2ª VARA DO TRABALHO DE JACAREÍ-SP PROC

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2ª VARA DO TRABALHO DE JACAREÍ-SP PROC. 0001481-13.2012.5.15.0138 Os autos vieram conclusos, nesta data. Submetido o processo a julgamento, foi proferida a seguinte S E N T E N Ç A I - RELATÓRIO CREMILDA DE OLIVEIRA, reclamante, qualificada na inicial, ajuizou reclamação trabalhista em face de UNIMED PRONTO ATENDIMENTO JACARÉI/SP, reclamada, alegando, em síntese, que foi empregada da ré, mediante intermediação ilícita da empresa TJV Serviços Radiológicos Ltda.; que não recebia adicional de insalubridade e de risco de vida, nem cesta básica; que laborava em jornada extraordinária, de sobreaviso e noturna e não usufruía de intervalo intrajornada; que sofreu dano moral. Requereu o reconhecimento de vínculo empregatício e a condenação da reclamada no pagamento de verbas rescisórias, adicionais de insalubridade e de risco de vida, horas extraordinárias e indenização por dano moral, entre outros pedidos. Deu à causa o valor de R$132.071,61. Juntou documentos. Rejeitada a primeira tentativa de conciliação. A reclamada apresentou contestação (fls.445/468), arguindo, em síntese, requerimento de denunciação da lide; preliminar de inépcia da inicial; prejudicial de mérito de prescrição; no mérito, que a terceirização era lícita; que não havia vínculo empregatício com a contestante, entre outras alegações. Requereu a improcedência dos pedidos da inicial. Indeferido o requerimento de denunciação da lide (fl.322). Laudo pericial às fls.577/591. Foram produzidas provas orais, consistentes no depoimento pessoal das partes e na oitiva de duas testemunhas indicada pela reclamante e de uma pela reclamada (fls.643/645). Sem outras provas, foi encerrada a instrução processual. As partes apresentaram razões finais escritas. Tentativa final de conciliação rejeitada. É o relatório. Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 1

II FUNDAMENTAÇÃO 1-DA RETIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO A autuação já se encontra retificada quanto à denominação da reclamada, constando, corretamente, UNIMED SÃO JOSÉ DOS CAMPOS COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. 2-DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE Ratifica-se a decisão de fl.322, de indeferimento do requerimento de denunciação da lide, ante a incompatibilidade com o Processo do Trabalho e o não preenchimento dos requisitos legais. 3-DA PRELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL A petição inicial obedece às exigências traçadas nos artigos 282 do CPC e 840 da CLT, possibilitando defesa à reclamada. Registre-se, ainda, que o direito processual do trabalho rege-se pelo princípio da simplicidade das formas. Rejeita-se a preliminar. 4-DA PRESCRIÇÃO Ante a distribuição da ação em 18/12/2012 e o início da prestação laboral em 01/03/2008, não se vislumbra a incidência de prescrição em nenhuma parcela pleiteada. Rejeita-se. 5-DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO No depoimento pessoal, a reclamada declarou que não sabe quando iniciou a prestação laboral da reclamante nem o último dia, esclarecendo que foi até o término do contrato; que a reclamante era técnica de raios X; que não sabe qual o salário da reclamante; que não sabe qual era a jornada de trabalho da Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 2

