absorção sonora quando comparada as outras densidades ensaiadas. A capacidade de absorção da amostra de densidade 2,5 kg/m² evidencia-se com uma diferença visível somente na faixa das médias frequências (250 a 1000 Hz) quando comparada à amostra de densidade 1,5 kg/m², pois nas outras bandas de frequência esta apresentou um comportamento muito semelhante (Figura 3). Nos ensaios com o tipo de montagem E-50 para as amostras de 75mm (Figura 3), os coeficientes de absorção sonora das três amostras foram bastante similares nas bandas de 100 a 160 Hz, se diferenciando nas demais frequências, onde a amostra de densidade 2,5 kg/m² obteve os maiores coeficientes de absorção, e a amostra de densidade 1,15 kg/m² os menores coeficientes. Ao comparar-se os resultados dos tipos de montagem analisados, no tipo de montagem A obteve-se um ganho de absorção nas bandas de frequências de 125 a 630 Hz, reduzindo a absorção nas demais bandas de frequência (Figura 3). Coeficientes de Absorção Sonora (αs) 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 5000 Frequência (Hz) 1,15 kg/m² - T. A 1,5 kg/m² - T. A 2,5 kg/m² - T. A 1,15 kg/m² - T. E-50 1,5 kg/m² - T. E-50 2,5 kg/m² - T. E-50 Figura 3: Coeficientes de absorção sonora - espessura 75 mm 6

Nas amostras de espessura 100 mm, nos ensaios no tipo de montagem A, os coeficientes de absorção sonora calculados com os valores medidos (Figura 4), tiveram capacidade de absorção sonora bastante semelhante. A amostra de densidade 3,0 kg/m² obteve coeficientes de absorção sonora maiores na maioria das bandas de frequência, sendo esta diferença evidenciada nas bandas de frequências de 100 a 200 Hz, e em algumas bandas das médias e altas frequências. Com estas amostras ensaiadas no tipo de montagem E-50 (Figura 4), a amostra de densidade 3,0 kg/m² obteve os maiores coeficientes de absorção sonora nas bandas de frequência de 100 a 315 Hz, apontando um menor desempenho nas demais bandas para a amostra de densidade de 3,5 kg/m². Quando os dois tipos de montagem são comparados, verificou-se um ganho de absorção sonora nas bandas de 100 a 1600 Hz, e nas demais bandas nas quais houve diminuição da absorção, esta diferença não maior que 0,1 em nenhuma das bandas de frequências analisadas. 1,0 Coeficientes de Absorção Sonora (αs) 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 5000 Frequência (Hz) 3,0 kg/m² - T. A 3,5 kg/m² - T. A 3,0 kg/m² - T. E-50 3,5 kg/m² - T. E-50 Figura 4: Coeficientes de absorção sonora - espessura 100 mm 7

Na Figura 5 apresenta-se os coeficientes de absorção sonora ponderado (α w ) das amostras. Segundo a Figura 2, os coeficientes de absorção sonora ponderado (α w ) das amostras com espessura de 50 mm com densidades 1,5 e 2,0 kg/m² foram de 0,7, e o menor foi da amostra de densidade 1,0 kg/m², de 0,6, em ambos os tipos de montagem (T.A e T.E-50). Já as amostras de densidade 1,5 e 2,5 kg/m² com espessura de 75 mm apresentaram coeficientes de absorção sonora ponderado (α w ) de 0,8. Neste caso, a amostra de espessura 75 mm e densidade 1,15 kg/m² teve uma redução de absorção sonora, para absorção sonora ponderado de 0,7 (Figura 5). Pode-se observar que os coeficientes de absorção sonora ponderados das amostras de espessura de 100 mm foram de 0,8 em ambos os tipos de montagem, exceto para a amostra de densidade 3,5 kg/m² com tipo de montagem E-50, que apresentou um coeficiente de absorção sonora ponderado de 0,7. Evidencia-se que há uma redução de 0,1 no coeficiente de absorção sonora ponderado nas amostras de 75 mm e 100 mm quando as amostras foram posicionadas na estrutura em madeira, com as laterais da estrutura fechadas e câmara de ar de 0,50 m. O mesmo não ocorre nas amostras de 50 mm que mantiveram o mesmo α w em ambos tipos de montagem. 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 1,0 kg/m² 1,5 kg/m² 2,0 kg/m² 1,15 kg/m² 1,5 kg/m² 2,5 kg/m² 3,0 kg/m² 3,5 kg/m² 1,0 kg/m² 1,5 kg/m² 2,0 kg/m² 1,15 kg/m² 1,5 kg/m² 2,5 kg/m² 3,0 kg/m² 3,5 kg/m² 50mm - T.A 75mm - T.A 100mm - T.A Figura 5: Coeficientes de absorção sonora ponderado (α w ) 50mm - T. E-50 75mm - T. E-50 100mm - T. E-50 8