reclamante. Declarou, ainda, que a utilização de raios x era pelos pacientes que davam entrada no pronto atendimento da Unimed e possuíam esse convênio médico; que eram os médicos da Unimed que solicitavam os raios x. Aplica-se à reclamada a pena de confissão quanto aos fatos que alegou desconhecimento. A testemunha Kátia Aparecida da Silva declarou que não havia no local de serviço nenhuma identificação de outra empresa que não fosse a Unimed e que a reclamante se reportava ao setor de enfermagem da Unimed e este passava as informações para a coordenação; que os pacientes eram predominantemente conveniados, mas havia particulares; que todo o acerto, inclusive dos particulares, era realizado na recepção da Unimed; que se houvesse problema com o aparelho ou com os materiais, os técnicos comunicavam ao setor de enfermagem da Unimed; que se houvesse necessidade de chamar a atenção dos técnicos de raios x, quem o fazia eram os médicos da Unimed. Declarou, ainda, que Tiago a depoente viu apenas no início, quando da inauguração do PA e posteriormente apenas uma ou duas vezes; que referida pessoa era do raios X, mas não atuava efetivamente no setor. A testemunha Paulo Fabiano Silva do Prado declarou que estavam subordinados diretamente ao setor de enfermagem da reclamada, de modo que a prestação de serviços geralmente era acompanhada pela enfermeira Kátia; que Tiago, juntamente com a Unimed elaborava as escalas. Declarou que era a enfermagem que entrava em contato com os técnicos em radiologia, quando estavam no plantão à distância; que em caso de efeito no aparelho reportavam-se à enfermagem. Declarou, ainda, que nenhum técnico de raios x possuía registro em carteira. A testemunha Daiane Moreira de Paula declarou não sabe explicar o processo de ingresso da reclamante no quadro societário da referida empresa (TJV) e que não sabe como eram os pagamentos da reclamante. Declarou, ainda, que o setor de enfermagem da reclamada acompanhava a prestação de serviços da reclamante e que não havia indicação de TJV no local de trabalho. A terceirização, mesmo quando considerada lícita, traz para o mundo do trabalho precarização, com empregos de pior qualidade, mais instáveis e com menores salários, além de intensificar a fragmentação da classe trabalhadora e enfraquecer o movimento sindical. Trata-se de mecanismo que intensifica a exploração do trabalho pelo capital, ampliando os problemas sociais. O caso dos autos, porém, não é sequer de terceirização lícita, eis que o conjunto probatório demonstra que a reclamada se valeu da terceirização de modo fraudulento, procurando lançar nessa moldura os trabalhadores de seu setor de raios X, que atuavam, portanto, em sua atividadefim, pois os exames eram solicitados pelos médicos da ré e imprescindíveis para a prestação dos serviços médicos oferecidos aos clientes. Além disso, a autora estava diretamente subordinada ao setor de enfermagem e aos médicos da Unimed. Nenhuma prova foi apresentada quanto à condição efetiva da autora de sócia. Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 3

Vale dizer, a reclamada se utilizou da força de trabalho da reclamante, em serviços próprios da sua atividade-fim, mediante habitualidade e subordinação direta, hipótese vedada pela Súmula n. 331, I e III, do C.TST. Dessa forma, observa-se que a reclamante foi empregada da reclamada, sendo que o expediente utilizado pela ré (intermediação ilícita) não teve outra finalidade que não fosse a de fraudar os direitos trabalhistas da autora, procedimento nulo de pleno direito, a teor do artigo 9º da CLT. Em consequência, reconhece-se que a reclamante foi empregada da reclamada, nos moldes dos artigos 2º e 3º da CLT, no período de 01/03/2008 a 29/09/2012 (ante a projeção do aviso prévio indenizado de quarenta e dois dias no tempo de serviço), na função de técnica em radiologia e contraprestação salarial média de R$800,00 mensais, da admissão até 31/12/2009, R$1.500,00 mensais, de 01/01/2010 a 31/12/2011 e de R$1.700,00, a partir de 01/01/2012, devendo a ré anotar o contrato na CTPS da autora, em até oito dias do trânsito em julgado, sob pena de multa de R$5.000,00 (cinco mil reais) e de fazê-lo a Secretaria da Vara. 6-DAS VERBAS RESCISÓRIAS No depoimento pessoal, a reclamada declarou que a depoente foi informada à noite de que os equipamentos da TJV haviam sido apreendidos e que a partir do dia seguinte uma outra empresa passaria a prestar serviços; que a reclamante foi informada quanto ao término da prestação dos serviços quando chegou para trabalhar no dia seguinte. Ante o conjunto probatório, constata-se que houve dispensa sem justa causa. Por não quitados, procedem os seguintes pedidos: aviso prévio indenizado de quarenta e dois dias, ante o período laboral da autora; férias vencidas (2008/2009, 2009/2010, 2010/2011) acrescidas de 1/3, em dobro, a teor do artigo 137 da CLT; férias vencidas (2011/2012) acrescidas de 1/3; férias proporcionais (7/12, ante a projeção do aviso prévio indenizado no tempo de serviço) acrescidas de 1/3; 13º salário proporcional de 2008 (10/12); 13ºs salários integrais de 2009, 2010 e 2011; 13º salário proporcional de 2012 (9/12, ante a projeção do aviso prévio indenizado no tempo de serviço); importância correspondente ao FGTS+40% de todo o período laboral, inclusive sobre o aviso prévio indenizado e 13ºs salários, que deverá ser depositada na conta vinculada da reclamante e liberada pela reclamada, mediante entrega de guias, em até oito dias do trânsito em julgado, sob pena de multa de R$5.000,00 e de execução direta por quantia equivalente; multa do artigo 477, parágrafo 8º, da CLT, no valor de uma salário mensal da autora, ante o atraso no pagamento dos direitos rescisórios. Não se constata controvérsia razoável, no que se refere às verbas rescisórias, uma vez que a alegação da ré de terceirização lícita não se fez acompanhar de nenhum elemento probatório convincente, não podendo a mera Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 4

alegação da parte (controvérsia que se dá apenas na perspectiva subjetiva do empregador) servir de fundamento para afastar a multa do artigo 467 da CLT. Procede o pedido de multa do artigo 467 da CLT, no valor de 50% dos seguintes direitos: aviso prévio indenizado de quarenta e dois dias, férias vencidas (2008/2009, 2009/2010, 2010/2011) acrescidas de 1/3, em dobro, a teor do artigo 137 da CLT, férias vencidas (2011/2012) acrescidas de 1/3, férias proporcionais (7/12) acrescidas de 1/3, 13º salário proporcional de 2008 (10/12), 13ºs salários integrais de 2009, 2010 e 2011, 13º salário proporcional de 2012 (9/12) e FGTS+40% de todo o período laboral, inclusive sobre o aviso prévio indenizado e 13ºs salários. NOTURNAS 7-DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS, EM SOBREAVISO E No depoimento pessoal, a reclamada declarou que não sabe qual era a jornada de trabalho da reclamante; que também não sabe se a reclamante usufruía de intervalo e qual o tempo. Aplica-se à ré a pena de confissão quanto aos fatos que alegou desconhecimento. A testemunha Kátia Aparecida da Silva Rita declarou que durante o sobreaviso, o médico entrava em contato com a depoente e esta acionava a técnica de raios x. A testemunha Paulo Fabiano Silva do Prado declarou que era a enfermagem que entrava em contato com os técnicos em radiologia, quando estavam no plantão à distância. Ante o conjunto probatório, acolhem-se os horários de trabalho da reclamante, indicados nos controles juntados com a inicial, sendo que, para os meses em que não houve a juntada dos controles, fica acolhida a média mensal de horas trabalhadas e anotadas nos referidos documentos que acompanharam a inicial, inclusive quanto aos plantões à distância. Tem-se, ainda, que a autora não usufruía de intervalo intrajornada. Defere-se, assim, o pedido de horas extraordinárias, considerando-se tais as horas excedentes da 24ª semanal (Lei 7.394/85), à luz da jornada acima explicitada, bem