4 Conclusão O estudo permitiu avaliar a eficiência na absorção sonora, a partir da utilização de mantas com espessuras e densidades diversas. As amostras quando submetidas a ensaios no tipo de montagem E-50 apresentaram redução no coeficiente de absorção nas bandas de alta frequência quando comparadas ao tipo de montagem A. Essa diferença foi mais evidente nas bandas de frequências a partir de 1600 Hz nas amostras com espessuras de 500 e 75 mm. Os resultados obtidos com a variação das densidades foram consideráveis nas amostras de 50 mm e 75 mm, sendo obtidos coeficientes de absorção sonoras superiores em grande parte das bandas de frequência para as amostras mais densas. Porém, com o aumento da espessura para 100 mm as semelhanças entre as densidades avaliadas foram mais evidentes. Referências [1] HONG, Z.; BO, L.; GUANGSU, H.; JIA, H. A novel composite sound absorber with recycled rubber particles. In: Journal of Sound and Vibration 304, p. 400-406, 2007 [2] HUANG, C.H.; LIN, J.H.; LOU,C.W.; TSAI, Y.T. The Efficacy of Coconut Fibers on the Sound- Absorbing and Thermal-Insulating Nonwoven Composite Board. In: Fiber and Polymers, Vol.14, No.8, p. 1378-1385, 2013. [3] LOU, C.W.; CHEN, P.; LIN, J. H. Manufacturing Process and Property Analysis. In: Advanced Materials Research, Vol. 55-57, p. 393-396, 2008. [4] PACHECO, E. B.; HEMAIS, C. A. Mercado para Produtos Reciclados à Base de PET/HDPE/Ionômero. Em: Polímeros: Ciência e Tecnologia, Vol. 9, p.59-64,1999. [5] MACDONALD, W. A. New Advances in Poly(ethylene terephthalate) Polymerization and Degradation. Polym. Int., Vol. 51, p.923-930, 2002. [6] ABIPET (Associação brasileira da indústria do pet). Nono CENSO da reciclagem de PET. Brasil, 2012. [7] DEL REY, R.; ALBA, J.; RAMIS, J.; SANCHIS, V.J. Nuevos materiales absorbentes acústicos obtenidos a partir de restos de botellas de plástico. Materiales de Construcción, Vol. 61, 304, p. 547-558. [8] SIMÕES, M. F.; OLIVEIRA, B. D.; BECKER, R. R.. Isolamento e condicionamento acústico do Auditório Araujo Vianna em Porto Alegre, RS. In: ENCONTRO SOBRAC, XXV, p. 336-343,2014. [9] PATRÍCIO, J.; PATRAQUIM, R. J. Painéis acústicos de design inovador. In: Anais ACUSTICA 2008, V Congresso Ibérico de Acústica, 2008, Coimbra. [10] International Organization For Standardization ISO 354: Acoustics Measurement of sound absorption in a reverberation room, 2003. [11] International Organization For Standardization ISO 11654: Acoustics Sound absorbers for use in buildings Rating of sound absorption, 1997. 9