como defere-se o pedido de horas de sobreaviso (referentes aos plantões à distância, por aplicação analógica do artigo 244, parágrafo 2º, da CLT, na medida em que a autora ficava à disposição e era acionada pelo setor de enfermagem. Diante da habitualidade do labor em jornada extraordinária e em sobreaviso, deferem-se as integrações das horas extras e em sobreaviso nos descansos semanais remunerados, no aviso prévio indenizado, nas férias acrescidas de 1/3, nos 13ºs salários, no FGTS e na multa de 40% sobre o FGTS. O cálculo das horas extraordinárias observará os seguintes critérios: a) evolução salarial da autora; Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 5

b) adicional normativo de 90%; c) divisor 120; d) dias efetivamente trabalhados; e) média física para as integrações; f) globalidade salarial na base de cálculo, na forma da Súmula 264 do TST; g) hora noturna reduzida (todas as laboradas a partir das 22 horas), nos termos do art.73, parágrafo primeiro e quinto, da CLT. As horas em sobreaviso serão devidas no valor de 1/3 do salário normal. As horas laboradas em jornada noturna (todas a partir das 22 horas) deverão receber, ainda, o adicional noturno de 20%, nos termos do artigo 73, caput, da CLT, e refletir, ante a habitualidade, nos descansos semanais remunerados, no aviso prévio indenizado, nas férias acrescidas de 1/3, nos 13ºs salários, no FGTS e na multa de 40% sobre o FGTS. Não se cogita de compensação, ante a ausência de pagamentos sob iguais títulos da condenação. 8-DA AUSÊNCIA DE INTERVALO INTRAJORNADA Conforme esclarecido no item 7 da fundamentação, a autora não usufruía de intervalo intrajornada, razão pela qual faz jus ao recebimento de uma hora completa por dia de trabalho. O parágrafo 4º do artigo 71 da CLT, ao mencionar a remuneração do intervalo não concedido, estabelece um acréscimo de no mínimo 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Da redação do dispositivo se infere a natureza de hora extraordinária e salarial da parcela, ante a referência à remuneração e ao acréscimo sobre a hora normal, além da menção ao percentual mínimo. Entendimento consagrado na Orientação Jurisprudencial n. 354 da SDI-1 do C.TST. Defere-se, assim, o pedido de uma hora extraordinária por dia de trabalho, com reflexos, ante a natureza salarial e a habitualidade, nos descansos semanais remunerados, no aviso prévio indenizado, nas férias acrescidas de 1/3, nos 13ºs salários, no FGTS e na multa de 40% sobre o FGTS. O cálculo das horas suplementares observará os seguintes critérios: a) evolução salarial da autora; b) adicional de 50%, pleiteado na inicial; c) divisor 120; d) dias efetivamente trabalhados; e) globalidade salarial na base de cálculo, na forma da Súmula 264 do TST. Não se cogita de compensação, ante a ausência de pagamentos sob iguais títulos da condenação. Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 6

INSALUBRIDADE 9-DOS ADICIONAIS DE RISCO DE VIDA E DE O conjunto probatório demonstrou que a reclamante exercia as funções de técnica em radiologia, fazendo jus, portanto, aos adicionais de risco de vida e de insalubridade, no percentual de cada adicional de 40% sobre dois salários mínimos profissionais da região, nos termos do artigo 16 da Lei 7.394/85. O risco de vida e a insalubridade para os trabalhadores técnicos em radiologia são presumidos pela lei, que determina expressamente a incidência dos adicionais. No laudo pericial de fls.577/591, o Sr. perito esclareceu que não dispunha de informações detalhadas sobre as atividades da autora (item 3.1- fl.582), de modo que a prova pericial amparou-se em dados fáticos equivocados, e buscou enquadramento da avaliação dos dosímetros pessoais em níveis de radiação que não especificou e sequer aplicáveis para os profissionais técnicos em radiologia, cuja incidência do adicional decorre diretamente de determinação legal. A prova pericial, portanto, não merece acolhida. Procede o pedido de adicionais de risco de vida e de insalubridade, no percentual de cada adicional de 40% sobre dois salários mínimos profissionais da região, com reflexos no aviso prévio indenizado, nas férias acrescidas de 1/3, nos 13ºs salários, nas horas extraordinárias e no FGTS+40% de todo o período laboral. Sucumbente no objeto da perícia, a reclamada deverá arcar com o pagamento dos honorários periciais, ora arbitrados em R$1.500,00, devendo-se compensar da referida importância os valores já recebidos pelo Sr. perito a título de honorários prévios. 10-DAS CESTAS BÁSICAS Incontroverso que a reclamada não fornecia a cesta básica prevista nas normas coletivas aplicáveis às partes, razão pela qual procede o pedido de indenização compensatória, no valor mensal de R$63,00, da admissão até 30/04/2008; R$67,00, de 01/05/2008 a 30/04/2009; R$71,00, de 01/05/2009 a 30/04/2010; R$80,00, de 01/05/2010 a 30/04/2011; R$85,20, a partir de 01/05/2011. 11-DO DANO MORAL No depoimento pessoal, a reclamada declarou que a depoente foi informada à noite de que uma outra empresa passaria a prestar Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 7

serviços; que a reclamante foi informada quanto ao término da prestação dos serviços quando chegou para trabalhar no dia seguinte. Conforme esclarecido no item 5 da fundamentação, a reclamante foi empregada da reclamada, tendo a ré se utilizado de expediente fraudulento para sonegar direitos trabalhistas, valendo-se da intermediação ilícita da empresa TJV. A autora não teve o contrato de trabalho anotado na CTPS, nem recebia os direitos mínimos próprios da relação empregatícia que mantinha com a reclamada. Quando do término do contrato entre a reclamada e a empresa TJV, a autora foi surpreendida com a perda súbita do emprego, que lhe garantia meios para sobreviver e manter sua família. Chegou para trabalhar e descobriu inesperadamente a perda do emprego. As condutas da reclamada revelaram-se ilícitas e geraram dano moral à reclamante, pelo sofrimento e transtornos a que foi submetida e na medida em que a autora teve frustrada a legítima expectativa de probidade e boafé da empregadora, a teor do artigo 422 do Código Civil. A dignidade humana do reclamante restou atingida e foram agredidas as suas honra e auto-estima. Dessa forma, presentes o dano, a culpa e o nexo causal, defere-se o pleito de indenização por danos morais, na forma do artigo 5º, X, da Constituição Federal, no valor pleiteado de R$14.480,00 (quatorze mil, quatrocentos e oitenta reais), correspondente a vinte salários mínimos, ora tido pelo juízo como o mínimo compatível com a lesão sofrida, o caráter pedagógico da penalização e o fim de evitar o enriquecimento sem causa da parte reclamante. Na fixação da indenização foram consideradas, ainda, a extensão do dano, a gravidade da conduta da reclamada, as condições econômicas das partes e a personalidade da vítima. Além disso, ponderou-se que a indenização não pode ser ínfima, sob pena de agravar a ofensa à vítima. 12-DA JUSTIÇA GRATUITA Defere-se o requerimento de gratuidade de justiça à parte autora, eis que preenchidos os requisitos do art. 790, parágrafo 3º, da CLT (vide declaração de fl.30). 13-DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Ante a declaração de fl.30 e a assistência pelo sindicato da categoria profissional da autora, a reclamada deverá arcar com o pagamento de honorários advocatícios ao sindicato assistente, de 15% sobre o crédito devido à reclamante. Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 8

FISCALIZADORES 14-DA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS AOS ÓRGÃOS Ante a existência de relação empregatícia sem anotação na CTPS, expeçam-se ofícios à DRT e União (INSS), para as providências administrativas cabíveis. 15-DOS JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA Os juros de mora serão calculados de maneira simples, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 39 da Lei 8177/91, contados a partir do ajuizamento da ação e pro rata die, observando-se a Súmula 200 do C.TST. Correção monetária com base no índice correspondente à data do vencimento legal da obrigação, aplicando-se a Súmula 381 do C.TST no que cabível. DE RENDA 16-DOS DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E DE IMPOSTO Os recolhimentos previdenciários deverão ser suportados por ambos os litigantes, cada um com sua cota-parte. O critério de apuração encontra-se disciplinado no artigo 276, parágrafo 4º, do Decreto 3048/99, que regulamentou a Lei 8212/91 e pelo Provimento 01/1996 da C.G.J.T. Deverão ser observadas, ainda, as disposições da Súmula 368 do C.TST, no que não contrariar o disposto no parágrafo único do artigo 876 da CLT. Os descontos de imposto de renda deverão ser apurados em conformidade com a Instrução Normativa n. 1.127/2011 da RFB (art.12-a da Lei 7.713/88). Além disso, da base de cálculo deverão ser excluídos os juros de mora. É do empregador a responsabilidade pelos recolhimentos, tanto das contribuições previdenciárias quanto do imposto de renda, ambos incidentes sobre as parcelas de natureza salarial reconhecidas na presente decisão, de acordo com o artigo 28 da Lei 8.212/91. A ausência de comprovação dos recolhimentos previdenciários implicará execução nos próprios autos, promovida de ofício (C.F. art. 114, VIII) e, quanto ao imposto de renda, emissão de ofício à Receita Federal. Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 9

III- DISPOSITIVO Do exposto, a 2ª VARA DO TRABALHO DE JACAREÍ-SP, nos autos da reclamação trabalhista ajuizada por CREMILDA DE OLIVEIRA em face de UNIMED SÃO JOSÉ DOS CAMPOS COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO, julga PROCEDENTES EM PARTE as pretensões da reclamante, para o fim de, reconhecendo que a autora foi empregada da reclamada no período de 01/03/2008 a 29/09/2012, na função de técnica em radiologia e contraprestação salarial média de R$800,00 mensais, da admissão até 31/12/2009, R$1.500,00 mensais, de 01/01/2010 a 31/12/2011 e de R$1.700,0, a partir de 01/01/2012, condenar a reclamada a pagar à reclamante: a) aviso prévio indenizado de quarenta e dois dias; b) férias vencidas (2008/2009, 2009/2010, 2010/2011) acrescidas de 1/3, em dobro, a teor do artigo 137 da CLT; c) férias vencidas (2011/2012) acrescidas de 1/3; d) férias proporcionais (7/12) acrescidas de 1/3; e) 13º salário proporcional de 2008 (10/12); f) 13ºs salários integrais de 2009, 2010 e 2011; g) 13º salário proporcional de 2012 (9/12); h) importância correspondente ao FGTS+40% de todo o período laboral, inclusive sobre o aviso prévio indenizado e 13ºs salários, que deverá ser depositada na conta vinculada da reclamante e liberada pela reclamada, mediante entrega de guias, em até oito dias do trânsito em julgado, sob pena de multa de R$5.000,00 e de execução direta por quantia equivalente; i) multa do artigo 477, parágrafo 8º, da CLT, no valor de uma salário mensal da autora; j) multa do artigo 467 da CLT, no valor de 50% dos seguintes direitos: aviso prévio indenizado de quarenta e dois dias, férias vencidas (2008/2009, 2009/2010, 2010/2011) acrescidas de 1/3, em dobro, a teor do artigo 137 da CLT, férias vencidas (2011/2012) acrescidas de 1/3, férias proporcionais (7/12) acrescidas de 1/3, 13º salário proporcional de 2008 (10/12), 13ºs salários integrais de 2009, 2010 e 2011, 13º salário proporcional de 2012 (9/12) e FGTS+40% de todo o período laboral, inclusive sobre o aviso prévio indenizado e 13ºs salários; k) horas extraordinárias e em sobreaviso, nos termos do item 7 da fundamentação, com reflexos nos descansos semanais remunerados, no aviso prévio indenizado, nas férias acrescidas de 1/3, nos 13ºs salários, no FGTS e na multa de 40% sobre o FGTS; l) adicional noturno, nos termos do item 7 da fundamentação, com reflexos nos descansos semanais remunerados, no aviso prévio indenizado, nas férias acrescidas de 1/3, nos 13ºs salários, no FGTS e na multa de 40% sobre o FGTS; m) uma hora extraordinária por dia de serviço, ante a ausência de intervalo intrajornada, nos termos do item 8 da fundamentação, com reflexos nos descansos semanais remunerados, no aviso prévio indenizado, nas férias acrescidas de 1/3, nos 13ºs salários, no FGTS e na multa de 40% sobre o FGTS; n) adicionais de risco de vida e de insalubridade, no percentual de cada adicional de 40% sobre dois salários mínimos profissionais da região, com reflexos no aviso prévio indenizado, nas férias acrescidas de 1/3, nos 13ºs salários, nas horas extraordinárias e no FGTS+40% de todo o período laboral; o) indenização compensatória de cestas básicas, no valor mensal de R$63,00, da admissão até 30/04/2008; R$67,00, de 01/05/2008 a 30/04/2009; R$71,00, de 01/05/2009 a Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 10

30/04/2010; R$80,00, de 01/05/2010 a 30/04/2011; R$85,20, a partir de 01/05/2011; p) indenização por danos morais, no valor pleiteado de quatorze mil, quatrocentos e oitenta reais (28/02/2014); q) honorários advocatícios ao sindicato assistente, de 15% sobre o crédito devido à reclamante; tudo a ser apurado em liquidação, observados os parâmetros da fundamentação. Em até oito dias do trânsito em julgado, a reclamada deverá anotar o contrato de trabalho na CTPS da reclamante, constando início em 01/03/2008, término em 29/09/2012, na função de técnica em radiologia e contraprestação salarial média de R$800,00 mensais, da admissão até 31/12/2009, R$1.500,00 mensais, de 01/01/2010 a 31/12/2011 e de R$1.700,00, a partir de 01/01/2012, sob pena de multa de R$5.000,00 (cinco mil reais) e de fazêlo a Secretaria da Vara. Fixo o prazo de 15 dias, independentemente do trânsito em julgado, para o cumprimento pela reclamada das obrigações pecuniárias vencidas, sob pena de multa de 10% sobre o débito, em favor da reclamante, nos termos do artigo 475-J do CPC, dispositivo compatível com o Processo do Trabalho, destinado à efetividade do provimento jurisdicional e à concretização do princípio constitucional da duração razoável do processo. O pagamento espontâneo independe da liquidação de sentença, que será realizada para a execução forçada do débito. Juros de mora e correção monetária na forma da lei (Lei 8.177/91 e Súmula 381 do C.TST). Recolham-se imposto de renda e contribuições previdenciárias, segundo legislação vigente, parágrafo único do artigo 876 da CLT e Instrução Normativa n. 1.127/2011 da RFB, excluindo-se os juros de mora da base de cálculo do imposto de renda. Natureza das verbas contempladas nesta decisão, na forma do artigo 28 da Lei 8.212/91. Expeçam-se os ofícios à DRT, União (INSS) e CEF, para as providências administrativas cabíveis.. Honorários periciais, a cargo da reclamada, ora arbitrados em R$1.500,00 (um mil e quinhentos reais), devendo-se compensar da referida importância os valores recebidos pelo Sr. perito a título de honorários prévios. Deferidos à reclamante os benefícios de Justiça Gratuita. Custas, pela reclamada, sobre o valor da condenação, ora arbitrado em R$200.000,00, no importe de R$4.000,00. Intimem-se. Jacareí, 28 de fevereiro de 2014. APARECIDO BATISTA DE OLIVEIRA JUIZ DO TRABALHO Processo nº0001481-13.2012.5.15.0138 11